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O quarto capítulo deste Relatório de Estágio, denominado Seminários consistiu no desenvolvimento de dois seminários que procuraram identificar problemas e definir possíveis estratégias de solução relativamente à Escola e sobretudo ao Grupo de Educação Física. O tema, por mim, apresentado no seminário foi “Será que os meios auxiliares visuais de ensino ajudam no aumento do tempo de prática e na diminuição do número de comportamentos fora da tarefa?”. A escolha do tema esteve diretamente relacionada com a falta de autonomia que verifiquei na minha turma de lecionação, no grupo do D.E. e que também era um problema da escola, no geral. Colaborei ainda com o meu colega Filipe Santos na realização do seu seminário sobre a “Fidelização intra-departamento EF na avaliação dos jogos desportivos coletivos” que teve como objetivo uniformizar a avaliação dos JDC na nossa escola.

Problematização

Com o decorrer das aulas da Educação Física o problema da existência de comportamentos fora da tarefa, sobretudo, em tarefas por estações na ginástica de solo e acrobática era cada vez mais visível. Tendo em conta este panorama da realidade escolar e indo ao encontro da análise SWOT identificado no PEA, vi aqui uma oportunidade clara de intervir no sentido de aumentar a capacidade de autonomia dos alunos na realização de tarefas. De forma geral, o conceito de autonomia é explicado pela faculdade de nos conseguirmos governar/orientar por nós próprios, sermos pessoas capazes de refletir sobre os nossos atos e sermos capazes de ter poder de decisão. Desta forma e como os alunos têm de ser colocados em situações de escolha/opção para ser possível verificar a sua progressão, proporcionei aos meus alunos materiais auxiliares visuais de ensino, com o objetivo de os tornar mais conscientes das matérias onde tinham mais dificuldades e onde tinham de aumentar a prática para conseguirem passar ao próximo nível. Esta estratégia não só proporcionou aos alunos a possibilidade de verificarem constantemente o nível em que estavam, como os motivou mais trabalharem e conseguirem alcançar o objetivo estabelecido.

A motivação é também um fator que deve ser trabalhado com os alunos durante todo o ano letivo, pois segundo Jesus, S. (2008), existe desmotivação por parte dos alunos em matérias que não gostam ou que têm insucesso. Quando os alunos estão desmotivados para a tarefa existe a tendência para comportamentos fora dessa mesma tarefa. Desta forma, cabe ao professor ter a capacidade de adequar os objetivos da tarefa aos alunos em questão, através de exercícios para os quais tenham mais habilidade. Para tal acontecer, o professor deverá saber no que é que os

alunos estão aptos a aprender, saber qual a direção a levar o aluno para o cumprimento dos objetivos estabelecidos (Carvalho, L. 1994).

Carreiro da Costa (1984) afirma que um professor eficaz é aquele que estrutura a aula de forma a manter os alunos o maior tempo possível empenhados informando-os clara e concisamente do que fazer e o porquê. Metzler (1990) defende que a aula deve ter menos de 15% de organização (Gestão), menos de 5% de transição, informação menos de 10% e cerca de 75% de tempo disponível para a prática. Carreiro da Costa (1992), defende que um ensino eficaz deve ter poucas repreensões, muitos elogios e uma motivação positiva no que concerne ao Clima da aula. Desta forma, existe uma intenção clara do professor em que nas aulas com tarefas de maior desmotivação dos alunos haja um clima positivo na aula.

Se os alunos passarem a maior parte do tempo da aula em tarefas que vão ao encontro da ultrapassagem das suas dificuldades de forma a provocar as suas potencialidades faz com que haja maior foco por parte do aluno na tarefa. Existe uma intenção de autorregulação do aluno no seu processo ensino-aprendizagem (Carvalho, L. 1994), onde o aluno tem consciência do seu problema, sabe qual a solução, tem identificado qual o caminho a percorrer e está por dentro dos critérios de sucesso da tarefa. Desta forma, o aluno está integrado no seu processo, está capaz de se autoavaliar e de avaliar os seus colegas ajudando-os nas suas tarefas.

De acordo com Bom, L. (1985) é importante na organização na aula e na sua preparação considerar quatro categorias: A Espera, a Gestão, a Informação e a Prática. A espera está relacionada com o tempo que o aluno aguarda para realizar a atividade, a gestão está relacionada com a organização, a informação é a transmissão de conteúdo ao aluno, seja ela através do professor, dos colegas, através da observação da atividade dos colegas ou através da consulta de materiais curriculares, “se entenderá por material curricular cualquier tipo de material destinado a ser utilizado por el alumnado y los materiales dirigidos al professorados que se relacionen directamente com aquellos, siempre y cuando estes materiales tengan como finalidade ayudar al professorado en el processo de planificación y/o de desarrollo y/o evaluación del curriculum” (Parcerisa, 1996, p.27, cursiva del autor). Quanto à prática corresponde ao empenho do aluno na atividade físicas. Por fim, podemos ainda acrescentar outra categoria, que no ensino contemporâneo é algo recorrente, a avaliação que significa dizer colocar os alunos em situação de teste. Para o autor, a prática e a avaliação sãos as características mais importantes, a informação é determinante, a gestão é condicional e a espera é a categoria a reduzir ao mínimo possível.

Assim, surgiu a pergunta de partida, será que os meios visuais - imagens das figuras a realizar e grelha de avaliação tendo em conta os níveis introdução e elementar – ajudam no aumento do tempo de prática e diminuição do número de comportamentos fora da tarefa? Planeamento

Este seminário foi dividido em quatro etapas, a Primeira Etapa, avaliação inicial, ocorreu entre os dias 17 de Dezembro de 2018 e 20 de Janeiro 2019, destinou-se à pesquisa teórica de suporte ao tema do Seminário, formulação dos objetivos e do plano. A Segunda Etapa desenrolou-se até ao dia 3 de Março de 2019 e teve como objetivo a recolha de informação pertinente e evidencias sobre o problema através de observações e análise de casos exemplares. Nesta etapa realizei o inquérito (apêndice XIII) aos meus colegas do GEF para posteriormente poder proceder à análise dos dados. A Terceira Etapa terminou no dia 5 de Abril de 2019 e consistiu na realização do seminário ao grupo de Educação Física apresentando os resultados obtidos com a investigação. Por último, a quarta etapa que culminou no dia 18 de Maio de 2019, serviu para realizar o balanço final do Seminário, analisando os resultados obtidos, as diferenças entre esses mesmos resultados, assim como perceber o impacto que o seminário teve na opinião do Grupo de Educação Física.

Quadro 10 - Planeamento Seminário

“Será que os meios auxiliares visuais ajudam no aumento do tempo de prática e na diminuição do número de comportamentos fora da tarefa?”