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Aplicação de Modelos de Propagação para Sinais de TV Digital na Cidade de Feira de Santana

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Academic year: 2019

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Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Computa¸c˜ao Aplicada

Aplica¸c˜

ao de Modelos de Propaga¸c˜

ao para

Sinais de TV Digital na Cidade de Feira

de Santana

Ivonete Maciel Lima Oliveira

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Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Computa¸c˜ao Aplicada

Ivonete Maciel Lima Oliveira

Aplica¸c˜

ao de Modelos de Propaga¸c˜

ao para Sinais

de TV Digital na Cidade de Feira de Santana

Disserta¸c˜ao apresentada `a Universi-dade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a ob-ten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Compu-ta¸c˜ao Aplicada.

Orientador: Prof. Dr. Edgar Silva J´unior

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The search for excellence of services reflects in the demand for more efficient and effective means of delivering the signals transmitted by TV dealers. A good pro-pagation model must determine the satisfactory performance of a communication system dependent on the propagation of electromagnetic waves. The most effective way to design a link is from examples of modeling. Computer models can provide detailed information on the coverage area and precisely identify areas without cove-rage. In addition, these models can guide a solution in these passages as suggesting implementations with various prediction methods based on rules and recommendati-ons. This doesn’t brings only direct financial benefits, but makes the TV to develop better their role in society as an information tool for strengthening, entertainment, values and customs. Following the presented, the aim of this study is to define a suitable prediction model to analyze the actual coverage of a digital TV signal in the region of Feira de Santana and adopt a set of parameters for the chosen model.

Keywords: Digital TV, Propagation Model, Feira de Santana.

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A busca pela excelˆencia dos servi¸cos reflete na procura por meios mais eficientes e efi-cazes de envio dos sinais transmitidos pelas concession´arias de TV. Um bom modelo de propaga¸c˜ao deve determinar a performance satisfat´oria de um sistema de comu-nica¸c˜ao dependente da propaga¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas. A forma mais eficaz de projetar um enlace ´e a partir de modelagens. Os modelos computacionais podem fornecer informa¸c˜oes detalhadas sobre a ´area de cobertura e identificar precisamente ´areas sem cobertura. Al´em disso, esses modelos podem orientar na solu¸c˜ao desses trechos como sugerir implementa¸c˜oes com variados m´etodos de predi¸c˜ao, baseados em normas e recomenda¸c˜oes. Isso n˜ao traz apenas benef´ıcios financeiros diretos, mas faz com que a TV desempenhe melhor seu papel na sociedade como instrumento de fortalecimento de informa¸c˜ao, entretenimento, valores e costumes. Diante do apre-sentado, o objetivo deste estudo ´e definir um modelo de predi¸c˜ao apropriado para analisar a real cobertura de um sinal de TV digital na regi˜ao de Feira de Santana e adotar um conjunto de parˆametros para o modelo escolhido.

Palavras-chave: TV digital, Modelo de Propaga¸c˜ao, Feira de Santana.

(7)

Esta disserta¸c˜ao de mestrado foi submetida a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), como requisito parcial para obten¸c˜ao do grau de Mestre em Com-puta¸c˜ao Aplicada.

A disserta¸c˜ao foi desenvolvida dentro do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Compu-ta¸c˜ao Aplicada (PGCA), tendo como orientador o Professor Doutor Edgar Silva J´unior.

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A Deus pela oportunidade e sabedoria concedida para realiza¸c˜ao desse trabalho.

Aos meus amigos de trabalho Bernadete e Sandoval que me deram todo o suporte para que eu pudesse estudar. Foram muitas dobras que eles tiveram que fazer para que eu pudesse me dedicar aos estudos.

A Vivian e a Anne pela revis˜oes ortogr´aficas. Meninas, foi genial. `

A toda minha fam´ılia por sempre ter me apoiado em tudo que fiz. Em especial `a minha m˜ae, pe¸ca fundamental na minha vida. Sem ela, esse sonho n˜ao teria se concretizado. Nesses dois anos de estudos, ela foi a m˜ae do meu filho. Queria agradecer a meu filho Rafael pela espera e paciˆencia. S´o n´os dois sabemos o quanto foi dif´ıcil. Amo vocˆes dois!

A Cleber pelo apoio e pela presen¸ca constante. Nos dias mais dif´ıceis, ele falava ”Ive, vocˆe consegue”. Vocˆe fez parte desse caminho.

Aos meus amigos e colegas de mestrado C´assio e Danilo. Vocˆes foram meus anjos da guarda. Sem vocˆes, esse trabalho teria sido mais dif´ıcil.

Ao professor Tiago Cerqueira, pelo carinho, apoio e tamb´em pela for¸ca para a con-clus˜ao deste trabalho.

Aos meus professores ˆAngelo Duarte, Jo˜ao Rocha e Mirco. Obrigada pelos conselhos e aprendizados. N˜ao consigo ver o mestrado sem vocˆes.

Ao meu orientador Edgar pela dedica¸c˜ao, apoio, e tamb´em pelos questionamentos necess´arios para a alcan¸car a qualidade do estudo. Agrade¸co as in´umeras horas dedicadas `as explica¸c˜oes e discuss˜oes no desenrolar do trabalho.

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Abstract i

Resumo ii

Pref´acio iii

Agradecimentos iv

Sum´ario viii

Lista de Publica¸c˜oes ix

Lista de Tabelas xi

Lista de Figuras xv

Lista de Abrevia¸c˜oes xvi

Lista de S´ımbolos xviii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Justificativa . . . 1

1.2 Motiva¸c˜ao . . . 2

1.3 Objetivos . . . 3

1.3.1 Objetivo Geral . . . 3

1.3.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 3

1.4 Estrutura da disserta¸c˜ao . . . 3

2 Fundamenta¸c˜ao Te´orica 5 2.1 Descri¸c˜ao geral de um sistema de comunica¸c˜ao de TV Digital . . . 5

2.1.1 Camadas do Sistema Digital . . . 8

2.1.2 Camada de Compress˜ao . . . 10

2.1.3 V´ıdeo . . . 11

2.1.4 Audio . . . 16´

2.1.5 Codifica¸c˜ao de dados . . . 18

(12)

2.1.8 Codifica¸c˜ao do canal . . . 19

2.1.9 Modula¸c˜ao . . . 22

2.1.10 Middleware . . . 28

2.1.11 Interatividade . . . 29

2.2 Mecanismos e efeitos de propaga¸c˜ao . . . 31

2.2.1 Fundamentos da propaga¸c˜ao . . . 31

2.3 Predi¸c˜ao da Propaga¸c˜ao . . . 37

2.3.1 Modelos aplicados `a Predi¸c˜ao . . . 37

2.3.2 Walfisch-Bertoni . . . 37

2.3.3 COST 231 - Walfisch - Ikegami . . . 39

2.3.4 Modelo de LEE . . . 42

2.3.5 Longley-Rice . . . 43

2.3.6 Modelo Espa¸co Livre . . . 44

2.3.7 Modelo Log-distˆancia . . . 46

2.3.8 Modelo Okumura-Hata . . . 47

2.3.9 Modelo Erceg . . . 49

2.3.10 Modelo de Wiart . . . 51

2.3.11 Modelo de Jacques Deygout . . . 52

2.3.12 Modelo dois raios . . . 52

2.3.13 Modelo da Recomenda¸c˜ao ITU-R P.1546 . . . 54

3 Infraestrutura dos sistemas de transmiss˜ao e recep¸c˜ao 57 3.1 Transmiss˜ao . . . 58

3.2 Recep¸c˜ao . . . 63

3.3 Parametriza¸c˜ao . . . 66

3.3.1 Compara¸c˜ao entre modelos . . . 68

4 Campanha de medi¸c˜oes 77 4.1 Descri¸c˜ao dos Cen´arios . . . 77

4.1.1 Cen´ario 1 . . . 78

4.1.2 Cen´ario 1 - Tratado . . . 96

4.1.3 Cen´ario 1 - Excluindo o fator de radia¸c˜ao . . . 107

4.1.4 Compara¸c˜ao entre os valores medidos (Cen´ario 1) e o software EDX . . . 114

4.1.5 Cen´ario 2 . . . 117

4.1.6 Cen´ario 3 . . . 150

5 Conclus˜oes 161 5.1 Principais Conclus˜oes . . . 161

5.2 Trabalhos Futuros . . . 164

Referˆencias Bibliogr´aficas 165

(13)

Karine S. Almeida, Rafael T. Santos, Edgar Silva Jr., C´assio C. Cardoso, Ivonete M. L. Oliveira, UHF Signal Measurements and Prediction Using Propa-gation Models, SBMO/IEEE MTT-S International Microwave and Optoelectronics Conference (IMOC), 2015, 1-6.

(14)

2.1 Espa¸co ocupado por algumas m´ıdias n˜ao comprimidas, em formato

digital [BECKER e VARGAS 2004]. . . 11

2.2 N´umero de portadoras do Sistema. Adaptado de [ALENCAR 2007b]. 22 2.3 Fator n para diferentes caminhos [Rappaport 1999]. . . 47

2.4 Compara¸c˜ao entre os modelos Okumura e Hata . . . 48

2.5 Parˆametros do modelo Erceg [Erceg et al. 2001]. . . 50

3.1 Sum´ario de Desempenho da Antena / Sistema de transmiss˜ao. . . 59

3.2 Intensidade m´ınima para recep¸c˜ao com antena interna [de Canais 2005]. 63 4.1 Resultado para o modelo Espa¸co Livre. . . 85

4.2 Resultado para o modelo Hata - cidade de pequeno ou m´edio porte. . 87

4.3 Resultado para o modelo Log-distˆancia. . . 90

4.4 Valores encontrados para os coeficientes de Fourier - Cen´ario 1. . . 94

4.5 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 1. . . 96

4.6 Resultado para o modelo Espa¸co Livre no sinal Tratado. . . 99

4.7 Resultado para o modelo Log-distˆancia no sinal Tratado. . . 102

4.8 Important Channel Statistics for the Various Base Locations and the Entire Data Set (Reference Distance do = 100 m Unless Otherwise Specified [Seidel et al. 1991]. . . 102

4.9 Resultado para o modelo Hata no sinal Tratado por blocos. . . 104

4.10 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 1 - Tratado. . . 106

4.11 Resultado para o modelo Log-distˆancia no sinal Tratado e excluindo o fator de radia¸c˜ao. . . 112

4.12 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 1 - Tratado e excluindo o fator de radia¸c˜ao. . . 113

