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Componente V Sustentabilidade hídrica do Semi-árido

6. Síntese do Plano aprovado

6.1. Diagnóstico da bacia e cenários de desenvolvimento

6.3.1. Intervenções selecionadas

Os seguintes aspectos, dentre outros, nortearam a seleção das intervenções prioritárias para a recuperação e conservação hidroambiental da Bacia:

• A complexidade e a heterogeneidade da Bacia, caracterizada pelos diferentes objetivos gerais e específicos estabelecidos para o Plano e pela variedade de demandas estabelecidas.

• A compatibilização do atendimento das necessidades identificadas com a disponibilidade de recursos, seu fluxo no tempo e a capacidade de aplicá-los eficientemente, o que implicou em se eleger determinadas ações em detrimento de outras.

• A definição de um conjunto de critérios que as intervenções a serem selecionadas deveriam atender, cujo processo deve ser conduzido periodicamente, de forma a se adaptar às transformações ocorridas na Bacia e no quadro institucional.

• A verificação das ações previstas no Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco, elaborado por Grupo Técnico constituído por representantes do MMA, IBAMA e ANA, com coordenação da SECEX-MMA. Esse programa foi criado por Decreto Presidencial, de 05 de junho de 2001, e inserido no PPA 2004- 2007.

As intervenções selecionadas foram estruturadas em quatro níveis – componentes, ações, atividades e intervenções individualizadas – com crescente grau de desagregação, capazes de atender satisfatoriamente as necessidades do Plano.

O primeiro nível é o de maior abrangência, com maior grau de agregação e menor resolução espacial, cobrindo a Bacia como um todo e correspondendo aos componentes já consolidados nos primeiros movimentos de elaboração do Plano, a partir da Resolução

CBHSF no 03/03, com inclusão de um componente dedicado ao Semi-árido. Na

Deliberação CBHSF no 14/04, aprovada pelo Comitê, os componentes do Plano foram apresentados da seguinte forma:

• Componente I – Implantação do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRHI) e do Plano de Bacia.

• Componente II – Uso Sustentável dos Recursos Hídricos, Proteção e Recuperação Hidroambiental da Bacia.

• Componente III – Serviços e Obras de Recursos Hídricos e Uso da Terra da Bacia. • Componente IV – Qualidade e Saneamento Ambiental da Bacia.

Apesar da pequena diferença de nomenclatura dos componentes, em relação aos propostos originalmente no Capítulo 4, ressalta-se que o conteúdo e os objetivos das ações e atividades contempladas são basicamente os mesmos.

No Capítulo 4, os cinco componentes estão divididos em um total de 18 ações e 48 atividades selecionadas para integrar o Plano. A revisão elaborada pelo GST ampliou esse número para 29 ações e 139 atividades, respectivamente, distribuídas nos mesmos cinco componentes, com base, principalmente, nos resultados das rodadas de discussões públicas realizadas pelas Câmaras Cosultivas Regionais, nas quatro regiões fisiográficas da Bacia (Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco) e nos critérios de seleção das intervenções. Em relação ao Quadro 10, que contém os critérios adotados para a seleção das intervenções, foram propostos dois novos critérios pelo GST: mobilização (potencial da intervenção em termos da capacidade de articulação e envolvimento da sociedade) e adequabilidade de experiências locais e setoriais (avaliação e adoção, com as devidas adequações).

Observa-se que o novo número proposto de ações e atividades (29 e 139, respectivamente) foi aprovado na Deliberação CBHSF no 14/14, apesar de não ter sido realizada uma estimativa dos investimentos referentes a essas novas atividades e ações.

6.3.2. Programa de investimentos

Os Estudos Técnicos de Apoio ao Plano possibilitaram estimar os investimentos em aproximadamente R$ 5,2 bilhões, divididos pelos 5 Componentes propostos, para a implementação das 18 ações e 48 atividades preliminarmente propostas. A relação dos investimentos, que se encontra detalhada nos Quadros 12 a 16 (Capítulo 4), foi adotada provisoriamente pelo Comitê, conforme Deliberação CBHSF no 15/04. Os Quadros 12 a 16 contêm a descrição das atividades, os valores estimados em duas moedas (R$ e US$), a região fisiográfica onde cada ação se situa e a lista inicial dos parceiros institucionais envolvidos.

