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REVISORES AUDITORES DOS MUNICÍPIOS REVISÃO DE CONTAS. Assembleia Geral dos ROC Aprovou Relatório e Contas

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Assembleia Geral

dos ROC

Aprovou Relatório e Contas

Encontro Luso-Espanhol

Os Conselhos Directivos da OROC e do ICJC

reuniram em Madrid

REVISÃO DE CONTAS

DOS MUNICÍPIOS

Revista da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas

REVISORES AUDITORES

Nº 36 JANEIRO/MARÇO 2007

EDIÇÃO TRIMESTRAL D

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Avaliação do desempenho de acordo com as IAS Junho 7 h

RGIT versus actividade do ROC 4 h

Código das Sociedades Comerciais 7 h

Avaliação de Empresas e IAS 36 Julho 14 h

Relações interpessoais e desenvolvimento 7 h

das relações comerciais

Planeamento, Avaliação do Risco e Materialidade Setembro 14 h

Documentação e Suporte do Trabalho Realizado 19 h

Controlo Interno Outubro 14 h

Amostragem 7 h

Instrumentos Financeiros Novembro 7 h

Relatório e Normas Técnicas 7 h

Apresentação das Demonstrações Dezembro 7 h

Financeiras de acordo com as IAS

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NOVOS DESAFIOS

Neste primeiro trimestre de 2007 procurámos fazer o balanço das acções desenvolvidas pela Ordem durante o primeiro ano do nosso man-dato tendo aproveitado, para esse efeito, a oportunidade que nos foi proporcionada pela assembleia geral que se realizou no passado dia 15 de Março.

Seja qual for a perspectiva de análise os resul-tados apresenresul-tados são, a nosso ver, franca-mente positivos.

Concluídos no início do mês de Janeiro os dossiers da Lei das Finanças Locais e da Informação Empresarial Simplificada (IES), outras acções de importante relevância têm vindo a ser desenvolvidas e de que importa dar devida nota:

• Cooperação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior no desenvolvimento de acções de sensibilização para os Modelos de Financiamento e Estruturas de Custos, no âmbito do 7.º Programa-Quadro para a investigação e desenvolvimento tecnológico;

• Colaboração com o IAPMEI no âmbito do Programa FINCRESCE, cujo propó-sito é contribuir para optimizar as con-dições de financiamento de empresas que prossigam estratégias de crescimen-to e adoptem adequados comportamen-tos ao nível contabilístico, financeiro e estratégico.

A participação activa da Ordem, nestes dois projectos, irá seguramente criar novas oportu-nidades para os Revisores, os quais irão, a breve prazo, ser chamados a intervir profissio-nalmente na organização de estruturas de custos, na certificação das contas de institui-ções do ensino superior ou a integrar uma Bolsa de Consultores de PME.

No plano europeu, a profissão iniciou o ano de 2007 com alguma instabilidade na sequência da divulgação, pela Comissão Europeia, de

dois documentos destinados a consulta infor-mal de diversas organizações, sobre um pro-jecto de simplificação de normas contabilísti-cas e de normas de auditoria, sobretudo no que respeita a determinadas categorias de empresas.

Teremos de concordar com a adopção de medidas que visem alcançar uma melhor regulação ou uma maior simplificação admi-nistrativa e que permitam reduzir os custos das empresas. Todavia, a experiência tem vindo a demonstrar que a falta ou a insufi-ciência de regulação podem condicionar o fun-cionamento do mercado retirando-lhe, desig-nadamente, transparência e credibilidade. Decorrido apenas um ano sobre a data da revisão da 4.ª e 7.ª Directivas, que ocorreu em 17 de Maio de 2006 e tem um período de implementação que só termina em meados de 2008, não parece oportuno pretender-se, tão cedo, fazer nova revisão.

A OROC manifestou uma clara discordância com as propostas de alteração que foram anunciadas, por não ser minimamente demonstrável que as medidas apontadas eram as mais adequadas para se alcançarem os objectivos propostos. Foi com satisfação que vimos consagrada a grande maioria das nos-sas observações, no documento síntese que a FEE endereçou à Comissão Europeia, em 21 de Março de 2007.

Compreendemos os objectivos políticos do Comissário McCreevy e reconhecemos o esfor-ço que Jürgen Tiedje, responsável europeu pela regulação da profissão, tem vindo a fazer para justificar o mérito das suas propostas que, apesar de tudo, não têm vindo a conse-guir o apoio da profissão europeia. Há, pois, que continuar a trabalhar no sentido de se encontrarem as melhores soluções para tornar as empresas europeias mais competitivas, sem menosprezar a defesa do interesse público.

ANTÓNIO GONÇALVES MONTEIRO BASTONÁRIO

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António Gonçalves Monteiro D

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António Pires Caiado

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António Alexandre Pereira Borges Carlos Marques Bernardes Domingos José da Silva Cravo Luísa Anacoreta Correia Victor Domingos Seabra Franco A

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Rita Pires A

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Ana Filipa Gonçalves E-mail: revista@oroc.pt

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Ordem dos Revisores Oficiais de Contas

Rua do Salitre 51 1250-198 LISBOA

Tel: 213 536 158 Fax: 213 536 149 Membro da Associação Portuguesa de Imprensa não Diária

Registo de Propriedade n.º 111 313 DGCS SRIP

Depósito Legal n.º 12197/87 ISSN 0870-3566

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BRITOGRÁFICA

Tel: 219 487 025 / 917 221 636 D

Diissttrriibbuuiiççããoo

Gratuita

TTiirraaggeemm

2000 Exemplares

Os artigos são da responsabilidade dos seus autores e não vinculam a OROC

Em Foco

Encontro na Ordem: Reforma do Direito das Sociedades Comerciais

Eventos

• Contas Aprovadas em Assembleia Geral • Executivo da OROC E do ICJC reuniram em

Madrid

Notícias

• Conferência sobre “Os deveres de independência do Auditor”

• Informação Empresarial Simplificada

• Ciência e Revisores Oficiais de Contas têm acordo • Em cooperação com o IAPMEI

• Responsabilidade Civil Profissional: Alteração do regime em Portugal

• Simplificação das normas contabilísticas das PME

Auditoria

• Exercício da actividade de Revisão Legal de Contas por parte de Revisores Oficiais de Contas de outros Estados Membros e de pessoas ou enti-dades de Países Terceiros

• A Revisão de contas nos Municípios

Contabilidade

• A versão Portuguesa das Normas Internacionais de Relato Financeiro

• Investimentos em acções – tratamento contabilís-tico de acordo com as normas do IASB

Direito

Autoridade da concorrência e ordens profissionais

Fiscalidade

O ROC e o planeamento fiscal das empresas

Mundo

Os 30 anos da International Federation of Accountants (IFAC)

Formação

Formação “Um Tesouro a explorar”

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Realizou-se no passado dia 15 de Março mais um “Encontro na Ordem”, desta vez subordinado ao tema “Reforma do Direito das Sociedades – Simplificação e Desformalização dos Actos das Sociedades Comerciais”. A sessão contou com a participação de Patrícia Melo Gomes, da Sociedade de Advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados e de Luís Goes, Adjunto do Secretário de Estado da Justiça. A intervenção de Patrícia Melo Gomes focou-se na discus-são de algumas medidas da reforma do Direito das Sociedades Comerciais, nomeadamente, a Empresa “na hora”, a Empresa on-line, a publicação on-line de actos societários, a eliminação da obrigatoriedade de escritura pública, a eliminação da obrigatoriedade dos livros de escrituração mercantil, a simplificação do processo de cisão e de fusão de sociedades e, por último, os registos

on-line.

A apresentação de Luís Goes, Adjunto do Secretário de Estado da Justiça, reforçou alguns destes pontos,

sublinhando que, desde a primeira hora que o Ministério da Justiça tem procurado desenvolver projectos inovado-res para os cidadãos e para as empinovado-resas, nomeadamente através de projectos como a Empresa “na hora”, o Documento Único Automóvel, as publicações on-line dos actos societários, a desformalização, eliminação e simpli-ficação de actos e processos nos registos e notariado, a Empresa on-line, os Registos on-line, a Certidão Permanente e Marca on-line.

De seguida apresentam-se, em traços gerais, algumas das medidas referidas nas apresentações dos oradores da ses-são.

