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5.1 MODELO DA INTERVENÇÃO

Após implementarmos o plano prévio de ações chegou-se a resultados sobre o modelo de intervenção que será discorrido nesta seção. Deste modo, pôde-se perceber como esta deve se organizar e quais os passos que devem ser realizados para que o sucesso se faça presente. Neste sentido, serão articuladas aqui aspectos que precisam ser atendidos para que resultados positivos sejam alcançados.

Vale ressaltar que deverá ser entendido neste estudo como modelo, a abstração e articulação de um conjunto de ações que foram elaboradas (segundo teorias preexistentes), experimentadas e analisadas. Assim, para que se possa visualizar mais facilmente este modelo será representado de forma esquemática tendo como ferramenta visual um algoritmo18, admitindo esta ferramenta como a descrição, de forma lógica, dos passos a serem executados no cumprimento de determinada tarefa.

Antes de iniciarmos a descrição das etapas contidas no algoritmo (Figura 1) que será exibido mais a frente, deve-se esclarecer algumas informações importantes que colaborarão para o alcance dos resultados.

Quanto aos recursos humanos que deverão participar desta intervenção, por ser uma ação voltada para a ESF, o enfermeiro coordenador na unidade também deverá ser responsável pela execução desta intervenção, no sentido de coordenar e organizar todo o processo e intervindo sempre que achar necessário para o bom funcionamento do trabalho. Coloca-se o enfermeiro da ESF como coordenador desta intervenção por acreditar que diante

18 Um algoritmo é formalmente uma sequência finita de passos que levam a execução de uma tarefa. Podemos

pensar em algoritmo como uma receita, uma sequência de instruções que executam uma meta específica. Estas tarefas não podem ser redundantes nem subjetivas na sua definição, devem ser claras e precisas.

de todas as dificuldades que emergem do SUS diariamente, deve-se utilizar de ferramentas (recursos humanos) já existentes no sistema.

Além desta questão, outro ponto que deve ser atendido é a disponibilidade de material didático de apoio para a capacitação dos Agentes, bem como de estrutura física para que o encontro para a capacitação aconteça de forma produtiva. Não podemos esquecer ainda, que a educação continuada e atualização do enfermeiro da ESF deve se fazer presente regularmente para que supra todas as necessidade de informação tanto dos ACS‘s como das famílias.

Deste modo, temos em linhas gerais, o enfermeiro da ESF como coordenador da intervenção e os ACS‘s como investigadores e educadores. Isto posto, segue o algoritmo desta intervenção e a discussão de cada uma das etapas:

Proposição das atividades aos ACS‘s

Capacitação dos Agentes pelo enfermeiro coordenador

Investigação de fatores de risco e sinais de alarme junto às famílias

Retorno do ACS trazendo os dados da investigação para a elaboração do plano educativo junto ao enfermeiro coordenador

Implementação da ação educativa

Avaliação periódica dos resultados e da intervenção

Proposição das atividades aos ACS’s: esta ação diz respeito a apresentação de todas as etapas e propósitos da intervenção ao sujeito que será seu protagonista, o Agente Comunitário de Saúde. Pois é necessário que este enquanto mediador principal para o alcance dos resultados almejados, perceba a importância da intervenção, o impacto que ela pode ocasionar e principalmente que ele se reconheça e adote estas atividades como próprias de seu trabalho enquanto investigador e educador em saúde.

Capacitação dos agentes pelo enfermeiro coordenador: destaca-se nesta etapa o enfermeiro que coordenará a intervenção como também uma figura técnica desta capacitação, como mais uma forma de estreitar os laços entre este profissional e o ACS, bem como, que possíveis acordos e adaptações para a realidade em questão sejam realizados em comum acordo entre todos os envolvidos. E quanto ao formato desta capacitação, orienta-se que siga o modelo proposto neste estudo, ressalvando que possíveis modificações julgadas como necessárias possam ser feitas, seguindo objetivo inicial. Vale dizer ainda, que o treinamento referente ao uso do instrumento de investigação deve ser realizado para o alcance de total segurança deste pelos agentes e assim, o seu uso mais adequado.

Investigação de fatores de risco e sinais de alarme junto às famílias: após a proposta ter sido feita e a capacitação concluída com sucesso. Dá-se continuidade com a primeira visita para a investigação da presença de fatores de risco e sinais de alarme junto às famílias pelo ACS. Deve-se destacar que a utilização correta do instrumento de investigação é de suma importância para a elaboração do plano educativo, daí a importância de treinar os agentes durante a capacitação quanto ao seu uso correto.

Retorno do ACS trazendo os dados da investigação para a elaboração do plano educativo junto ao enfermeiro coordenador: este será o momento em que o enfermeiro terá um encontro particular com cada ACS, para que este apresente os dados encontrados durante a investigação e o enfermeiro possa ter um parecer da condição encontrada e construa um plano educativo. Nesta ocasião, a participação do ACS se faz importante para que com a sua contribuição este plano possa estar compatível com as reais necessidades e possibilidades da família em questão.

Implementação da ação educativa: antes de proferir as orientações às famílias é importante que as perguntas problematizadoras sejam implementadas, porque estas fazem parte do plano educativo. O modelo a ser utilizado pode ser o proposto nesta pesquisa ou outros, de modo que não se fuja da ideia central deste método, que é despertar a criticidade

nos educandos. Assim, após este momento, o plano educativo deve seguir com as orientações particulares sobre os desvios de saúde encontrados, bem como sinais de risco para cada indivíduo em particular ou para o grupo como um todo. É imprescindível que o ACS possua o roteiro que guiará suas orientações, de modo que não haja dispersão do objetivo ou mesmo que determinada orientação deixe de ser explanada.

Avaliação periódica dos resultados e da intervenção: a ação educativa não deve ser como um ponto final desta intervenção. Deste modo, as avaliações para saber se ela está surtindo o efeito desejado, bem como se está adequada para a realidade da comunidade da ESF ou se refinamentos precisam ser realizados, devem ser realizadas tanto pelos ACS‘s como pelo enfermeiro coordenador. Esta avaliação pode ser feita pelo modo que seja mais conveniente para a realidade em questão.

É importante dizer que muitas vezes as intervenções preventivas podem ter resultados positivos em alguns lugares e em outros não. A interpretação da informação transmitida pode variar em função da escolaridade, de fatores culturais, emocionais e sociais. E os agentes e as condições de maior potencial de risco para o câncer têm pesos diferentes dependendo da região. Estes fatores se tornam imprescindíveis no planejamento das ações de prevenção. Por isso a replicação desta intervenção deve estar atenta a estes fatores, para que possíveis riscos sejam amenizados. Logo, um trabalho de investigação na comunidade deve ser realizado anteriormente a aplicação desta e de qualquer uma outra intervenção, a fim de adaptar as ações para a realidade pretendida.

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