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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.3 Recursos utilizados para coletar e produzir dados

3.3.5 Instrumentos

O instrumento 1 teve o objetivo de nos fornecer informações dos licenciandos sobre suas crenças e concepções sobre a matemática e sobre a forma como sentem e percebem essa disciplina. Usamos metáforas neste instrumento, em que os estudantes deveriam comparar a matemática com alguns elementos. Para usar as metáforas em nossa pesquisa, apoiamo-nos em Chapman (2006), que aponta o seu uso como uma maneira de entender a realidade que vivemos, pois é uma forma de interpretar o que pensamos sobre determinada coisa. Metáforas servem para compreendermos pensamentos e sentimentos, porque através delas chegamos próximos da mente e da relação afetiva dos sujeitos. Usamos esse recurso para nos aproximar do pensamento do sujeito que, ao tentar responder determinado instrumento de coleta de dados, não pensasse numa resposta elaborada e, sim, em algo mais direto e livre. O uso desse recurso também foi inspirado em outros pesquisadores que utilizaram o mesmo em suas pesquisas (CASTRO, 2009; OLIVEIRA, 2007; ROCHA, 2009; SILVA, 2007).

O uso do instrumento 1 também foi inspirado em Gómez Chacón (2003). O referido instrumento sofreu adaptações, após conversas com a orientadora e nossas reflexões sobre o uso de questionamentos e tarefas semelhantes nos estudos mencionados acima. Buscando uma triangulação dentro do próprio instrumento trouxemos as duas primeiras perguntas sobre animais que os participantes mais ou menos gostam, propositalmente, para triangular com as metáforas de comparação da matemática a animais. Esse instrumento também possibilitou triangulação de informações entre outros instrumentos e foi aplicado no dia 14/12/11 (QUADRO 1).

As metáforas do instrumento 1 foram aplicadas, novamente, para alguns estudantes em 13/12/12, ou seja, um ano depois da primeira aplicação. Queríamos confirmar como estavam as visões dos alunos depois da participação na pesquisa e depois de mais estudos na graduação. Infelizmente, apenas conseguimos a participação de 4 licenciandos, entre os 10 analisados, detalhadamente, no capítulo 4. Isso ocorreu, porque a aplicação se realizou no fim do semestre de 2012, e durante uma semana

de palestras no curso, em que os alunos estavam dispersos. Dessa data em diante, seguimos, sem conseguir novos dados dos outros seis estudantes.

Com o instrumento 2, procuramos identificar algumas memórias dos licenciandos sobre a matemática. Este instrumento teve o seguinte enunciado: “Recorde-se de suas memórias sobre a matemática anteriores a este momento. Agora relate livremente sobre as mesmas”. No instrumento 2, conseguimos identificar aspectos relevantes sobre a matemática na vida dos licenciandos. Esse instrumento foi inspirado por Santos (1997) e por Chapman (2006).

O instrumento 3 tinha três finalidades. Uma era perceber como os licenciandos entendem o que é aprender e saber matemática. Outra era investigar como os alunos argumentam sobre como eram seus professores, ou seja, ter mais informações das memórias dos alunos. A terceira era obter informações de como os licenciandos reconhecem suas capacidades em matemática e, os fatores que se referem à aprendizagem da mesma. Em termos gerais, o instrumento 3 proporcionou termos uma visão dos alunos sobre aprendizagem em matemática. Construímos o instrumento 3, a partir de ideias de nossa orientadora, de Gómez Chacón (2003) e das pesquisas de Silva (2007) e Rocha (2009). A aplicação do mesmo aconteceu no dia 03/02/2012 (QUADRO1).

Com a aplicação do instrumento 4, queríamos identificar assuntos matemáticos que foram marcantes, de forma positiva e negativa na vida dos licenciandos. O recurso foi aplicado no dia 26/03/2012 e nos ajudou a entender algumas crenças e concepções dos licenciandos sobre a matemática. A utilização do instrumento 4 foi inspirada em ideias da orientadora e em sugestões da banca, no exame de qualificação da pesquisa. Para esse instrumento, o tempo fornecido para respostas dos participantes foi livre, no entanto, os mesmos usaram, no máximo 40 minutos.

O instrumento 5 (APÊNDICE E) foi um questionário aplicado com o objetivo de caracterizar os alunos da turma pesquisada. Procurava informações pessoais e escolares, informações sobre trabalho, hábitos de estudos, escolha profissional, perspectivas futuras e aspectos de suas memórias. Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 117) esclarecem a respeito do uso de questionários que vai ao encontro do objetivo deste instrumento 5. Para eles, os questionários

podem ajudar a caracterizar e a descrever os sujeitos do estudo, destacando algumas variáveis como idade, sexo, estado civil, nível de escolaridade, preferências, número de horas de estudo, número semanal de horas-aula do professor, matérias ou temas preferidos etc.

O questionário completo foi composto por 29 questões (abertas e fechadas). Como sabemos que instrumentos longos podem prejudicar a veracidade nos dados, pois podem desanimar os participantes, optamos por aplicá-lo em duas etapas, ou seja, em dois dias distintos (SANTOS-WAGNER, 2012). O instrumento 5 teve a parte A aplicada no dia 04/06/12 e respondida por 26 alunos e a parte B foi aplicada no dia 06/06/12 e respondida por 27 alunos. O tempo para resposta dos questionários foi de 15 minutos em cada dia.

A construção do instrumento 5 foi inspirada em ideias da orientadora, de colegas de mestrado e do questionário socioeconômico do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano 2000. A pergunta nº 28 foi sugerida por nossa orientadora, com base nos comentários e nas discussões sobre a palestra de encerramento do III Seminário de Educação Matemática e Educação Tecnológica e IX Encontro Capixaba de Educação Matemática proferida por Ole Skovsmose (2012). Nessa palestra, Skovsmose (2012) falou da importância de conhecermos a história do aluno, o seu passado e também da importância de pensar sobre sua perspectiva para o futuro. O estudioso usou os termos background e foreground, respectivamente, para salientar o pensar sobre o passado e o futuro dos alunos.

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