• Nenhum resultado encontrado

isão h umAnA dAs c ores

No documento Introdução à teoria da cor (páginas 92-95)

não existindo um tipo separado de receptor sensível à luz amarela, mas sim dois grupos de receptores sensíveis, respectivamente, ao vermelho e ao verde, cuja atividade combinada produ- ziria a sensação do amarelo.

Portanto, a teoria Young-Helmholtz descreve, através de dados obtidos com experimento com manchas de luz coloridas, que existem três espécies de receptores sensíveis à luz (cones) reagindo, respectivamente, ao vermelho, ao verde e ao azul (ou violeta), e todas as cores são vistas pela mistura dos sinais provenientes dos três sistemas.

Apesar disso, a visão cromática é algo superior ao que se pode concluir através dos experi- mentos com as manchas coloridas. Land, sendo fotógrafo, demonstrou em 1977 que a mistura cromática de simples manchas de luz não constitui toda a história da percepção da cor. Com um artigo na revista Scientific American, Land (1977) enfatizou as adições à experiência de cor gerada pelas situações mais complicadas entre fotografias e objetos reais. Seu trabalho serve para mostrar os perigos de se perder de vista os fenômenos, através da exagerada simplificação das situações, visando experimentos hábeis.

Land repetiu o experimento de mistura de cores de Young, agora através de transparências com imagens fotográficas ao invés das manchas de luz. Ele simplificou o experimento de Young em duas cores e descobriu que uma surpreendente riqueza cromática é fornecida por apenas dois comprimentos de onda luminosa, quando estes formam padrões ou imagens. A experi- ência consistiu em obter dois negativos fotográficos da mesma cena, cada um através de um filtro diferente de cor. Os negativos foram convertidos em transparências positivas, e então estas foram projetadas através de seus filtros originais, para dar imagens sobrepostas na tela. Ótimos resultados foram obtidos simplesmente com um filtro vermelho para um projetor e nenhum filtro no outro. Pelo experimento de Young, dever-se-ia ver somente níveis de rosa de vários níveis de saturação, mas isto não aconteceu, apenas verde e outras cores não fisicamente presen- tes foram observadas.

Embora Young tivesse descoberto que as tonalidades espectrais e o branco podiam ser produzidos pela mistura de três luzes, não é possível produzir absolutamente todas as cores que possam ser vistas. Por exemplo, o castanho não pode ser produzido, nem as cores metálicas, como prata e ouro, pela simples mistura do vermelho, do verde e do azul.

Se considerar-se um slide comum projetado numa tela, ele nos dará todas as cores visíveis, con- sistindo apenas das três luzes do experimento de Young. O filme colorido nada mais é do que um complexo arranjo espacial de três filtros coloridos e, entretanto, ele nos dá o castanho e as outras cores que Young foi incapaz de produzir com suas três cores básicas. Quando as três luzes são dispostas em padrões complexos e, especialmente, quando representam objetos reconhecidos na sua forma, textura,

etc., vê-se um maior repertório de cores do que quando as mesmas luzes estão presentes num padrão simples, isoladas.

Land observou também que quando modificava a cor da fonte de luz incidente num deter- minado cenário registrado numa fotografia, sua coloração se alterava na imagem fotográfica, mas não nos olhos do observador.

Grandes questões então se formalizaram: por que podemos afirmar ser a grama verde mesmo quando ela está sob uma forte iluminação monocromática vermelha? Que tipo de mecanismo mantém a cor grudada em seu objeto original? Além disso, o que faz uma cor poder ser comparada a diferentes tons de cinza em diferentes tipos de iluminação?

Este fenômeno é hoje estudado como a constância da cor e ainda não está completamente explicado. Supõe-se que inicialmente o cérebro apreende, a partir de todas as cores do cenário, a totalidade cromática geral da cena. Essa apreensão seria feita a partir de algumas áreas desta cena percebidas como brancas. O cérebro utilizaria a informação do matiz da coloração geral da cena e se ajustaria quase matematicamente à cor modificada pela nova fonte de luz incidente.

Como já se viu, existem por todo o córtex visual primário blocos celulares, denominados bolhas de cor. Fisiologicamente, estas bolhas apontam para uma constância de cor quando a luz da cena muda seu comprimento de onda e por isso acredita-se que o sistema visual responsável por este fenômeno da constância da cor se situe em algum lugar nas vizinhanças destas bolhas.

Para Helmholtz, o fenômeno da constância da cor era uma maneira de nos manter coeren- tes na percepção em geral. Ele acreditava que a estabilidade criada a partir dos inúmeros dados caóticos do mundo visível não seria possível se nossas percepções fossem meros reflexos passivos desses dados.

Outro parâmetro da percepção visual das cores se estabelece no equilíbrio entre o que é percebido como normal, como ilusório e como anormal.

1) A visão humana das cores é explicada num composto de duas teorias: Young & Helmholtz e Edwin Land.

2) Young & Helmholtz: Teoria Tricromática da Visão Cromática. A retina possui três espécies de cones sensíveis à luz, reagindo, respectivamente, ao vermelho, ao verde e ao azul. Todas as cores são vistas pelo resultado da mistura desses três estímulos. Se são estimulados ao mesmo tempo, produzem a sensação do branco.

3) Edwin Land: a visão cromática é algo complexo e maior que a simples mistura dos estímulos advindos dos cones.

4) Fenômeno da constância cromática: a cor está “grudada” perceptivamente em seu objeto original.

No documento Introdução à teoria da cor (páginas 92-95)