EMPRESA “NA HORA”

A Empresa “na hora” pode ser constituída nas conserva-tórias do registo comercial e nos postos de atendimento do registo comercial a funcionar junto dos CFE. Não podem, contudo, constituir-se neste regime as sociedades sujeitas a autorização especial, as sociedades cujo capital

Encontro na Ordem

Reforma do Direito das Sociedades

Comerciais

Realizou-se no passado dia 15 de Março mais um “Encontro na Ordem”, desta

vez subordinado ao tema “Reforma do Direito das Sociedades – Simplificação

e Desformalização dos Actos das Sociedades Comerciais”.

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EMPRESA ON-LINE

Podem constituir-se no regime da Empresa on-line as sociedades comerciais e civis sob forma comercial do tipo por quotas ou anónimas. Não se podem constituir neste regime as sociedades cujo capital seja realizado com entra-das em espécie para cuja transmissão não seja necessária escritura pública e as sociedades anónimas europeias. As sociedades podem constituir-se no Portal da Empresa, mediante o recurso à certificação digital, sendo possível o acesso conjunto, simultâneo ou sucessivo, dos diversos interessados ao processo de constituição.

PUBLICAÇÃO ON-LINE DE ACTOS SOCIETÁRIOS

O Decreto-Lei n.º 111/2005, de 8 de Julho acabou com a publicação obrigatória dos actos societários (avisos, anún-cios e convocações) e de registo comercial em Diário da República, a qual, desde 1 de Janeiro de 2006, passou a ser feita no sitio www.mj.gov.pt/publicacoes.

O Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de Março, eliminou a necessidade de publicação dos actos societários das socie-dades anónimas (anúncios, avisos, convocatórias) em jor-nal da localidade da sede da sociedade ou, na falta deste, num dos jornais locais mais lidos.

ELIMINAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE

DE ESCRITURA PÚBLICA

A escritura pública deixou de ser obrigatória para todos os actos da vida das sociedades comerciais (constituição, alteração dos estatutos, aumento e redução do capital social, fusão, cisão, transformação, dissolução, cessão e divisão de quotas, etc.), salvo se o acto em causa envolver a transmissão de imóveis.

As consequências da eliminação da obrigatoriedade de celebração da escritura pública são:

• Os actos societários têm de ser reduzidos a escrito, mas a forma mais solene - escritura pública -, ressalva da a excepção já referida, é facultativa; • O único controlo público da legalidade dos actos é

feito pelas conservatórias do registo comercial.

mercantil (inventário, balanço, diário, razão e copiador), podendo as sociedades escolher o modo de organização da sua escrituração mercantil, bem como o seu suporte físico. Os livros de actas continuam a ser obrigatórios e podem ser constituídos por folhas soltas numeradas sequencial-mente e rubricadas pela administração ou pelos membros do órgão social a que respeitam, pelo secretário da socie-dade ou pelo presidente da mesa da assembleia geral, os quais lavram os termos de abertura e de encerramento, devendo as folhas ser encadernadas depois de utilizadas. Os livros de actas da assembleia geral deixaram de estar sujeitos a legalização na Conservatória do Registo Comercial, mas continuam sujeitos ao imposto do selo.

SIMPLIFICAÇÃO DO PROCESSO DE CISÃO

E DE FUSÃO DE SOCIEDADES

Foram eliminados os seguintes actos intercalares de regis-to e de publicação:

• Publicação, no sítio do Ministério da Justiça (MJ) e em jornal, de anúncio relativo ao registo do projecto de fusão/cisão com aviso para consulta de documen-tos aos sócios e credores sociais;

• Publicação, em jornal, da convocatória da assembleia geral (no caso de sociedades anónimas);

• Registo da deliberação de aprovação do projecto de fusão/cisão;

• Publicação, no sítio do MJ, de anúncio relativo à deliberação de aprovação do projecto de fusão/cisão com aviso aos credores do seu direito de oposição judi-cial à fusão/cisão.

REGISTOS ON-LINE

Os interessados na promoção de actos de registo comercial

on-line, têm de proceder à respectiva autenticação através

do certificado digital, formular o seu pedido e enviar, atra-vés do site www.empresaonline.pt os documentos necessá-rios ao registo, designadamente:

• Os documentos que legalmente comprovem os factos constantes do pedido de registo (excepto quando se trate de registo por depósito);

• Os documentos comprovativos da sua capacidade e dos seus poderes de representação para o acto.

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No passado dia 15 de Março foi aprovado por unanimida-de o Relatório e Contas referente a 2006, em Assembleia Geral que se realizou na sede da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). A sessão ficou marcada pelo voto de louvor ao Conselho Directivo pelos bons resulta-dos atingiresulta-dos no exercício, proposto pelo ROC Carlos Cunha e que foi aprovado pela assembleia.

António Magalhães, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, abriu a sessão, referindo a ordem do dia tendo pas-sado, depois, a palavra ao Bastonário, António Gonçalves Monteiro.

O Bastonário focou a sua intervenção em quatro pontos relevantes:

• As principais actividades desenvolvidas no decurso do primeiro ano de mandato;

• A evolução da profissão;

• A gestão interna da Ordem; • As contas anuais.

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS

ACTIVIDADES

O Bastonário começou por descrever as actividades mais relevantes desenvolvidas no primeiro ano de mandato, das quais se destacam:

• os contributos para a revisão do Código das Sociedades Comerciais;

• as acções desenvolvidas no âmbito da negociação da 8.ª Directiva;

• as intervenções junto do Governo no processo legisla-tivo da Lei das Finanças Locais;

Contas aprovadas

em Assembleia Geral

Conselho Directivo recebe voto de

louvor pelos bons resultados atingidos

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• o contributo para a concepção da Informação Empresarial Simplificada;

• as relações com as entidades institucionais;

• o acompanhamento dos trabalhos da FEE e da IFAC.

A EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO

O segundo ponto consistiu numa caracterização da evo-lução da profissão no passado recente.

No final de 2006 estavam inscritos na Ordem 1.023 Revisores. Durante este ano, a Profissão registou um acréscimo efectivo de 52 Revisores, o que corresponde a 5,1%. Do total de Revisores inscritos na Ordem, 471 exer-cem a actividade como sócios das 159 Sociedades de Revisores existentes.

O Bastonário partilhou com os colegas um conjunto de análises e estatísticas que apresentou relativamente à evo-lução do mercado profissional e antecipou as perspectivas de evolução futura. Finalmente, o Bastonário convidou os Colegas a reflectirem sobre os indicadores apresentados no sentido de melhor poderem interpretar o presente e, sobre-tudo, influenciarem activamente o futuro da profissão desenvolvendo estratégias que permitam o seu desenvolvi-mento.

A GESTÃO INTERNA DA ORDEM

António Gonçalves Monteiro prosseguiu a sua intervenção referindo as principais medidas que foram adoptadas na gestão interna da Ordem ao longo do exercício de 2006, cujos resultados conduziram à racionalização de recursos e também à redução generalizada de custos nos diversos departamentos.

AS CONTAS ANUAIS

O Bastonário sublinhou que, em relação ao ano de 2005, os proveitos aumentaram 51 mil euros e os custos baixa-ram, 126 mil euros, de que resultou um aumento dos resul-tados operacionais de cerca de 177 mil euros. Pela

primei-mil euros, ou seja, mais 196% do que no ano anterior.

VOTAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS

Após a intervenção do Bastonário, procedeu-se à votação por parte da Assembleia Geral, tendo o Relatório e as Contas sido aprovados por unanimidade.

PERSPECTIVAS

O relatório prevê que as grandes tendências relacionadas com o futuro da profissão, na envolvente externa, serão:

• Os desenvolvimentos normativos sobre a profissão no âmbito da 8.ª Directiva;

• A criação de uma entidade de supervisão pública da profissão ao nível da União Europeia;

• As transformações decorrentes da adopção da estru-tura de relato financeiro do IASB;

• As alterações das normas internacionais de auditoria; • As alterações do regime de responsabilidade dos

audi-tores, no sentido da sua limitação.

Na envolvente interna, os cenários que se perspectivam são:

• A aprovação do Regulamento da Formação Contínua; • A alteração do regime jurídico da profissão, para o

adequar à 8.ª Directiva;

• A criação da entidade nacional de supervisão dos audi-tores.

