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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 164. Sim 166. Não Quantidade

Fonte: Perfis das usuárias CRVL 2005-2008

Este fato demonstra a necessidade dos serviços da rede de proteção à mulher ser capaz de atender juridicamente a grande demanda existente.

Gráfico 39- De onde?

165.De onde?

2 4 5 1 0 1 2 3 4 5 6

Defensoria Advogado Particular CRLV FIB

Quantidade

Fonte: Perfis das usuárias CRVL 2005-2008

Verifica-se que contaram com o apoio de órgãos da Rede de Atenção para a separação, principalmente com o CRLV e a Defensoria Pública do Estado, além de advogado particular e escritório jurídico de uma faculdade.

Gráfico 40- Qual foi o resultado do processo?

167.Qual foi o resultado do processo?

5 2 5 1 0 1 2 3 4 5 6

Em andamento Aconselhada a manter o relacionamento

Finalizado Não sabe informar Quantidade

Fonte: Perfis das usuárias CRVL 2005-2008

Sobre os resultados apurou-se que dentre as usuárias que conseguiram ter seus processos ajuizados na época, metade foi finalizado significando que metade ainda está em andamento. Em relação aos finalizados, a maioria se trata de Ações Alimentícias, pensões, separações e Ações de Reconhecimento e Dissolução de União Estável. Disseram ter desistido da ação (15%), por terem sido aconselhadas a manter o relacionamento. Não ficou claro, portanto, a questão de quem as aconselhou.

3.11- Do conhecimento e uso de serviços

Os órgãos oficiais da Rede de Atenção às Mulheres em Situação de Violência constituem um “conjunto de pessoas, instituições e entidades que desenvolvem ações de atenção e disponibilizam, de forma articulada, cooperativa e complementar, seus serviços para o atendimento a pessoas que as buscam”, no caso da violência em questão é formado por Serviços de Saúde, de Segurança Pública, de Justiça, de Ação Social e de garantia de Direitos Humanos.

Gráfico 41- Já recorreu a algum serviço de atenção? 168.Já recorreu a algum serviço de atenção à pessoas em situação de

violência? 31 5 0 5 10 15 20 25 30 35 169. Sim 176. Não Quantidade

Constata-se que a maioria não silencia, mas, também, que esta maioria ainda não conseguiu ser ouvida na sua plenitude, pois apesar de ter recorrido ao serviço ou órgão, este pedido de socorro não foi atendido.

Gráfico 42- Qual/quais? 169. Qual/quais? 26 4 1 1 0 17 0 5 10 15 20 25 30

170. DEAM 171. Viver 172. Casa do Abrigo 173. IPERBA 174. Vara da Violência Doméstica

175. Outros Quantidade

Fonte: Perfis das usuárias CRVL 2005-2008

A maioria das usuárias do Centro de Referência Loreta Valadares se dirigiu à DEAM de Brotas para registrar a primeira ocorrência de forma espontânea e, por vezes, levadas por parentes, vizinhas, amigas etc. Algumas, inclusive, se fizeram acompanhar dos filhos.

Um dos aspectos mais marcantes com relação a elas é a vontade de que a Delegada chame logo o agressor para conversar, aconselhar ou “dar um susto”, que pode ser uma “bronca” ou “ameaça”. Nem sempre, demonstram a vontade de punição na forma de prisão para seus agressores embora algumas temam pela soltura quando os agressores estão presos.

A DEAM é considerada a porta de acesso às políticas públicas de atendimento às mulheres em situação de violência. Contudo, as queixas são inúmeras, desde a insensibilidade no acolhimento à falta de providências básicas bem como o aparelhamento insuficiente e deficitário como a inexistência de papel para se fornecer a cópia do registro da ocorrência e o desinteresse na solução imediata sob a alegação de falta de pessoal e estrutura para o pronto atendimento.

Outro serviço também procurado pelas usuárias do CRLV é o VIVER, de atenção e atendimento a pessoas em situação de violência sexual e suas famílias. Dessa forma quando vítimas de estupro, por exemplo, são primeiramente encaminhadas ou acolhidas no VIVER e posteriormente continuam se tratando no CRLV. Dentre elas encontram-se aquelas vitimizadas sexualmente que necessitam de atendimento no Instituto de Perinatologia da Bahia, de assistência à saúde reprodutiva, profilaxia das DST/AIDS, contracepção de

emergência e interrupção da gravidez (de acordo com a Lei, Código Penal, art.128) para onde são imediatamente encaminhadas seja pela DEAM ou qualquer outro órgão da rede.

Aquelas que necessitaram de serem albergadas foram acolhidas, temporariamente, na Casa de Acolhimento (antiga Casa-Abrigo) por se encontrarem em situação de risco com ou sem filhos.

A 1ª Vara da Violência Contra a Mulher, órgão do Poder Judiciário, foi inaugurada em novembro de 2008 (no término desta pesquisa) e vem atuando na responsabilização e punição dos agressores para onde foram transferidos os processos relativos à violência doméstica e familiar contra a mulher. Portanto, mesmo tendo sido inaugurada no final de 2008, todos os processos das usuárias aqui inseridas que ainda não foram finalizados serão examinados pelo juízo da Vara.

3.13- Da eficácia do Estado

Em resposta à questão norteadora sobre a eficácia do Estado encontramos o seguinte Gráfico 43- Qual a sua opinião sobre o atendimento nos serviços onde foi atendida?

177.Qual a sua opinião sobre o atendimento recebido nos serviços onde foi atendida? 2 7 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Bom Excelente Péssimo

Quantidade

Fonte: Perfis das usuárias CRVL 2005-2008

Dentre aquelas que consideraram o atendimento péssimo, seis delas se referiram à DEAM. Aqui nos reportamos à qualidade do atendimento e atenção desde o primeiro momento, na hora do registro da queixa como, posteriormente, nas ocasiões subseqüentes. Desta forma pode-se dizer que foi identificada a violência institucional (MARTINEZ, 2008) cometida principalmente contra os grupos vulneráveis, no caso, mulheres e idosas, perpetradas por agentes que deveriam proteger as vítimas e garantir-lhes atenção humanizada, preventiva e reparadora de danos. E, ainda, a violência das próprias mulheres contra as mulheres, muito comum nas delegacias de mulheres, como já alertou Chauí (1995, p.40):

A mulher pode ser alvo de violência quando seus direitos morais não forem respeitados, mas também pode ser autora de violência não só quando não respeitar os direitos morais de outrem, mas quando não respeitar seus próprios deveres morais.

Pode-se concluir que algumas precisaram ir várias vezes à DEAM para ver sua queixa atendida. Isso significa inúmeros contratempos como transporte, o deslocamento, perda de tempo, humilhações. Foram diversos os casos em que as vítimas ainda se encontravam em recuperação e tinham de peregrinar atrás de suporte físico e emocional. Nem todas têm conhecimento dos demais órgãos, mas da Delegacia sim, podendo representar naquele momento o principal apoio que necessitam.

Gráfico 44- Quantas vezes precisou ir a cada? (DEAM)