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milhões (8,0%) em outros investimentos (FN025 + FN044 + FN054).

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Investimentos realizados em 2011, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo região geográfica e

destino da aplicação dos recursos Despesas

Capitali-záveis

Água Esgotos Outros Total

Região

(R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (%)

Norte 17,7 254,6 135,1 17,3 424,7 5,1%

Nordeste 94,3 701,6 497,1 62,0 1.355,0 16,1%

Sudeste 246,6 1741,5 2.336,1 484,8 4.809,1 57,2%

Sul 23,5 417,3 702,3 69,0 1.212,2 14,4%

Centro-Oeste 12,9 300,7 249,2 37,9 600,7 7,2%

395,1 3.415,8 3.919,8 671,0 8.401,7 100,0%

Brasil

4,7% 40,6% 46,7% 8,0% 100,0% -

Mantém-se o patamar mais elevado de investimentos em esgotamento sanitário quando comparado aos demais itens da categoria, conforme já vem ocorrendo há muitos anos na série histórica do SNIS, sendo que neste ano constatou-se participação de 46,7% para esses investimentos. Tal fato justifica-se pela menor cobertura dos serviços de esgotamento sanitário, sobretudo no que diz respeito ao tratamento dos esgotos.

A Região Sudeste mantém-se na série histórica do SNIS com os maiores investimentos, sendo que em 2011 realizou um total de R$ 4.809,1 mi, correspondendo a 57,2% do total de investimentos do ano. Do valor investido no Sudeste, somente a SABESP/SP participa com R$ 2.437,2 mi (50,7% do total da região e 29,0% do total do país). O menor investimento regional ocorreu na região Norte, mantendo também a mesma lógica histórica do SNIS, com uma participação no total dos investimentos de apenas 5,1%.

8.2. Investimentos segundo a origem dos recursos De acordo com o glossário do SNIS, os investimentos realizados com recursos próprios são aqueles cujas obras são pagas com recursos do caixa do prestador de serviços, resultante da cobrança pelos serviços; já os investimentos com recursos onerosos são aqueles cujas obras são pagas com recursos de financiamentos, retornáveis por meio de amortizações, juros e encargos. Por sua vez,

os investimentos com recursos não onerosos são os não reembolsáveis, que não oneram o serviço da dívida, também denominados recursos a fundo perdido.

As principais fontes de investimento disponíveis para o setor de saneamento básico no Brasil, captadas pelo SNIS, são: i) recursos onerosos, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, e também derivados de empréstimos internacionais, adquiridos junto às agências multilaterais de crédito, como, por exemplo, Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e Banco Mundial – BIRD; ii) recursos não onerosos, derivados da Lei Orçamentária Anual – LOA, também conhecida como Orçamento Geral da União – OGU, e de orçamentos dos estados e municípios; e (iv) recursos próprios dos prestadores de serviços, resultantes da cobrança pelos serviços.

A totalização dos investimentos, segundo a origem dos recursos, mostrada no Quadro 13, resultou em R$ 4.000,2 milhões (48,0%) realizados com recursos próprios (FN030 + FN045 + FN055), R$ 2.674,0 milhões (32,1%) com recursos onerosos (FN031 + FN046 + FN056) e R$ 1.652,2 milhões (19,8%) com recursos não onerosos (FN032 + FN047 + FN057). No total, segundo esta categoria, foram realizados em 2011 investimentos iguais a R$ 8.326,3 milhões.

Na comparação com 2010, os dados apontam que a

participação relativa de cada fonte de recursos foi mantida no

mesmo patamar em 2011. Observa-se também a supremacia dos

investimentos com recursos próprios, próximo de 50% do total, o

que já ocorre há muitos anos na série histórica do SNIS. Cabe

alertar que a elevada participação dos recursos próprios pode ser

uma indicação de que os prestadores de serviços declaram

investimentos feitos com recursos dos governos dos estados e das

prefeituras municipais como sendo próprios, podendo, até mesmo,

estarem incluindo nessa situação recursos oriundos de repasses do

Orçamento Geral da União. Pode também estar ocorrendo de

alguns prestadores de serviços apropriarem como próprios os

recursos oriundos de empréstimos por entenderem que, uma vez que

os mesmos serão pagos pelo prestador de serviços, então é possível

a compreensão de que são recursos próprios. Entretanto cabe

enfatizar que essas posições contrariam o Glossário do SNIS e

dificultam a visão correta dos investimentos segundo as fontes de

recursos previstas pelo Sistema.