2006 2005 Variação

(milhares de euros) (milhares de euros)

Proveitos 2.307 2.256 +51

Custos 2.014 2.140 -126

Resultado operacional 293 116 +177

Congresso 27 - 27

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Realizou-se em Madrid, no passado mês de Fevereiro, uma reunião que juntou os órgãos directivos da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas e do Instituto de

Censores Jurados de Cuentas de España. O encontro teve

lugar a 26 de Fevereiro e da delegação portuguesa fizeram parte o Bastonário, António Gonçalves Monteiro, José Rodrigues de Jesus, vice-presidente, e António Marques Dias, vogal e presidente da Comissão de Controlo de Qualidade, CCQ.

Por parte do ICJC marcaram presença o seu presidente, Rafael Cámara Rodríguez-Valenzuela, José Maria Bové (vice-secretário e coordenador internacional), Maria Alonso (vice-presidente), José M. Fernández de Ulloa

(vice-presidente), Agustín López Casuso (director de controlo de qualidade) e Adela Vila, directora do depar-tamento internacional.

Em debate estiveram, entre outros assuntos, os grandes temas que marcam a actualidade da Profissão na Europa, a implementação da 8.ª Directiva, a Responsabilidade Civil Profissional, a Supervisão Pública, o Controlo de Qualidade e as Normas de Auditoria.

Foram analisadas as possibilidades e o interesse em reforçar a cooperação mútua, tendo ficado agendada nova reunião, em Lisboa, no final do corrente ano de 2007.

Executivo da OROC e do

ICJC reuniram em Madrid

Órgãos directivos debatem temas que

marcam a Profissão

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Bastonário da Ordem participou em sessão promovida pelo Instituto dos Valores Mobiliários

O Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas foi o ora-dor convidado da conferência subordinada ao tema «Os deveres de independência dos auditores», promovida pelo Instituto de Valores Mobiliários, no âmbito de uma pós-graduação em Direito dos Valores Mobiliários.

A sessão decorreu na Faculdade de Direito de Lisboa, no passado dia 27 de Fevereiro, e consistiu numa intervenção do Bastonário da OROC, António Gonçalves Monteiro, seguida de um período de comentários e debate que contou com a participação dos presentes.

Conferência sobre “Os

deveres de Independência

dos Auditores”

QUATRO OBRIGAÇÕES LEGAIS NUM SÓ

ACTO

Foi publicada a Portaria n.º 208/2007 de 16 de Fevereiro, que aprova os modelos do sistema de informação empre-sarial simplificado, medida que permite o cumprimento de quatro obrigações legais em apenas um acto. A Informação Empresarial Simplificada (IES) agrega num único acto obrigações que se encontravam até agora dis-persas, designadamente:

• a entrega da declaração anual de informação contabilística e fiscal;

• o registo da prestação de contas;

• a prestação de informação de natureza estatística ao Instituto Nacional de Estatística;

• a prestação de informação relativa a dados con-tabilísticos anuais para fins estatísticos ao Banco de Portugal.

Até agora, a prestação desta informação, materialmente idêntica a diferentes organismos, era concretizada por quatro vias diferentes.

O diploma refere que «através da IES, todas estas obri-gações passam a ser integralmente cumpridas através do envio electrónico da informação contabilística das empre-sas, realizados uma única vez».

Deste modo, a informação que é prestada no âmbito da IES passa a constar do modelo de declaração criado pela Portaria n.º 208/2007. Este modelo aplica-se aos exercí-cios económicos iniciados em 2006, bem como aos subse-quentes.

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Ciência e Revisores

Oficiais de Contas

têm acordo

ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO E

FORMAÇÃO A REALIZAR EM PORTUGAL

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) assinaram um acordo de cooperação, que visa promover um conjunto de acções de sensibilização e for-mação, no âmbito da aplicação do “modelo de custos totais” do 7.º Programa Quadro para a investigação e desenvolvimento tecnológico.

A participação da OROC nesta iniciativa decorre da neces-sidade de realização de acções de sensibilização e formação que motivem os seus promotores a submeter projectos ao 7.º Programa Quadro, adaptando o modelo contabilístico em vigor, evoluindo para a utilização do sistema de custos totais nas candidaturas ao 7.º Programa Quadro.

Este “modelo de custos totais” requer a implementação de mecanismos adequados de estruturação de custos nas insti-tuições, assim como de procedimentos exigentes de

accoun-tability, para os quais é fundamental a adaptação das

insti-tuições portuguesas.

A partir de 2010 apenas serão considerados os projectos con-duzidos por instituições que tenham a possibilidade de serem financiadas a custos totais, medida que surge da alte-ração por parte da Comissão Europeia, das regras aplicáveis no cálculo do financiamento aos projectos.

Verifica-se que a aplicação do referido modelo traz benefícios para as instituições de Ensino Superior e Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&DT), tendo em conta que facilita:

• a adopção de uma estratégia científica clara, no que concerne à promoção de redes e formação de equipas de investigação, em detrimento de investigadores isolados; • o acesso a financiamentos mais alargados,

aumen-tando também a capacidade de gestão dos fundos, designadamente pelo respectivo director.

O Gabinete de Relações Internacionais de Ciência e do Ensino Superior (GRICES), em colaboração com o Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho dos Laboratórios Associados (CLA), irá organizar, com o apoio da OROC, as seguintes iniciativas:

• Dois seminários a realizar em Lisboa e no Porto, dirigidos às instituições de Ensino Superior, Laboratórios Associados, Laboratórios de Estado e instituições de I&DT, de divulgação dos novos modelos de financiamento e sensibilização para o modelo de custos totais;

• Um conjunto de acções de formação que serão conduzi das pela OROC, dirigidas aos departamentos de finan-ças das instituições, com a apresentação de casos e desenvolvimento de exercícios práticos.

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A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) vai rea-lizar acções de cooperação com o IAPMEI, no âmbito do Programa FINCRESCE.

Estas acções surgem no âmbito de um conjunto de negocia-ções que foram desencadeadas junto dos diversos agentes do mercado para a criação de Plataformas FINCRESCE. Além de um protocolo com a OROC, o programa envolve parce-rias com grupos financeiros, outras instituições financeiras, agências de rating, agentes do Sistema Nacional de Inovação, associações e outras entidades públicas ligadas ao desenvolvimento regional.

O Programa FINCRESCE, integrado no INOFIN - Programa Quadro para a Inovação Financeira, pretende contribuir para a optimização das condições de financiamen-to das empresas que levam por diante estratégias de cresci-mento e de reforço da sua base competitiva.

Este segmento tem a particularidade de reunir os requisitos que permitem beneficiar com a implementação da Reforma Basileia II, pelo que a capacidade das empresas para equili-brarem o seu desempenho superior com a conduta adequa-da ao mercado constituirá o enfoque inicial do Programa FINCRESCE.

A partir da conjugação de acções de natureza financeira e não financeira, o FINCRESCE é um dos planos de interven-ção do INOFIN, que actua em complementaridade com o

FINICIA. É dirigido para o segmento de PME que estejam num estádio de desenvolvimento estável e que apresentem boas performances e perfis de risco.

O novo programa pretende incentivar estratégias empresa-riais alinhadas com as prioridades da política económica, operacionalizado com base em parcerias público-privadas, favorecendo dinâmicas de crescimento e de afirmação nos mercados, a consolidação de lide-ranças sectoriais e o alar-gamento do mercado de capitais a PME, para além da pre-paração para Basileia II.

O público-alvo da iniciativa é o conjunto de PME Líder: empresas que se posicionam como motor do desenvolvimen-to da economia nacional, nos diferentes secdesenvolvimen-tores de activida-de e que se encontram na vanguarda dos sectores em que operam. A este grupo de empresas é disponibilizado um leque de serviços, ao nível dos factores internos de reforço da sustentabilidade do desempenho e qualificação do perfil de risco, que visam contribuir para levar por diante os princi-pais desafios da economia portuguesa, quer no que diz res-peito aos equilíbrios de curto prazo, quer à alteração do paradigma de desenvolvimento em termos de competitivida-de e inovação.