4.13 Resultado para o modelo Espa¸co Livre no Cen´ario 2. . . 121

4.14 Resultado para o modelo Hata no Cen´ario 2. . . 124

4.15 Resultado para o modelo Log-distˆancia no Cen´ario 2. . . 126

4.16 Valores encontrados para os coeficientes de Fourier - Cen´ario 2. . . 130

4.17 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 2. . . 130

4.18 Resultados obtidos para o trecho entre 87 - 550 m. . . 133

4.19 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 2 trecho entre 87 -550 m. . . 134

4.20 Resultados obtidos para o trecho entre 550 - 3193 m. . . 136

(15)

4.22 Resultados obtidos para o trecho entre 3193 - 6766 m. . . 142

4.23 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 2 trecho entre 3193 -6766 m. . . 143

4.24 Resultados obtidos para o trecho entre 6766 - 7200 m. . . 146

4.25 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 2 trecho entre 6766 -7200 m. . . 147

4.26 Resultado para o modelo Espa¸co Livre no Cen´ario 3. . . 151

4.27 Resultado para o modelo Hata para o Cen´ario 3. . . 153

4.28 Resultado para o modelo Log-distˆancia para o Cen´ario 3. . . 155

4.29 Valores encontrados para os coeficientes de Fourier - Cen´ario 3. . . 159

4.30 Resultado para a Curva de Ajuste no Cen´ario 3 . . . 159

(16)

2.1 Primeiro aparelho de televis˜ao fabricado no Brasil [TVhistory 2005]. . 6

2.2 Diagrama de blocos do modelo de referˆencia de um sistema digital de televis˜ao terrestre [ALENCAR 2007b]. . . 9

2.3 Arquitetura do padr˜ao ISDB [Fernandes et al. 2004]. . . 10

2.4 Quadro com v´arias parti¸c˜oes. . . 12

2.5 Amostras espaciais e temporais. . . 12

2.6 Diagrama de blocos do codificador H.264 [ALENCAR 2007b]. . . 13

2.7 Organiza¸c˜ao de um GOP. Adaptado de [BECKER e VARGAS 2004]. 14 2.8 Codifica¸c˜ao de diferen¸cas. . . 15

2.9 Compress˜ao H.264 adotada na ilha de edi¸c˜ao Adobe Premier. . . 16

2.10 Transport Stream Packet (TSP) protegido pelo c´odigo RS [ALENCAR 2007b]. . . 20

2.11 Entrela¸camento no tempo. . . 21

2.12 Entrela¸camento na frequˆencia. . . 21

2.13 Ortogonalidade entre as portadoras no sistema OFDM. Adaptado de [ALENCAR 2007b]. . . 23

2.14 Diagrama de constela¸c˜ao BPSK. . . 25

2.15 Diagrama de constela¸c˜ao QPSK. . . 26

2.16 Reflex˜ao da onda eletromagn´etica em uma superf´ıcie plana. . . 32

2.17 Interferˆencia construtiva. . . 32

2.18 Interferˆencia destrutiva. . . 33

2.19 Refra¸c˜ao da onda eletromagn´etica em uma superf´ıcie plana. . . 33

2.20 ˆAngulo de incidˆencia θ1 igual ao ˆangulo de refra¸c˜ao θ2. . . 34

2.21 ˆAngulo de incidˆencia θ1 menor que o ˆangulo de refra¸c˜ao θ2. . . 35

2.22 ˆAngulo de incidˆencia θ1 maior que o ˆangulo de refra¸c˜ao θ2 . . . 35

2.23 Zonas de Fresnel [Rappaport 1999]. . . 36

2.24 Geometria de propaga¸c˜ao para o modelo proposto por Walfisch-Bertoni [Walfisch e Walfisch-Bertoni 1988]. . . 38

2.25 Propaga¸c˜ao no Espa¸co Livre [Rappaport 1999]. . . 44

2.26 O modelo Log-distˆancia. . . 46

2.27 Modelo de dois raios [Rappaport et al. 1990]. . . 53

2.28 Curva de propaga¸c˜ao [Recommendation 2001]. . . 56

3.1 Espectro de frequˆencia do sinal gerado. . . 58

(17)

3.4 Geradora TV Suba´e. . . 61

3.5 Modula¸c˜ao da TV Suba´e. . . 62

3.6 Equipamentos utilizados na pesquisa in loco. . . 64

3.7 Diagrama do sistema de recep¸c˜ao. . . 64

3.8 Rota das medi¸c˜oes no Software Google Earth. . . 65

3.9 Rota das medi¸c˜oes no Software Google Earth. . . 65

3.10 ´Area com aglomera¸c˜ao de casas. . . 66

3.11 Regi˜ao de Fraunhofer. . . 67

3.12 N´ıvel de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre. . . 69

3.13 Potˆencia recebida em fun¸c˜ao da distˆancia do receptor para o modelo Espa¸co Livre. . . 70

3.14 N´ıvel de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia. . . 72

3.15 Potˆencia recebida em fun¸c˜ao da distˆancia do receptor para modelo Log-distˆancia. . . 73

3.16 N´ıvel de recep¸c˜ao para o modelo Okumura-Hata. . . 74

3.17 Potˆencia recebida em fun¸c˜ao da distˆancia do receptor para o modelo Okumura-Hata. . . 75

4.1 Potˆencia Recebida (Cen´ario 1). . . 78

4.2 N´ıvel de sinal recebido. . . 79

4.3 Trajeto da resposta do canal aos impulsos. . . 79

4.4 Trajeto da resposta do canal aos impulsos. . . 80

4.5 Trajeto da resposta do canal aos impulsos. . . 81

4.6 Trajeto da resposta do canal aos impulsos. . . 81

4.7 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Espa¸co Livre e os valores medidos. 85 4.8 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre (Cen´ario 1). . . 86

4.9 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Hata e os valores medidos. . . 87

4.10 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Hata (Cen´ario 1). . . 88

4.11 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Log-distˆancia e os valores medidos. 89 4.12 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Cen´ario 1). . . 91

4.13 Compara¸c˜ao entre os modelos te´oricos e os valores medidos. . . 92

4.14 Cen´ario 1 vs. Curva de Ajuste. . . 95

4.15 Cen´ario 1 - Tratado. . . 97

4.16 Bruto/Espa¸co Livre vs. Tratado/Espa¸co Livre. . . 98

4.17 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre (Cen´ario 1 - Tratado). . . 100

4.18 Bruto/Log-distˆancia vs. Tratado/Log-distˆancia. . . 101

4.19 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-Distˆancia (Cen´a-rio 1 - Tratado). . . 103

4.20 Bruto/Hata vs. Tratado/Hata. . . 104

(18)

4.22 Desempenho dos modelos usando o Cen´ario 1 Tratado. . . 106

4.23 Cen´ario 1 - Tratado vs. Curva de Ajuste. . . 107

4.24 Distˆancia entre dois pontos. . . 108

4.25 Distˆancia entre dois pontos no plano cartesiano - Horizontal. . . 109

4.26 Distˆancia entre dois pontos no plano cartesiano - Vertical. . . 110

4.27 Predi¸c˜ao em fun¸c˜ao dos ˆangulos e da distˆancia. . . 111

4.28 Medido bruto vs. Tratado/Excluindo o fator de radia¸c˜ao. . . 111

4.29 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Cen´ario 1 Tratado e excluindo o fator de radia¸c˜ao). . . 113

4.30 Cen´ario 1 - Modelo Log-distˆancia vs. Curva de Ajuste. . . 114

4.31 Previs˜ao do software EDX segundo o modelo Espa¸co Livre. . . 115

4.32 Valores medidos (pontos verdes e amarelos) e a previs˜ao do software EDX (manchas coloridas). . . 116

4.33 Compara¸c˜ao entre os valores medidos e o software EDX. . . 116

4.34 Potˆencia Recebida (Cen´ario 2). . . 117

4.35 N´ıvel de sinal recebido. . . 118

4.36 Potˆencia Recebida (Cen´ario 2 - Excluindo o fator de radia¸c˜ao). . . 119

4.37 Rota das medi¸c˜oes (Cen´ario 2). . . 119

4.38 Rota das medi¸c˜oes (Cen´ario 2). . . 120

4.39 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre (Cen´ario 2). . . 122

4.40 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre (Cen´ario 2). . . 123

4.41 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Hata e os valores medidos. . . 124

4.42 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Hata (Cen´ario 2). . . 125

4.43 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Log-distˆancia e os valores medidos.127 4.44 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Cen´ario 2). . . 128

4.45 Desempenho dos modelos usando o cen´ario 2. . . 129

4.46 Cen´ario 2 vs. Curva de Ajuste. . . 131

4.47 Cen´ario 2 - Separa¸c˜ao m´axima T-R 463 m. . . 132

4.48 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Sub-cen´ario 1). . . 134

4.49 Cen´ario 2 vs. Curva de Ajuste - trecho entre 87 - 550 m. . . 135

4.50 Cen´ario 2 - Separa¸c˜ao m´axima T-R 3106 m. . . 136

4.51 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Sub-cen´ario 2). . . 137

4.52 Cen´ario 2 - Log-distˆancia. . . 138

4.53 Cen´ario 2 vs. Curva de Ajuste - trecho entre 550 - 3193 m. . . 139

4.54 Cen´ario 2 - Separa¸c˜ao m´axima T-R 6679 m. . . 140 4.55 Complexo Vi´ario Jos´e Ronaldo de Carvalho (Imagem do Google Earth).141

(19)

4.57 Cen´ario 2 vs. Curva de Ajuste - trecho entre 3193 - 6766 m. . . 144

4.58 Cen´ario 2 - Separa¸c˜ao m´axima T-R 7113 m. . . 145

4.59 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Sub-cen´ario 4). . . 148

4.60 Cen´ario 2 vs. Curva de Ajuste - trecho entre 6766 - 7200 m. . . 149

4.61 Potˆencia Recebida (Cen´ario 3). . . 150

4.62 N´ıvel de sinal recebido. . . 151

4.63 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Espa¸co Livre (Cen´ario 3). . . 152

4.64 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Hata e os valores medidos. . . 153

4.65 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Hata (Cen´ario 3). . . 154

