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INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

No documento Atividade física e a doença de Alzheimer (páginas 32-36)

5. DIMENSÕES METODOLÓGICAS

5.5 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

Inicialmente o processo de contato com o Asilo foi via telefônica, onde foi marcado o dia para que pudéssemos conversar com algum responsável pelo lar, após a data marcada,

fomos até o local de estudo explicando como seria realizada a pesquisa em busca de um paciente com Alzheimer com condições físicas para realizar atividades físicas. Desta forma, o estudo contou com uma paciente com Alzheimer e mais uma equipe multiprofissional.

A participante foi convidada mediante informação contida no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE 1) que é parte integrante do processo que foi analisado e assinado pelo responsável legal adjunto com o Termo de Confidencialidade (APÊNDICE 2). A paciente com Alzheimer realizou o protocolo de testes e atividades físicas descrito adiante e a equipe multiprofissional respondeu um questionário em relação a paciente.

Em relação aos instrumentos de avaliação, em primeiro momento a equipe multiprofissional que são responsáveis pela participante, responderam um questionário com questões abertas em relação a atual situação física e psicossocial da paciente. Tal questionário foi aplicado apenas na pré-intervenção, onde eles abordavam a sua opinião em relação a saúde da paciente com Alzheimer.

Em segundo momento a paciente com Alzheimer realizou avaliações (pré e pós intervenção) dentro de um ciclo de três messes com média de nove intervenções de atividades físicas por mês. Os instrumentos utilizados foram: para avaliação cognitiva, o questionário Mini-exame do Estado Mental (MEEM) e o Teste do Relógio; para testes motores, a Escala de Equilíbrio Funcional de Berg (EEFB) e o teste Timed Up-and-Go (TUG), tempo (TUGs) e passos (TUGp); para teste de agilidade e equilíbrio dinâmico, a Escala de Agilidade e Equilíbrio Dinâmico da AAHPERD (AGILEQ).

O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) é um instrumento composto por questões agrupadas em sete categorias, cada qual planejada com o objetivo de se avaliarem o perfil cognitivo global e funções cognitivas específicas. São elas: orientação para tempo, orientação para local, registro de três palavras, atenção e cálculo, recordação das três palavras, linguagem e capacidade visual construtiva. O escore do MEEM varia de 0 a 30 pontos, sendo que valores mais baixos apontam para possível déficit cognitivo (FOLSTEIN et al., 1975).

Como o MEEM sofre influência da escolaridade, valores de referência foram propostos com objetivo de distinguir sujeitos com possíveis déficits cognitivos. Brucki et al. (2003) analisaram uma amostra brasileira e sugeriram os seguintes valores para estudos em nosso meio: para analfabetos, 20 pontos; de 1 a 4 anos de escolaridade, 25; de 5 a 8 anos, 26,5; de 9 a 11 anos, 28; e, para indivíduos com escolaridade superior a 11 anos, 29 pontos.

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Outro instrumento utilizado como ferramenta de avaliação neurológica, psiquiátrica e psicológica é o Teste do Relógio, amplamente utilizado como teste de rastreio, de simples aplicação e de rápida execução, que avalia diversas dimensões cognitivas, como memória, função motora, função executiva e compreensão verbal (Aprahamian, Martinelli, Cecato, Izbicki, & Yassuda, 2011). Por avaliar a memória e outras funções cognitivas, o Teste do Relógio é aplicado em idosos com suspeita de síndrome demencial.

O teste Relógio para sua realização era entregue a participante uma folha em branco e um lápis e dada a seguinte instrução: “Eu gostaria que você fizesse um desenho de um relógio com todos os números dentro”; após: “Agora, desenhe os ponteiros marcando 2h45min”. As instruções eram repetidas nos casos de dúvida. Utilizou-se a pontuação proposta originalmente por Sayeg (2010), que consiste numa escala de pontuação de 1 a 5 em relação ao relógio e números incorretos: 1- Não houve iniciativa ou não conseguiu, desenho não interpretável; 2-Desenho indica que a solicitação foi de certa forma compreendida, mas pouca semelhança com um relógio; 3-Distorção na numeração; 4-Números faltando ou situados fora dos limites do relógio; e 5-Numeração em ordem inversa, ou concentrada em alguma parte do relógio. Dentro da mesma escala de pontuação como sequencia tem de 6 a 10 em relação ao relógio e os números corretos, a pontuação 6-Interpretação errada da solicitação de desenho dos ponteiros (desenho de “relógio digital”, indicar as horas colocando círculos nos números, etc.); 7-Ponteiros alterados, porém compreensíveis, hora errada, mas números corretos; 8- Pequenos erros no tamanho e posição dos ponteiros; 8-Pequeno erro no tamanho dos ponteiros. Posição certa. Hora correta; e 10-Desenho correto. Para a interpretação da pontuação o mesmo autor menciona que menor que 7 é anormalidade; Pontuação entre 6-8 é suspeita e Pontuação entre 9-10 é desempenho normal.

