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Instrumentos de recolha de dados

No documento Disser tese final (páginas 81-84)

Capítulo III – Metodologia de investigação

5. Instrumentos de recolha de dados

De forma a tornar viável esta investigação é obrigatório seleccionar os instrumentos, os procedimentos e os problemas da recolha da informação, condições necessárias para que a metodologia de pesquisa possa concretizar-se e a natureza da informação processada permita desencadear um estudo, a uma classificação e interpretação dos dados. Deste modo, optamos pelo inquérito por questionário como instrumento que nos poderia ajudar a obter dados relevantes.

5.1 Planificação e concepção do inquérito por questionário

Ferreira (2005, p. 165) refere que ” toda a acção de pesquisa se traduz no acto de

perguntar” ou seja, toda a pesquisa metodológica tem como finalidade a obtenção de

resposta. Deste modo o inquérito, também se afirma como uma técnica de perguntar e conseguir respostas” (…) imprescindíveis à prossecução de determinadas finalidades, geralmente de controlo, e com a possibilidade de se arrogarem da legitimidade de perguntar”.

A utilização de questionários possibilita avaliar a partir das respostas obtidas das perguntas elaboradas, as atitudes, opiniões, crenças dos sujeitos ou qualquer outro tipo de informação dos mesmos, que nos conduzam a ilações sobre o seu significado e alcance.

Sendo um instrumento de medida que ajuda a organizar, a normalizar e a controlar os dados, para que os mesmos sejam conseguidos de forma criteriosa. É certo que o

questionário não permite ao investigador aprofundar o seu trabalho da mesma maneira que a entrevista, mas, também é certo, que evita e controla melhor os enviesamentos (Freixo, 2011). Só assim, se compreenderá o uso generalizado do inquérito apesar das suas restrições enquanto técnica de investigação empírica.

Nesta investigação optou-se pelo inquérito por questionário dado ser este o instrumento de recolha de dados mais adequado quando a pretensão é encontrar respostas para o problema, através da utilização de procedimentos científicos. Como afirma Tuckman (2005, p.16) “ a investigação por inquérito tem um valor inegável como processo de recolha

de dados (…) quando construídos adequadamente e se aplicam no quadro de uma investigação (…) podem ser utilizados como instrumentos de grande vantagem”. Nesse

sentido foram elaborados em triangulação dois inquéritos por questionário complementares, com aplicação aos dois subgrupos em estudo, ou seja, Professores Relatores/Supervisores e Professores Avaliados/ Supervisionados, tendo como referência os inquéritos de Amorim (2010) par avaliar as competências do Coordenador de Departamento.

Foram também seguidas algumas etapas de modo a concretizá-lo da melhor forma: foi introduzido um texto introdutório de modo a clarificar a finalidade do estudo, os fins para que vão ser utilizados os seus dados e por último a garantia da confidencialidade dos mesmos (Tuckman, 2005); na construção das questões, tivemos em conta o que Freixo (2011, p. 199) menciona quanto ao conteúdo do questionário, já que este deve estar subdividido em “duas grandes categorias de questões. Aquelas que se debruçam sobre factos e aquelas ainda que se debruçam sobre opiniões, atitudes, preferências, etc”.

Assim, na primeira parte (I) solicitamos a caracterização pessoal e profissional, na segunda parte (II) o contexto escolar e posicionamento do inquirido face ao exercício da função de Relator/Supervisor na visão dos Professores Relatores/Supervisores e Professores Avaliados/ Supervisionados. Assim na segunda parte (II) abordamos oito pontos que nos parecem importantes para percepcionar tais convicções dos docentes: “ Atribuição do cargo Relator/Supervisor”; “Qualidades do Relator/Supervisor”, “Competências do Relator/Supervisor”; ”Trabalho do Relator/Supervisor”; “ A Praxis e Efeitos do trabalho Relator/Supervisor”; “ Reajustamentos ao processo da ADD”.