4.66 Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Log-distˆancia e os valores medidos.156 4.67 An´alise da potˆencia de recep¸c˜ao para o modelo Log-distˆancia (Cen´ario 3). . . 157

4.68 Desempenho dos modelos usando o cen´ario 3. . . 158

4.69 Cen´ario 3 vs. Curva de Ajuste. . . 160

(20)

Abrevia¸c˜ao Descri¸c˜ao

UHF Ultra High Frequency HD High Definition

MHz Megahertz, unidade de frequˆencia que equivale a 106

GHz Gigahertz, unidade de frequˆencia que equivale a 109

ISDB-T Integrated Services Digital Broadcasting for Terrestrial Television ATSC Advanced Television System Committee

DVB-T Digital Video Broadcasting Terrestrial ISDB Integrated Services Digital Broadcasting 8-VSB 8 Level-Vestigial Side Band Modulation

COFDM Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing HDTV High Definition Television

SBTVD-T Sistema Brasileiro de Televis˜ao Digital Terrestre SDTV Standard Definition television

SBTVD Sistema Brasileiro de Televis˜ao Digital

ISO/OSI Open System Interconnect da Internacional Organization for Standardization API Application Programming Interface

SD Standard Definition VHS Video Home System GOP Group of Pictures AVC Advance Video Coding

P Predicted

B Bidirectional

I Intracoded

MPEG Motion Picture Experts Group DCT Discrete Cosine Transform SSD Solid State Disk

ISDTV International System for Digital TV

CPqD Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunica¸c˜oes AAC Advanced Audio Coding

KHz Kilohertz, unidade de frequˆencia que equivale a 103

LC Low Complexity

SSR Scale able Sampling Rate TS Transport Stream

(21)

LLC Logical Link Control

TCP/IP Protocolos de comunica¸c˜ao entre computadores em rede IP Internet Protocol

MAC Media Access Control

BYTE Unidade de informa¸c˜ao digital MUX Multiplexer ou multiplexador DEMUX Demultiplexer ou demultiplexador

RS Reed Solomon

FEC Forward Error Correction BCH Bose-Chaudhuri-Hocquenghem TSP Transport Stream Packet

OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing QPSK Quadrature Phase-Shift Keying

QAM Quadrature Amplitude Modulation PSK Phase Shift Keying

BPSK Binary Phase Shift Keying

RF Radio Frequency

QoS Quality of Service

GSM Sistema Global para Comunica¸c˜oes M´oveis CDMA Acesso M´ultiplo por Divis˜ao de C´odigo NCL Nested Context Language

EAD Educa¸c˜ao a Distˆancia LDTV Low Definition Television

ADSL Asymetric Digital Subscriber Line SMS Short Message Service

STFC Sistema de Telefonia Fixa Comutada

COST Cooperation in the Field of Scientific and Technical LOS Line of Sight

NLOS Non line Sight ERB Esta¸c˜ao Radiobase

dB Decibel, unidade logar´ıtmica de potˆencia relativa ITU International Telecommunications Union

GPS Global Positioning System

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat´ıstica FCC Comiss˜ao Federal de Comunica¸c˜oes

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana

(22)

S´ımbolos Descri¸c˜ao

n3 N´umero de s´ımbolos de sa´ıda

k N´umero de s´ımbolos de entrada S1(t) Portadora

S2(t) Portadora

Eb Energia do sinal por s´ımbolo

Tb Per´ıodo de s´ımbolo

fc Frequˆencia da portadora

T Per´ıodo de s´ımbolo

E Energia do sinal por s´ımbolo

π Constante universal = 3,14159

ai Elementos de um par ordenado da constela¸c˜ao transmitida

bi Elementos de um par ordenado da constela¸c˜ao transmitida

E0 Energia do s´ımbolo que possui menor amplitude

n1 ´Indice de refra¸c˜ao do primeiro meio

n2 ´Indice de refra¸c˜ao do segundo meio

θ1 Angulo de incidˆenciaˆ

θ2 Angulo de refra¸c˜aoˆ

n4 Representa o n´umero de c´ırculos da zona de Fresnel

rn Raio do n-´esimo c´ırculo

λ Comprimento de onda

d1 Distˆancias

d2 Distˆancias

d Distˆancia da base at´e o pr´edio mais pr´oximo do m´ovel H Altura da base acima dos pr´edios

hb Altura m´edia dos edif´ıcios

b Espa¸camento m´edio dos edif´ıcios

hr Altura da antena do receptor

Lpo Perda de Espa¸co Livre

Lpex Perda em excesso

A Vari´avel que modela a influˆencia das constru¸c˜oes

Lp Perda m´edia total da intensidade do sinal

LLOS Perda para propaga¸c˜ao

LN LOS Valor m´edio da atenua¸c˜ao devido ao caminho de propaga¸c˜ao

(23)

Ldiff Perda adicional por simples difra¸c˜ao e por espalhamento

∆ hr Diferen¸ca entre a altura dos telhados dos pr´edios (ht) e a altura da antena da esta¸c˜ao m´ovel (hr)

Lori Fator de corre¸c˜ao devido a orienta¸c˜ao da rua em fun¸c˜ao do ˆangulo de

incidˆencia φ

w Largura das ruas (metros)

hb Diferen¸ca entre a altura da antena da esta¸c˜ao transmissora (hb) e altura do topo dos telhados dos pr´edios (ht)

b Distˆancia entre os pr´edios ao longo do percurso da onda eletromagn´etica

Lbsh e Ka Incremento da atenua¸c˜ao no percurso devido a redu¸c˜ao da altura da

esta¸c˜ao transmissora

kd e kf Controlam a dependˆencia de Lmult com a distˆancia e a frequˆencia

Pr Potˆencia de recep¸c˜ao

Po Potˆencia de recep¸c˜ao no ponto de intersec¸c˜ao

γ1 Decaimento da atenua¸c˜ao de propaga¸c˜ao ou fator de rugosidade do

ter-reno (dB/decada)

r Distˆancia entre a esta¸c˜ao-base e o m´ovel

r0 Distˆancia entre a esta¸c˜ao-base e o ponto de intersec¸c˜ao Geffh Ganho devido a altura efetiva

L Perdas por difra¸c˜ao no terreno Af Fator de ajuste da frequˆencia

α Fator de ajuste do sinal

Wref Atenua¸c˜ao de referˆencia

W0 Atenua¸c˜ao no Espa¸co Livre

YS Variabilidade de situa¸c˜ao

YT variabilidade do tempo

YL Irregularidade do terreno

δs Vari´aveis aleat´orias (denominadas multiplicadores)

δL Vari´aveis aleat´orias (denominadas multiplicadores)

Er Campo refletido

Pt Potˆencia do transmissor

Gt Ganho da antena transmissora

Gr Ganho da antena receptora

ht Altura da antena transmissora

hr Altura da antena receptora

Pr Potˆencia recebida

L Fator de perda do sistema PL Atenua¸c˜ao por propaga¸c˜ao

Ae Abertura efetiva da antena

G Ganho de uma antena

EIRP Potˆencia irradiada isotr´opica efetiva ERP Potˆencia irradiada efetiva

(24)

P L(d0) Atenua¸c˜ao por propaga¸c˜ao na distˆancia d0

d0 Distˆancia de referˆencia pr´oxima ao transmissor

n Coeficiente de densidade urban´ıstica

L50 Atenua¸c˜ao por propaga¸c˜ao

hte Altura efetiva do transmissor

hre Altura efetiva da antena receptora

a(hre) Fator de corre¸c˜ao A Ponto de intercess˜ao

s Atenua¸c˜ao por multipercurso

γ Vari´avel gaussiana randˆomica adimensional, que caracteriza o decaimento na macroc´elula dentro da morfologia

x1 Vari´avel gaussiana de m´edia zero

y Vari´avel gaussiana de m´edia zero z Vari´avel gaussiana de m´edia zero

µσ M´edia de σ

σσ Desvio padr˜ao de σ

Abu Atenua¸c˜ao b´asica mediana de propaga¸c˜ao

LREF Atenua¸c˜ao dos raios refletidos

LDIF F Atenua¸c˜ao dos raios difratados

w1 Largura da rua onde est´a localizada a esta¸c˜ao de r´adio base

w2 Largura da rua onde est´a localizada a esta¸c˜ao m´ovel

d1 Distˆancia da ERB ao cruzamento das ruas

d2 Distˆancia da esta¸c˜ao m´ovel ao cruzamento das ruas

β Angulo da esquinaˆ

f(β) Fun¸c˜ao do ˆangulo da esquina

Ltotal Atenua¸c˜ao total

Ldif(01) Primeiro obst´aculo

Ldif(02) Segundo obst´aculo

E(d,t) Intensidade do campo el´etrico

E0d0

d M´odulo do campo el´etrico

wc Frequˆencia da portadora

c Velocidade da luz

t Tempo

E Intensidade de campo

Er Componente E para a onda refletida

ET OT Campo el´etrico total

ELOS Campo direto

H1 Altura da antena (esta¸c˜ao base)

H2 Altura da antena (esta¸c˜ao m´ovel)

Lb Atenua¸c˜ao em propaga¸c˜ao

σ Desvio padr˜ao

em Erro m´edio

(25)

i ´Indice que determina a posi¸c˜ao simulada

Pmedido Valor medido na posi¸c˜ao i

Psimulado Valor simulado na posi¸c˜ao i

desvio Desvio padr˜ao vers˜ao Matlab

latitudeT Latitude do transmissor (−12.26.05.14)

longitudeT Longitude do transmissor (−38.99.55.69)

lat Latitude no ponto i long Longitude no ponto i dist Distˆancia entre dois pontos toSort Ordenamento das distˆancias

distancia Recebe as distˆancias no Cen´ario escolhido amplitude Recebe as potˆencias no Cen´ario escolhido f(t) S´erie de Fourier

ao Valor m´edio da fun¸c˜ao

an e bn N´umero de termos harmˆonicos da s´erie de Fourier

ω Frequˆencia do sinal

f(x) Modelo geral da serie de Fourier8

f ourierseries Fun¸c˜ao Fit do MATLAB

distBloco Distˆancia de cada bloco ampBloco Potˆencia de cada bloco media M´edia de cada bloco tam ´Indice para o bloco

ampTratado Recebe as potˆencia que s˜ao menores ou iguais ao desvio

distTratado Recebe as distˆancias das potˆencias que s˜ao menores ou iguais ao desvio tamBloco Quantidade de valores dentro de cada bloco (1293)

d’ e d” Distˆancias respectivas entre o transmissor e receptor

(26)

Introdu¸c˜

ao

A propaga¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas em um ambiente terrestre tem propriedades dif´ıceis para serem modeladas. Da´ı, o desafio dos radiodifusores que precisam esti-mar e modelar a ´area de cobertura do sinal transmitido, pois cabe a eles identificar os problemas existentes quando o sinal de TV Digital n˜ao chega satisfatoriamente. As-sim sendo, torna-se essencial uma pesquisa que, com an´alises do sinalin loco, consiga encontrar o caminho para o pleno funcionamento desse sistema de transmiss˜ao.