O Programa de Investimentos será objeto de reavaliação e revisão até dezembro de 2005, de forma a contemplar todo o conjunto de intervenções prioritárias para a recuperação e conservação hidroambiental na Bacia, abordado no item anterior. O processo de revisão, cujas estratégias e procedimentos a serem adotados são descritos na Deliberação CBHSF no 15/04, compreende os seguintes objetivos:

• Detalhamento das ações constantes do conjunto de intervenções, de forma a definir as intervenções específicas para o período 2006-2013.

• Hierarquização das ações, intervenções específicas e espacialização das mesmas por bacias de rios afluentes e trechos do rio São Francisco.

• Definição de estratégias de implementação das intervenções e metas a serem alcançadas na recuperação e conservação hidroambiental.

• Definição das entidades participantes e possíveis órgãos e entidades executoras ou intervenientes.

• Avaliação de custos, fontes de recursos e prazos de execução de cada intervenção específica.

Observa-se que, no tocante às 18 ações e 48 atividades inicialmente propostas, parte desses objetivos já foram contemplados, incluindo a distribuição dos recursos necessários entre os componentes, as ações e atividades, bem como as etapas de utilização desses recursos e as possíveis fontes de recursos financeiros.

No que se refere à distribuição dos recursos necessários, as ações e atividades do Componente IV representaram 84,1% dos R$ 5,2 bilhões estimados para a implementação do Plano. Considerando os investimentos em saneamento e as ações de sustentatilidade hídrica (Componente V), cerca de 35,6% dos investimentos totais previstos terão lugar no Semi-árido.

Apesar de demandarem menores investimentos (cerca de 1,8% do total), sob o ponto de vista da implementação do Plano, as ações consideradas mais importantes dizem respeito ao Componente I (Implementação do SIGRHI). A Deliberação CBHSF no 15/04 também reconhece a importância desse Componente, ao priorizar as seguintes atividades para o biênio 2004-2005:

• Viabilização dos estudos e ações necessárias à elaboração e construção do Pacto da Água e revisão parcial do Plano;

• Viabilização do funcionamento, atividades e ações do CBHSF, incluindo a institucionalização e operacionalização da Agência de Bacia;

• Gestão da informação e pesquisa.

Do ponto de vista da utilização dos recursos financeiros, previu-se três etapas diferenciadas para o Plano:

• Inicial (2004-2005), na qual a utilização de recursos será reduzida e o esforço de implementação estará concentrado nos Componentes I e II;

• Intermediária (2006-2009), onde a necessidade de recursos crescerá rapidamente até atingir o seu pico anual e o esforço de implementação estará concentrado em intervenções estruturais;

• Final (2010-2013), onde a demanda de recursos financeiros declinará ligeiramente com o passar dos anos.

As principais fontes de recursos previstas para o Plano são o Orçamento Geral da União e os recursos dos Estados, a Compensação Hidroenergética para Estados e Municípios, os recursos de concessionárias de serviços públicos, a cobrança pelo uso da água e os financiamentos internacionais. Uma parcela dos recursos dessas fontes está assegurada para a Bacia, porém observa-se que boa parte desses recursos deve ser negociada. Nesse sentido, duas ações propostas na Deliberação CBHSF no 14/04 ganham em importância:

• A articulação com os Estados integrantes da Bacia visando a participação do CBHSF na definição de prioridades e linhas de ação dos seus programas de revitalização para a Bacia;

• A articulação com a CHESF e CEMIG visando a participação do CBHSF nas definições de suas prioridades e linhas de ação para a revitalização, na criação de linhas de financiamento em pesquisa e desenvolvimento e em ações conjuntas de