Cooperação com o IAPMEI

NO ÂMBITO DO PROGRAMA FINCRESCE

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REFLEXÕES E PROPOSTA DE NOVO REGIME

No âmbito de uma consulta da Comissão Europeia, que con-vidou todos os interessados a pronunciarem-se sobre o assunto, a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) elaborou um documento de trabalho onde está expressa a tomada de posição sobre a Responsabilidade Civil Profissional. A versão provisória do documento de trabalho foi enviada em meados de Março para a Comissão Europeia. No documento, a OROC apresenta as suas reflexões e argu-mentos que demonstram a necessidade de alteração do regi-me vigente em Portugal nesta matéria – responsabilidade solidária e ilimitada – para um regime de responsabilidade proporcional e limitada. O documento refere ainda que a OROC tem acompanhado, desde o início, o processo de revi-são da 8.ª Directiva, pelo que teve oportunidade de partici-par nos trabalhos, tendo identificado a responsabilidade dos Revisores Oficiais de Contas como um tema central na pro-blemática geral da acção destes agentes do mercado. A OROC afirma no documento de trabalho que esta proble-mática foi «tardiamente incorporada na agenda dos traba-lhos da revisão da 8.ª Directiva», constituindo um aspecto negativo, apesar de ser evidente que «o legislador comunitá-rio ficou bem longe de menosprezar o problema; antes, reve-lou uma atitude de grande abertura e sensibilidade para que venha a ser repensado o enquadramento desta matéria numa iniciativa legislativa comunitária». A OROC sublinha ainda que «vai sendo consensual a ideia de premência na discus-são do tema que se prende com a responsabilidade dos ROC, com vista a que seja tomada uma posição que, se for o caso (...) altere o regime actualmente vigente».

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Responsabilidade Civil Profissional: alteração

do regime em Portugal

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NOVAS ALTERAÇÕES ÀS 4.ª E 7.ª

DIRECTIVAS

A Comissão Europeia deu início ao debate em torno da redução da carga administrativa nas Pequenas e Médias Empresas (PME) ao abrigo da 4.ª e 7.ª Directivas (Directivas Contabilísticas). A Comissão definiu como grande objectivo uma redução de custos administrativos-de cerca administrativos-de 25%. Esta meta foi administrativos-definida para todas as áreas da legislação europeia que afectam as empresas, incluindo as áreas do relato financeiro e da auditoria. Está dado o mote para o debate se serão necessárias outras melhorias a estas directivas.

Pretende-se, com a demonstração, reduzir a burocracia em torno das declarações financeiras, o que pode ser atin-gido através da introdução de regras mais relevantes em substituição de requisitos antigos ou mais complexos. Por outro lado, verifica-se um crescente interesse por parte do Parlamento Europeu e do International

Accounting Standards Board (IASB) nas PME e

respecti-vas normas contabilísticas. Actualmente assiste-se à ten-dência de vários Estados-Membros em alterar as normas contabilísticas das PME. Este é um dos temas em cima

da mesa durante os próximos meses no Parlamento Europeu.

Existem, contudo, outras razões que justificam a discus-são e eventual revidiscus-são das Directivas Contabilísticas, nomeadamente:

• A necessidade de actualização das 4.ª e 7.ª directivas que estão em vigor já desde 1978 e 1983, respectivamente. Têm sido introduzidas alterações menores ao longo deste tempo em que as Directivas têm servido o seu grande propósito, mas verifica-se a necessidade de discutir com todos os Estados- -Membros uma revisão que garanta a continuidade da eficiência;

• A adopção das IAS na preparação de demonstrações financeiras consolidadas, identificou uma serie de questões sobre as quais há que reflectir. A modernização das Directivas Contabilísticas, em 2001 e 2003, procurou esclarecer estes aspectos, mas alguns ficaram por tratar.

Simplificação das normas contabilísticas

das PME

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Exercício da Actividade de Revisão Legal de Contas por

parte de Revisores Oficiais de Contas de outros

Estados--Membros e de pessoas ou entidades de países terceiros

José Rodrigues de Jesus

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Regime decorrente da Directiva 2006/43/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de Maio de 2006

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NOÇÕES

1. Nos termos do Art.º 1.º da Directiva nº 2006/43/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio de 2006, entende-se por:

1. «Revisão legal das contas», a revisão ou auditoria das contas anuais e consolidadas, tal como exigido pelo direito comunitário;

2. «Revisor oficial de contas», uma pessoa singular aprovada pelas autoridades competentes de um Estado-Membro, de acordo com a presente directi-va, para realizar revisões legais das contas; 3. «Sociedade de revisores oficiais de contas», uma

pessoa colectiva ou qualquer outra entidade, inde-pendentemente da sua forma jurídica, aprovada pelas autoridades competentes de um Estado--Membro, de acordo com a presente directiva, para realizar revisões legais das contas;

4. «Entidade de auditoria de um país terceiro», uma entidade, independentemente da sua forma jurídi-ca, que executa a revisão ou auditoria das contas anuais ou consolidadas de uma sociedade constituí-da num país terceiro;

5. «Auditor de um país terceiro», uma pessoa singu-lar que executa a revisão ou auditoria das contas anuais ou consolidadas de uma sociedade constituí-da num país terceiro.»

PRINCÍPIO GERAL - A EXIGÊNCIA DE

APROVAÇÃO

1

2. O princípio geral da revisão legal de contas no que se refere à territorialidade está expresso no n.º 1 do Art.º 3.º da Directiva nos seguintes termos: «As revi-sões legais das contas são realizadas apenas por reviso-res oficiais de contas ou por sociedades de revisoreviso-res

ofi-1 166

1 - Cumpre assinalar que o regime a que o presente documento se refere é o que decorre da Directiva e, como tal, aquele que, uma vez ter-minado o respectivo prazo de transposição deverá estar acolhido no ordenamento jurídico nacional. Até lá, as matérias relacionadas com o acesso à profissão de revisor oficial de contas constam do Estatuto da OROC. Sucintamente, os requisitos de acesso à profissão constam dos Art.ºs. 123.º e seguintes do Estatuto. A regra geral consta do Art.º 123.º: os revisores oficiais de contas e as sociedades de revisores oficiais de contas apenas podem exercer as funções respectivas depois de inscritos na «lista dos revisores oficiais de contas». Para que tal inscrição possa realizar-se, é imposto pelo Art.º 124.º um conjunto de requisitos, no qual, para lá de exigências em respeitantes a idoneidade, a for-mação académica, a aprovação em exame e a realização de estágio, se inclui (al. a) do Art.º 124.º) a exigência de nacionalidade portuguesa. Esta regra geral do Art.º 124.º sofre, todavia, duas excepções, a saber:

Estrangeiros não oriundos da União Europeia – no Art.º 125.º admite-se que possam ser inscritos desde que preencham os demais requisitos do Art. 124.º e o respectivo Estado de origem admita portugueses a exercerem a profissão correspondente à de revisor oficial de contas em igualdade de condições com os seus nacionais (princípio da reciprocidade);

Revisores oriundos da União Europeia – nos Arts. 146.º e seguintes permite-se que possam exercer a profissão em Portugal os revisores ofici-ais de contas autorizados a exercer a sua profissão num Estado Membro da União Europeia, desde que obtenham aprovação em prova de aptidão; além disso, o Art.º 153.º permite a inscrição, nas condições aí estabelecidas, de revisor oficial de contas de outros Estados Membros, para efeitos de exercício do direito de estabelecimento.

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ciais de contas aprovados pelo Estado-Membro que exige a revisão legal das contas».

3. Assim, no caso Português e no modelo actual, ape-nas poderão realizar a revisão legal de contas imposta pelo ordenamento jurídico nacional os revisores oficiais de contas (ROC) ou as sociedades de revisores oficiais de contas (SROC) – inscritos, pois, na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), única autorida-de agora competente.

4. De acordo com o Art.º 6.º da Directiva, para que a inscrição possa efectuar-se é necessário que os ROC e as SROC preencham os requisitos legalmente impostos relativamente a idoneidade (Art.º 4.º), a qualificações académicas (Art.º 6.º) e a aprovação em exame da aptidão profissional ou a experiência prática de longa duração (Art.ºs 7.º a 11.º).