O presente estudo tem como objetivo analisar os obst´aculos formados por constru-¸c˜oes, ´arvores, morros e a pr´opria eleva¸c˜ao do solo na propaga¸c˜ao de ondas eletro-magn´eticas. Para a elabora¸c˜ao de um projeto confi´avel e rico, torna-se necess´ario investigar da forma mais exata poss´ıvel os v´arios mecanismos que levam `a degrada-¸c˜ao do sinal, a fim de sugerir um ou mais meios para compens´a-los.

Por isso, validar um modelo pr´atico para conhecer a real cobertura do sinal trans-mitido na regi˜ao de Feira de Santana, identificando precisamente as ´areas sem co-bertura, aparece como uma solu¸c˜ao ao bom planejamento de uma transmiss˜ao. Esse modelo permitiria fazer simula¸c˜oes preliminares em diversas posi¸c˜oes (longitude, la-titude e altura) e configura¸c˜oes do transmissor da antena (potˆencia, diagrama de radia¸c˜ao, etc.) de forma a verificar as condi¸c˜oes de cobertura.

1.1

Justificativa

A televis˜ao digital tem como principal objetivo proporcionar uma melhor qualidade de imagem e som. Desse modo, o formato anal´ogico tende a cair em desuso. Na transmiss˜ao anal´ogica, as localidades distantes dos transmissores enfrentam sinal fraco por causa dos v´arios obst´aculos no seu percurso, como morros ou pr´edios, e por isso aparecem imagens cheias de interferˆencias, conhecidas como “fantasma” e “chuviscos”, por exemplo.

(27)

Na TV digital, a degrada¸c˜ao da qualidade da imagem ocorre de forma brusca, ou seja, a imagem n˜ao piora gradualmente como na TV anal´ogica. A qualidade do sinal recebido diminui devido aos mecanismos de dispers˜ao, atenua¸c˜ao e mudan¸ca de fase das componentes que chegam ao receptor e que imp˜oem limita¸c˜oes fundamentais ao desempenho da transmiss˜ao.

A modelagem tem sido uma das partes mais importantes e dif´ıceis no projeto do sistema de transmiss˜ao digital porque n˜ao ´e previs´ıvel o aparecimento de obst´aculos no caminho da transmiss˜ao. At´e mesmo as folhagens podem obstruir o caminho entre o receptor e o transmissor. Por isso, a busca de modelos de predi¸c˜ao ´e importante por melhorar substancialmente a qualidade dos servi¸cos prestados pelas entidades de teledifus˜ao, sejam elas privadas ou p´ublicas.

Sendo assim, torna-se imprescind´ıvel para os radiodifusores realizarem medi¸c˜oes do sinal irradiado, a fim de identificar as ´areas de recep¸c˜ao dif´ıcil. Essas informa¸c˜oes quantitativas e qualitativas servir˜ao para solucionar as deficiˆencias, implementar sistemas de comunica¸c˜ao e minimizar o custo do planejamento

1.2

Motiva¸c˜

ao

A faixa de UHF (do inglˆes Ultra High Frequency) ´e a faixa utilizada para a trans-miss˜ao dos sinais de televis˜ao, especialmente os em HD (do inglˆes High Definition). Esta faixa vai desde 300 MHz, (Megahertz, unidade de frequˆencia que equivale a

106), at´e 3 GHz (Gigahertz, unidade de frequˆencia que equivale a 109). As ondas

eletromagn´eticas com frequˆencias nesta faixa tem o espectro muito concorrido para uso, devido ao comprimento de onda da radia¸c˜ao ser pequeno com rela¸c˜ao `a dimen-s˜ao dos obst´aculos com os quais ela interage. Isso faz com que o sinal n˜ao espalhe, tendo vantagens do ponto de vista pr´atico. J´a do ponto de vista de predi¸c˜ao, a vantagem ´e a possibilidade de usar m´etodos geom´etricos.

(28)

1.3

Objetivos

1.3.1

Objetivo Geral

Um bom modelo de propaga¸c˜ao deve determinar a performance satisfat´oria de um sistema de comunica¸c˜ao dependente da propaga¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas. A forma mais eficaz de projetar um enlace ´e recorrer `as modelagens. O objetivo ge-ral dessa pesquisa ´e buscar, por via investigativa e emp´ırica, as poss´ıveis solu¸c˜oes `as modifica¸c˜oes produzidas pelos obst´aculos no percurso de propaga¸c˜ao, tais como morros, ´arvores, pr´edios e o pr´oprio solo.

1.3.2

Objetivos Espec´ıficos

Diante da proposta da pesquisa, foram selecionadas algumas diretrizes principais para embasar a mesma. Seguem relacionadas abaixo:

1. Fazer um levantamento do estado da arte dos modelos de propaga¸c˜ao existen-tes;

2. Realizar as medi¸c˜oes em campo do sinal da TV Suba´e, na regi˜ao de Feira de Santana;

3. Definir um modelo de predi¸c˜ao apropriado para analisar a real cobertura de um sinal de TV na regi˜ao de Feira de Santana.

1.4

Estrutura da disserta¸c˜

ao

Este trabalho descreve a perda por propaga¸c˜ao do sinal digital na cidade de Feira de Santana com o objetivo de caracterizar o modelo de propaga¸c˜ao que melhor se adeque ao ambiente. O cap´ıtulo 1 mostra os eixos te´oricos e anal´ıticos que permitir˜ao realizar a pesquisa de forma articulada como: a coleta dos sinais de radiofrequˆencia em diferentes pontos da cidade, o estudo da arte dos modelos de propaga¸c˜ao existentes e a valida¸c˜ao do modelo atrav´es de compara¸c˜oes com os resultados obtidos por meio dos dados coletados.

(29)

O cap´ıtulo tamb´em apresenta um resumo sobre os mecanismos de propaga¸c˜ao da onda eletromagn´etica. Sabe-se que a propaga¸c˜ao do sinal digital ´e afetada princi-palmente pelos seguintes mecanismos: reflex˜ao, difra¸c˜ao e espalhamento.

Os efeitos da reflex˜ao acontecem quando a onda eletromagn´etica incide na superf´ı-cie de separa¸c˜ao de dois meios. Parte da energia ´e refletida e parte ´e transmitida, penetrando no segundo meio. Difra¸c˜ao ´e o desvio que uma onda apresenta contor-nando ou transpondo obst´aculos colocados em seu caminho. Quanto menor for o obst´aculo, comparando-o com o comprimento da onda, mais intensa ser´a a difra¸c˜ao. E o espalhamento se d´a quando o meio, onde se propaga a onda, possui obst´acu-los com dimens˜oes inferiores ao comprimento de onda. Tais fenˆomenos fazem com que a onda eletromagn´etica percorra diferentes caminhos de comprimentos tamb´em diversos.

A se¸c˜ao 2.3 apresenta mais detalhadamente as caracter´ısticas dos modelos de pro-paga¸c˜ao existentes na literatura com a finalidade de delimitar as vantagens, des-vantagens e as caracter´ısticas principais de cada um deles. Uma aten¸c˜ao especial ´e dispensada ao m´etodo emp´ırico, pois ele ser´a objeto de estudo de cap´ıtulos posteri-ores.

O cap´ıtulo 3 descreve a infraestrutura aplicada na pesquisa. A TV Suba´e, objeto do estudo, disponibilizou os dados necess´arios para a continuidade da pesquisa, como por exemplo, informa¸c˜oes sobre o transmissor e o sistema irradiante que opera no canal 27 UHF.

Na captura das informa¸c˜oes, entre os materiais utilizados para caracterizar o pro-blema a ser estudado, est˜ao um analisador espectral port´atil, um analisador de co-bertura com GPS integrado, duas antenas ominidirecionais de ganho 0 dB, software ROMES - que ´e respons´avel pelo interfaceamento das medi¸c˜oes, al´em do Google Earth e um laptop Core 17 utilizado na obten¸c˜ao das medi¸c˜oes.

Exibiremos tamb´em o estudo da regi˜ao em an´alise. Os resultados apresentados ser˜ao algumas das contribui¸c˜oes da disserta¸c˜ao. Adicionalmente, ser˜ao discutidos os parˆametros utilizados e os procedimentos de testes para valida¸c˜ao dos modelos que ser˜ao adotados.

Ainda neste cap´ıtulo, de forma parcial, ser˜ao apresentados os primeiros resultados das medi¸c˜oes. No per´ımetro escolhido, foram estabelecidos dois pontos: o inicial `a 50 metros do transmissor e o final `a 1600 metros. A princ´ıpio os modelos aplicados foram apenas o Espa¸co Livre, Log-distˆancia e o Hata.

No cap´ıtulo 4, discute-se os parˆametros utilizados e os procedimentos de testes para valida¸c˜ao do modelo. A tecnologia estudada facilita e sedimenta o seu entendimento porque empresta um encadeamento aos fatos.

(30)

Fundamenta¸c˜

ao Te´

orica

2.1

Descri¸c˜

ao

geral

de

um

sistema

de

comunica¸c˜

ao de TV Digital

A BBC de Londres foi o primeiro canal de TV em todo o mundo. Entrou no ar em 1936. Aqui no Brasil a primeira transmiss˜ao televisiva foi registrada no ano de 1939 durante a Feira Internacional de Amostras realizada na cidade do Rio de Janeiro.

No dia 18 de setembro de 1950 Assis Chateaubriand inaugurou a TV Tupi, em S˜ao Paulo, mas para que a popula¸c˜ao tivesse acesso, o jornalista e empres´ario precisou importar aproximadamente duzentos aparelhos de televis˜ao e espalh´a-los pela cidade. A a¸c˜ao foi considerada ousada e causou grande impacto na sociedade.

