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1 - De acordo com a IAS 27, as demonstrações financeiras separadas são as que são apresentadas por uma entidade mãe, um investidor numa associada ou um empreendedor numa entidade conjuntamente controlada, em que os investimentos são contabilizados na base do interesse directo no capital próprio em vez de o ser na base dos resultados e activos líquidos relatados das investidas.

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através de resultados e activos financeiros disponí- veis para venda.

Os investimentos em filiais classificados como acti- vos financeiros pelo justo valor através de resulta- dos devem ser mensurados inicialmente pelo preço de compra, excluindo-se os custos de transacção, e subsequente pelo justo valor, com as variações favoráveis e desfavoráveis do justo valor reconheci- das em resultados.

Os investimentos em filiais classificados como acti- vos financeiros disponíveis para venda devem ser mensurados inicialmente pelo custo de aquisição, o qual deve incluir os custos de transacção, e subse- quente pelo justo valor, com as variações favoráveis e desfavoráveis do justo valor reconhecidas numa rubrica do capital próprio.

C) CLASSIFICAÇÃO COMO ACTIVO NÃO COR- RENTE DETIDO PARA VENDA

Por último, os investimentos em filiais que verifi- quem o critério definido na IFRS 5 devem ser apre- sentados como activos não correntes classificados como detidos para venda e evidenciados separada- mente, no Balanço, como activos correntes.

O critério para se proceder à classificação de um activo não corrente como detido para venda assen- ta na forma de recuperação do seu valor contabilís-

tico. Assim, se o valor contabilístico do investimen- to numa filial for recuperado essencialmente atra- vés da venda e não do seu uso continuado, o que se verifica quando o activo está disponível para venda imediata no seu estado actual, nos termos usuais da venda daqueles activos e sendo esta altamente provável, o investimento em filiais deve ser classifi- cado como um activo não corrente detido para venda.

Os activos não correntes classificados como detidos para venda devem ser mensurados pelo menor entre o valor contabilístico imediatamente antes da data da sua classificação como activo não corrente detido para venda e o justo valor na data do Balanço, deduzido das despesas que a entidade prevê suportar na data de venda. A eventual dife- rença apurada entre o valor contabilístico do inves- timento e o justo valor deduzido das despesas com a venda deve ser reconhecida como gasto.

4. TRATAMENTO CONTABILÍSTICO DOS

INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS

De acordo com a IAS 28, a mensuração dos inves- timentos em associadas depende de se o investidor é, ou não, uma entidade mãe que apresenta demonstrações financeiras consolidadas.

Se o investidor numa associada for uma entidade mãe, ele deverá evidenciar, nas suas demonstrações financeiras consolidadas, o investimento em asso-

ciadas pelo método de equivalência patrimonial (IAS 28), excepto quando os investimentos forem classificados como activos não correntes detidos para venda (IFRS 5). Contudo, nas demonstrações financeiras separadas da entidade mãe, o investi- mento em associadas deve ser valorizado pelo método do custo ou pelo método do justo valor (IAS 27).

Se o investidor numa associada não for uma enti- dade mãe, ele deverá evidenciar o investimento em associadas pelo método de equivalência patrimo- nial (IAS 28) nas suas demonstrações financeiras, excepto se os investimentos em associadas forem classificados como activos não correntes detidos para venda (IFRS 5). Nas demonstrações financei- ras separadas, caso sejam preparadas e apresenta- das, o investidor deverá adoptar para os investi- mentos em associadas o método do custo ou o método do justo valor2 (IAS 27).

O método de equivalência patrimonial, entendido como a regra geral de mensuração dos investimen- tos em associadas nas demonstrações financeira de uma entidade que não é entidade mãe, consiste em mensurar inicialmente o investimento pelo custo de aquisição.

Se, na sua data de aquisição, o custo do investi- mento for superior ao valor da participação do investidor no justo valor dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da associada, a diferença deve ser reflectida no valor do investi- mento. Contrariamente ao normativo nacional, essa diferença não é amortizada.

Se, pelo contrário, na data de aquisição, o custo do investimento for inferior ao valor da participação do investidor no justo valor dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da associada, a diferença deve ser excluída do valor do investimen- to e deve ser reconhecida como rendimento do

período. Este tratamento contabilístico é divergen- te do previsto no normativo nacional, que naquela situação não prevê qualquer movimento contabilís- tico.

