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Instrumentos financeiros derivativos Política de gestão de risco

COMPANHIAS COLIGADAS E JOINT VENTURES Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização NIBRASCO 29 47 105 393 386

25 Instrumentos financeiros derivativos Política de gestão de risco

A estratégia de gestão de risco da Vale engloba uma abordagem gerencial de risco onde nós avaliamos não apenas o impacto das variáveis negociadas no mercado financeiro sobre os resultados do negócio, como também os impactos provenientes de riscos de crédito e riscos operacionais.

Uma abordagem de risco global é considerado mandatório para a Vale como sendo uma tradicional medida de risco, tal como o VaR (Valor em Risco), não são suficientes para avaliar as exposições do grupo, uma vez que, no caso da Vale, o principal objetivo é evitar possível falta de recursos em caixa para honrar compromissos futuros.

Consideramos ainda, as correlações entre os diversos fatores de risco de mercado quando avaliamos nossas exposições. Desta forma somos capazes de avaliar o impacto líquido em nosso fluxo de caixa provenientes das principais variáveis do mercado. Com base nesse quadro, também observamos uma diversificação natural de produtos e moedas em nosso portfólio. Esta diversificação implica em uma redução natural dos níveis de risco da empresa. Adicionalmente, estamos constantemente implementando estratégias de mitigação de risco que contribuem significativamente para reduzir a volatilidade de nosso fluxo de caixa além dos níveis inicialmente observados e em níveis aceitáveis de risco.

A Vale entende que o gerenciamento de risco é fundamental para apoiar sua estratégia de crescimento e flexibilidade financeira. A redução do risco quanto aos fluxos de caixa futuros melhora a capacidade de crédito da Companhia, facilitando o acesso a diversos mercados. Como um compromisso ao gerenciamento estratégico de risco, o Conselho de Administração estabeleceu uma política global de gestão de risco corporativo e um comitê executivo de gestão de risco.

A política de gestão de risco determina que a Vale deve avaliar regularmente o risco associado ao seu fluxo de caixa, bem como propostas de mitigação de risco. Conforme necessário, as estratégias de mitigações de risco deverão ser executadas com o objetivo de reduzir a volatilidade do fluxo de caixa. A Diretoria Executiva é responsável pela avaliação e aprovação das estratégias de mitigação de risco de longo prazo que foram recomendadas pelo comitê executivo de gestão de riscos.

O comitê executivo de gestão de risco auxilia nossos executivos na supervisão e revisão das atividades de gerenciamento de risco, incluindo os princípios, políticas, processos e procedimentos, e nos instrumentos empregados para gerenciar o risco. O comitê periodicamente reporta à Diretoria Executiva o processo de gestão e monitoramento dos riscos e os principais riscos aos quais a Companhia está exposta, bem como o impacto destes sobre o fluxo de caixa.

A política e as normas de gestão de risco, que complementam os normativos de governança corporativa de gestão de riscos, proíbem explicitamente operações de derivativos de caráter especulativo e determinam a diversificação de operações e contrapartes.

Além da estrutura normativa de gestão de risco, a Vale conta ainda com uma estrutura corporativa com responsabilidades bem definidas. A recomendação e a execução das operações são feitas por áreas independentes. É responsabilidade da área de gestão de riscos definir e propor ao comitê executivo de gestão de risco operações ou medidas de mitigação de riscos de mercado consistentes com a estratégia da Vale e suas empresas consolidadas. É responsabilidade da área financeira a execução das operações de mitigação de riscos que envolvam contratação de derivativos. A independência entre as áreas garante um controle efetivo sobre estas operações.

A exposição consolidada dos riscos de mercado e o portfólio dos derivativos são mensalmente mensurados e monitorados de modo a avaliar os resultados financeiros e os possíveis impactos em nosso fluxo de caixa, e garantir que os objetivos inicialmente traçados sejam atingidos. O cálculo do valor justo das posições é disponibilizado semanalmente para acompanhamento gerencial.

Considerando a natureza dos negócios e operações da Vale, os principais fatores de risco de mercado aos quais estamos expostos são:

• Taxas de juros; • Taxas de câmbio; e

• Preços de produtos e insumos

Risco cambial e de taxa de juros

O fluxo de caixa da Vale está exposto à volatilidade de diversas moedas. Embora a maioria dos preços esteja indexada ao dólar americano, a maioria de nossos custos, desembolsos e investimentos estão indexados a outras moedas estrangeiras diferentes do dólar americano, basicamente reais brasileiros e dólares canadenses.