A populariza¸c˜ao da televis˜ao foi r´apida. Em 1954 j´a era calculada a existˆencia de 34 mil aparelhos no pa´ıs. Foi quando surgiu o primeiro modelo semiport´atil com fabrica¸c˜ao nacional produzido em madeira pela empresa ERGA - Figura 2.1, [TVhistory 2005], sediada em S˜ao Paulo. Mas foi s´o em 31 de outubro de 1963, mais de duas d´ecadas ap´os a primeira transmiss˜ao, que os servi¸cos de radiodifus˜ao passa-ram a ser regulamentados no Brasil atrav´es de um decreto que fixou os objetivos das atividades da televis˜ao. Naquela ´epoca tamb´em foi realizada a primeira transmiss˜ao experimental de TV a cores no pa´ıs [ALENCAR 2007b],[TVhistory 2005].

Al´em da cor, que a deixou muito mais atraente, muitas transforma¸c˜oes ocorreram com a televis˜ao que se tornou um importante instrumento de difus˜ao da cultura popular brasileira. Com mais de meio s´eculo de existˆencia, a TV n˜ao deixa de ser reinventada e aprimorada. Atualmente, passa por mais um est´agio com a digitali-za¸c˜ao da transmiss˜ao em alta defini¸c˜ao. A TV digital surge como a evolu¸c˜ao da TV anal´ogica.

(31)

Figura 2.1: Primeiro aparelho de televis˜ao fabricado no Brasil [TVhistory 2005].

Os principais sistemas digitais s˜ao: o norte-americano ATSC (do inglˆes, Advanced Television System Committee), o padr˜ao europeu DVB-T (do inglˆes, Digital Video Broadcasting Terrestrial) e o ISDB (do inglˆes, Integrated Services Digital Broadcas-ting).

O sistema ATSC foi introduzido nos Estados Unidos em 1998. Ele possui um de-sempenho insuficiente em ´areas sombreadas, pois n˜ao permite a recep¸c˜ao m´ovel. Esse sistema ´e monoportador com modula¸c˜ao de amplitude de 8 n´ıveis na vers˜ao 8 Vestigial Sideband (8VSB).

O padr˜ao DVB-T tem como principal vantagem a qualidade na recep¸c˜ao port´atil. Ele ´e multiportador com modula¸c˜ao COFDM (do inglˆes, Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing).

J´a o ISDB ´e uma evolu¸c˜ao do sistema DVB-T. Lan¸cado comercialmente em de-zembro de 2003 no Jap˜ao, tem como maior vantagem a flexibilidade de opera¸c˜ao, a modula¸c˜ao COFDM e o uso das multiportadoras. Esse sistema possui ainda um recurso adicional: a segmenta¸c˜ao que significa a subdivis˜ao de um ´unico canal em at´e 13 segmentos diferentes. Esse recurso permite a transmiss˜ao simultˆanea de v´a-rios servi¸cos e a convergˆencia das transmiss˜oes televisivas com a internet, telefones celulares 3G e 4G, entre outros. Al´em disso, os aparelhos m´oveis recebem sinais di-gitais transmitidos via terrestre com imagens em HDTV (do inglˆes, high-definition television) sem distor¸c˜oes [Bola˜no e Vieira 2004].

(32)

vertical e horizontal, cores mais reais, qualidade perfeita e o aspecto de tela 16:9, igual ao cinema.

O quadro de v´ıdeo que estamos acostumados tem a propor¸c˜ao de 4x3 (largura x altura). O ”aspect ratio” de 4x3 adotado pela TV era compat´ıvel com os primeiros filmes que antecederam ao formato das grandes telas de Cinemascope, Vista-Vision e Panavision.

Atrav´es da abertura da Consulta P´ublica n

65, de 27 de julho de 1998 a Anatel iniciou o processo de escolha do padr˜ao digital da TV brasileira. O modelo adotado foi o Integrated Services Digital Broadcasting for Terrestrial Television (ISDB-T) que ´e uma evolu¸c˜ao do padr˜ao japonˆes acrescido de recursos desenvolvidos nos centros de tecnologia e universidades brasileiras.

O Sistema Brasileiro de Televis˜ao Digital Terrestre (SBTVD-T) foi definido no dia 26 de novembro de 2003, de acordo com o Decreto 4.901 [Brasil 2003]. Outro decreto presidencial, o de n´umero 5820 de 29 de junho de 2006 [Brasil 2006], estabeleceu as regras de implementa¸c˜ao da TV digital no Brasil e determinou um prazo de sete anos para que o sinal digital estivesse em pleno funcionamento em todo o territ´orio nacional.

Esse decreto tamb´em estabeleceu um prazo de mais 10 anos para que toda a trans-miss˜ao terrestre no Brasil fosse realizada digitalmente, permitindo a transtrans-miss˜ao de dados digitais em alta defini¸c˜ao (HDTV) ou em defini¸c˜ao padr˜ao (do inglˆes, Standard Definition Television, SDTV).

O novo cronograma de desligamento do sinal anal´ogico de televis˜ao, estabelecido pela Portaria n´umero 477 de 22 de junho de 2014, determinou a transi¸c˜ao da transmiss˜ao anal´ogica dos servi¸cos de radiodifus˜ao de sons e imagens e de retransmiss˜ao de televis˜ao para o Sistema Brasileiro de Televis˜ao Digital - SBTVD para o per´ıodo de 1 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2018. Durante esse per´ıodo de transi¸c˜ao anal´ogica, as emissoras devem possibilitar a transmiss˜ao dos programas nos sistemas anal´ogico e digital.

A primeira emissora a ser totalmente digital ser´a a TV Rio Verde/GO em Rio Verde-GO em novembro de 2015. A TV Bahia em Salvador-BA ter´a um prazo at´e 2017 para ser totalmente digital. A TV Suba´e, emissora que faz parte da Rede Bahia e que fica situada na cidade de Feira de Santana, no interior da Bahia, tem um prazo at´e 25 de novembro de 2018 para ser totalmente digital.

A televis˜ao de alta defini¸c˜ao ´e um sistema de transmiss˜ao que permite uma resolu-¸c˜ao superior aos antigos padr˜oes anal´ogicos, possui um n´umero maior de linhas de defini¸c˜ao e um quadro mais largo (1080 linhas e 1920 pontos). Esse novo conceito ´e conhecido pelo nome de HDTV.

(33)

todo o mundo. Em 2008, os Jogos Ol´ımpicos de Pequim foram totalmente produzidos e transmitidos em HDTV.

No ´audio, a diferen¸ca dos sistemas de transmiss˜ao tamb´em ´e grande. Enquanto a TV anal´ogica trabalha com um canal (mono) ou dois canais (est´ereo) de ´audio, a TV digital suporta at´e seis canais, permitindo a utiliza¸c˜ao em diversos idiomas [ALENCAR 2007b]. Outras caracter´ısticas essenciais do SBTVD-T s˜ao a mobilidade e a interatividade.

No caso da mobilidade, o consumidor tem f´acil acesso a dispositivos m´oveis que per-mitem assistir televis˜ao em celulares e minitelevisores port´ateis. J´a a interatividade representa a participa¸c˜ao ativa dos telespectadores durante a transmiss˜ao, o que torna o telespectador sujeito ativo da informa¸c˜ao e n˜ao mais passivo. Ele passa a ser considerado consumidor. Diante disso, a TV digital ´e considerada uma das mais importantes transforma¸c˜oes dos ´ultimos anos.

A TV Globo ´e a principal TV aberta do pa´ıs e vem passando por transforma¸c˜oes ao longo dos anos desde a sua funda¸c˜ao. Nos ´ultimos anos, vem instalando o sinal digital na transmiss˜ao de toda a rede. Em 10 de junho de 1998, a Globo fez a sua primeira transmiss˜ao digital no Brasil na partida inaugural da Copa da Fran¸ca entre Brasil e Esc´ocia. A introdu¸c˜ao da nova tecnologia no pa´ıs foi imprescind´ıvel para que a sociedade brasileira continuasse tendo acesso ao seu mais importante meio de informa¸c˜ao e entretenimento, de modo gratuito, com alta qualidade, a qualquer hora e em qualquer lugar.

2.1.1

Camadas do Sistema Digital

O sistema de Televis˜ao Digital Terrestre pode ser dividido em dois blocos: o bloco de Difus˜ao e Acesso e o bloco de Terminal de Acesso. No primeiro bloco, os sinais de ´audio, v´ıdeo e dados precisam ser comprimidos, codificados e empacotados ade-quadamente. O segundo bloco tem como fun¸c˜ao realizar as opera¸c˜oes inversas `as realizadas no bloco de Difus˜ao e Acesso, pois o objetivo ´e reconstituir a informa-¸c˜ao original de ´audio, v´ıdeo e dados. Na Figura 2.2, o diagrama desse modelo ´e representado pelo fluxo de informa¸c˜ao no sistema.

(34)

Figura 2.2: Diagrama de blocos do modelo de referˆencia de um sistema digital de televis˜ao terrestre [ALENCAR 2007b].

A ideia ´e oferecer servi¸cos para camada superior e usar os servi¸cos oferecidos pela inferior [BECKER e VARGAS 2004]. As camadas s˜ao em ordem de execu¸c˜ao como mostra a Figura 2.3: aplica¸c˜ao, middleware, compress˜ao de ´audio e v´ıdeo, transporte e modula¸c˜ao.

Primeiro ´e feita a captura de v´ıdeo e ´audio atrav´es de uma cˆamera ou dos dados oriundos da produ¸c˜ao do conte´udo [ALENCAR 2007b]. Depois de capturado, o sinal ´e codificado e ´e feita a remo¸c˜ao de redundˆancias nos sinais de ´audio e v´ıdeo para que possam ser transmitidos por um ´unico feixe de dados (camada de transporte). Este fluxo codificado ´e adequado ao meio de transmiss˜ao (camada Codifica¸c˜ao de Canal, Modula¸c˜ao e Transmiss˜ao).

Enquanto isto, no m´odulo de Recep¸c˜ao, Demodula¸c˜ao e Decodifica¸c˜ao do canal, o sinal da TV ´e recebido, decodificado e demodulado. Na camada de transporte, o sinal digital ´e demultiplexado e enviado aos decodificadores. O decodificador de ´audio recebe esse fluxo e realiza a sua descompress˜ao, fornecendo na sa´ıda o ´audio descomprimido.