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Investimentos realizados em 2011, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo região geográfica e

origem dos recursos

Região Recursos próprios

Recursos onerosos

Recursos não onerosos

Total (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (%)

Norte 114,1 28,6 269,7 412,3 5,0%

Nordeste 420,1 238,7 693,2 1.352,0 16,2%

Sudeste 2.488,1 1.765,1 504,8 4.757,9 57,1%

Sul 676,3 452,4 76,2 1.204,9 14,5%

Centro-Oeste 301,6 189,3 108,3 599,2 7,2%

4.000,2 2.674,0 1.652,2 8.326,3 100,0%

Brasil

48,0% 32,1% 19,9% 100,0%

Para investimentos com recursos próprios, a Região Sudeste apresentou valores bem superiores às demais, com R$ 2.488,1 milhões, 62,2% do total de recursos desta fonte. De outro lado, a região Norte aplicou o menor valor, igual a R$ 114,1 milhões, 2,9%

do total de recursos próprios. Em relação aos recursos onerosos, mais uma vez a Região Sudeste também apresentou valores bem superiores às demais, com R$ 1.765,1 milhões, 66,0% do total desta fonte, enquanto que a região Norte mais uma vez aparece com o menor valor, igual a R$ 28,6 milhões, apenas 1,1% do total de recursos onerosos. Quanto aos investimentos com recursos não onerosos, a Região Nordeste apresentou o maior valor, igual a R$

693,2 milhões, 42,0% do total desta fonte, enquanto que a região Sul, com R$ 76,2 milhões, apenas 4,6% do total de recursos não onerosos, aplicou o menor montante.

8.3. Investimentos segundo o contratante das obras

O Quadro 14 apresenta os valores totais de investimentos realizados em 2011, de acordo com as informações prestadas pelo conjunto de prestadores de serviços participantes do SNIS neste ano, distribuídos segundo o tipo de contratante das obras e as regiões geográficas do Brasil.

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Investimentos realizados em 2011, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo região geográfica e

tipo de contratante das obras

Região

Contratante:

prestadores de serviços (FN033)

Contratante:

municípios (FN048)

Contratante:

estados (FN058)

Total

(R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) (%)

Norte 127,6 35,4 252,1 415,2 5,0%

Nordeste 1.314,4 15,6 24,1 1.354,1 16,2%

Sudeste 4.277,0 201,0 318,4 4.796,4 57,2%

Sul 1.162,5 40,8 8,6 1.211,9 14,4%

Centro-Oeste 592,9 7,0 0,7 600,6 7,2%

7.474,4 299,8 604,0 8.378,2 100,0%

Brasil

89,2% 3,6% 7,2% 100,0%

Nota: O valor dos investimentos realizados pelos Municípios e pelos Estados são pesquisados pelos prestadores de serviços que enviam os dados ao Sistema. Correspondem a investimentos realizados pelas Prefeituras e pelos Governos de Estado, diretamente ou por intermédio de contratos firmados com terceiros.

Como se observa, os investimentos realizados nos serviços de água e esgotos no Brasil, segundo a totalização dos participantes do SNIS em 2011 e de acordo com o tipo de contratante, foi de R$

8.378,2 milhões. Quando se analisa a distribuição dos investimentos, observa-se a grande supremacia dos prestadores de serviços, correspondente a 89,2% do total (R$ 7.474,4 milhões), seguidos pelos estados, com 7,2% (R$ 604,0 milhões) e depois pelos municípios, com 1,1% (R$ 299,8 milhões).

Analisando os investimentos realizados pelos estados, verifica-se que a região Norte tem uma expressiva participação, com 41,7%, somente superada pela região Sudeste, como 52,7%, enquanto que o menor investimento regional realizado pelos estados foi na região Centro-Oeste, com apenas 0,1%.

