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3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 O ENVELHECIMENTO

4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 TIPO DE ESTUDO

4.7 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados gerais das pacientes foram coletados através de uma ficha de caracterização da amostra, desenvolvida pela pesquisadora. Esta ficha contempla aspectos relativos ao tempo de doença, tipo de tratamento adotado e cirurgia realizada, adesão à fisioterapia no pós-operatório, antecedentes pessoais e familiares e hábitos de vida da paciente (APÊNDICE B).

Para avaliação dos aspectos psicológicos utilizou-se o Questionário de Autoimagem e Autoestima de Steglich (ANEXO A) e o Inventário Feminino dos Esquemas do Autoconceito – IFEGA (ANEXO B).

O questionário de autoimagem e autoestima de Steglich, foi desenvolvido e validado para idosos em 1978. Neste estudo foi utilizado para avaliar a autoimagem e autoestima das mulheres após o tratamento do câncer de mama. É composto por 78 questões, sendo 41 questões relativas à autoestima e 37 questões relacionadas à autoimagem.

O instrumento ainda é subdivido em quatro aspectos fundamentais: orgânico, social, intelectual e emocional, sendo que cada aspecto apresenta outros subaspectos: orgânico (genéticos, morfológicos e fisiológicos), social (socioeconômicos, condições da família e realização profissional), intelectual (escolaridade, educação e sucesso profissional) e emocional (felicidade pessoal, bem-estar social e integridade moral).

O quadro abaixo detalha o questionário, apresentando as questões relacionadas à AE, AI e a cada um dos aspectos constituintes do instrumento.

Quadro 3 – Descrição dos itens do Questionário de Steglich.

Questões Autoimagem 1, 2, 4, 6, 9, 11, 13, 17, 18, 19, 20, 21,22,25, 26, 27, 32, 37, 38,51, 55, 56, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 65, 69,70, 71, 72, 73, 74, 75. Autoestima 3, 5, 7, 8, 10,12, 14, 15, 16, 23, 24, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 52, 53, 54, 60, 64, 66, 67, 68, 76,77,78. Aspecto orgânico 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 21, 22, 23, 24, 71 Aspecto Social 9,10,11,12,13,14,15, 25, 37, 38, 39, 40, 51 Aspecto Intelectual 16,17,18,19, 20, 21, 22, 23, 24, 32, 46, 56, 57, 65 Aspecto Emocional 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 36, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 48, 49, 50, 52, 53,54, Fonte: Steglich (1978).

Todos os itens do questionário possibilitam respostas alternativas que variam os escores de 1 a 5 (sempre, quase sempre, várias vezes, algumas vezes e nunca). Quanto mais alta a pontuação, melhor será a autoimagem e a autoestima do indivíduo. Os valores de referência utilizados para avaliação da pontuação e classificação da autoimagem e autoestima das participantes estão expressos no Quadro 4.

Quadro 4 – Valores máximos e mínimos do intervalo para classificação da autoestima e autoimagem em “alta” e “baixa”.

Categorias Ponto de Corte

Autoestima Baixa = 41 a 163 pontos

Alta = 164 a 205 pontos

Autoimagem Baixa = 37 a 147 pontos

Alta = 148 a 185 pontos Fonte: Steglich (1978).

O ponto de corte utilizado para classificação dos aspectos da autoimagem e da autoestima está expresso no Quadro 5.

Quadro 5 – Valores máximos e mínimos do intervalo para classificação dos aspectos da autoimagem e autoestima em “alta” ou “baixa”.

Aspecto Ponto de Corte

Orgânico Baixa = 13 a 51 pontos

Alta = 52 a 65 pontos

Social Baixa = 13 a 51 pontos

Alta = 52 a 65 pontos

Intelectual Baixa = 14 a 55 pontos

Alta = 56 a 70 pontos

Emocional Baixa = 21 a 84 pontos

Alta = 84 a 105 pontos Fonte: Steglich (1978).

Para avaliação do perfil psicológico de gênero foi utilizado o Inventário Feminino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito – IFEGA (ANEXO B).

Este é um instrumento que avalia o esquema feminino em grupos tipológicos de esquema de gênero (HM, HF, ISO). Composto por 75 itens, onde 36 são representantes do esquema masculino (escala masculina) e 39 compõem o esquema feminino (escala feminina). A escala masculina é composta pelos fatores: Arrojamento (α=0,87), Negligência (α=0,83) e Egocentrismo (α=0,73), e a feminina pelos fatores Sensualidade (α=0,92), Inferioridade (α=0,82) e Ajustamento Social (α=0,77). Os itens são avaliados através de uma escala de cinco pontos, onde o escore 0 (zero) indica que o item não se aplica ao respondente e o escore 4 (quatro) indica que o item se aplica totalmente ao respondente.

