f. Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso
7. Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório
Nesse caso, a parte na verdade não está inconformada com a decisão, mas interpõe recursos para travar a marcha do processo.
Veja as consequências da prática de tais atos:
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em benefício da parte contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à União.
A parte que incorrer em uma ou mais dessas condutas será considerada litigante de má-fé e será condenada a pagar, de ofício ou a requerimento da outra parte:
→
Multa punitiva (de 1% a 10% do valor da causa)Se for inestimável ou irrisória, será calculada em até 10x o salário mínimo;
→
Indenização à outra parte para que eventuais prejuízos que ela tenha sofrido sejam ressarcidos (perdas e danos);Se não for possível ao juiz calcular o valor da indenização, um perito calculará (liquidação por arbitramento) ou será aberto um procedimento nos próprios autos para tanto.
→
Despesas processuais e honorários advocatícios Veremos em breve os custos do processo!Os valores referentes a essas sanções serão pagos em benefício da parte contrária, a prejudicada, já que o código considerou que ela é a maior lesada pelas condutas de má-fé (diferente dos atos atentatórios à dignidade da Justiça, em que o Poder Judiciário é o maior prejudicado!
→ Se forem 2 ou mais litigantes de má-fé: condenados cada um na proporção do seu respectivo interesse na
causa.
→ Se forem 2 ou mais litigantes de má-fé que se coligaram para lesar a parte contrária: serão condenados
solidariamente – a parte prejudicada poderá cobrar os valores por inteiro de qualquer um dos que se coligaram.
Por fim, leia com bastante atenção este quadro comparativo entre os atos atentatórios à dignidade da justiça e os atos que configuram litigância de má-fé:
ATO ATENTATÓRIO ÀDIGNIDADE DA JUSTIÇA
L
ITIGÂNCIAD
EM
Á-F
É→
Praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (atentado)→
Descumprir as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final; criar embaraços à sua efetivação;→ Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso
→ Alterar a verdade dos fatos
→ Usar do processo para conseguir objetivo ilegal
→ Opor resistência injustificada ao andamento do processo
→ Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo
→ Provocar incidente manifestamente infundado
→ Interpor recurso manifestamente protelatório
Multa: ATÉ20%DOVALORDACAUSA
→ Se irrisório/inestimável: ATÉ 10 SALÁRIOS-MÍNIMOS
1) Multa: SUPERIOR A 1% E INFERIOR A 10% DO VALOR DA CAUSA
→ Se irrisório/inestimável: ATÉ 10 SALÁRIOS-MÍNIMOS
2) Indenização (perdas e danos) 3) Despesas + Honorários
Valor da multa pertence ao ESTADO Valores pertencem à PARTE CONTRÁRIA QUE FOI PREJUDICADA
Resolva esta questão:
(FCC – CREMESP – 2018)
Considere a seguinte situação hipotética: Kaila, celebrou contrato de prestação de serviços médicos, com o cirurgião plástico, Dr. X, visando uma mamoplastia redutora. Após a realização da cirurgia, Kaila, sem qualquer motivo, se arrependeu da realização da referida cirurgia, ajuizando ação de reparação de danos morais e estéticos em face do Dr. X. O trabalho do Dr. X foi impecável e a cirurgia ocorreu da forma pela qual foi solicitada expressamente por Kaila. Na referida ação, Kaila altera a verdade dos fatos deliberadamente visando a obtenção de vantagem indevida. Durante a instrução processual, o magistrado percebe que Kaila está litigando de má-fé e, ao proferir a sentença de improcedência, condena de ofício Kaila a pagar multa de 7% sobre o valor corrigido da causa e a indenizar Dr. X pelos prejuízos que este sofreu com o ajuizamento da demanda, bem como em honorários advocatícios sucumbenciais e todas as despesas que Dr. X efetuou.
Neste caso, segundo o Código de Processo Civil, o magistrado não aplicou corretamente as penalidades inerentes à litigância de má-fé, uma vez que a multa é limitada em 5% sobre o valor corrigido da causa.
RESOLUÇÃO:
Veja o que dispõe o CPC/2015 acerca da litigância por má-fé
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Portanto, a pena pode ser aplicada de ofício, ou seja, não é aplicada somente com a provocação da parte contrária.
Como ela deve ser estabelecida dentro do percentual superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, o valor de 7% está dentro dos parâmetros legais.
Portanto, o juiz aplicou corretamente as penalidades inerentes à litigância de má-fé!
Resposta: C
Sucessão das Partes
Imagine a seguinte situação:
Júlia, 17 anos, assistida pelos seus pais por ser relativamente incapaz, ajuizou ação de cobrança de obrigação contratual em face de um devedor.
Contudo, no curso da relação processual, dá-se o falecimento da autora.
Seus pais, por serem herdeiros, passarão a integrar o polo ativo da lide.
Dizemos que nesse caso específico houve o fenômeno da sucessão processual.
Professor, poderia me explicar melhor o que é isso?
A sucessão processual é a alteração de qualquer das partes dentro do mesmo processo, tendo em vista a modificação da titularidade do direito material que se postula em juízo.
Em termos simples, é a “troca da parte”, ocasião em que uma outra pessoa assume o lugar do demandante originário, tornando-se parte na relação processual.
Contudo, quero que você saiba que a sucessão processual é exceção do nosso ordenamento jurídico. Isso Com a propositura da demanda, aperfeiçoa-se a relação entre autor e juiz. Com a citação do réu, é formada a relação jurídica processual entre o autor, o réu e o juiz e ocorre o que costumamos chamar de estabilização da demanda.
Estabilização da demanda?
Isso mesmo! De forma simplificada: após a citação válida do réu, há impedimento de se alterar o pedido, a causa de pedir, o pedido e as partes originárias da demanda, como regra geral.
Em relação às partes, só pode haver alteração, caso queiram, nos casos expressos em lei!
Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei.
Quais as hipóteses que autorizam a sucessão processual?
Há duas hipóteses: uma facultativa e a outra, obrigatória. Vejamos: