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A interatividade de um sistema diz respeito `a capacidade de um usu´ario poder participar ou influenciar na modifica¸c˜ao imediata, na forma e no conte´udo desse sistema [Steuer 1992]. A televis˜ao anal´ogica n˜ao permite a interatividade. Essa negativa deixa o telespectador inerte `a programa¸c˜ao oferecida, possibilitando apenas as a¸c˜oes de ligar, desligar ou trocar de canal.

A interatividade com o transmissor ´e uma situa¸c˜ao em que os sujeitos envolvidos exercitam uma a¸c˜ao comunicacional transformadora [Feitosa et al. 2009]. Mas para ser classificado com interativo, o sistema necessita ter Interruptabilidade, Granula- ridade, Degrada¸c˜ao suave, Previs˜ao limitada e ainda n˜ao deve ter um padr˜ao pr´e- determinado (N˜ao-default) [Lippman 1998].

Ainda existem outros crit´erios para esbo¸car os n´ıveis de interatividade: o tempo de resposta, a qualidade dos resultados e a complexidade do di´alogo. A m´ıdia tamb´em determina a interatividade: s˜ao as m´ıdias quentes ou frias.

Segundo [McLUHAN 1964], m´ıdias quentes s˜ao aquelas que permitem pouco ou nada de participa¸c˜ao e interven¸c˜ao (r´adio, o cinema, a fotografia, o teatro). Enquanto m´ı- dias frias, admitem a participa¸c˜ao dos usu´arios, estimulando o desejo de interagir. ´E o que ocorre com a TV Digital Interativa, pois para que ela seja interativa tamb´em ´e necess´ario a participa¸c˜ao e o interesse dos telespectadores na produ¸c˜ao de conte´udos. A evolu¸c˜ao tecnol´ogica, de acordo com a interatividade, se classifica em oito n´ı- veis. No n´ıvel 0, a imagem ´e em preto e branco e o telespectador apenas exerce a fun¸c˜ao de ligar e desligar. S´o a partir do n´ıvel 3 ´e que come¸cam a surgir as pri- meiras caracter´ısticas de interatividade, atingindo a sua m´axima no ´ultimo n´ıvel [LEMOS e Interativos 2002].

Na plenitude do n´ıvel 7, temos o canal de Interatividade da TV digital. O usu´ario interage com a emissora, encaminha ou recebe informa¸c˜oes, e tamb´em faz solicita¸c˜oes para os provedores de servi¸co e aplica¸c˜oes disponibilizadas pela plataforma.

Al´em da melhoria na qualidade de ´audio e v´ıdeo, a Televis˜ao Digital Interativa oferece aos usu´arios a possibilidade de transform´a-los em participantes ativos dentro do processo de assistir TV. Isso agrega valor aos programas, fortalece o v´ınculo entre usu´ario e receptor, e garante a audiˆencia do canal.

Devido `as particularidades do Brasil, de ter como objetivo principal a inclus˜ao di- gital, foi adotado o modo de transmiss˜ao RF Intrabanda. Esse sistema consiste na implanta¸c˜ao de uma infraestrutura de rede de acesso sem fio para o canal de Intera- tividade - na transmiss˜ao, mobilidade, portabilidade, ´area de cobertura e largura de banda - e garante baixo custo de equipamentos para a operadora e para o usu´ario. O Canal de Interatividade ´e composto por um canal de retorno ou caminho interativo de retorno - no sentido do usu´ario para o provedor de servi¸co - e por um caminho interativo direto que consiste em um canal individual - no sentido do provedor de servi¸co para o usu´ario.

• Canal de Retorno: esse canal estabelece a comunica¸c˜ao dos usu´arios com as emissoras/programadoras.

• Canal de Descida: estabelece a comunica¸c˜ao das emissoras e programadoras com os usu´arios.

A implanta¸c˜ao do canal de retorno n˜ao ´e uma tarefa f´acil. Apenas quatro pa´ıses mant´em nos dias atuais o canal de interatividade: Cor´eia do Sul, Finlˆandia, It´alia e Jap˜ao [ALENCAR 2007b].

Na Inglaterra, o canal interativo chegou a funcionar em 2003, mas n˜ao agradou o telespectador. Na Cor´eia do Sul e no Jap˜ao, o canal de retorno ´e implantado por meio da tecnologia ADSL (do inglˆes, Asymetric Digital Subscriber Line), sendo que a Cor´eia o aproveita nos aplicativos de perguntas e respostas durante os programas de audit´orio. A Finlˆandia faz a intera¸c˜ao atrav´es da telefonia fixa, por meio de mensagens SMS (do inglˆes, Short Message Service) ou por meio da telefonia m´ovel celular. E a It´alia, j´a implantou o canal de retorno pelo STFC (Sistema de Telefonia Fixa Comutada).

Para que a interatividade funcione, ´e necess´aria a instala¸c˜ao do Set top box, um apa- relho conversor agregado `a televis˜ao anal´ogica que recebe o sinal digital e converte para anal´ogico ou uma TV digital. No primeiro caso, os Set top boxes tamb´em pos- suem capacidade de processamento, permitindo assim ao telespectador a navega¸c˜ao na internet, ou a intera¸c˜ao com servi¸cos.

Resumindo, podemos afirmar que a televis˜ao aberta ´e respons´avel por levar, gratui- tamente, cultura, informa¸c˜ao e entretenimento aos brasileiros e por isso se tornou t˜ao importante na vida cotidiana das pessoas.

A televis˜ao se firmou como um meio de comunica¸c˜ao onipresente. H´abitos direta- mente relacionados `a TV est˜ao enraizados no cotidiano da popula¸c˜ao, tais como assistir telenovelas, telejornais, programas de humor, dentre outros de diversos tipos e classifica¸c˜oes.

Em todos os casos, os telespectadores buscam a melhor condi¸c˜ao poss´ıvel para as- sistir `a TV, incluindo nisso qualidade de som e imagem. [Silva et al. 2013] descreve a televis˜ao como sendo um importante sistema de telecomunica¸c˜ao que deve se pre- ocupar permanentemente com a qualidade do material que ´e oferecido ao p´ublico. Aproximadamente 94,6% das residˆencias brasileiras possuem pelo menos um apa- relho de televis˜ao. Essa porcentagem corresponde a um n´umero maior do que 80 milh˜oes de aparelhos de televis˜ao [Farias et al. 2008]. Mais de 90% do territ´orio bra- sileiro ´e iluminado com sinais das v´arias emissoras de televis˜ao espalhadas pelo pa´ıs [Coimbra 2010]. Por isso, a TV se tornou uma importante ferramenta de inclus˜ao digital.

Diante do apresentado, cresce a necessidade de investimentos para tornar esse sis- tema cada vez mais eficaz, acess´ıvel e conhecido pela popula¸c˜ao. Para tanto, ´e

preciso que se desenvolvam pesquisas e projetos para que a tecnologia que engloba a televis˜ao seja menos falha, mais completa e abrangente.

Na pr´oxima se¸c˜ao, ser˜ao tratados os fenˆomenos associados ao desempenho da pro- paga¸c˜ao da onda eletromagn´etica.

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