Em relação ao tipo de prestador de serviços, os investimentos no ano de 2011 se concentraram fortemente nos prestadores regionais (as chamadas companhias estaduais).

Considerando o total de investimentos das três categorias de

contratantes (prestadores de serviços, governos dos estados e

prefeituras municipais) os valores foram de R$ 7,42 bilhões (76,6%)

informados pelos prestadores regionais, R$ 55,4 milhões (0,6%)

pelos prestadores de serviços microrregionais, R$ 1,90 bilhões

(22,7%) pelos prestadores locais. Nos anos anteriores, os

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percentuais de investimentos dos prestadores regionais foram de 80,2% em 2010, 82,4% em 2009 e 76,0% em 2008.

8.4. Investimentos realizados por Estado

Os investimentos podem ser vistos ainda segundo a sua realização em cada estado da Federação, conforme mostram os Quadros 15 e 16, com informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2011 e 2010.

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Investimentos realizados em 2011, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo estado

Estado Total (R$ milhões) (%)

São Paulo 3.159,1 37,7%

Minas Gerais 803,6 9,6%

Rio Grande do Sul 568,1 6,8%

Bahia 522,2 6,2%

Rio de Janeiro 457,0 5,5%

Espírito Santo 376,7 4,5%

Paraná 375,0 4,5%

Pernambuco 365,9 4,4%

Goiás 314,1 3,7%

Santa Catarina 268,8 3,2%

Ceará 238,0 2,8%

Distrito Federal 138,3 1,7%

Rondônia 136,8 1,6%

Roraima 94,9 1,1%

Mato Grosso do Sul 93,2 1,1%

Sergipe 91,6 1,1%

Tocantins 60,2 0,72%

Mato Grosso 55,1 0,66%

Rio Grande do Norte 49,7 0,59%

Pará 48,4 0,58%

Amazonas 44,3 0,53%

Piauí 37,3 0,45%

Paraíba 24,3 0,29%

Acre 18,9 0,23%

Maranhão 17,1 0,20%

Amapá 11,7 0,14%

Alagoas 8,0 0,10%

Total 8.378,2 100,0%

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Investimentos realizados em 2010, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, segundo estado

Estado Total (R$ milhões) (%)

São Paulo 3.092,2 34,7%

Minas Gerais 886,3 9,9%

Bahia 681,6 7,6%

Pernambuco 582,8 6,5%

Rio Grande do Sul 545,2 6,1%

Paraná 412,0 4,6%

Goiás 373,1 4,2%

Rio de Janeiro 360,7 4,0%

Espírito Santo 315,2 3,5%

Ceará 260,6 2,9%

Santa Catarina 212,2 2,4%

Piauí 204,7 2,3%

Distrito Federal 161,0 1,8%

Pará 148,1 1,7%

Sergipe 123,4 1,4%

Rio Grande do Norte 107,4 1,2%

Roraima 105,4 1,2%

Mato Grosso do Sul 87,3 1,0%

Mato Grosso 72,9 0,82%

Paraíba 53,1 0,60%

Tocantins 48,2 0,54%

Amazonas 32,6 0,37%

Acre 21,3 0,24%

Maranhão 14,5 0,16%

Alagoas 10,9 0,12%

Rondônia 7,2 0,08%

Amapá 4,3 0,05%

Total 8.924,0 100,0%

Como se vê, o estado de São Paulo liderou com muita folga

os investimentos realizados, com 34,7% do valor total investido em

2010 e 37,7% em 2011, seguido por Minas Gerais, com 9,9% em

2010 e 9,6% em 2011. Os menores valores foram observados nos

estados de Alagoas, Rondônia e Amapá, em 2010, com 0,12%,

0,08% e 0,05%, respectivamente. Em 2011, os menores valores

foram investidos no Maranhão, Amapá e Alagoas, com 0,20%,

0,14% e 0,10%, respectivamente.

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Dentre os cinco estados com maiores investimentos em 2010, observa-se em 2011 uma queda expressiva em Pernambuco, igual a 37,2%, sendo que o estado passou da quarta posição em 2010 para a oitava em 2011. De outro lado, verificou-se um bom crescimento dos investimentos no Rio de Janeiro, igual a 26,7% na comparação de 2011 com 2010, sendo que o estado passou da oitava para a quinta posição.