Após a data de aquisição, e durante o período em que a entidade detém o investimento na associada, o valor do investimento deve ser ajustado de modo a incluir a parte que corresponde ao investidor nos resultados líquidos e nas outras alterações nos capi- tais próprios da associada reconhecidos nas suas demonstrações financeiras. Adicionalmente, o valor do investimento deve ser reduzido devido à distri- buição de dividendos.

Por último, a entidade deverá aferir da necessida- de de reconhecer uma perda de imparidade. A IAS 39 exige que as entidades avaliem, em cada data do Balanço, se existe ou não evidência objectiva de que os activos estão em imparidade. Se tal evidên- cia existir, a entidade deverá reconhecer uma perda de imparidade quando o valor recuperável do inves- timento for inferior ao seu valor contabilístico.

5. TRATAMENTO CONTABILÍSTICO

DOS OUTROS INVESTIMENTOS

A IAS 39 identifica quatro categorias de activos financeiros: activos financeiros pelo justo valor através de resultados, investimentos detidos até à maturidade, empréstimos concedidos e valores a receber, e activos financeiros disponíveis para venda.

A classificação de um activo numa das quatro cate- gorias de activos financeiros determina uma forma de apresentação diferente, no Balanço, e afecta a sua mensuração subsequente.

Atendendo à definição de cada uma das quatro categorias, podemos concluir que os outros investi-

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Ana Isabel Morais

2 - Contudo, se nas demonstrações financeiras consolidadas os investimentos em associadas estão mensurados de acordo com a IAS 39, a entidade deverá adoptar o mesmo critério de mensuração nas demonstrações financeiras separadas.

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mentos em acções, regra geral, apenas podem ser classificados como activos financeiros pelo justo valor através de resultados ou como activos finan- ceiros disponíveis para venda.

A) CLASSIFICAÇÃO COMO ACTIVOS

FINANCEIROS PELO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

O reconhecimento de um investimento em acções como activo financeiro pelo justo valor através de resultados pressupõe que a entidade tem a intenção de o alienar num futuro próximo, entendido geral- mente como três meses, e além disso procede a esse reconhecimento no momento de aquisição das acções. Os activos financeiros pelo justo valor atra- vés de resultados são apresentados no Balanço

como activos correntes, de acordo com o estabele- cido na IAS 1.

Os activos financeiros pelo justo valor através de resultados são mensurados inicialmente pelo preço de compra, não incluindo os custos de transacção, os quais devem ser reconhecidos de imediato como gasto.

Durante o período em que a entidade detém o investimento, as acções devem ser mensuradas pelo justo valor com as variações favoráveis e desfavorá- veis do justo valor reconhecidas em resultados. Como as acções classificadas como activos financei- ros pelo justo valor através de resultados estão per-

manentemente mensuradas pelo justo valor e as variações do justo valor são reconhecidas em resul- tados, não é necessário proceder a qualquer teste de imparidade.

B) CLASSIFICAÇÃO COMO ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA A categoria de activos financeiros disponíveis para venda é uma categoria residual, isto é, nela devem ser reconhecidos os activos financeiros que não sejam de classificar nas restantes categorias de acti- vos financeiros. Os activos financeiros disponíveis para venda podem ser evidenciados, no Balanço, como activos correntes ou não correntes.

Os activos financeiros disponíveis para venda são inicialmente mensurados pelo custo de aquisição, o qual inclui o preço de compra e as despesas adicio- nais com a compra das acções.

Após o reconhecimento inicial, as acções devem ser mensuradas pelo justo valor, com as variações do justo valor reconhecidas directamente numa rubri- ca do capital próprio. Neste caso, como as varia- ções do justo valor não têm impacto imediato em resultados, é necessário que a entidade avalie, em cada data do Balanço, se existem ou não evidências objectivas de que o activo financeiro está em impa- ridade. Se tal se verificar, a entidade deve calcular a perda de imparidade pela diferença entre o custo de aquisição e o justo valor corrente, retirá-la do capital próprio e reconhecê-la em resultados.

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Ana Isabel Morais

BIBLIOGRAFIA

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 1: Apresentações das demonstrações financeiras. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 27: Demonstrações financeiras consolidadas e separadas. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 28: Investimentos em associadas.

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 32: Instrumentos financeiros: apresentação. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 36: Imparidade de activos.

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2003, IAS 39: Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração. INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2004, IFRS 5: Activos não correntes detidos para venda e unidades

operacionais descontinuadas.

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD, 2005, IFRS 7: Instrumentos financeiros: divulgações.

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