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PARTE II – O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo sintetiza a importância do tema do estudo, assim como apresenta o seu objetivo e as questões orientadoras. Finalizando com o modo de organização deste trabalho escrito e o que cada capítulo retrata.

1. Pertinência do Tema

Uma vez que a matemática é uma área com muita relevância e tem evoluído cada vez mais ao longo dos últimos anos, o tema deste estudo incide nesta área. Deste modo, durante a Prática de Ensino Supervisionada II no contexto do 2ºciclo, mais propriamente numa turma de 5ºano do ensino básico, foi detetada uma dificuldade dos alunos na comunicação oral e escrita, e na resolução de tarefas abertas, como a resolução de problemas.

Sendo a comunicação um tema transversal é importante que o professor a desenvolva na sala de aula, ajudando os alunos a compreender o seu próprio pensamento, o pensamento da turma e a ver várias perspetivas de solução para o mesmo problema. Porque, segundo Ponte, Boavida, Graça & Abrantes (1997) o aluno necessita de falar com os seus colegas e com o professor para que possa explicar o significado de certos conceitos, para discutir, aplicar e verificar as soluções dos problemas. Estas estratégias fornecem dados importantes ao professor para que este perceba a forma como os alunos pensam e identificar quais as suas dificuldades.

Deste modo o professor tem um papel essencial na sala de aula, porque é ele que realiza a escolha das tarefas e é através dele que os alunos adquirem experiências e conhecimentos. Cabendo ao professor atender às características da sua turma e desse modo tomar decisões que favoreçam as suas aprendizagens. O programa de matemática (Ponte, et al., 2007) menciona que o professor deve propor tarefas diversificadas, explicando o que se pretende em cada uma e dar apoio na sua realização. Este, refere

ainda que “ouvir e praticar são actividades importantes na aprendizagem da Matemática mas, ao seu lado, o fazer, o argumentar e o discutir surgem com importância crescente” (ME, 2007, p.9), logo o professor deve propor tarefas que desenvolvam estas capacidades.

Escolheu-se trabalhar a comunicação escrita e oral na resolução de problemas de padrões, uma vez que a resolução de problemas é outra capacidade transversal “que tem vindo a assumir um papel fundamental no currículo de Matemática” (Barbosa, Palhares & Vale, 2008) e que se interliga com a comunicação, ao convidar o aluno a explicar como pensou para chegar ao resultado. Ou seja, é na fase da discussão/reflexão que o professor deve “estimular a comunicação entre os alunos” (Fonseca, Brunheira & Ponte, 1999, p.8), tendo estes que argumentar e defender as suas ideias. É ao refletir que se adquire conhecimento estabelecendo conexões entre as ideias já adquiridas com as novas ideias. Por outro lado, estas tarefas ao incidirem nos padrões desenvolvem ainda o pensamento algébrico. Pois, segundo Barbosa et al. (2008) as tarefas de exploração de padrões desenvolvem as capacidades de resolução de problemas, a organização de ideias, a formação de conjeturas e a generalização. Assim, selecionaram-se tarefas de padrões que fossem acessíveis a alunos do 5º ano de escolaridade e que centralizassem alguns temas da matemática, como sejam: áreas e perímetros, números naturais e números racionais.

2. Problema e Questões do Estudo

Assim, devido às ideias apresentadas anteriormente, o objetivo desta investigação é compreender como é que alunos do 5º ano de escolaridade comunicam as suas ideias quando estão a resolver tarefas de resolução de problemas com padrões. Para orientar este estudo formularam-se quatro questões essenciais às quais se pretende responder no final da investigação:

- Como se caracteriza o desempenho dos alunos na resolução de problemas de padrão, identificando as principais dificuldades?

- Como se poderão caracterizar as principais dificuldades detetadas na comunicação, quer oral, quer escrita das ideias matemáticas envolvidas na resolução de tarefas que envolvem padrões?

- Que relação se pode identificar entre a resolução de problemas propostos e a comunicação matemática?

- Que reações manifestam os alunos perante as tarefas de padrão?

3. Organização do Estudo

Este estudo encontra-se dividido em sete capítulos, sendo o sétimo capítulo as referências bibliográficas que sustentam esta investigação. Assim, o primeiro capítulo diz respeito à presente introdução, onde se explica a importância do tema e da problemática em estudo e se apresenta a estrutura do estudo.

O segundo capítulo é o enquadramento teórico que fundamenta este estudo. Neste capítulo aborda-se sucintamente a evolução do ensino de matemática, identificando as principais diferenças entre o ensino tradicional e o ensino exploratório. Assim, a resolução de problemas de padrões são as tarefas adequadas ao ensino exploratório e ainda permitem o desenvolvimento da comunicação. Deste modo, aborda- se a resolução de problemas, a comunicação e os padrões, identificando algumas das suas características segundo a perspetiva de vários autores.

O terceiro capítulo diz respeito à metodologia em que se enquadra o presente estudo, ou seja, uma metodologia qualitativa com carácter interpretativo. Inicia-se o capítulo pela caracterização da investigação qualitativa na modalidade do estudo de caso. Especifica-se qual o papel da investigadora e quais os critérios adotados para a seleção dos dois alunos-caso. Descrevem-se, ainda, os procedimentos seguidos neste estudo e quais os métodos adotados para a recolha e análise dos dados.

O quarto capítulo é dedicado às tarefas implementadas na sala de aulas, este encontra-se estruturado segundo a proposta didática para o ensino dos padrões e apresentam-se as expetativas de resolução esperadas para cada tarefa.

O quinto capítulo debruça-se sobre a descrição dos dois alunos-caso: a Mariana e o Martim. Começando por uma descrição da turma na realização das tarefas.

No sexto capítulo faz-se uma comparação entre os dois alunos-casos, especificando semelhanças e diferenças. Sintetiza-se ainda as principais conclusões desta investigação, enquadradas com as principais conclusões dos estudos empíricos e textos revistos. Para finalizar apresentam-se as limitações do estudo e perspetivas para estudos futuros.