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4 METODOLOGIA

4.1 Introdução

O capítulo em questão apresenta os métodos utilizados no trabalho de pesquisa, assim como destaca a abordagem com base na teoria das opções reais, cujos fundamentos foram aplicados, com os ajustes necessários, tendo em vista que alguns aspectos da teoria não podem ser diretamente aplicados ao caso em estudo o qual versa sobre a expansão de um dado sistema de abastecimento de água.

É necessário destacar, inicialmente, que as decisões tomadas por engenheiros, gerentes, presidentes de corporações e indivíduos, de maneira geral, são o resultado da escolha de uma alternativa em detrimento de outra. As decisões refletem, frequentemente, uma escolha bem fundamentada sobre como melhor investir os fundos financeiros, também denominados capitais. A quantidade de capital em geral é restrita, da mesma forma que o caixa de que uma pessoa dispõe, habitualmente, é limitado. A decisão a respeito de como investir o capital, invariavelmente, será modificada no futuro, de preferência para melhor, ou seja, agregar-se-á valor a ela. Os engenheiros desempenham um papel importante nas decisões de investimento, tendo como base suas análises, sínteses e esforços de projeto. No processo de tomada de decisão são considerados vários aspectos assim como são combinados diversos fatores econômicos e não econômicos. Fatores adicionais podem ser intangíveis tais como: conveniência, disposição, entre outros (BLANK, 2008).

Fundamentalmente, a engenharia econômica envolve a formulação, a estimação e a avaliação dos resultados econômicos, quando estão disponíveis várias alternativas para realizar

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determinado projeto. A engenharia econômica pode ser considerada como um conjunto de técnicas matemáticas que visa simplificar a comparação econômica. A correta utilização das técnicas de engenharia econômica é notadamente importante, pois é provável que qualquer projeto — local, nacional ou internacional — afete os custos e/ou as receitas do investidor (BLANK, 2008).

Pessoas tomam decisões. Os computadores, a Matemática e as outras ferramentas, não. As técnicas e os modelos de engenharia econômica auxiliam as pessoas a tomarem decisões. Em virtude de que essas decisões afetam aquilo que será feito, o intervalo de tempo da engenharia econômica é, essencialmente, o futuro. Dessa forma, os números utilizados em uma análise de engenharia econômica são estimativas que se espera que ocorram. Essas estimativas, geralmente, envolvem três variáveis fundamentais: fluxo de caixa, tempo de ocorrência e taxa de juros. Como estão ligadas ao futuro, podem ser bem diferentes do que ocorre, principalmente em virtude das modificações nas circunstâncias e devido a eventos não planejados. Ou seja, a natureza estocástica das estimativas provavelmente fará com que o valor observado no futuro seja diferente do valor estimado no presente. Analogamente, a engenharia econômica pode ser utilizada para analisar resultados passados. Os dados observados são avaliados para determinar se os resultados atenderam ou não um critério especificado, tal como a necessidade de se obter determinada taxa de retorno (BLANK, 2008).

A metodologia proposta no presente trabalho, basicamente, se fundamenta nesses conceitos, porém, busca a associação entre a flexibilidade e a estimação das decisões com vistas a determinar o valor esperado de uma dada alternativa (opção) de projeto.

Para avaliação dos investimentos na ampliação do sistema de abastecimento foi utilizado o valor presente líquido (VPL), já amplamente empregado em análises de viabilidade econômica de projetos. Entretanto, buscou-se incluir nas análises diversos cenários que propiciam um contexto dinâmico, mediante a realização de diversas simulações, as quais permitem enfocar não apenas o valor presente líquido, mas também, de que maneira os investimentos podem ser realizados, e ainda como pode ser avaliada a flexibilidade em vista das diversas possibilidades de levar adiante o projeto.

O projeto de expansão do sistema de abastecimento tem como horizonte de análise um período de até 15 anos. Dessa forma, em virtude dos inevitáveis riscos associados a esse tipo

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de investimento, a forma mais adequada de minimizar tais riscos é dotar o projeto de investimento de alguns recursos de flexibilidade.

Esta tese assume que um projeto pouco flexível (projeto que não minimiza decisões ou soluções irreversíveis), certamente, elimina as oportunidades de redução nos custos de investimentos, e, portanto, de ganhos econômicos, e, ao mesmo tempo, aumenta os riscos de não atingir a plena eficiência econômica, tendo nesse caso como parâmetro de referência o valor presente líquido (VPL). Porém, não há uma expressão algébrica que defina o valor da flexibilidade e seu valor não está explícito nos fluxos de caixa que visam avaliar a viabilidade dos investimentos.

De maneira geral, os valores são calculados de forma indireta por meio de comparações entre diferentes opções de projetos que são implantados em diferentes períodos a partir de uma data de referência. É necessário destacar que o valor presente líquido é o parâmetro elementar das análises, uma vez que são várias as alternativas (opções) no arranjo do projeto de expansão em estudo. Logo, pela abordagem tradicional, deve ser adotado aquele projeto que resulta no maior VPL; projetos com VPL negativo devem ser desconsiderados como opção de investimento.

A metodologia proposta visa, justamente, empregar uma análise dinâmica por meio da adoção de cenários e busca evitar a gestão passiva para tomada de decisão sobre qual opção de projeto deve ser adotado e, se houver execução em etapas, qual sequência a ser seguida e quando os projetos devem ser executados.

A figura 4.1 mostrada a seguir apresenta o fluxograma da metodologia a ser empregada na pesquisa em questão.

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Figura 4.1 – Fluxograma da metodologia empregada para realização da pesquisa.