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Integra equipas de desenvolvimento multidisciplinar de forma proactiva: a) aplica os seus conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de

No documento Andreia Espirito santo (páginas 125-128)

COMPETÊNCIAS DE MESTRE EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

3. Integra equipas de desenvolvimento multidisciplinar de forma proactiva: a) aplica os seus conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de

resolução de problemas em contextos alargados e multidisciplinares, relacionados com a sua área de especialização;

b) conhece os conceitos, fundamentos, teorias e factos relacionados com as Ciências de Enfermagem e suas aplicações, nos diferentes campos de intervenção;

c) serve como consultor para outros profissionais de saúde, quando apropriado; d) faz gestão de casos quando aplicável;

e) trabalha em colaboração com entidades ou organizações de saúde pública, profissionais de saúde e outros líderes comunitários relevantes e/ou agências para melhorar a saúde global da comunidade.

(IPS–ESS, 2011, p. 4-5) Nos locais onde foi desenvolvida a prestação de cuidados de enfermagem, abordados anteriormente, as equipa que prestam cuidados de saúde à pessoa, família e/ou comunidade, são equipas multidisciplinares nas quais é importante que se desenvolva um trabalho de equipa de qualidade em prol do cliente de cuidados. Numa equipa multidisciplinar é fundamental que haja partilha dos saberes de cada disciplina, na elaboração de um projeto terapêutico comum. Isto é possível quando cada área do saber

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partilha os seus conhecimentos e competências, com respeito por todas as outras, em proveito do melhor benefício do cliente. Desta forma, é importante que o enfermeiro tenha um papel de relevância nas sugestões e intervenções para o Serviço, conseguindo demonstrar a evidência científica das suas intervenções, evidência essa que é necessária procurar junto de bases teóricas e científicas que demonstrem a pertinência de determinada intervenção ou abordagem. São alguns exemplos do papel proactivo que o enfermeiro pode ter, o desenvolvimento de uma consulta de enfermagem de apoio ao projeto terapêutico dos clientes, como a consulta de enfermagem inserida na consulta de perturbações do comportamento alimentar, abordada neste trabalho. Uma consulta com intervenção multidisciplinar que implica uma boa articulação entre os vários profissionais assim como discussão dos casos e o planeamento de um projeto terapêutico personalizado. Na Unidade de Internamento onde se desenrolou o estágio do mestrado desenvolve-se um importante trabalho multidisciplinar, no qual vigoravam as discussões de caso, na definição e aplicação de um projeto terapêutico comum. Nesta Unidade de Internamento foi-nos atribuído um importante papel de enfermeiro de referência de crianças/adolescentes com perturbações do comportamento alimentar, assim como na participação de projetos que implicassem esta área de especificidade. Não era utilizada metodologia de gestor de caso, no entanto, realizámos formação sobre gestor de caso/terapeuta de referência, no sentido de adquirir mais conhecimentos sobre a área. A colaboração com enfermeiros, outros profissionais e chefias tem sido uma constante no desenvolvimento de projetos, procedimentos, discussão de casos clínicos, entre outros. Desenvolvemos ainda um importante papel com os cuidados de saúde primários. Procuramos uma articulação próxima com os profissionais de saúde da comunidade através do encaminhamento de casos, colaboração em projetos, mas principalmente na discussão de casos e planeamento de projetos terapêuticos mais alargados, entre um serviço de especialidade e a comunidade. 4. Age no desenvolvimento da tomada de decisão e raciocínio conducentes à construção e aplicação de argumentos rigorosos:

a) seleciona os meios e estratégias mais adequados à resolução de um determinado problema, de forma fundamentada;

b) avalia os resultados, em ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem e da perspetiva das repercussões em sentido ético e deontológico.

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(IPS–ESS, 2011, p. 5) Um eficiente processo de enfermagem exige uma avaliação detalhada e precisa do problema em questão para que se possa formular um correto diagnóstico de enfermagem. A partir deste são tomadas decisões de planeamento e intervenção visando a obtenção de um resultado de enfermagem benéfico para o cliente. Estas decisões devem ser baseadas na evidência científica, nos aspetos éticos, deontológicos e legais, no melhor benefício do cliente. Os resultados devem ser traduzidos em indicadores sensíveis aos cuidados de enfermagem e/ou ganhos em saúde. Estes permitem monitorizar, avaliar e promover a qualidade dos cuidados de enfermagem, tal como referido pela Ordem dos Enfermeiros, a

definição de indicadores “alicerça-se, sob o ponto de vista clínico, num conjunto de

diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem; sendo, por isso, capazes de

reflectir o contributo específico do exercício profissional dos enfermeiros “ (OE, 2011b, p.

11).

A realização deste trabalho salientou a importância de ser elaborado um correto diagnóstico, assim como planeadas intervenções baseadas na evidência científica. Espera- se que os resultados obtidos se traduzam em ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem.

Salientamos o papel da supervisão clínica, uma vez que “envolve um processo de

reflexão na, para e sobre a prática com o objectivo de a melhorar e de a desenvolver

obtendo maiores ganhos em saúde” (Cruz, 2008, p. 200), acrescentando Garrido (2004)

citado pela mesma autora (idem), que “a aquisição e o desenvolvimento de competências

profissionais e a melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos clientes são os

objectivos fundamentais da supervisão clínica em enfermagem”. É realizada supervisão

clínica em equipa no Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência, conduzindo à reflexão das estratégias planeadas ou aplicadas na resolução de problemas. Consideramos que a supervisão fora do contexto de trabalho é importante, uma vez que há um olhar exterior para o problema, para o planeamento, para as decisões tomadas e/ou a tomar. Desta forma participamos, fora do contexto de trabalho, num grupo de supervisão, no qual estão incluídos enfermeiros e outros profissionais de saúde (Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves).

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5. Inicia, contribui para e/ou sustenta investigação para promover a prática de

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