Instrumentos financeiros podem ser utilizados para reduzir a volatilidade do fluxo de caixa da Vale devido ao descasamento de moedas entre a dívida e as receitas. Nosso portfólio de derivativos de moeda estrangeira e taxas de juros é composto basicamente por swaps de taxa de juros para converter fluxo de caixa flutuantes em real para fluxos com taxas fixas ou flutuantes, em dólares americanos, sem nenhuma alavancagem.

A Vale também está exposta ao risco de taxa de juros sobre os empréstimos e financiamentos. A nossa dívida atrelada à taxa flutuante, consiste principalmente em empréstimos, incluindo adiantamentos para exportação, empréstimos em bancos comerciais e organizações multilaterais. Em geral, nossas dividas em dólar americano com taxa flutuante estão sujeitas a variações na “London Interbank Offer Rate” (USD LIBOR). Para atenuar os efeitos da volatilidade das taxas de juros, a Vale aproveita as proteções naturais resultantes da correlação entre os preços dos metais e as taxas de juros flutuantes em dólar americano. Quando não há proteção natural, optamos por buscar o mesmo efeito com o auxílio de instrumentos financeiros.

Nossa dívida denominada em Reais sujeita a juros flutuantes são as debêntures, empréstimos junto ao BNDES e financiamentos para bens e serviços. Essas taxas são principalmente no CDI e a TJLP.

Essas operações de swap procuram ter as datas de liquidação similares aos do instrumento que estamos protegendo, sempre levando em consideração as restrições de liquidez do mercado. A cada data de liquidação, os resultados dos swaps, compensam parcialmente os impactos do dólar americano em relação à moeda brasileira, em nossas obrigações, contribuindo para estabilizar os desembolsos em dólares americanos para os pagamentos do principal e dos juros de nossa dívida em Reais.

Na ocorrência de uma apreciação (depreciação) do real frente ao dólar americano, o impacto negativo (positivo) em nossa dívida denominada em Reais (juros e/ ou principal) convertida para dólares americanos será parcialmente compensado por um efeito positivo (negativo) de uma transação de swap, independente da taxa do dólar americano/ reais na data de pagamento.

Temos outras exposições vinculadas à nossa dívida. Para reduzir a volatilidade do fluxo de caixa decorrente de uma linha de crédito do KFW (Kreditanstalt für Wiederaufbau) indexada ao Euribor, a Vale contratou operações de swap para converter o fluxo de caixa em euros para dólares americanos.

De forma a reduzir a volatilidade de fluxo de caixa associada à exposição cambial oriunda da venda de carvão a preço fixo, a Vale contratou operações de compra a termo de dólar australiano.

Risco de Preços de Produtos

A Vale também está exposta a vários riscos de mercado globais de commodities relacionados à volatilidade dos preços dos mercados mundiais.

Atualmente as operações de derivativos de commodities incluem níquel, alumínio, óleo combustível (bunker oil) e frete marítimo (FFA), e possuem o mesmo intuito de proteger o fluxo de caixa das volatilidades de preço desses produtos.

Níquel – A Companhia possui as seguintes operações de derivativos nesta categoria:

• Programa de Hedge Estratégico - Com o objetivo de proteção de fluxo de caixa para os anos de 2009 e 2010, realizamos operações de derivativos onde fixamos o preço de parte das vendas de níquel no período.

• Programa de vendas a preço fixo – nós utilizamos contratos futuros de níquel na London Metal Exchange (LME) com o objetivo de manter nossa exposição à flutuação dos preços de níquel, dado que, em alguns casos, o produto é vendido a preço fixo para alguns clientes. Este programa foi interrompido em função da decisão de proteção estratégica do fluxo de caixa.

• Programa de compra de níquel – a Vale também vendeu contratos futuros de níquel na LME para minimizar o descasamento entre o período de precificação da compra de níquel e o período da revenda do produto processado.

Alumínio – Com o objetivo de proteção de fluxo de caixa para os anos de 2009 e 2010, realizamos operações de derivativos onde fixamos o preço de parte das vendas de alumínio no período.

Óleo combustível - Bunker Oil – De modo a reduzir o impacto da flutuação de preço do Bunker Oil, no custo de frete e consequentemente no fluxo de caixa da Companhia, a Vale implementou um programa de derivativos que consiste em compra a termo e swaps.

Fretes marítimos – Para reduzir o impacto da flutuação dos preços de frete no fluxo de caixa da Companhia, a Vale implementou um programa de derivativos que consiste na compra de contratos futuros de frete (Forward Freight Agreements - FFA).

Derivatives embutidos – Adicionalmente aos contratos mencionados acima, a Vale Inco Ltd., subsidiária integral da Vale, possui contratos de compra de concentrado de níquel e matérias-primas, nos quais há provisões baseadas no comportamento dos preços de níquel e cobre. Estas provisões são consideradas derivativos embutidos. Existe um derivativo embutido relacionado à energia de nossa subsidiária Albras, na qual existe um prêmio que poderá ser cobrado baseado no comportamento dos preços de alumínio.