OS REVISORES DE OUTROS

ESTADOS--MEMBROS - A APROVAÇÃO

5. Para poderem realizar a revisão legal de contas em Portugal, os revisores de outros Estados-Membros estão, igualmente, sujeitos a aprovação pela autoridade nacional competente. Nos termos do Art.º 14.º da Directiva, tal aprovação deve estar sujeita a procedi-mentos que, todavia, não devem ir além da obrigação de obter aprovação numa prova de aptidão, de acordo com o Art.º 4.º da Directiva 89/48/CEE do Conselho, de 21 de Dezembro de 1988, relativa a um sistema geral de reconhecimento dos diplomas de ensino superior que sancionam formações profissionais com um duração

mínima de três anos. Essa prova de aptidão deve ser conduzida numa das línguas autorizadas pelos regimes linguísticos aplicáveis no Estado-Membro em causa (no caso, em Português)2 e deve incidir apenas nos

conhe-cimentos do revisor oficial de contas da legislação e da regulamentação do Estado-Membro em causa (no caso, Portugal), com vista a verificar a adequação daqueles conhecimentos à revisão legal das contas.

OS AUDITORES

3

DE PAÍSES TERCEIROS

- A APROVAÇÃO

6. Quanto à autorização de auditores de países tercei-ros, o Art.º 44.º da Directiva prevê que, sob reserva de reciprocidade, as autoridades competentes de um Estado-Membro (no caso, Portugal) podem aprovar um auditor de um país terceiro como revisor oficial de con-tas, se essa pessoa provar que cumpre requisitos equi-valentes aos referidos no anterior número 4 e, bem assim, que se encontra submetida a um regime de for-mação contínua (Art. 13.º).

7. Além da comprovação daqueles requisitos, a Directiva exige que, antes de concederem a aprovação a um auditor de um país terceiro, as autoridades com-petentes dos Estados-Membros devem aplicar os requi-sitos previstos no Art. 14.º da Directiva, isto é, subme-ter essas pessoas a uma prova de aptidão com as carac-terísticas referidas no anterior número 54.

José Rodrigues de Jesus

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2 - A Directiva parece permitir que se possa concluir que quem não domine a língua portuguesa tenha maiores dificuldades em obter sucesso na prova de aptidão, devendo assinalar-se que a prova se destina a aferir o conhecimento dos quadros legais e regulamentares em que assen-ta a revisão de conassen-tas no espaço de aplicação geográfica onde o candidato pretende exercer actividade.

3 - A diferença de terminologia entre Auditores e Revisores Oficias de Contas (cf. sub-título anterior) procura acompanhar as definições decor-rentes da Directiva; aí, a expressão revisores (sociedade de revisores) está reservada para quem seja aprovado na UE; já para as pessoas ou entidades oriundas de países terceiros (e que ainda não tenham sido aprovados na UE) a expressão usada é a de auditores ou entidades de auditoria; note-se, porém, que esses “auditores” uma vez aprovados por uma autoridade competente de um Estado Membro passam a merecer o qualificativo de “revisor”.

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OS AUDITORES DE PAÍSES TERCEIROS

– O REGISTO PARA EFEITOS DE

RECONHECIMENTO DA CERTIFICAÇÃO

LEGAL DE CONTAS DE SOCIEDADES

DE PAÍSES TERCEIROS COM VALORES

ADMITIDOS À NEGOCIAÇÃO

EM UM MERCADO REGULAMENTADO

DO ESTADO-MEMBRO

8. Ainda quanto a auditores e entidades de auditoria de países terceiros, o Art.º 45.º da Directiva determina que as autoridades competentes de um Estado-Membro devem proceder ao registo, de acordo com os Art.ºs 15.º a 17.º (registo público), de todos os auditores e de todas as entidades de auditoria de países terceiros que apresentem relatórios de auditoria ou certificações legais das contas anuais ou consolidadas de uma socie-dade constituída fora da Comunisocie-dade cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mer-cado regulamentado desse Estado-Membro5,6.

9. As pessoas ou entidades referidas no número anterior devem ficar sujeitas aos sistemas de supervisão pública, aos sistemas de controlo de qualidade e aos sistemas de inspecção e de sanções do Estado-Membro em que é efectuado o registo (no caso, Portugal). O Estado--Membro (no caso, Portugal) pode, no entanto, isentar os auditores ou as entidades de auditoria de países ter-ceiros registados da sujeição ao seu sistema de contro-lo de qualidade, se o sistema de controcontro-lo de qualidade de outro Estado-Membro ou de um país terceiro que tenha sido reconhecido como equivalente nos termos do Art.º 46.º da Directiva tiver realizado uma verificação de controlo de qualidade do auditor ou da entidade de

audi-1

188 RREEVVIISSOORREESS AAUUDDIITTOORREESS JAN/MAR 2007

5 - Salvo se a sociedade apenas emitir valores mobiliários representativos de dívida admitidos à negociação num mercado regulamentado num Estado-Membro, cujo valor nominal unitário seja, pelo menos, de 50 000 EUR ou, no caso de valores mobiliários representativos de dívida emitidos noutra moeda, seja equivalente, pelo menos, a 50 000 EUR, na data da emissão.

6 - Admita-se, por exemplo, um revisor espanhol de um lado e um auditor norte-americano do outro: o auditor espanhol, dado que é oriun-do de um Estaoriun-do-Membro, não tem de comprovar que preenche os requisitos legalmente impostos em sede de ioriun-doneidade, qualificações académicas e de aprovação em exame da aptidão profissional ou de experiência prática de longa duração; em relação a este auditor, uma vez que Espanha está igualmente sujeita ao regime da Directiva, presume-se, inelutavelmente, que esses requisitos estão preenchidos; assim ape-nas terá de se submeter à já referida prova de aptidão, com o alcance mencionado; já o auditor norte-americano, para lá de ter de se subme-ter a tal prova de aptidão, subme-terá de demonstrar, adicionalmente, que preenche os requisitos acima referidos.

(19)

toria de país terceiro em questão no decurso dos três anos precedentes.

10. Para que possam ser registados num Estado--Membro (no caso, em Portugal), as pessoas ou

entidades de países terceiros referidas no anterior número 8 devem:

10.1. Satisfazer (ou estar sujeitas a requisitos equiva-lentes aos estabelecidos no anterior número 4;

10.2. Assegurar que a maioria dos membros dos seus órgãos de administração ou de direcção satisfaz os requisitos do anterior número 4;

10.3. Assegurar que o auditor que realiza a revisão ou auditoria por conta da entidade de auditoria de país terceiro satisfaz requisitos equivalentes aos estabelecidos no anterior número 4;

10.4. Assegurar que a revisão ou auditoria das contas anuais ou consolidadas referidas no anterior número 8 é realizada de acordo com normas interna-cionais de auditoria previstas no Art.º 26.º da Directiva e, bem assim, em respeito pelos requisitos estabelecidos nos Art.ºs 22.º e 24.º (inde-pendência) e 25.º (honorários) da Directiva, ou por normas e requisitos equivalentes;

10.5. Publicar no seu sítio Internet um relatório anual de transparência, que inclua as infor-mações previstas no Art. 40.º da Directiva, ou cumprir requisitos de divulgação equivalentes.

11. Na ausência da inscrição no registo público, sem prejuízo do Art.º 46.º (regime de derrogação em caso de equivalência)7, os relatórios de auditoria

das contas anuais ou das contas consolidadas, a que se fez referência no anterior número 8, emitidos pelos auditores ou pelas entidades de auditoria de países terceiros, não têm qualquer valor jurídico em Portugal.

José Rodrigues Jesus

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7 - Note-se que, com base na reciprocidade, os Estados-Membros podem não aplicar ou alterar os requisitos em questão, unicamente se as entidades de auditoria ou os auditores de um país terceiro estiverem submetidos no país terceiro a sistemas de supervisão pública, de contro-lo de qualidade e de inspecção e de sanções que cumpram os requisitos equivalentes aos previstos na Directiva.

