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Tipo de Metodologia

No documento Disser tese final (páginas 78-81)

Capítulo III – Metodologia de investigação

2. Tipo de Metodologia

Optamos por uma metodologia de carácter indutivo, ou seja, valorando a experiência como ponto de partida para a generalização do conhecimento, segundo Freixo (2011), é a procura da verdade por intermédio da comprovação de hipóteses, que funcionam como elos de ligação entre a observação da realidade e a teoria científica que explica a realidade. Nesse sentido, o nosso estudo insere-se num quadro de investigação de natureza quantitativa e de cariz comparativo, já que, pretendemos comparar as percepções dos relatores/supervisores e dos professores avaliados/supervisionados quanto à problemática em estudo. Assim estamos perante um procedimento metodológico de estudo de caso, já que se afirma, essencialmente por investigar um fenómeno actual no seu contexto real, o interesse é explicar, controlar e predizer, ou seja, a sua finalidade neste contexto é descrever de forma intensiva os comportamentos de um grupo. Contudo, nesta investigação em concreto, em que existe um enfoque determinado, sem continuidade temporal e não limitado por um ponto de partida e de chegada (Flick, 2005), será mais apropriado designá- lo como um caso em estudo, já que, efectivamente se concentra a uma escola e a uma população singular, subdividida em dois grupos, professores relatores/supervisores e professores avaliados/supervisionados.

No entanto, estamos conscientes que a importância de uma investigação está patente de igual forma na sua validação externa, isto é, na possibilidade da sua generalização. Segundo Yin (cit por Freixo, 2011), o estudo de caso apenas permite ajudar a surgir novas teorias ou ajudar a confirmar ou infirmar as teorias já existentes e nunca a contribuir para generalizações alargadas. No entender de Bell (2010) a procura de relações ou semelhanças entre o que é descrito e o que acontece noutros locais podem ser válidos sempre que promovem a melhoria da educação.

Deste modo, é com essa demanda que nos propomos a encarar a problemática do papel do supervisor pedagógico na escola e possibilitar a partilha de convicções e tópicos para processos de mudança da supervisão em Portugal.

3. Pergunta de Partida

Ao se iniciar um trabalho de investigação na área das ciências sociais a capacidade de se enunciar o projecto através de uma Pergunta de Partida é uma tarefa que requer ao investigador ”exprimir o mais exactamente possível aquilo que procura saber, elucidar,

compreender melhor” (Quivy e Campenhoudt, 2008, p. 44). Para Tuckman (2005) a

estabelecer uma relação entre duas ou mais variáveis; ser formulada de forma clara e sem ambiguidade; ser formulada em forma de questão e testável por métodos empíricos, ou seja, deve permitir a recolha de dados que respondam à questão formulada e ainda não representar qualquer atitude moral ou ética.

Assim, a fase da conceptualização requer a capacidade de formular e organizar ideias, uma revisão inicial de literatura para identificação e sustentação do problema. Por sua vez, tais tarefas, permitem de uma forma gradual conduzir ao enunciado do objectivo, às questões de investigação e as hipóteses consideradas. Desta forma, será possível tornar a formulação da questão de partida da investigação, específica, única e individualizada (Freixo, 2011).

Por último, Almeida & Pinto (2005, p.62) afirma que “a forma e os protocolos da

pergunta hão-de condicionar as respostas que se obtém”, assim, as constatações empíricas

alcançadas no final do estudo são previamente determinadas, quanto mais não seja, capazes de afigurar no “âmbito questionamento formulado”.

A finalidade deste estudo prende-se com as competências que devem caracterizar o papel do supervisor/relator. Assim a objectivo geral do nosso estudo é responder á seguinte Pergunta de Partida:

- “De que forma o papel do supervisor como mediador no processo do desenvolvimento pessoal e profissional do professor é viável na escola do séc. XXI?”

Para tentar responder a esta pergunta delineamos para o nosso estudo um objectivo geral, objectivos específicos e as hipóteses, a seguir indicados.

4. Hipóteses e objectivos

4.1 Hipóteses

Segundo Quivy & Campenhoundt (2008) e Bell (2010) quandose pretende conduzir uma investigação de forma correcta, sem no entanto comprometer o lado heurístico e especulativo que define qualquer acção intelectual, a sua organização está intrinsecamente dependente da escolha das hipóteses a trabalhar. Concomitantemente, também não se pode falar de um trabalho de investigação sem a presença das mesmas, já que estas são as expectativas sobre os acontecimentos, são abstractas e alicerçadas numa reflexão teórica e num conhecimento preparatório do fenómeno estudado. As hipóteses representam como uma pressuposição, sobre comportamento real dos indivíduos estudados. Deste modo, estão sujeitas a verificação ao longo da investigação para determinar a relação entre

variáveis, fornecem o fio condutor à mesma e servem para confirmar ou infirmar a pergunta de partida.

Perante este enquadramento, colocamos as seguintes hipóteses de estudo.

Hipótese 1 - Ao “ressignificar” o papel do supervisor no contexto da escola portuguesa será possível caminhar para uma escola reflexiva.

Hipótese 2 - A acção e competências do supervisor são diferenciadas e vivenciadas de forma diferente na mesma escola.

Hipótese 3 - Os efeitos no desenvolvimento pessoal e profissional do professor são perceptíveis pela existência de uma supervisão pedagógica.

Hipótese 4 - A dimensão afectiva é fundamental para exercer uma praxis supervisiva que potencie o trabalho colaborativo.

4.2 Objectivo geral

Estudar, face as exigências e mudanças ocorridas no contexto do processo avaliativo se a existência dos supervisores é factor essencial na melhoria do

desempenho docente e para a escola, averiguando para esse efeito o que pensam os

professores sobre o perfil e as competências inerentes ao cargo de relator/supervisor, e simultaneamente, como percepcionaram o trabalho desenvolvido neste ciclo avaliativo que terminou e seus efeitos no seu processo de formação contínua enquanto profissionais de educação.

4.3 Objectivos específicos

Sendo as hipóteses antecipações, palpites iniciais, conjecturas prévias imaginativas do que pode ser verdade, estas podem ser testadas através da investigação, nesse sentido é a pretensão deste estudo tentar clarificar um pouco sobre o perfil e competências do supervisor e a sua validade e influência no crescimento pessoal e profissional do professor avaliado/supervisionado.

Assim sendo, os objectivos específicos são ancoragem da nossa motivação para compreender melhor as convicções da classe docente sobre a quem, de que forma e

como nas escolas portuguesas deve a função do professor relator/supervisor estar

A auscultação dessas expectativas ou desejos são certamente uma orientação na nossa aprendizagem e formação pessoal e profissional, assim como, julgamos poder ser um pequeno contributo na procura de uma supervisão pedagógica consonante, profícua e real em benefício de todos actores educativos e, para isso, definimos como objectivos específicos:

 Identificar os aspectos mais relevantes dos relatores/supervisores aquando da sua nomeação para a classe docente.

 Identificar as percepções da classe docente sobre os moldes em que deve ser realizada praxis supervisiva.

 Verificar se o uso das apetências afectivas na praxis supervisiva potencia o desenvolvimento pessoal e humano do professor avaliado/supervisionado.

No documento Disser tese final (páginas 78-81)