De acordo com o pronunciamento ”Accounting for Derivative Financial Instruments and Hedging Activities”, todos derivativos, designados em relacionamento de hedge ou não, são registrados no balanço patrimonial a valor justo e os ganhos ou perdas de valor justo são registrados no resultado corrente, a não ser se qualificado como hedge accounting. Um derivativo deve ser designado em um relacionamento de proteção de maneira a ser qualificado para hedge accounting. Estas normas incluem determinação de quais parcelas de hedge são considerados eficazes ou ineficazes. Em geral, uma relação de hedge é eficaz quando uma mudança no valor justo do derivativo é compensada por uma mudança igual e contrária no valor justo do item protegido. De acordo com estas normas, testes de eficácia são realizados de maneira a avaliar a eficácia e quantificar a ineficácia dos hedges designados.

Em 31 de dezembro de 2009, temos um hedge de fluxo de caixa em aberto. Um hedge de fluxo de caixa é uma proteção à exposição na variabilidade do fluxo de caixa futuro esperado, atribuível a um risco particular, como uma compra ou venda futura. Se um derivativo é designado como hedge de fluxo de caixa, a parcela eficaz nas mudanças do valor justo do derivativo é registrada em outros lucros abrangentes, sendo reconhecido no resultado quando o item protegido afetar o resultado do período. Parcelas ineficazes das mudanças no valor justo de derivativos designados como hedge são registradas

no resultado. Se uma parcela do contrato de derivativo é excluída para fins de teste de eficácia, por exemplo, o valor no tempo, o valor de tal parcela excluída é incluída no resultado.

Os saldos ativos e passivos dos derivativos mensurados a valor justo e os efeitos de reconhecimento estão demonstrados a seguir.

Ativos Passivos

Em 31 de dezembro de Em 31 de dezembro de

2009 2008 2009 2008

Curto prazo Longo prazo Longo prazo Curto prazo Longo prazo Longo prazo Derivativos não designados como hedge

Risco de câmbio e de taxas de juros

CDI e TJLP vs. taxa flutuante e fixa - 794 - - - (561)

Swap taxa flutuante em USD vs. taxa fixa em USD - - - (7) (1) (14)

Swap taxa flutuante em EUR vs. taxa flutuante em USD - 1 2 - - -

Swap taxa flutuante em AUD vs. taxa fixa em USD - 9 - - - -

- 804 2 (7) (1) (575)

Riscos de preços de produtos

Níquel

Venda de níquel a preço fixo 12 2 - (3) (8) (50)

Programa de compra de níquel a preço fixo - - - - - (7)

Programa estratégico - - - (32) - - Alumínio - - - (16) - - Óleo combustível 49 - - - - - Frete marítimo 29 - - - - - 90 2 - (51) (8) (57) Derivativos embutidos:

Venda de níquel a preço fixo - - 69 - - -

Compra de matéria-prima - - 22 - - -

Gás natural - - - - - (2)

- - 91 - - (2)

Derivativos designados como hedge

Hedge cambial de fluxo de caixa 15 59 - - - -

Alumínio - - - (71) - -

15 59 - (71) - -

A planilha a seguir apresenta os efeitos dos derivativos para os períodos de três meses e anos findos em:

Ganho/ (perda) reconhecido no resultado/ (despesa) financeira Liquidação financeira Ganho/ (perda) transferidodo OCI para o resultado

Período de três meses findos em (não

auditado) Exercícios findos em 31 de dezembro Período de três meses findos em (não auditado) Exercícios findos em 31 de dezembro Período de três meses findos em (não auditado) Exercícios findos em 31 de dezembro

31 de dezembro de 2009 30 de setembro de 2009 31 de dezembro de 2008 2009 2008 2007 31 de dezembro de 2009 30 de setembro de 2009 31 de dezembro de 2008 2009 2008 2007 31 de dezembro de 2009 30 de setembro de 2009 31 de dezembro de 2008 2009 2008 2007

Derivativos não designados como hedge

Risco de câmbio e de taxas de juros

Swap da folha de pagamento em Reais para USD - - 16 - 82 - - - - - (198) - - - -

Swap CDI & TJLP vs. taxa fixa e flutuante em USD 198 441 - 1.598 (34) 934 (90) (30) (55) (243) (199) (293) - - - -

Swap taxa flutuante em EUR vs. taxa flutuante em USD 1 - (656) - (684) - - - - (1) 1 - - - -