A avaliação da funcionalidade do membro superior homolateral ao tratamento para o câncer de mama foi realizada por meio de medidas objetivas de amplitude de movimento de ombro e perimetria de membros superiores.

A avaliação da amplitude de movimento (ADM) de ombro foi obtida por meio da goniometria utilizando-se um goniômetro universal da marca CARCI. O goniômetro é um instrumento de avaliação utilizado para medir a amplitude de movimento das articulações, fornecendo dados angulares. Ele é formado por dois braços e um eixo, o eixo é posicionado sobre a articulação avaliada, um dos braços (braço móvel) acompanha o movimento realizado e o outro (braço fixo) permanece fixo até o final da medida. O goniômetro tem como vantagens ser um instrumento barato e fácil de manusear. As medidas de ADM de ombro foram feitas pelo mesmo pesquisador a fim de tornar os resultados mais confiáveis (VASCONCELOS et al, 2009).

A perimetria é um método simples, barato e que permite fácil identificação de mudanças na dimensão dos membros secundárias ao edema. Com essa técnica o volume do membro é avaliado pela medida da circunferência do segmento analisado. Neste estudo a perimetria dos membros foi obtida utilizando uma fita métrica flexível e um lápis dermatográfico para marcação dos pontos a serem medidos (BERGMANN; MATTOS; KOIFMAN, 2004).

Subjetivamente foram avaliadas a presença de alterações de sensibilidade, dor e a funcionalidade - por meio de questões incluídas no questionário de caracterização da amostra, da Escala de Estimativa Numérica da Dor e do questionário de funcionalidade de membros superiores Disabilities Of Arm, Shoulder, and Hand – DASH (ANEXO C).

A avaliação de alterações sensitivas foi realizada por meio de pergunta objetiva incluída no questionário de caracterização da amostra. A pesquisadora perguntava as participantes: - A senhora percebeu alguma diferença na sensibilidade de alguma parte do corpo após ter feito o

tratamento do câncer? Se a resposta fosse afirmativa, prosseguia-se a avaliação com duas outras perguntas: - Em que local a senhora sente essa diferença? E como ela é? As respostas eram anotadas no questionário de caracterização da amostra.

A avaliação da percepção da dor foi investigada com o auxílio da Escala de Estimativa Numérica / Numeric Rating Scale – NRS, incluída no questionário de caracterização da amostra. Trata-se de uma escala horizontal com 11 pontos que variam de 0 a 10. Na extremidade esquerda está o número 0 e significa “nenhuma dor” e, na extremidade direita está o número 10 representando a “pior dor possível”. Tal escala é amplamente difundida e utilizada nas avaliações de dor por ser de fácil aplicação e entendimento (HOSTALÁCIO, 2012).

O Disabilities Of Arm, Shoulder, and Hand (DASH) é um questionário para avaliação da funcionalidade de membros superiores, desenvolvido em 1994, pela Academy of Orthopaedic

Surgeons (AAOS) e Council of Muskuloskeletal Specialty Societies (COMSS) e, traduzido e

adaptado para a população brasileira por Orfale (2005).

O DASH possui 30 questões autoaplicáveis e dois módulos opcionais, sendo um para atividades esportivas e musicais e outro para atividades de trabalho. Os itens são relacionados à intensidade dos sintomas de dor, fraqueza, rigidez e parestesia do membro superior, além de quantificar o grau dificuldade no desempenho das atividades, o comprometimento de atividades sociais, dificuldades para dormir e alterações psicológicas que as limitações do membro causam na vida da paciente. O questionário tem como referência a semana anterior à aplicação do instrumento (CHENG, 2006).

Neste estudo, o DASH foi utilizado excluindo-se os módulos opcionais. O objetivo da aplicação do referido questionário foi verificar a correlação entre a presença de alterações na amplitude de movimento de ombro, linfedema e dor com as possíveis incapacidades funcionais apresentadas pelas pacientes. E, além disso, determinar os efeitos que as alterações causadas pelos tratamentos cirúrgicos têm sobre a vida diária das mulheres que participaram da pesquisa.

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