A Escala de Equilíbrio Funcional de Berg (EEFB) traduzida por Miyamoto et al. (2004) é muito utilizada principalmente para determinar os fatores de risco para perda da independência e para quedas em idosos. A escala avalia o equilíbrio em 14 itens comuns à vida diária. Cada item possui uma escala ordinal de cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos, sendo a pontuação máxima, portanto, 56. Os pontos são baseados no tempo em que uma posição pode ser mantida, na distância que o membro superior é capaz de alcançar à frente do corpo e no tempo para completar a tarefa (BERG et al., 1996).

Segundo Shumway-Cook e Woolacott (2003), quanto menor a pontuação atingida pelo indivíduo, maior será o seu risco de queda, ou seja, entre 53-46 pontos, existe de baixo a

moderado risco para quedas, e que pontuações abaixo de 46 pontos indicam alto risco para quedas.

O Teste Timed up and Go (TUG) segundo Podsiadlo e Richardson (1991), assim como a EEFB, é um instrumento importante para avaliar o equilíbrio. Nele, o tempo para se levantar de uma cadeira com braços, percorrer por uma distância de 3 metros e retornar à cadeira (Figura 1), bem como número de passos, são registrados, ou seja, o idoso senta-se em uma cadeira com braços e recebe ordem de levantar e caminhar para frente até uma marca no piso, girar de volta e sentar-se na cadeira. O tempo dispendido é medido com cronômetro a partir da ordem de "vá". Maiores valores de tempo e número de passos representam maior risco de quedas.

De acordo com os mesmos autores, valores de tempo de menos de 10 segundos sugerem indivíduos totalmente livre e independentes; os pacientes que realizam o teste entre 10 e 19 segundos são independentes, pois têm razoável equilíbrio e velocidade de marcha. Aqueles que dispendem entre 20 e 29 segundos estão em uma "zona cinzenta", isto é, demonstram dificuldades para as tarefas da vida diária. Os sujeitos com escore de tempo de 30 ou mais segundos tendem a ser totalmente dependentes para muitas atividades básicas e instrumentais da vida diária (levantar-se de uma cadeira, alimentar-se, trocar-se, banhar-se, caminhar (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991). Era demonstrado previamente ao paciente como se realizava o teste, sendo dadas instruções de caminhar segundo sua velocidade e seu passo habituais. Em caso de dúvida na execução do mesmo por parte do indivíduo ou do examinador, o mesmo era repetido.

Figura 1. – Ilustração gráfica do teste Timed up and Go (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991).

O Teste de Agilidade e Equilíbrio Dinâmico é um dos testes da bateria da American

Alliance for Health Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD) delineada

especificamente para idosos (OSNESS et al., 1990). O teste envolve atividade total do corpo com movimentos para frente, mudanças de direção e posição do corpo.

Como está ilustrado na figura 2, é um teste que envolve vários movimentos do corpo com mudanças de direções e posições. O participante inicia o teste sentado numa cadeira com

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os pés apoiados no solo. Ao sinal de "pronto, já" ele se move para a direita e circunda um cone posicionado a 1,50 m para trás e 1,80 m para o lado da cadeira, retornando para a cadeira e sentando-se. Imediatamente, o participante levanta-se novamente, move-se para a esquerda e circunda o segundo cone, retornando para a cadeira e sentando-se novamente. Esse procedimento completa um circuito. O sujeito deve concluir dois circuitos completos. São realizadas duas tentativas (dois circuitos cada), e o melhor tempo (o menor) é anotado, em segundos, como o resultado final. (OSNESS et al., 1990)

Figura 2 – Ilustração gráfica do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (OSNESS et al., 1990).

No documento Atividade física e a doença de Alzheimer (páginas 32-36)

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