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EM SUMA:

(i) Só podem realizar revisões legais das contas os revisores oficiais de contas ou as sociedades de revi-sores oficiais de contas aprovados em Portugal; essa aprovação só pode ser concedida às pessoas ou entidades que preencham os requisitos legalmente impostos em sede de idoneidade, qualificações académicas e de aprovação em exame da aptidão profissional ou de experiência prática de longa duração;

(ii) Os requisitos de aprovação de revisores oficiais de contas de outros Estados-Membros não devem ir além da obrigação de obter aprovação numa prova de aptidão, que deve incidir, apenas, nos conheci-mentos do revisor oficial de contas da legislação e da regulamentação de Portugal, com vista a veri-ficar a adequação daqueles conhecimentos à revisão legal das contas;

(iii) A aprovação de auditores de países terceiros está sujeita à comprovação do preenchimento dos requi-sitos gerais de aprovação aplicáveis em Portugal e, bem assim, à submissão a uma prova de aptidão, nos termos referidos em ii);

(iv) Os auditores e as entidades de auditoria de países terceiros que apresentem relatórios de auditoria ou certificações legais das contas anuais ou consoli-dadas de uma sociedade constituída fora da Comunidade cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercado regulamenta do de Portugal, devem estar inscritos no registo público, sob pena de os relatórios de auditoria das contas anuais ou das contas consolidadas não terem qualquer valor jurídico em Portugal.

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A Revisão de Contas nos Municípios

A nova Lei das Finanças Locais (LFL), aprovada pela Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro de 2007, que revoga a Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto, contempla, pela primeira vez, a auditoria externa às contas1dos municípios e das

associações de municípios com participações de capital em fundações ou entidades do sector empresarial local (art.º 48.º da LFL).

1 - Termo utilizado no art.º 48.º da LFL mas que, na prática, deve ser interpretado como “revisão legal das contas” ao abrigo do Estatuto dos ROC (EOROC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 487/99, de 6 de Novembro.

Joaquim Fernando da Cunha

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Neste breve

apontamento

comenta-mos alguns aspectos

técnicos relativos à

revisão de contas

ínsi-tos na LFL

São evidentes as vantagens desta iniciati-va, em prol da credibilização das contas dessas entidades e da transparência da informação, tendo em conta o enquadra-mento legal da profissão de ROC, nomea-damente o respectivo Estatuto Profissional e a legislação societária.

Neste breve apontamento comentamos alguns aspectos técnicos relativos à revi-são de contas ínsitos na LFL, que, em nossa opinião, carecem de ajustamentos de redacção, tendo em conta, nomeada-mente, aspectos conceptuais da profissão de ROC, face ao Estatuto da Ordem dos ROC (EOROC), aprovado pelo Decreto--Lei n.º 487/99, de 16 de Novembro. Pela sua importância, destacamos, ainda, algumas conclusões e recomendações cons-tantes nos dois livros sob o título “Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses”

(AFMP) referente aos anos de 2003 e de 2004.

1. A CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

O art.º 46.º da LFL determina a obrigato-riedade da consolidação de contas, definin-do alguns aspectos definin-do perímetro de conso-lidação (municípios que detenham serviços municipalizados ou a totalidade do capital de entidades do sector empresarial local) e reforçando que os procedimentos contabi-lísticos de consolidação são os definidos no Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 54-A/99, de 22 de Fevereiro.

Note-se, que o n.º 1 do art.º 46.º da LFL apenas se refere aos municípios que de-tenham serviços municipalizados ou a

Âmbito Articulado Descrição

Consolidação de contas N.º 1, do art.º 46.º As contas dos municípios que detenham serviços munici-palizados ou a totalidade do capital de entidades do sec-tor empresarial local.

Apreciação das contas N.º 2, do art.º 47.º As contas dos municípios e das associações de municípios que detenham participações no capital de entidades do sector empresarial local.

Auditoria externa N.º 1, do art.º 48.º As contas anuais dos municípios e das associações de municípios que detenham capital em fundações ou em entidades do sector empresarial local.

QUADRO 1

(23)

totalidade do capital de entidades do sector empre-sarial local2, quando o n.º 2 do art.º47.º e o n.º 1

do art.º48.º apresentam âmbitos diferentes, como podemos verificar no quadro 1.

Assim, face a essas divergências de “âmbito”, pode-remos colocar a dúvida de se as entidades referidas no n.º 2 do art.o 47.º e no n.º 1 do art.º 48.º mas não referidas no n.º 1 art.º 46.º, também se incluem no perímetro da consolidação das contas. Analisando essas diferenças, podemos inferir que,

designadamente, as seguintes situações não são relevantes para efeitos de consolidação de contas:

• As contas das assembleias de municípios que detenham (ou não) participações no capital de entidades do sector empresarial local3;

• As contas dos municípios ou das associações de municípios que apenas detenham capital em fundações4.

De notar que os AFMP de 2003 e de 2004 recomen-dam a publicação de legislação que obrigue a con-solidação de contas das autarquias de forma a obter-se informação agregada para o todo do “grupo autárquico”.

Além disso, o AFMP de 2004 ao referir-se à LFL, regista o facto positivo de se contemplar a consoli-dação de contas, recomendando, porém, o alarga-mento do perímetro de consolidação a participa-ções maioritárias e não apenas a participaparticipa-ções totais.

2. OS RELATÓRIOS DO ROC

O n.º 2 do art.º 47.º da LFL prevê:

«As contas dos municípios e das associações de municípios que detenham participações no capital de entidades do sector empresarial local são reme-tidas ao órgão deliberativo para apreciação junta-mente com o certificado5legal das contas e o

pare-cer sobre as contas apresentados pelo revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de con-tas.».

2 - Engloba, nomeadamente, as empresas municipais e intermunicipais. 3 - Desconhecemos se na prática existem algumas destas situações.

4 - No pressuposto de que as fundações, tendo em conta o seu escopo não lucrativo, não se enquadram no “sector empresarial local”. 5 - A palavra “certificado” deve ser substituída pela de “certificação”, conforme prevê o art.º 44.º do EOROC.

Joaquim Fernando da Cunha

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REEVVIISSOORREESS AAUUDDIITTOORREESS JAN/MAR 2007 2

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Este articulado prevê dois relatórios a emitir pelo ROC/SROC: a “Certificação Legal das Contas” e o “Parecer sobre as Contas”.

Note-se, no entanto, que a alínea e) do n.º 3 do art.º 48.º da LFL preceitua como competência do auditor externo6 «Emitir parecer sobre as contas

do exercício…», o que poderá interpretar-se como o segundo daqueles relatórios. Ou seja, este articula-do deveria mencionar, tal como prevê o n.º 2 articula-do art.º 47.º, a «certificação legal das contas e o pare-cer sobre as contas», a fim de evitar tal interpreta-ção.

É óbvio, porém, que o preâmbulo desse articulado (n.º 3 do art.º 48.º) estabelece a competência do auditor externo (ROC/SROC) de proceder anual-mente à revisão legal das contas, pelo que podemos deduzir que a certificação legal das contas está implícita naquela alínea e), pois a mesma constitui, efectivamente, o principal relatório emitido pelo ROC/SROC, nos termos do art.º 44.º do EOROC. Acresce, ainda, que o ROC/SROC deverá emitir o Relatório Anual da Fiscalização Efectuada (RAFE), face ao disposto na alínea a) do n.º 1 do art.º 52.º do EOROC e na Directriz de Revisão/Auditoria n.º 790, de Janeiro de 20037.

3. A DESIGNAÇÃO DE ROC

O art.º 50.º “Designação” do EOROC determina as diversas hipóteses quanto ao órgão da sociedade responsável pela designação/nomeação do

ROC/SROC, sendo, regra geral, a assembleia geral de sócios/accionistas (n.º 1 do art.º 50.º do EOROC).

O n.º 2 do art.º 48.º da LFL determina:

“O auditor externo é nomeado por deliberação da assembleia municipal, sob proposta da câmara, de entre revisores oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de contas.”.

Assim, a nomeação do ROC/SROC deverá ser efec-tuada por deliberação da assembleia municipal, sob proposta do órgão executivo8 da câmara, o que se

justifica pelo facto de este ser o “órgão máximo” do município, tal como a assembleia geral o é nas sociedades comerciais.

4. AS COMPETÊNCIAS DO ROC

Além de alguns aspectos já atrás referidos, subli-nhamos que o n.º 3 do art.º 48.º da LFL estabele-ce um conjunto de competências do ROC/SROC, que, de uma forma geral, se encontram previstas no art.º 420.º do CSC no que concerne às competên-cias do Conselho Fiscal/Fiscal Único das socieda-des anónimas.