(35)

Figura 2.3: Arquitetura do padr˜ao ISDB [Fernandes et al. 2004].

No middleware, uma API (do inglˆes, Application Programming Interface) possi-bilita que os dados distintos sejam executados independentes do hardware exis-tente. Essa interface facilita a portabilidade das aplica¸c˜oes [Fernandes et al. 2004], [Agostini et al. 2007].

2.1.2

Camada de Compress˜

ao

Segundo [Montez e Becker 2004], o m´etodo de compress˜ao de sinais ´e a prin-cipal atividade no processo de transmiss˜ao de sinais digitais. Essa atividade tem duas caracter´ısticas: a redundˆancia e a propriedade da percep¸c˜ao humana [BECKER e VARGAS 2004].

A fun¸c˜ao b´asica da compress˜ao ´e reduzir a taxa de bits necess´aria para a transmis-s˜ao dos sinais no ambiente da emissora e descomprestransmis-s˜ao no ambiente do receptor, de acordo com a capacidade do canal e de preservar a qualidade necess´aria `a sua aplica¸c˜ao.

(36)

2.1.3

V´ıdeo

Um sinal de v´ıdeo sem compress˜ao pode atingir 270 Mbits/s para SD (do inglˆes, Standard Definition) e 1,5 Gbits/s para HD, sendo que a taxa de bits disponibilizada pelos sistemas de transmiss˜ao da TV digital terrestre est´a em torno de 19 Mbits/s [ALENCAR 2007b].

Tabela 2.1: Espa¸co ocupado por algumas m´ıdias n˜ao comprimidas, em formato digital [BECKER e VARGAS 2004].

M´ıdia 1 hora de v´ıdeo em VHS 1 hora de TV de alta defini¸c˜ao

Espa¸co ocupado 24,3 GB 389 GB

Observando a tabela 2.1 de ocupa¸c˜ao do espa¸co pelas m´ıdias, ´e f´acil verificar a necessidade da compress˜ao. Recebendo 60 minutos de v´ıdeo em qualidade VHS (do inglˆes, Video Home System), seriam necess´arias aproximadamente 240 horas (10 dias) para receber o v´ıdeo inteiro [BECKER e VARGAS 2004].

O subsistema de codifica¸c˜ao de v´ıdeo consiste em um codificador de v´ıdeo - no bloco Difus˜ao e Acesso -, e um decodificador de v´ıdeo - no bloco Terminal de Acesso. Entre esses dois blocos est˜ao o Canal de Radiodifus˜ao e o Canal de Interatividade. Por meio do Canal de Radiodifus˜ao, os sinais de ´audio, v´ıdeo e dados s˜ao transmitidos [ALENCAR 2007b].

Uma imagem digitalizada ´e formada por uma sequˆencia de quadros (frames), que s˜ao formados por menores representa¸c˜oes de uma imagem denominadas pixels. Um pixel ´e composto pelas componentes de luminˆancia e duas de crominˆancia (Y, Cr e Cb respectivamente). Um bloco ´e um grupo de pixels e um conjunto de bloco forma um macrobloco.

Os macroblocos podem ser divididos em sub-macrobloco. Um conjunto de macro-blocos em uma mesma linha ´e um slice. Um conjunto de todos os slices ´e chamado de imagem. Um conjunto com 15 imagens ´e chamado de GOP (do inglˆes, Group of Pictures) e o conjunto de GOP’s ´e um v´ıdeo.

O padr˜ao H.264/AVC ´e o primeiro que prevˆe a utiliza¸c˜ao de macroblocos com ta-manhos vari´aveis (16x16, 16x8, 8x16 ou 8x8 pixels). Uma parti¸c˜ao 8x8 ´e chamada sub-macrobloco e um sub-macrobloco com parti¸c˜ao 8x8 pode ser particionado em blocos de 8x8, 8x4, 4x8 ou 4x4 pixels [Puri et al. 2004]. A Figura 2.4 mostra a divis˜ao de um quadro em v´arias parti¸c˜oes.

(37)

Figura 2.4: Quadro com v´arias parti¸c˜oes.

A redundˆancia entr´opica tem por objetivo transmitir o m´aximo de informa¸c˜ao pos-s´ıvel por s´ımbolo codificado e, deste modo, representar mais informa¸c˜oes com um n´umero menor de bits.

J´a redundˆancia temporal (interframe)[Wiegand et al. 2003], acontece quando deta-lhes de uma imagem n˜ao mudam na passagem de um quadro para outro (semelhan¸ca entre quadros sucessivos). Ela explora as similaridades. A partir de um quadro, ela pode estimar o pr´oximo. A Figura 2.5 ilustra essa composi¸c˜ao de v´ıdeo.

Figura 2.5: Amostras espaciais e temporais.

(38)

diminui¸c˜ao. J´a a compress˜ao entr´opica, que reconstitui o sinal bit a bit, ´e sem perdas.

No caso do Sistema Brasileiro de Televis˜ao Digital, o padr˜ao H.264 - tamb´em cha-mado de MPEG-4 ou parte 10 ou AVC (do inglˆes, Advance Video Coding) e fre-quentemente mencionado como H.264/AVC - tem como caracter´ısticas principais a alta capacidade de compress˜ao de dados porque reduz o tamanho de um arquivo de v´ıdeo digital em 80% a mais quando comparado ao formato JPEG e 50% a mais em rela¸c˜ao ao MPEG-4. O H.264 possui uma qualidade de v´ıdeo superior para uma de-terminada taxa de bits e desempenho [Recommendation 2003], e tem decodifica¸c˜ao de correspondˆencia exata que define exatamente como os c´alculos num´ericos devem ser feitos por um codificador e um decodificador. O MPEG-4 tem mais de 20 partes (documentos), mas s˜ao as partes 2 e 10 as respons´aveis pelo processo de codifica¸c˜ao de v´ıdeo.

No terminal Difus˜ao e Acesso, o codificador de v´ıdeo recebe como entrada o sinal de v´ıdeo digital n˜ao comprimido. Al´em disso, ele realiza a compress˜ao e gera um fluxo de v´ıdeo codificado como sa´ıda. Uma vez codificado, o sinal ´e processado pela camada de transporte que faz a jun¸c˜ao dos fluxos devidamente codificados e empacotados. Essa jun¸c˜ao chega `a camada de transporte do Terminal de Acesso respons´avel por individualizar as informa¸c˜oes e entregar para o decodificador de v´ıdeo. O decodificador realiza a decodifica¸c˜ao e produz como sa´ıda o sinal de v´ıdeo reconstru´ıdo para que possa ser corretamente exibido [ALENCAR 2007b].

Como podemos ver na Figura 2.6, a codifica¸c˜ao acontece no sentido da esquerda para a direita. Nesse processo, um quadro chega no codificador atrav´es de uma mem´oria interna de entrada. Cada macrobloco pode ser codificado no modo intra ou inter, e depois ele ´e transformado e quantizado. Al´em disso, seus coeficientes s˜ao ordenados e entregues a um codificador de entropia.

Figura 2.6: Diagrama de blocos do codificador H.264 [ALENCAR 2007b].

(39)

(do inglˆes, Bidirectional) para predi¸c˜oes posteriores pela codifica¸c˜ao, que deve usar os quadros dispon´ıveis no decodificador. Esses coeficientes s˜ao desquantizados e transformados inversamente para produzir aproxima¸c˜oes dos macroblocos residuais na etapa direta da codifica¸c˜ao. Um filtro ´e adicionado para diminuir os efeitos de distor¸c˜ao dos blocos. Uma inova¸c˜ao importante desse filtro ´e que ele ´e adaptativo, conseguindo distinguir as arestas da imagem e do passo elevado de quantiza¸c˜ao [Porto et al. 2005].

O H.264 aproveita alguns detalhes da imagem que n˜ao s˜ao percept´ıveis ao olho humano e, com isso, consegue fazer uma retirada das informa¸c˜oes desnecess´arias. Este formato possui sete perfis e dependendo do perfil, diferentes tipos de quadros - como os quadros I, P e B. A seguir as descri¸c˜oes desses quadros:

• I, Intracoded: ou codificados internamente. S˜ao codificados sem nenhuma dependˆencia com os outros quadros e formam uma imagem completa sendo referˆencia para os quadros P e B. A primeira imagem em uma sequˆencia de v´ıdeo ´e sempre um quadro I, por isso s˜ao usados como pontos de sincroniza¸c˜ao. A desvantagem dos quadros I ´e que eles consomem muito mais bits;

• P, Predicted: Possuem apenas as diferen¸cas que ocorreram em rela¸c˜ao ao qua-dro anterior I ou P. Os quaqua-dros P geralmente exigem menos bits do que quaqua-dros I. Possuem a desvantagem de serem muito sens´ıveis a erros de transmiss˜ao;

• B, Bidirectional ou Bidirecionais: Al´em da diferen¸ca em rela¸c˜ao ao quadro anterior tamb´em informa a diferen¸ca em rela¸c˜ao ao quadro futuro, oferecendo uma maior compress˜ao.

O padr˜ao MPEG (do inglˆes, Motion Picture Experts Group) tem uma sequˆencia delimitada por dois quadros I e composta por quadros P e B. Nesta configura¸c˜ao os quadros I s˜ao usados como pontos de sincronismo como mostra a Figura 2.7.

Figura 2.7: Organiza¸c˜ao de um GOP. Adaptado de [BECKER e VARGAS 2004].

(40)

Em um quadro de imagem, os dados podem ser reduzidos simplesmente pela remo¸c˜ao das informa¸c˜oes desnecess´arias que ter˜ao impacto na resolu¸c˜ao da imagem. J´a em uma s´erie de quadros, os dados de v´ıdeo podem ser reduzidos por m´etodos como a codifica¸c˜ao de diferen¸ca.

Al´em do H.264, a maioria dos padr˜oes de compacta¸c˜ao de v´ıdeo tamb´em usa essa codifica¸c˜ao. Imagine uma transmiss˜ao de entrevista na televis˜ao, onde o cen´ario fica est´atico e muda apenas os gestos e a linguagem labial do entrevistador e do entrevistado. Ao inv´es do sistema mandar sempre a mesma informa¸c˜ao que ´e a tela - o cen´ario -, ele informa que ´e para deixar a tela sempre igual e s´o mudar o ponto central. A informa¸c˜ao completa s´o dever´a ser transmitida de novo quando a cena mudar.

