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Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica

2.5. Instrumentos Legais e Normas Técnicas pra o Gerenciamento de Áreas

A Legislação Ambiental no Brasil avançou bastante nas quatro últimas décadas, em vários quesitos como a gestão de resíduos, qualidade das águas, proteção das florestas, entre outros, tornando-se uma das mais completas do mundo. Entretanto, quando se observa a gestão dos RSU no País fica claro a grande distância que existe nos países desenvolvidos, além de uma grande dificuldade em sua implantação na sociedade brasileira.

2.5.1. Legislação Federal

Dentre as Leis Federais que tratam da proteção do Meio Ambiente e do Uso e Ocupação do solo podemos listar:

 Lei n° 6.766, de 19/12/1979 – Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

 Lei n° 6.938, de 31/8/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

 Lei n° 9.605, de 12/2/1998 – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

 Lei nº 10.165, de 27/12/2000. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

 Lei nº 12.305, de 02/08/2010 – Institui a Política nacional de Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos sem dúvida foi um marco histórico na Legislação Ambiental brasileira pois esta obriga os municípios tratar os resíduos de forma mais criteriosa e responsável, incentivando a coleta seletiva de materiais recicláveis e extinguindo os antigos lixões espalhados pelo país, fontes de contaminação do solo e da água, bem como de problemas sociais.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), entre outras competências, estabelece normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. Devido à crescente preocupação com o tema “Áreas Contaminadas”, publicou em 2009 a resolução nº 420/09 estabelecendo critérios e valores orientadores referentes a presença de substâncias químicas no solo e fornecendo diretrizes e procedimentos para o gerenciamento de áreas contaminadas.

2.5.2. Normas Técnicas

O Brasil também dispõe de normas técnicas (Normas ABNT) para orientar as primeiras etapas do gerenciamento de áreas contaminadas e de amostragem de solo e águas subterrâneas, além de normas técnicas que visam orientar preventivamente, estabelecendo medidas para correto manuseio, armazenamento e transporte de produtos e resíduos perigosos.

 ABNT NBR 15515-1 - Passivo ambiental em solo e água subterrânea.

 ABNT NBR 15495 - Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulados.

 ABNT NBR 15847 - Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento.

 ABNT NBR 10004 - Critérios de classificação e os ensaios para a identificação dos resíduos conforme suas características.

 ABNT NBR 12235 - Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos - procedimento.

 ABNT NBR 14725 - Produtos Químicos

 ABNT NBR 17505 - Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis.  ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio,

movimentação e armazenamento de produtos.

 ABNT NBR 7503 - Transporte terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope - Características, dimensões e preenchimento. Perigos associados a presença de biogás no subsolo

2.5.3. Legislação Estadual

O Estado de São Paulo destaca-se dos demais estados brasileiros por ser centro do desenvolvimento econômico do país. Tal fato implica em consequências como a grande densidade demográfica e industrial, o que aumenta a geração e a probabilidade da disposição inadequada dos resíduos de uma maneira geral. Deste modo, São Paulo se apresentou como estado pioneiro a sinalizar problemas com solos contaminados, possuindo assim a legislação estadual mais abrangente no que tange o assunto.

Direcionando-se ao estado de Pernambuco, nossa legislação aborda temas ambientais mais gerais como a Política Estatual de Resíduos Sólidos (Lei nº 14. 236, de 13/12/2010), Política Estadual de Enfrentamento às Mudanças Climáticas de Pernambuco (Lei Nº 14.090, de 17 de junho de 2010) e Licenciamento Ambiental (Lei nº 14.249, de 17 de dezembro de 2010). Não são encontrados relatos oficiais da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) referentes a presença de biogás ou outros contaminantes em áreas urbanas, contudo já há trabalhos acadêmicos e teses de pós graduação publicados sobre o tema no estado.

2.5.4. Legislação Municipal

A cidade do Recife possui o Código do Meio Ambiente e do Equilíbrio Ecológico da Cidade do Recife (Lei nº 16.243 de 13 de setembro de 1996) qual, entre outros temas, aborda a necessidade de conservação das características naturais do solo, o controle da poluição e impermeabilização, e a disposição final de resíduos:

“Art. 12 - O solo e subsolo devem ser preservados em suas características próprias; as alterações de suas características em geral, a poluição e a impermeabilização em particular, devem ser objeto de controle partilhado efetivamente pelo Poder Público e pela sociedade.”

...

“Art 14 - O solo e o subsolo somente poderão ser utilizados para destino final de resíduos de qualquer natureza, desde que a sua disposição não ofereça risco de poluição e seja estabelecido em projetos específicos de transporte e destino final, sujeito à aprovação do COMAM, vedando-se a simples descarga, a deposição, o enterramento ou a injeção, sem prévia alteração, em qualquer parte do Município.”

Apesar de clara quanto ao procedimento de conservação do solo e disposição final de resíduos de qualquer natureza, a Cidade do Recife não foge à realidade dos demais centros urbanos do país apresentando diversos pontos de disposição inadequada de resíduos de diversas classes, bem como mecanismos insuficientes de fiscalização e cumprimento da lei.

Ainda no que tange o uso e ocupação do solo a cidade do Recife possui a Lei Municipal n° 16.176/96 – Estabelece a Lei de Uso e Ocupação do Solo da Cidade do Recife. Contudo, semelhantemente a legislação estadual, o município não possui legislação específica para a identificação, recuperação e monitoramento de áreas com solos contaminados tampouco para construções sobre solos contaminados.

Capítulo 03– Metodologia e Coleta de Dados

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