8.5. Investimentos segundo os déficits de acesso aos serviços

Um critério que, em princípio, assegura a mais justa distribuição dos recursos deve levar em conta a participação relativa dos municípios, ou estados ou macrorregiões nos déficits de acesso aos serviços de água e esgotos existentes no país, de forma que quanto maior for esta participação maior também deve ser a respectiva participação relativa nos investimentos.

Analisando sob esta ótica é possível verificar se o nível de investimentos efetivamente realizados está compatível com as reais necessidades indicadas pelos déficits. Adotando os dados do SNIS para as populações não atendidas e para os investimentos realizados, e considerando as participações desses dados no déficit e nos investimentos, e, ainda, trabalhando-se com a média aritmética dessas participações em 2010 e 2011, resulta no Quadro 17.

Segundo o destino da aplicação, há duas categorias no SNIS (“despesas capitalizáveis” e “outros”) que se aplicam a ambos os serviços, água e esgotos. Dessa forma, para a análise ora realizada procedeu-se à redistribuição ponderada dos recursos de forma a que fossem enquadrados em duas únicas categorias:

recursos aplicados em água e recursos aplicados em esgotos. A partir daí calculou-se a participação de cada região no montante aplicado em todo o país.

Em relação ao déficit de acesso, adotou-se a população urbana não atendida com rede de distribuição de água e com rede coletora de esgotos e, a partir delas, fez-se o cálculo da participação de cada região no déficit do país para as áreas urbanas.

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Relação entre investimentos e déficit de acesso, de acordo com as informações dos prestadores de serviços participantes do SNIS, na média de

2010 e 2011, segundo região geográfica Participação no déficit de

acesso, em %

Participação nos investimentos realizados, em % Região

Água Esgotos Água Esgotos

Norte 30,5 13,6 6,5 3,3

Nordeste 35,7 35,5 24,1 15,6

Sudeste 21,3 23,9 49,3 58,9

Sul 5,7 13,9 11,3 15,8

Centro-Oeste 6,7 13,1 8,7 6,4

Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0

Como se observa, a aplicação dos recursos nem sempre corresponde às reais necessidades apontadas pelos déficits. Ou seja, na região em que há o segundo maior déficit relativo em água (Norte) ocorre o menor nível de investimentos. De outro lado, a proporção de investimentos realizados no Sudeste é 2,3 vezes superior ao déficit relativo. Nos serviços de esgotos estas duas regiões também apresentam posições bastante opostas quanto à proporção do déficit de acesso e do respectivo montante de investimentos realizados. Enquanto que a região Norte apresenta um déficit relativo 4,1 vezes maior que a proporção de investimentos, o Sudeste apresenta uma proporção de investimentos 2,5 vezes maior que o déficit relativo.

Cabe destacar que, pode não haver relação direta entre a

proporção de recursos disponibilizados para investimentos e a

efetiva aplicação dos mesmos. De fato, muitos fatores fazem com

que, mesmo tendo havido disponibilidade de recursos para

determinado Estado ou Município os mesmos não são aplicados ou

o são em ritmo muito lento. É de amplo conhecimento no setor

saneamento brasileiro os problemas enfrentados com a falta ou má

qualidade de projetos, com a dificuldade para obter licenciamento

ambiental e também para conseguir a regularização dos terrenos em

que serão construídas as unidades operacionais dos sistemas

projetados. Além disso, há exemplos de processos muito lentos para

licitações das obras e ainda, muitas vezes, depois de contratadas as

obras, dificuldades de diversas naturezas para a sua execução

dentro dos prazos programados. Tais situações ocorrem em escalas

diferentes nos Estados e Municípios brasileiros fazendo com que o

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ritmo de execução dos empreendimentos seja diferente e acarrete a aplicação desproporcional dos recursos frente aos déficits.

Mas, de outro lado, em que pese as ponderações

anteriores, o resultado da análise deve ser visto como alerta para a

necessidade de uma avaliação mais aprofundada do assunto, de

forma a contribuir para que os investimentos alcancem efetivamente

as regiões de maior déficit de acesso relativo.

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