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Interesses e Necessidades do Grupo

No documento Mary Cilly Manica Faria (páginas 87-91)

Capítulo 4. Estágio Pedagógico

4.1 Contextualização do Estágio

4.1.3 Caraterização do Grupo de Crianças

4.1.3.1 Interesses e Necessidades do Grupo

Tendo em conta as vivências experienciadas com grupo e a análise documental do PCG, apresenta-se no seguinte Quadro os interesses, bem como lacunas mais evidentes do grupo, no que diz respeito à Área Pessoal e Social (Quadro 2).

Área Pessoal e Social

Interesses Necessidades

 Demonstram bom relacionamento estre as crianças, entre a criança e o adulto;

 São autónomas na higiene.

 Dificuldades na partilha e na cooperação com o outro;

 Dificuldades no cumprimento das regras da sala, sobretudo no saber esperar pela sua vez, na arrumação e cuidado dos materiais;  Complicações na hora da refeição,

especialmente no segundo prato, algumas crianças precisam da ajuda do adulto e de motivação para comer. De notar que algumas apenas recentemente começaram a ingerir alimentos sólidos.

Quadro 2. Interesses e necessidades do grupo na Área Pessoal e Social 77%

23%

5 anos 4 anos

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Por outro lado, na Área de Expressão e Comunicação as crianças revelam os seguintes interesses e necessidades (Quadro 3):

Área da Expressão e Comunicação

Interesses Necessidades

Expressão plástica

 Mostram gosto pela pintura, recorte e

colagem.  Dificuldades em finalizar as tarefas;  Pouca agilidade com as tesouras;

 Pouca organização do trabalho e uso do espaço;

 Obstáculo em recriar um acontecimento e em representar a figura humana.

Expressão dramática/teatro

 Demostram entusiasmo pela Expressão Dramática/teatro, porém no momento de executar a atividade ficam inibidos e alguns recusam-se a participar;

 Desfrutam das atividades de faz de conta, mas também é uma área onde acontecem alguns conflitos.

 O grupo mostra-se inibido e algumas crianças recusam-se a participar quando solicitados para representar;

 Dificuldade no respeito pelo desejo do outro.

Expressão musical

 Gostam de ouvir músicas e canções;  Revelam entusiasmo em cantar em grande

grupo e em aprender novas músicas, aprendem rapidamente.

 Algumas crianças não se sentem à vontade em cantar para o grande grupo;

 Dificuldade na reprodução de ritmos e batimentos.

Dança

 “Gostam de participar em rodas cantadas”.  Dificuldade de coordenação com os seus pares durante as rodas cantadas.

Expressão motora

 Realizam com prazer as atividades

associadas à Expressão Físico-Motora.  Dificuldades na motricidade fina. Algumas crianças ainda realizam a garatuja. Quadro 3. Interesses e necessidades do grupo na Área de Expressão e Comunicação

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Conforme as intervenções pedagógicas realizadas, apresenta-se no Quadro 4 os interesses e necessidades do grupo no que concerne a Área da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita:

Área da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Interesses Necessidades

 Demostram satisfação em ouvir histórias,

lengalengas e outros.  Pouca participação nos diálogos em grande grupo;  Dificuldade na exploração e recontro de

histórias;

 Algumas crianças não verbalizam corretamente algumas palavras e possuem dificuldades na construção frásica;

 Ausência de vocabulário diversificado. Algumas crianças falam de forma infantil;  Pouca concentração.

Quadro 4. Interesses e necessidades do grupo na Área da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Fonte: EB1/PE da Ladeira (2013/2014a)

Tendo por base as observações realizadas, foram aferidos os seguintes interesses e carências na Área da Matemática (Quadro 5):

Área da Matemática

Interesses Necessidades

 A maioria reconhece e identifica as quatro formas geométricas;

 Alguns são capazes de contar.

 Dificuldades na noção de forma e quantidade, em conhecer e identificar os números e no raciocínio lógico- matemático.

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Por último, na Área do Conhecimento do Mundo o grupo revela o seguinte:

Área do Conhecimento do Mundo

Interesses Necessidades

 Mostram gosto em aprender e em descobrir novas aprendizagens;

 Gosto pelas épocas festivas.

 Dificuldades em se situarem no espaço, no tempo (sucessão temporal) e em diferenciarem as cores;

 Quando é introduzido um novo tema, por vezes as intervenções não são coerentes nem organizadas.

Quadro 6. Interesses e necessidades do grupo na Área do Conhecimento do Mundo

Tal como já foi referido, para além destas necessidades, durante as minhas intervenções/observações foi possível verificar que algumas das crianças da Sala Pré 2 possuem grandes dificuldades em distinguir as cores primárias. Por isto, durante a minha prática pedagógica, independentemente da temática trabalhada, era também abordado o tema das cores. Tome-se o seguinte exemplo: quando era introduzida uma imagem, solicitava ao grupo que identificasse as cores assinaladas.

Durante a primeira semana de observação as crianças revelaram ter grandes dificuldades em se separarem dos pais. Algumas choravam durante vários minutos, solicitavam ficar na janela para ver os pais irem embora e uma destas chegou a vomitar repetidas vezes. Esta situação chamou-me à atenção. Percebi e considerei que a vertente afetiva deveria ser trabalhada, pois muitas das crianças que revelavam desconforto e sofrimento em breve farão a transição para o 1.º CEB.

Reconhecendo que este assunto deveria ser tido em consideração, durante as intervenções tentei diminuir o impacto que a despedida dos pais causava nas crianças que demonstravam maior desconforto. Deste modo, durante o Estágio procurei dar o meu apoio. Tome-se como exemplo o caso da Maria Inês: quando chegava à sala parecia estar bem, porém quando a mãe começava a despedir-se, agarrava-se com força na progenitora e iniciava o choro. Perante isto, durante as intervenções, dirigia-me à criança e à mãe, procurando a sua atenção falando com ela sobre algum assunto que a fizessem esquecer (por alguns minutos) que a mãe ia embora. Numa segunda-feira, perguntei à criança (enquanto chorava agarrada à mãe): Então Maria Inês o que fizeste ontem? Ela respondeu entre lágrimas: Fui a uma festa de anos! Eu continuei: Ah! Sim? E gostaste da festa? Enquanto agarrava-a pela mão e trazia-a comigo para o outro lado da sala. Ela respondeu:

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Sim gostei! Assim, o diálogo continuou durante alguns minutos, até que as lágrimas desapareceram.

Com esta estratégia, quando a criança demonstrava ficar perturbada pela ausência da mãe, acalmava-a e levava-a a esquecer um pouco o que estava a acontecer à sua volta. De salientar que, com isto, sinto que consegui ajudar a criança bem como a sua mãe que frequentemente ficava preocupada pelo comportamento da filha.

De notar que esta estratégia não era idêntica com todas as crianças: algumas apenas precisavam de ficar à janela com alguém por perto que lhes fizesse companhia, enquanto outras choravam no colo até acalmarem.

No documento Mary Cilly Manica Faria (páginas 87-91)