Na Figura 2.8, temos um exemplo da codifica¸c˜ao de diferen¸cas. Apenas o primeiro quadro - I - ´e integralmente codificado. Nas duas imagens seguintes - P, s˜ao feitas referˆencias aos elementos est´aticos da primeira imagem, ou seja, o cen´ario. Apenas as partes m´oveis, isto ´e, a apresentadora movimentando o tablet, s˜ao codificadas atrav´es de vetores de movimento, reduzindo, assim, a quantidade de informa¸c˜oes enviadas e armazenadas.

Figura 2.8: Codifica¸c˜ao de diferen¸cas.

No entanto, essa mesma t´ecnica n˜ao se aplicaria se houvesse muito movimento em um v´ıdeo. Por isso, a compensa¸c˜ao de movimento ´e outro aspecto relevante. Algoritmos de compress˜ao de v´ıdeo como o MPEG-2 e o H.264 usam a transformada discreta de cossenos (DCT, do inglˆes, Discrete Cosine Transform) e a predi¸c˜ao interquadros com compensa¸c˜ao de movimentos para os diagramas dos blocos decodificadores e codificadores do H.264/AVC [ALENCAR 2007b].

A predi¸c˜ao intraquadros ´e calculada usando os pixels vizinhos do macrobloco no mesmo quadro e isso envolve algoritmos para explorar de forma eficiente as redun-dˆancias espaciais. A predi¸c˜ao interquadros no H.264 incorpora as seguintes inova¸c˜oes [ALENCAR 2007b]:

• Dimens˜ao de bloco vari´avel para compensa¸c˜ao de movimento;

• Referˆencia de quadros m´ultiplos para predi¸c˜ao;

(41)

• Uso dos quadros B como referˆencia;

• Predi¸c˜ao ponderada;

• Precis˜ao utilizando fra¸c˜oes de pixel.

O padr˜ao H.264 apresenta um grande avan¸co na tecnologia de compacta¸c˜ao de v´ıdeo. Outro aspecto relevante ´e o filtro de antiblocagem, um processo de filtragem que ´e aplicado a cada macrobloco com o intuito de reduzir o aparecimento de ru´ıdos que comprometem a qualidade da imagem.

Esse tratamento suaviza o efeito de bloco do quadro reconstru´ıdo antes dele ser usado para fazer a predi¸c˜ao de um novo macrobloco do tipo inter-quadro.

O objeto de estudo do presente trabalho, a TV Suba´e, adotou o padr˜ao H.264. Com as mudan¸cas previstas no parque tecnol´ogico para implanta¸c˜ao do sinal digital, a emissora adotou as ilhas de edi¸c˜ao Adobe Premier Pro CS6, que tem como vantagens os discos em Raid e o disco do sistema SSD (do inglˆes, Solid State Disk).

O SSD ´e um sistema mais r´apido, com menor aquecimento, consome menos energia, tem maior durabilidade e m´ultiplos processadores, al´em de compress˜ao H.264 como mostra a Figura 2.9.

Figura 2.9: Compress˜ao H.264 adotada na ilha de edi¸c˜ao Adobe Premier.

2.1.4

Audio

´

O som consiste em um fenˆomeno ondulat´orio e microsc´opico, pois envolve mol´eculas de ar que s˜ao comprimidas e expandidas sob a a¸c˜ao de algum equipamento. O ´audio digital, ou som digital, consiste na representa¸c˜ao digital de uma onda sonora por meio de um c´odigo bin´ario.

(42)

dos sinais de ´audio, como requisito para que o sinal seja praticamente igual ao original.

O subsistema de codifica¸c˜ao de ´audio compreende um m´odulo codificador e um decodificador. A an´alise dos codificadores de ´audio mais adequados ao ISDTV (do inglˆes, International System for Digital TV) levou em considera¸c˜ao os crit´erios custo, desempenho e confiabilidade dos codificadores para a transmiss˜ao em est´ereo (ST), e circunjacente (surround-SR) ou multicanal - com seis fluxos de informa¸c˜ao sendo essa uma caracter´ıstica desej´avel para os novos sistemas digitais.

Segundo o relat´orio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunica¸c˜oes (CPqD), pode-se afirmar que as solu¸c˜oes mais apropriadas para a codifica¸c˜ao de ´audio s˜ao o AC-3 (Dolby Digital), o MPEG AAC e o DTS. A segunda solu¸c˜ao, o MPEG (composto por diversas empresas), ´e considerada mais apropriada por conta da tecnologia privada e por estar presente na maioria dos equipamentos de ´audio.

Diferente do v´ıdeo, no ´audio n˜ao existe a mesma correla¸c˜ao entre quadros vizinhos, o que torna a codifica¸c˜ao complicada. O AAC, acrˆonimo para Advanced Audio Coding, ou em portuguˆes, Codifica¸c˜ao de ´Audio Avan¸cado, foi desenvolvido pelo grupo MPEG para superar os problemas presentes no MP3, alcan¸cando, assim, maior qualidade que seu ”concorrente”. Inclusive, ele ´e apontado n˜ao s´o como superior, mas tamb´em como o sucessor do MP3.

Esse padr˜ao possui taxas de amostragem entre 8 kHz (Kilohertz, unidade de frequˆen-cia que equivale a 103) e 96 kHz e codifica¸c˜ao de alta qualidade, com capacidade de

at´e 48 canais e at´e 16 canais de baixa frequˆencia [Montez e Becker 2004]. Seguindo o Dolby Laboratories, instituto especializado em redu¸c˜ao de ru´ıdos, codifica¸c˜ao e com-press˜ao de arquivos de ´audio, um arquivo em AAC comprimido a 96 Kbps acaba por ter qualidade de ´audio superior que um MP3 a 128 Kbps. Isso significa que o arquivo AAC ser´a superior em qualidade e ter´a um tamanho menor que o MP3.

O AAC emprega um mascaramento do sinal do ouvido humano para diminuir a taxa de bits. O ouvido humano normal tem uma faixa de frequˆencia aud´ıvel em torno de 20 Hz a 20 kHz [BECKER e VARGAS 2004]. O mascaramento ´e um fenˆomeno no dom´ınio de frequˆencia que surge quando um sinal de n´ıvel baixo e o sinal de n´ıvel elevado ocorrem simultaneamente e est˜ao pr´oximos em frequˆencia.

Esse processo ocorre da seguinte forma: se o sinal de n´ıvel baixo situar-se abaixo de um limiar de mascaramento, ele se tornar´a mascarado pelo sinal mais forte [HAYKIN 2004]. Ele ´e mais acentuado quando ambos os sinais situam-se na mesma banda cr´ıtica e ´e menos efetivo quando os sinais situam-se em bandas adjacentes.

(43)

Os diferentes modos s˜ao equilibrados com rela¸c˜ao `a qualidade e complexidade do ´audio em uma determinada taxa de bits. Por exemplo, em 180 kbps, o perfil Main AAC apresenta maior complexidade na estrutura de codifica¸c˜ao do que o c´odigo LC na mesma taxa de bits. Por´em, este apresenta uma qualidade de ´audio superior como resultado.

2.1.5

Codifica¸c˜

ao de dados

O codificador de dados tem por fun¸c˜oes fragmentar e organizar os dados de maneira a prepar´a-los para a camada de transporte (TS - do inglˆes, Transport Stream). Essas fun¸c˜oes s˜ao influenciadas pelas especifica¸c˜oes da camada de transporte e do middleware (no Terminal de Acesso).

Os dados s˜ao transmitidos em estruturas l´ogicas denominadas datagramas, que de-finem o tamanho, o conte´udo, o destino e a sua fun¸c˜ao. Na camada de transporte os dados s˜ao transmitidos dentro de pacote do feixe de transporte que tˆem comprimento fixo de 188 bytes, o que faz com que os dados sejam fragmentados no m´odulo de Difus˜ao e Acesso e, posteriormente, na recep¸c˜ao o middleware trata as informa¸c˜oes recebidas.

O Carrossel e o Encapsulamento Multiprotocolo (MPE - do inglˆes, Multiprocol En-capsulation), s˜ao duas possibilidades de mecanismos de transporte usados. O pri-meiro mecanismo permite que um servidor de aplica¸c˜oes de um sistema de difus˜ao de dados apresente de forma c´ıclica um conjunto de dados a um decodificador. Caso o receptor perca esses dados, dever´a esperar a pr´oxima vez para que os dados pedidos sejam transmitidos. H´a dois tipos de carross´eis: carross´eis de objeto e de dados.

J´a o MPE permite que um datagrama de qualquer protocolo de comunica¸c˜ao seja transmitido na se¸c˜ao de uma tabela privada DSM-CC (do inglˆes, Digital Storage Media Command and Control) sobre o fluxo de transporte (TS). Esta estrutura ´e composta por uma sequˆencia bin´aria com informa¸c˜ao relativa e a pr´opria estrutura (cabe¸calho) e o espa¸co para o transporte dos dados em si.

A estrutura MPE pode carregar qualquer protocolo de rede usando o protocolo Logical Link Control (LLC), definido no padr˜ao IEEE 802.2. O emprego mais comum para este mecanismo de transporte ´e o tr´afego internet onde o datagrama TCP/IP (protocolos de comunica¸c˜ao entre computadores em rede) carrega a informa¸c˜ao sobre os endere¸cos l´ogicos IP (do inglˆes, Internet Protocol) da origem e do destino, assim como o endere¸co MAC (do inglˆes, Media Access Control).

(44)

2.1.6

Transporte

Para a camada de Transporte, foi escolhido o padr˜ao MPEG-2 Systems (TS). Esse padr˜ao define as caracter´ısticas de multiplexa¸c˜ao/demultiplexa¸c˜ao de ´audio, v´ıdeo e dados, a sintaxe e a semˆantica dos pacotes, e tamb´em os modelos de sincroniza¸c˜ao e de controle de temporiza¸c˜ao que s˜ao necess´arios para que o receptor processe adequadamente as informa¸c˜oes recebidas.