Salientamos, porém, as previstas nas alíneas b) e d) que transcrevemos:

b) Participar aos órgãos municipais competentes as irregularidades, bem como os factos que

6 - O articulado refere auditor externo quando deveria referir ROC ou SROC.

7 - De notar que o Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 de Março, alterou a redacção dos n.os2 e 4 do art.º 451.º do CSC, deixando de exigir o RAFE para as sociedades anónimas, mantendo-se, contudo, a dúvida se também é aplicável às sociedades por quotas, pois os n.os 5 e 6 do art.º 263.º não foram alterados por esse diploma. Neste contexto, fizemos uma exposição à OROC que se pro-nunciou pela prevalência daquela norma estatutária, i.e., mantém-se a obrigatoriedade da emissão do RAFE para todas as sociedades, dado que o art.º 52.º do EOROC se mantém. Na Nota Técnica INFOCONTAB n.º 2, de 8 de Janeiro de 2007, do nosso Portal INFOCONTAB em www.infocontab.com.pt, no menu “Notas Técnicas” incluímos o teor dessa exposição e da respos-ta da OROC.

8 - Embora o texto do articulado refira «sob proposta da câmara», julgo, salvo melhor opinião, que deveria fazer referência ao órgão executivo.

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considere reveladores de graves dificuldades na prossecução do plano plurianual de investimen-tos do município;

d) Remeter semestralmente ao órgão deliberativo do município ou da entidade associativa muni-cipal, consoante o caso, informação sobre a respectiva situação económica e financeira;”.

A alínea b) supra constitui um procedimento de alerta9.

Relativamente à alínea d), trata-se de um relatório semestral do ROC/SROC sobre a evolução da situação económica e financeira10, devendo incluir

referências sobre a execução orçamental semestral, face ao espírito do disposto na alínea e), do n.º 3 do art.º 48.º da LFL, a fim de lhe incutir uma maior dinâmica no relato.

Note-se, ainda, que o parecer sobre as contas do exercício, previsto na alínea e) do n.º 3 do art.º 48.º da LFL, deverá também incidir sobre a execu-ção orçamental, o que constitui uma característica específica dos municípios. Ou seja, o ROC/SROC deverá pronunciar-se sobre as condições gerais de cumprimento do orçamento do município,

nomea-damente sobre as justificações do órgão executivo relativamente aos possíveis desvios orçamentais.

5.

O ANUÁRIO FINANCEIRO DOS

MUNICÍPIOS PORTUGUESES

5.1 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Visando um melhor enquadramento deste tema, julgamos útil destacar e enaltecer algumas das con-clusões retiradas do AFMP/2004, da autoria de João Carvalho, Maria José Fernandes, Pedro Camões e Susana Jorge, cuja 2.ª edição de 2004 (a primeira referiu-se ao exercício de 2003) foi recen-temente apresentada.

Assim, das conclusões destacamos as seguintes: • «.../... No entanto, apesar das reconhecidas

vantagens do novo sistema de contabilidade autárquica, e do já significativamente elevado grau médio de implementação do POCAL pelos municípios portugueses, a fiabilidade e a comparabilidade da informação económica e patrimonial ainda não são as desejadas»;

Joaquim Fernando da Cunha

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9 - De notar que, por exemplo, nas empresas municipais e intermunicipais o ROC/SROC deverá exercer o “Dever de vigilância” pre-visto no art.º 420.º- A do CSC para as sociedades anónimas.

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• «../... Quanto às características de relevância e oportunidade, verificamos que a informa-ção elaborada pelo sistema de contabilidade patrimonial e pelo sistema de contabilidade de custos ainda é pouco utilizada no apoio à tomada de decisões e nas auditorias exter-nas»;

• «Relativamente aos Indicadores de Gestão a apresentar no Relatório de Gestão verifi-cou-se que existe um número significativo de municípios (31%) que não apresenta nenhum indicador no Relatório de Gestão, nem orça-mental nem económico e/ou patrimonial, não cumprindo assim com o definido no POCAL…/…»;

• «Relativamente à utilidade da informação elaborada pelos municípios na perspectiva do Tribunal de Contas, em sede de auditoria, verificou-se que, para além da análise dos aspectos orçamentais, que continuam a mere-cer uma grande atenção por parte das audito-rias, houve um alargamento do seu âmbito, passando a abranger também, embora de uma forma ainda “tímida”, a apreciação da vertente patrimonial, contemplando as análises econó-mica e financeira e a implementação do POCAL nas suas diferentes perspectivas.». Relativamente às recomendações salientamos as seguintes:

- «1. É fundamental a publicação de legislação que obrigue à consolidação das contas das autarquias de forma a obter-se informação agregada para o todo do “grupo autárquico”.

Verificamos que a nova Lei das Finanças Locais (em discussão Pública) prevê obrigatoriedade de apresentação de contas con-solidadas para as autarquias que possuam ser-viços municipalizados e empresas municipais. É um primeiro passo para uma consolidação mais alargada, ou seja, que inclua participa-ções maioritárias e não apenas participaparticipa-ções de 100% do capital»;

• «2. A não aplicabilidade do POCAL às empresas municipais é questionável, pois difi-mente se entende que entre duas entidades que tenham a mesma lógica de prestação de serviços (por exemplo, serviço de água) obede-çam a sistemas contabilísticos distintos (POCAL no caso dos Serviços Municipalizados e POC no caso das Empresas Municipais)»;

5.2 RELATÓRIO DE GESTÃO

No que concerne à informação constante do Relatório de Gestão, a designação de ROC/SROC irá certamente contribuir para a melhoria do rela-to do órgão executivo, pois o ROC/SROC terá de proceder à verificação da concordância da informa-ção financeira constante do relatório de gestão com as demonstrações financeiras, de acordo com o

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modelo de certificação legal das contas, previsto na Directriz de Revisão/Auditoria n.º 700 (DRA 700) de Fevereiro de 2001, sob o título “Relatório de Revisão/Auditoria” (item 5).

Deste modo, o ROC/SROC terá de assumir uma postura crítica sobre o conteúdo do relatório de gestão, apresentando sugestões e correcções visan-do a melhoria visan-do seu conteúvisan-do.

5.3 A PRESTAÇÃO DE CONTAS (ACCOUNTABILITY)

O AFMP/2004 preconiza a necessidade de uma melhoria da prestação de contas dos municípios, num contexto de accountability, definida como “prestação de responsabilidade” por parte do órgão de gestão (órgão executivo) no que respeita à ges-tão e utilização dos dinheiros públicos. A este pro-pósito o AFMP/2004 (p. 25) sublinha:

«O termo inglês accountability não é de simples tradução para a língua portuguesa, sendo difícil a sua tradução directa numa única palavra. Não obstante, podemos considerar accountability como prestação de responsabilidades, ou seja, como “prestação de contas”, não só na perspectiva conta-bilística ou monetário-financeira, como também e sobretudo na gestão e concretização de programas estabelecidos e de actividades previamente defini-das e aprovadefini-das.

Assim, à responsabilidade dos órgãos executivos por uma boa gestão de dinheiros públicos (redistri-buição de rendimentos e riqueza, com vista a uma melhor justiça social) e por informarem sobre a forma como utilizam os recursos públicos disponi-bilizados, podemos designar de accountability.»

6. CONCLUSÕES

A LFL prevê a auditoria externa (revisão legal das contas) a realizar por ROC/SROC, o que constitui um factor positivo em prol da credibilização das contas dos municípios portugueses.

Neste trabalho destacamos alguns comentários e recomendações ínsitos nos AFMP/2003 e AFMP/2004, com maior ênfase para este último, o qual enfatiza a necessidade do órgão executivo (órgão de gestão) dos municípios incrementar e melhorar o nível de relato da prestação de contas, numa óptica de responsabilidade pela gestão dos dinheiros públicos accountability.

Relativamente aos articulados inerentes à revisão legal de contas, a LFL apresenta alguns aspectos de redacção e de âmbito que carecem de clarifica-ção, daí termos apresentado o nosso contributo. Tendo em consideração que está em causa a gestão dos dinheiros públicos, e que, mais até que nas empresas privadas, as contas dos municípios inte-ressam a um conjunto mais vasto de utilizadores/stakeholders internos e externos, nomeadamente o público em geral e, em especial, aos munícipes da área geográfica do município, jul-gamos que tal iniciativa governamental deve mere-cer aprovação e apoio de todos os cidadãos.