Taxa flutuante em USD vs. taxa fixa em USD - (1) 2 (2) 7 - 2 2 - 8 - - - -

Swap taxa flutuante em AUD vs. taxa fixa em USD 1 3 - 14 - - (3) (1) - (5) - - - -

200 443 (638) 1.610 (629) 934 (91) (29) (55) (241) (396) (293) - - - - - -

Risco de preços de produtos

Níquel

Programa de compra de níquel a preço fixo - 16 - 40 (102) 63 (4) (4) 59 22 102 (38) - - - -

Proteção para operações de compra de níquel - (13) (39) (35) 21 - 23 9 (20) 57 (54) - - - -

Programa estratégico (6) (47) 7 (95) (3) - 37 36 - 73 - - - -

Proteção para operações de compra de sucata de cobre - - 10 - (23) - - - 12 - 202 - - - - Proteção de cobre - - 39 - (6) (129) - - (40) - (30) 240 - - - - Platina - - (2) - (5) (17) - - - - 26 13 - - - - Ouro - - (12) - (30) (16) - - 9 - 42 33 - - - - Gás natural - - (1) (4) 4 (9) - 2 1 6 - 3 - - - - Alumínio - - - - (68) 46 - - (24) - 122 112 - - - - Frete Marítimo 77 (45) - 66 - - (7) (25) - (37) - - - - Óleo combustível 41 9 (10) 50 (17) - (11) (5) - (16) - - - - 112 (80) (8) 22 (229) (62) 38 13 (3) 105 410 363 - - - - - - Derivativos embutidos:

Venda de níquel a preço fixo - (9) (1) (25) 29 - - 4 - (14) - - - -

Compra de matéria-prima - (13) (3) (76) 10 - - - (6) - (10) - - - -

Compra de energia - - 21 - 13 59 - - - - - - -

- (22) 17 (101) 52 59 - 4 (6) (14) (10) - - - - - - -

Derivativos designados como hedge

Alumínio (16) - 43 (16) (6) - 5 - - 4 - - (42) 6 (28) (36) (29) 29

Óleo combustível - - - 13 - - - - - - -

Hedge cambial de fluxo de caixa - - - - - - - - 31 6 - 38 - -

(16) - 43 (3) (6) - 5 - - 4 - - (11) 12 (28) 2 (29) 29

DRAFT

Os ganhos (perdas) não realizados são incluídos em nossas demonstrações contábeis sob título de despesa financeira e variações monetárias e cambiais ganhos (perdas), líquidas.

As datas de vencimento dos instrumentos acima são como segue:

Juros / Moedas Dezembro 2019

Óleo combustível Dezembro 2010

Frete Dezembro 2010

Níquel Maio 2011

Alumínio Dezembro 2010

26 Eventos Subsequentes

Em janeiro, celebramos através da nossa subsidiária integral, Valesul Alumínio S.A. (Valesul) acordo para venda de seus ativos de alumínio, localizados no Rio de Janeiro, para a Alumínio Nordeste S.A., uma empresa do grupo Metalis, por US$31.

Em janeiro resgatamos a totalidade das notas de securitização de recebíveis de exportações emitidas em setembro de 2000 e Julho de 2003. Os títulos resgatados com vencimentos em 2010 e 2013 têm como principal US$28 e juros anuais de 8,926% e US$123 com juros anuais de 4,43%, respectivamente. Totalizando US$150.

Em janeiro de 2010, celebramos um contrato de compra com a Bunge Fertilizantes S.A. e com Bunge Brasil Holdings B.V. para adquirir 100% das ações em circulação da Bunge Participações e Investimentos S.A. (BPI), uma Companhia com ativos no Brasil e investimento na Fertifos Administração e Participações S.A. (Fertifos), que detém 42,3% do capital da Fertilizantes Fosfatados S.A. – Fosfertil (Fosfertil) por US$ 3.800 a serem pagos em dinheiro. A transação está sujeita às condições precedentes usuais, como algumas aprovações de órgãos governamentais competentes. Adicionalmente, como parte dessa aquisição, celebramos contrato de opções de compra e venda de ações para adquirir ações adicionais de emissão da Fertifos Administração e Participações S.A. (Fertifos) com Fertilizantes Heringer S.A. – Heringer (preço de exercício US$ 2) , Fertilizantes do Paraná Ltda. – Fertipar (preço de exercício US$40) e Yara Brasil Fertilizantes S.A. (preço de exercício US$785). Esses contratos nos concedem o direito de comprar 16,3% da participação na Fosfértil e também estão sujeitas a algumas condições dentre as quais a efetiva aquisição do negócio de fertilizantes do grupo Bunge no Brasil. O controle sobre essas empresas não foi obtido antes da divulgação de nossas demonstrações financeiras foram aprovadas a serem emitidas.

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