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Instrumentos de recolha de dados: Avaliação do processo e do produto

7. Avaliação

7.2. Instrumentos de recolha de dados: Avaliação do processo e do produto

Pelo caráter prático da disciplina, é referido que deve ser privilegiada a “observação direta do trabalho desenvolvido pelo aluno”, recorrendo para tal, a “instrumentos de avaliação diversificados que permitam registar o seu desempenho nas situações que lhe são proporcionadas e a progressão na aprendizagem (...)” (DGFV, 2005).

Como já referido, o ato de avaliação implica uma recolha, análise e síntese de um conjunto de dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de um valor ou qualidade. Segundo Luckesi (2002), a avaliação envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer com ele. A avaliação “é uma apreciação qualitativa sobre os dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisão sobre o seu trabalho”.

No entanto este não é um processo de fácil execução. Sarabbi (1986) refere que avaliação educativa

é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidências e resultados, interpretação dos mesmos para saber em que medida foram os objetivos alcançados, e formulação de um juízo de valor. (p. 28)

Por ser um processo complexo, devem ser considerados e envolvidos vários fatores na criação de instrumentos que permitam registar a avaliação.

Desta forma, tendo em consideração os pontos supracitados, as características da turma, a metodologia utilizada, e a planificação da prática letiva, foram desenvolvidos um conjunto de instrumentos que consideram diferentes métodos de avaliação. Foram construídos para este efeito:

Ficha de diagnóstico de conhecimentos; Grelha de observação de aulas, para:

Observação da autonomia, tomada de decisão e do trabalho em equipa;

Acompanhamento dos projetos – Checklist; Avaliação do produto/projeto (fases definidas).

Assim, apresentam-se de seguida, os objetivos de cada um dos instrumentos de avaliação desenvolvidos (e os momentos da intervenção em que cada um foi aplicado), no que diz respeito ao processo e ao produto. Estes instrumentos encontram-se disponíveis em anexo a este relatório.

Ficha de diagnóstico de conhecimentos:

A avaliação diagnóstica é constituída por um processo de recolha, sondagem, projeção e retrospeção da situação de desenvolvimento do aluno, possibilitando ao professor reter elementos de verificação do que o aluno aprendeu e de que forma o fez. É uma etapa no processo ensino/aprendizagem que tem por objetivo verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se deve planear para solucionar possíveis dificuldades detetadas. Desta forma, professores e alunos poderão reajustar os seus planos de ação no processo de ensino/aprendizagem. Como refere Rosado e Silva (2011), a avaliação diagnóstica “(...) averigua se os alunos

possuem os conhecimentos e aptidões para poderem iniciar novas aprendizagens” (p. 8).

O diagnóstico na educação ampliou-se, no sentido de acompanhar os objetivos educacionais, direcionados para o processo de desenvolvimento do aluno. Este tem apresentado valores de elevada importância de aplicação pois está associado a medidas preventivas e corretivas adequadas aos alunos.

Alderson (2005) sugere mesmo que a avaliação diagnóstica poderá medir o mesmo que a aplicação de um teste de conhecimentos, mas apresenta a informação em termos de feedback quer para o aluno, quer para o professor. Deste modo, a aplicação do teste diagnóstico procura conhecer características específicas dos alunos como competências, interesses, necessidades, condições de trabalho do grupo, entre outros aspetos, revelando-se primordial para o sucesso das aulas.

A avaliação é um recurso pedagógico útil e necessário para auxiliar professores e alunos na procura e na consolidação de conhecimentos, não podendo ser vista como uma ameaça.

Assim, a utilização desta avaliação diagnóstica na prática de ensino supervisionada, prende-se com o objetivo de identificar nos alunos, o conhecimento de conceitos científicos que vão ser abordados ao longo do projeto.

Com a aplicação deste instrumento foi possível identificar quais os conceitos em que os alunos apresentam maiores dificuldades, possibilitando a adoção de estratégias pedagógicas adequadas às necessidades individuais de cada aluno.