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288 RREEVVIISSOORREESS AAUUDDIITTOORREESS JAN/MAR 2007

A Versão Portuguesa das Normas Internacionais

de Relato Financeiro

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Têm surgido não só em diversos órgãos de comuni-cação como em reuniões públicas várias críticas à versão portuguesa das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), publicadas no Jornal Oficial das Comunidades sob a forma de Regulamentos Comunitários.

O objectivo do presente artigo é o de dar a conhe-cer o processo que foi seguido na tradução dessas normas de contabilidade, que, como é do conheci-mento da maioria dos técnicos, foram produzidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) originariamente em língua inglesa. Pretende-se, de uma forma indirecta, dar resposta a essas críticas. Nelas, é por vezes difícil distinguir o que são as discordâncias quanto à tradução para português da versão original em língua inglesa, do que são as discordâncias quanto à substância des-sas normas contabilísticas. Muitas vezes critica-se a tradução, quando o que se está criticar são os con-ceitos e as soluções constantes dessas normas inter-nacionais.

A União Europeia aprovou em Junho de 2000 um conjunto de medidas que tinham a finalidade de tornar a Europa mais competitiva num mercado global em pleno crescimento, a chamada Estratégia de Lisboa. Um dos pontos era a adopção das nor-mas internacionais de contabilidade. As grandes empresas europeias que negociavam nos principais mercados financeiros e de capitais mundiais expe-rimentavam sérias dificuldades face às exigências das entidades reguladoras das grandes bolsas mun-diais, no que se refere à qualidade e normalização da informação financeira disponível aos investido-res. A principal bolsa do mundo, a de Nova Iorque, é extraordinariamente exigente quanto à qualidade da informação financeira das empresas que nela negoceiam, obrigando as empresas a apresentar as suas contas preparadas de acordo com as normas vigentes nos Estados Unidos. Acrescenta-se que mesmo com tais requisitos não foram evitados os escândalos financeiros de todos conhecidos.

Apesar da existência de directivas europeias de natureza contabilística, a linguagem contabilística adoptada pelos vários Estados Membros enfermava de uma falta clara de regras comuns que tornassem a informação compreensível por todos e compará-vel. Alguns responsáveis chegaram a afirmar que nesta área se estava perante uma autêntica Torre de Babel.

A realidade é que as directivas se revelaram insufi-cientes e incapazes de responder às necessidades crescentes de informação financeira num mundo em rápida evolução. Isto porque, por um lado o seu processo de actualização não acompanhou o cons-tante desenvolvimento dos mercados financeiros e de capitais, e por outro lado, elas não constituíam propriamente um conjunto de normas conducente ao pretendido objectivo de comparabilidade, dado o elevado número de opções que deixava à discri-ção quer dos Estados-Membros quer das próprias empresas.

A decisão política da UE de adoptar as normas internacionais de contabilidade foi a resposta pos-sível à alternativa que seria humilhante da adopção pura e simples das normas americanas.

A adopção das normas internacionais teve como consequência imediata a aplicação de normas con-tabilísticas que estavam fora do contexto tradicio-nal e da linha de pensamento contabilístico que durante muitos anos vigorou nos países mais influentes da Europa.

Em termos gerais, as novas normas não apresentam diferenças muito substanciais ao que se vinha pra-ticando. Contudo em termos conceptuais e termi-nológicos representam um corte com toda a tradi-ção contabilística existente. Trazem com elas um conjunto de conceitos, de terminologia, de proces-sos e de regras que diferem sensivelmente da cultu-ra existente. Até a forma de elabocultu-ração, de prepa-ração e de apresentação dessas normas é diferente. Mas o que é inegável é que dão uma melhor respos-ta às necessidades de informação dos mercados.

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Face a tal, e como se compreenderá, o processo de tradução das normas internacionais foi algo com-plexo, dada a nova realidade contabilística. Neste artigo, aborda-se de uma forma muito geral o problema da sua tradução dentro da UE, a orga-nização do processo pelo IASB, a constituição da equipa portuguesa, e exemplifica-se com algumas das principais dificuldades sentidas e as soluções encontradas.

Crê-se que este conhecimento contribuirá para a atenuação de muitas críticas. Há soluções que não serão as melhores mas poderão ser as menos más. As opiniões que são expandidas neste artigo são apenas da responsabilidade do seu autor, que foi membro da Comissão de Revisão da Tradução, não vinculando de forma alguma os restantes membros

da Comissão que, como adiante se verá, foi compos-ta por um número bascompos-tante alargado de elementos.

O PROBLEMA DAS TRADUÇÕES NA

UNIÃO EUROPEIA

Como é do conhecimento geral, não existe uma única língua oficial na União Europeia. No próprio tratado constitutivo a solução encontrada foi a de considerar como oficiais todas as línguas dos países aderentes. Casos há de mais de uma língua do país aderente (como exemplo, a Bélgica com duas lín-guas oficiais). Se atentarmos no actual número de Estados-Membros, facilmente compreendemos o problema que é para a União Europeia emitir qual-quer documento oficial. Esse documento tem de ser

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publicado no Jornal Oficial em cada uma das lín-guas, e qualquer das versões passa a ter a mesma força jurídica em todos eles.

Para o efeito, existe um Departamento de especia-listas em tradução, os intitulados tradutores juris-tas, que está encarregado da tradução oficial de todos os documentos, designadamente dos que se destinam a publicação no Jornal Oficial.

Quando foi tomada a decisão de adoptar as normas emitidas pelo IASB, cuja língua de origem é a inglesa, surgiu imediatamente, ao tempo, o proble-ma de as traduzir em proble-mais de uproble-ma dúzia de lín-guas. Tal tarefa deve ter sido considerada incom-portável pelos responsáveis da UE, dado tratar-se de muito mais de um milhar de páginas de cariz técnico e com uma terminologia acessível apenas a pessoas com a devida formação. Para além disso, havia pressões no sentido da urgência. Os recursos de tradução da UE não estavam em condições de fazer o trabalho, mesmo com alargamento do pes-soal (recorde-se que a UE também tem problemas orçamentais).

A solução adoptada foi negociar com a entidade proprietária dos direitos das normas internacionais de contabilidade, a International Accounting

Standards Committee Foundation, a sua tradução

nas várias línguas. A razão de peso era a experiên-cia do IASB nesta matéria, uma vez que a nível nacional já existiam traduções, umas oficiais, outras oficializadas e outras livres.

ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE

TRADUÇÃO PELO IASB

De posse desta “encomenda”, o IASB organizou-se para lhe dar seguimento. Em termos gerais, descre-ve-se o processo que, salvo situações pontuais, foi o mesmo para todos os países:

1. Selecção de uma organização contabilística que em cada país pudesse servir de interlocutor e de coordenador do trabalho. No caso portu-guês, a entidade escolhida foi a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, dados os seus antecedentes e de ser membro da International

Federation of Accountants. Com a devida

auto-rização do IASB, a OROC tinha vindo, desde o aparecimento das normas internacionais, a traduzir e divulgar essas normas à medida que iam sendo emitidas. Tinha também, algumas vezes, colaborado no processo da sua elabora-ção, respondendo a consultas e inquéritos; 2. Selecção, mediante um processo de consulta

curricular e de provas, com a colaboração da OROC, de um profissional de tradução, de reconhecida qualidade, que, além de domínio bilíngue, tivesse um mínimo conhecimento das técnicas contabilísticas e financeiras. Devia também dispor de modernas ferramentas infor-máticas, a nível de programas apropriados de tradução. Este profissional dependia directa mente em termos orgânicos do departamento do IASB que em Londres fazia a coordenação geral de todas as traduções. A sua relação com a OROC era meramente técnica e de mútua consulta.

3. Constituição de uma equipa, denominada Comissão de Revisão da Tradução das Normas Internacionais de Relato Financeiro, que defi-nisse a tradução dos chamados key terms (termos e expressões usados recorrentemente nas normas) a qual seria posta à disposição do profissional tradutor. Após uma primeira tra-dução, competia à Comissão fazer a revisão do trabalho do tradutor. Essa equipa foi constituída por um coordenador e por ele mentos de reputada experiência abrangendo as mais vastas áreas do conhecimento contabilís-tico;

Referências

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