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Instrumentos e método de recolha de dados

2. INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA

2.1 Metodologia

2.1.8 Instrumentos e método de recolha de dados

Esta etapa da investigação consiste na recolha de dados, para isso é necessário a elaboração e aplicação dos instrumentos que permitam obtê-los indo ao encontro dos objetivos do estudo e às caraterísticas da população. Esta construção do instrumento emerge da conceitualização e deve adaptar-se às variáveis em estudo, possuindo as caraterísticas da fidelidade e validade, sem as quais as conclusões da pesquisa serão facilmente pouco válidas.

Para Fortin (2009; Hill & Hill, 2002) o questionário é um dos métodos de colheita de dados que necessita das respostas escritas a um conjunto de questões por parte dos sujeitos. É um instrumento de medida que traduz os objetivos de um estudo com variáveis mensuráveis.

O questionário e a escala de MOS-SSS foram as técnicas escolhidas para o levantamento empírico dos dados. A escala a utilizar é sobre o apoio social a doentes crónicos, validada para a população portuguesa, sendo um questionário de Medical

Outcomes Study Social Support Survez (MOS-SSS). Estes foram os instrumentos

escolhidos, considerando-se serem os mais adequados, uma vez que há conhecimento prévio da população quanto às suas condições e modos de vida, os seus comportamentos, os seus valores ou as suas opiniões e o elevado número de doentes no CHTV e na Beirodial – Centro Médico e Diálise de Mangualde justificam o método do questionário. O questionário encontra-se dividido em três partes: Secção A que apresenta a caraterização sociodemográfica e de contexto, Secção B a perceção do apoio social e a Secção C as consequências da HD (Apêndice 3):

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Secção A – Caraterização Sociodemográfica e de Contexto, contém nove questões, em que uma questão se encontra subdividida; Esta secção pretende traçar o perfil dos inquiridos em termos de sexo, residência, idade, estado civil, habilitações literárias, fonte de rendimentos, número de filhos, coabitação e tempo de realização de hemodiálise.

As perguntas de um questionário escritas para medir opiniões, atitudes ou satisfações devem ser de forma neutra, contendo tanto a possibilidade de resposta positiva, como negativa e neutra, que é como se carateriza a Sessão B e C:

Secção B – Perceção do Apoio Social, contém três questões, que se encontram subdivididas; Nesta sessão pretende-se com a primeira questão que os inquiridos exprimam a frequência de contato com os membros da sua rede social, tendo esta questão sido baseada no Mapa de Rede Social tratado na literatura, sendo as possibilidades de respostas em forma de escala, em que o nº 1 corresponde a “Todos os dias da semana” até ao nº 7 que corresponde a “< de 1 vez por mês.” Com a questão seguinte pretende-se apurar a opinião acerca do apoio social informal e formal que lhe é prestado, estando também as questões em forma de escala de avaliação, em que o nº 1 corresponde a “Muito Mau” até ao nº 5 que corresponde a “Muito Bom”. Ainda nesta sessão, segue-se a última questão onde se pretende compreender a opinião acerca dos apoios/benefícios oferecidos pelo Estado, através de uma escala de frequência, em que o nº 1 corresponde a “Nunca” e o nº 5 corresponde a “Sempre”;

Secção C – Consequências da Hemodiálise, à semelhança da secção anterior, contém três questões, que se encontram subdivididas. Com esta sessão pretende-se que os inquiridos identifiquem as consequências físicas, sociais e psicológicas que este tratamento acarreta, estando as possibilidades de resposta em forma de escala de frequência, em que o nº 1 corresponde a “Nunca” e o nº 5 corresponde a “Sempre”.

As escalas de medida são compostas por vários itens, tendo uma relação lógica ou empírica, que indicam o grau escolhido pelos inquiridos que se caraterizam relativamente a um conceito ou fenómeno em particular. Estas escalas servem, principalmente, para avaliar variáveis psicossociais, transformando variáveis qualitativas em variáveis quantitativas, de modo a poderem ser analisadas estatisticamente para as avaliar.

A escala aplicada é o questionário de MOS-SSS, desenvolvido por Sherbourne e Stewart foi validada para a versão portuguesa por Fachado, Martinez, Villalva e Pereira, com a sua aplicação a 101 doentes com doença crónica, utentes de um centro de saúde rural de Portugal. Este questionário contém um total de vinte questões em que a primeira

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avalia a rede social e as restantes avaliam o apoio social estrutural e funcional. A avaliação do apoio funcional deste questionário define quatro dimensões: apoio material, apoio emocional, apoio afetivo e interação social positiva (Anexo 3) (Sherbourne & Stewart, cit. por Fachado, Martinez, Villalva & Pereira, 2007).

O tipo de escalas utilizadas tanto no questionário de criação própria, como no questionário de MOS-SSS são escalas de Likert, que para Fortin (2009, p. 257) “consiste em pedir aos sujeitos que indiquem se estão mais ou menos de acordo ou em desacordo relativamente a um certo número de enunciados, escolhendo entre cinco respostas possíveis.” Neste tipo de escalas quando uma variável é medida sobre uma escala ordinal, a diferença entre dois valores pode ser interpretada como uma “unidade de concordância”. Esta escala, bem como o questionário contêm perguntas de concordância/discordância baseadas na escala de Likert, pontuada de 1 a 5, que foi agrupada em diversos domínios do apoio social e suas consequências.

Para implementar o estudo solicitou-se a autorização ao Conselho de Administração/Diretor Clínico do CHTV (Apêndice 1) que a remeteu ao Diretor do Serviço de Nefrologia e Diálise para iniciar a recolha dos dados. O mesmo pedido foi feito à Direção Clínica da Beirodial – Centro Médico e Diálise de Mangualde (Apêndice 2), obtendo respostas positivas (Anexos 1 e 2).

Na abordagem aos doentes para aplicação do questionário foi dado conhecimento dos objetivos deste trabalho, pedindo o seu consentimento e garantindo o anonimato da fonte.

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