A ficha de diagnóstico de conhecimentos encontra-se disponível na web3 e em anexo (Anexo E).

Grelha de observação da autonomia, tomada de decisão e trabalho em equipa:

Como já referido anteriormente no ponto 4 deste relatório, uma das principais características da aprendizagem baseada em Projetos (PjBL), é o desenvolvimento de trabalho cooperativo e colaborativo. Neste sentido, considerou-se importante verificar a prestação de cada aluno dentro do grupo em que está inserido. Assim, a

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Disponível em:

https://docs.google.com/forms/d/1o3BaYiXNwViEt3JszXzgjjLLlBT6umngDfNkQmsZbCM/viewfor m?usp=send_form.

elaboração desta grelha de observação (Anexo F) teve como objetivo efetuar a análise do trabalho dos alunos em funcionamento dentro do grupo. Esta grelha permitiu ainda fazer o registo da pontualidade e assiduidade.

Segundo Hébert (1996, citado por Ribeiro, 2006), as grelhas de observação “facilitam o registo relativamente a ocorrências, quer seja em termos de comportamento quer de atitudes, em determinada unidade e em determinada situação de aprendizagem” (p. 83).

Esta grelha de observação baseou-se numa escala de Likert constituída por 5 indicadores, numerados de 1 a 5, em que o primeiro indicador refere-se a “Nunca” e o quinto a “Sempre” e aplicada no decorrer de todas as aulas para que fosse possível realizar uma avaliação menos subjetiva do trabalho desenvolvido pelos alunos.

Grelha de acompanhamento dos Projetos - Checklist:

A utilização deste tipo de instrumento (Anexo G) teve como principal objetivo a regulação das aprendizagens. Esta grelha destinou-se a alunos e professor, onde se procedeu ao registo de um conjunto de informações sobre o desenvolvimento do projeto. Neste sentido, a grelha de acompanhamento dos Projetos – Checklist possui um conjunto de campos referentes às diferentes fases definidas para o projeto. Para além disso, cada fase contempla um campo de descrição de aspetos positivos e constrangimentos encontrados no desenvolvimento de determinada fase.

Desta forma, com a aplicação da grelha por parte dos alunos, pretendia-se que estes fossem capazes de identificar a forma como decorreu o trabalho em determinada fase do projeto, levando a uma reflexão crítica das suas escolhas e comportamentos. Com a utilização da grelha por parte do professor, o objetivo era a possibilidade de avaliação dos alunos em determinada fase, identificando quais as principais dificuldades encontradas pelos discentes, permitindo corrigir e adotar estratégias para colmatar tais situações.

A utilização desta grelha apresentava também um outro propósito subjacente, nomeadamente identificar o cumprimento de prazos nas várias fases definidas. Deste modo, os alunos e o professor teriam a possibilidade de verificar se os objetivos e a planificação estavam a ser cumpridos ou se era necessário executar ajustes na calendarização das atividades. A aplicabilidade da grelha efetuou-se a partir da execução da primeira fase do projeto acompanhando até ao término das fases.

Avaliação do produto/projeto (fases definidas):

A aplicação da metodologia PjBL incide na obtenção de um produto final. No entanto, como já referido neste ponto do relatório, após conclusão da intervenção, o projeto continuará com o professor cooperante.

A grelha de avaliação do produto/projeto (Anexo H) foi um instrumento elaborado com o objetivo de avaliar as fases definidas (Anexo C) para os projetos desenvolvidos pelos alunos, onde se traduzem os conhecimentos que foram anteriormente adquiridos assim como as novas aquisições, decorrentes da intervenção. As fases foram definidas, com base nos conteúdos mínimos do módulo e objetivos de aprendizagem pretendidos para esta intervenção e aplicado na execução de cada fase.

Este instrumento foi aplicado sempre que os alunos terminavam uma fase do projeto, descrevendo os constrangimentos que os alunos encontraram, pelo que ia observando e recolhendo junto dos alunos, bem como a atribuição de uma classificação quantitativa por cada uma das fases terminadas.