O padr˜ao MPEG-2 Systems (TS) ´e voltado para o transporte (difus˜ao) de dados multim´ıdia em enlaces de comunica¸c˜ao sujeitos a erros de transmiss˜ao. Da´ı o tama-nho pequeno proposital do pacote, apenas 188 bytes (unidade de informa¸c˜ao digital) - sendo 1 byte para sincronismo e 187 para dados, facilitando a ressincroniza¸c˜ao de um v´ıdeo ou do ´audio, para o caso de ocorrerem perdas de pacotes e neste caso n˜ao serem afetados seriamente [Montez e Becker 2004].

As funcionalidades e os requisitos do conjunto mux/demux (mux - do inglˆes, Mul-tiplexer e demux - do inglˆes, DemulMul-tiplexer) est˜ao especificados em [ITU-T 2000]. Uma das suas funcionalidades ´e a add-drop. Trata-se da capacidade de substituir parte dos pacotes referentes ao conte´udo original.

Essa funcionalidade ´e muito importante para as esta¸c˜oes retransmissoras que tˆem a necessidade de produzir programas locais na sua grade de programa¸c˜ao. O subsis-tema da camada de transporte situa-se entre o subsissubsis-tema de Codifica¸c˜ao de Sinais de Fonte e o de Codifica¸c˜ao de Canal e Modula¸c˜ao.

2.1.7

Transmiss˜

ao e Recep¸c˜

ao

Tamb´em denominada de camada f´ısica, a Transmiss˜ao e Recep¸c˜ao no ISDTV tem a fun¸c˜ao de receber o fluxo (TS) da camada de transporte e process´a-lo para a sua irradia¸c˜ao no canal de radiofrequˆencia.

Nesse sentido, um sistema de comunica¸c˜ao ´e usado para esse transporte. Mas antes de ser enviado, esse sinal precisa ser modulado no envio e demodulado na recep¸c˜ao.

O padr˜ao ISDB-T foi adotado devido `a sua superioridade t´ecnica e flexibilidade o que o torna t˜ao interessante tanto para as emissoras quanto para os telespectadores. A transmiss˜ao no ISDB-T tem como etapas principais a codifica¸c˜ao do canal e a modula¸c˜ao (COFDM).

2.1.8

Codifica¸c˜

ao do canal

(45)

O ISDB-T emprega na codifica¸c˜ao externa um c´odigo Reed Solomon (RS). Ele ´e um corretor de erros do tipo Forward Error Correction Code (FEC) e pertence `a fam´ılia dos Bloc Codes do tipo BCH (do inglˆes, Bose-Chaudhuri-Hocquenghem).

Os c´odigos corretores de erro tem a fun¸c˜ao de manter a integridade da informa¸c˜ao transmitida. Isso permite que uma determinada quantidade de erros seja corrigida sem a necessidade da retransmiss˜ao. Neste esquema, bits de redundˆancia s˜ao acres-centados `a informa¸c˜ao a ser transmitida com o objetivo de detectar anomalias que possam ter acontecido durante a transmiss˜ao.

A Reed Solomon ´e um exemplo dessa abordagem. Comumente empregada em difu-s˜oes onde seja dif´ıcil o emprego de t´ecnicas convencionais que envolvam retransmis-s˜oes das informa¸c˜oes com erros [Tanenbaum 2003], essa t´ecnica consiste em adicionar informa¸c˜oes redundantes no sinal, para que o receptor possa detectar e corrigir erros que possam vir a ocorrer na transmiss˜ao.

No RS s˜ao inseridos 16 bytes de paridade a cada pacote de 188 bytes (187 bytes mais um byte de sincronismo), resultando em um c´odigo RS (204,188). Esses bits redundantes criados servem para a corre¸c˜ao de erros introduzidos pelo meio de trans-miss˜ao e o byte de sincronismo identifica o in´ıcio e o fim de cada pacote. A Figura 2.10 ilustra essa estrutura.

Figura 2.10: Transport Stream Packet (TSP) protegido pelo c´odigo RS [ALENCAR 2007b].

O c´odigo Reed Solomon foi inventado no ano de 1960 pelos pesquisadores Irving S. Reed e Gustave Solomon [de Canais 2005]. Um c´odigo Reed Solomon pode ser classificado como RS (n3,k). Onde n3 representa o n´umero de s´ımbolos de sa´ıda ek,

o n´umero de s´ımbolos de entrada.

(46)

Figura 2.11: Entrela¸camento no tempo.

J´a o entrela¸camento na frequˆencia executa o embaralhamento nas portadoras de um mesmo segmento, de forma a dar um aspecto aleat´orio `as frequˆencias. Esse embaralhamento n˜ao depende do modo de transmiss˜ao [ALENCAR 2007b] porque apenas especifica os valores para as portadoras de um mesmo segmento (Figura 2.12).

Figura 2.12: Entrela¸camento na frequˆencia.

Al´em do entrela¸camento, ´e feito o ajuste da taxa de codifica¸c˜ao nos valores 1/2, 2/3, 3/4, 5/6 e 7/8. Para entender essa codifica¸c˜ao, para raz˜ao 5/6, a cada 5 bits de informa¸c˜ao ´e acrescentado 1 bit de corre¸c˜ao. Quanto menor a fra¸c˜ao, menor ´e a robustez do sinal contra as interferˆencias externas.

Como ´e usada a transmiss˜ao hier´arquica, o TS deve ser dividido em m´ultiplas ca-madas de acordo com as caracter´ısticas de cada camada hier´arquica: capacidade de transmiss˜ao ou de robustez. Al´em disso, a transmiss˜ao hier´arquica configura, de forma independente, diferentes parˆametros nas camadas e forma dados com tama-nhos distintos que provocam diferentes atrasos no receptor.

(47)

configura¸c˜oes relativas ao n´umero de portadoras. A tabela 2.2 representa as poss´ıveis configura¸c˜oes.

Tabela 2.2: N´umero de portadoras do Sistema. Adaptado de [ALENCAR 2007b]. Modo N´umero de Portadoras

1 2.048

2 4.096

3 8.192

A robustez do sistema depende do n´umero de portadoras. Quanto maior for o n´umero de portadoras, mais robusto ser´a o sistema frente aos m´ultiplos percursos e mais sens´ıvel ser´a o sistema ao desvio de frequˆencia Doppler (MENDES, 2007).

Analisando os parˆametros da tabela 2.2 podemos concluir que se a prioridade da radiodifusora for a mobilidade do receptor, o mais indicado seria o modo 1. Em situa¸c˜oes onde o fator limitante ´e a prioridade seletividade em frequˆencia do canal, o ideal seria aplicar o modo 3. A Seletividade de frequˆencia refere-se `a capacidade do receptor de rejeitar sinais adjacentes indesej´aveis, mas se o objetivo do canal for garantir mobilidade e ter uma velocidade relativamente baixa e uma seletividade em frequˆencia moderadamente severa, o indicado ´e aplicar o modo 2.

2.1.9

Modula¸c˜

ao

A modula¸c˜ao, ´e uma varia¸c˜ao de amplitude, fase ou frequˆencia de um sinal durante a transmiss˜ao. Segundo [BECKER e VARGAS 2004], a modula¸c˜ao ´e um processo no qual as caracter´ısticas de uma onda s˜ao alteradas de acordo com o sinal a ser transmitido.

A modula¸c˜ao oferece trˆes benef´ıcios [HAYKIN 2001]:

• Desloca um conte´udo espectral de um sinal de mensagens para uma faixa de frequˆencia operacional do canal de comunica¸c˜ao;

• Deixa esse conte´udo menos vulner´avel a interferˆencias e ru´ıdos;

• Permite a multiplexa¸c˜ao simultaneamente de dados de fontes independentes.

COFDM

(48)

A divis˜ao de sinais multiplexados por divis˜ao de frequˆencia ´e uma t´ecnica de trans-miss˜ao de m´ultiplas portadoras que dividem o espectro em v´arias subportadoras pr´oximas. Essas subportadoras s˜ao chamadas ortogonais por serem linearmente in-dependentes e por n˜ao possu´ırem sobreposi¸c˜ao de frequˆencia.

A Figura 2.13 ilustra esse efeito da ortogonalidade [ALENCAR 2007b]. A modu-la¸c˜ao OFDM (do inglˆes, Orthogonal Frequency Division Multiplexing) exige uma sincroniza¸c˜ao de frequˆencia bem precisa entre o receptor e o emissor. Ocorrendo qualquer desvio, as subportadoras deixam de ser ortogonais. Em cada fase e ampli-tude, as subportadoras s˜ao calculadas de acordo com a modula¸c˜ao escolhida - como BPSK, QPSK ou QAM - numa taxa baixa.

A vantagem do OFDM sobre esquemas de portadora simples est´a na capacidade de suportar condi¸c˜oes extremas no meio de transmiss˜ao, como na atenua¸c˜ao de altas frequˆencias em longos cabos de cobre ou mesmo na atenua¸c˜ao seletiva de frequˆencias devido a problemas de multipercurso.

Figura 2.13: Ortogonalidade entre as portadoras no sistema OFDM. Adaptado de [ALENCAR 2007b].

Al´em disso, possui superioridade t´ecnica e flexibilidade para a implementa¸c˜ao dos servi¸cos pretendidos, principalmente a recep¸c˜ao m´ovel dos sinais de televis˜ao HDTV e STDV.

Os padr˜oes que usam modula¸c˜ao COFDM (ISDB-T e DVB-T) tˆem melhor desempe-nho que o padr˜ao que usa modula¸c˜ao 8VSB (ATSC). Na pr´atica, a t´ecnica funciona como um sistema de compartilhamento em frequˆencia em que cada pequena porta-dora transporta apenas uma fra¸c˜ao de informa¸c˜ao total. Os dados modulantes n˜ao variam ao longo do tempo, tornando o sinal c´ıclico em um per´ıodo de T segundos [Mendes 2007].

Imagem

Figura 2.2: Diagrama de blocos do modelo de referˆencia de um sistema digital de televis˜ao terrestre [ALENCAR 2007b].
Figura 2.9: Compress˜ao H.264 adotada na ilha de edi¸c˜ao Adobe Premier.
Figura 3.17: Potˆencia recebida em fun¸c˜ao da distˆancia do receptor para o modelo Okumura-Hata.
Figura 4.7: Compara¸c˜ao entre o modelo te´orico Espa¸co Livre e os valores medidos.
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Referências

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