Salienta-se que esta parte dos dois inquéritos foi construída tendo em atenção as particularidades inerentes à legislação da ADD relativamente aos dois subgrupos do estudo. (Apêndice 2, p. iii e Apêndice 3, p. viii )

Nesta segunda parte do questionário, a opção recaiu para as questões fechadas tendo em linha de conta as afirmações de Ferreira (2005) e Foddy (2002) que consideram que mais facilmente se estabelece a ligação entre o inquirido e o investigador às pretensões do último em relação aos resultados, já que deste modo, o inquirido estará condicionado ao

que o investigador quer saber sobre a temática em estudo, situação que proporciona maior comparabilidade dos dados obtidos.

Deste modo, as questões 3, 8, 9 no caso do inquérito dos Professores Relatores/Supervisores e as questões 3 e 8 no inquérito Professores Avaliados/ Supervisionados abrangem perguntas cujas respostas se limitam a SIM e a NÃO, respostas fechadas.

No que concerne à questão 4 de ambos inquéritos solicitamos perante um conjunto de 10 afirmações que sejam assinaladas três mais importantes para o inquirido na nomeação Relatores/Supervisores, mantendo a linha anterior de respostas direccionadas ou fechadas.

Nesta parte do inquérito, recorremos às escalas sociais relativamente às questões 5, 6 e 7 de ambos os inquéritos onde é solicitado aos inquiridos que analisem segundo uma escala de LiKert, o seu grau de concordância em que 1=Nada; 2= Pouco; 3= Bastante e 4= Totalmente visando conhecer melhor as percepções dos mesmos a cada um dos indicadores seleccionados, no um conjunto de doze afirmações por cada questão. De salientar, que se optou por eliminar a resposta alternativa da “indecisão” =0 e que faz parte do formato da escala LiKert, colocando o que se designa por “ barreira-imposta) (fence- sitting),ou seja, o não envolvimento do inquirido é evitado, sendo deste modo, garantida a sua percepção sobre a temática em investigação (Tuckman, 2005).

Segundo a inventariação de Youngman (1986, cit. por Bell, 2010) a pergunta aberta possibilita ao inquirido a oportunidade de exprimir algumas considerações pessoais sobre o tópico da investigação. Por essa razão, optamos por finalizar o questionário dessa forma, assim a última questão de ambos os inquéritos, tem o intuito de deixar espaço para os indivíduos expressarem opiniões não abrangidas no questionário, e por apontar vantagens para investigação, ampliado a sua dimensão a aspectos que o investigador não explorou, mas que podem ser um contributo importante para as suas conclusões. Neste sentido procedeu-se a posterior a uma análise de conteúdo da questão 9/10 nos respectivos inquéritos.

Antes de procedermos à aplicação dos inquéritos por questionários, realizamos um pré-teste do mesmo, tendo conta o que Ghilione e Matalon (2005,p. 155) defendem que após a primeira versão do questionário estar pronta e a formulação das perguntas e a sua ordem já pré-determinada ” é necessário garantir que o questionário seja de facto aplicável e

responda efectivamente aos problemas colocados pelo investigador”.

Para isso, recorremos a professores de outras escolas e não da amostra, mas representativos dos dois subgrupos em estudo para responderem ao questionário e assinalarem todas as dúvidas no preenchimento e eventuais erros de construção, rigor e

clareza das questões, para que posteriormente fosse possível procedermos à sua reformulação.

Por último, decidimos como método de recolha das informações este tipo de questionário, na vertente de questionário auto-aplicado, que no entender de Ghiglione & Matalon (idem) ser uma técnica mais simples para se aplicar e permitir seleccionar se assim entendermos os indivíduos e aplicar em grande escala.

Relativamente à análise e tratamento de dados obtidos serão apresentados no subcapítulo 3.8.

No documento Disser tese final (páginas 81-84)