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tem 27 anos, morava no Rio de Janeiro (RJ) e era pesquisador universitário no Brasil, formado em Sociologia Na Suécia, mora em Estocolmo e trabalhava, no

momento da aplicação do formulário, como músico liberal. Já na entrevista, comentou que estava trabalhando com serviços gerais em janelas e portas - lixar, desmontar, montar, pintar, lavar etc. – nas casas. Está há um ano na Suécia, com permissão de residência – visto temporário - e mora com a companheira, que é venezuelana, mas que mora na Suécia há muitos anos, desde criança. Participa do grupo “Brasileiros na Suécia” há mais de um ano, mas não o considera como sendo importante para sua experiência como um migrante na Suécia.

Ilza tem 37 anos, morava no Rio de Janeiro (RJ), é formada em pedagogia no Brasil e na Suécia mora em Estocolmo, trabalhando como coordenadora pedagógica. Mora com o marido, que é sueco, e está há quatro anos e meio no país. Quanto à sua situação jurídica, já possui a cidadania sueca. Está no grupo “Brasileiros na Suécia” desde que chegou ao país. A entrevistada convidou a pesquisadora, caso fosse à Suécia, para ficar em sua residência, que seria bem recebida. Dessa forma, percebe-se uma receptividade, mesmo que a questão do convite seja meramente simbólica, mas que mostra que houve aceitação da entrevistada em relação à pesquisadora. Entretanto, não foi possível concluir a entrevista com Ilza66

.

65 O entrevistado pediu para manter o seu nome original.

66 Durante período das entrevistas ela teve assuntos pessoais a resolver, não dando mais retorno.

Consideramos manter a entrevista porque a entrevistada discute questões interessantes, além de ser uma das que posta nos grupos assuntos que aparecem nos exemplos da parte analítica desta dissertação.

Jussara tem 38 anos, morava em Uberlândia (MG) e cursava em Engenharia de Produção no Brasil. Na Suécia, mora em Nässjö e trabalhou nos correios como substituta, praticamente na área em que cursava engenharia de produção no Brasil. Ao entrar em contato com a entrevistada, via bate papo do Facebook, ela informou que está trabalhando em um asilo de idosos. Está na Suécia há três anos e meio e possui cidadania sueca. Esta entrevistada é administradora do grupo “Brasileiros na Suécia”. Participa dos grupos pesquisados há aproximadamente dois anos e meio. Os grupos tiveram uma grande importância para a entrevistada na sua fase inicial no país, no período de adaptação, pois serviu para orientá-la. Atualmente, não exerce muito as funções de administradora do grupo em função do pouco tempo que tem.

Laura tem 36 anos, morava em São Paulo (SP) e é formada em Direito no Brasil. Na Suécia, mora em Estocolmo e teve dificuldades em conseguir emprego, porém trabalha, no momento da pesquisa, como consultora em comunicação intercultural. Está há dez anos e meio no país, com o marido que é sueco, e possui cidadania sueca. Está nos grupos há dois anos e percebe a importância dos grupos para que os sujeitos migrantes se sintam pertencentes a algum lugar e para a troca de informações, embora os grupos ainda não existissem quando ela migrou para a Suécia. Lembrando que Laura, no momento da entrevista, estava passando um tempo no Brasil; portanto, em alguns momentos, ela refere-se “aqui” como ao Brasil e “lá” como à Suécia.

Luiza tem 26 anos, morava em Foz do Iguaçu (RS) e é formada em Relações Internacionais no Brasil. Na Suécia, mora em Ystad e trabalha como cuidadora de doentes. Está no país há três anos e sete meses com o namorado que é sueco. Sua situação jurídica no país é de visto permanente. É administradora do grupo “Brasileiros na Suécia”. Entrou nos grupos pesquisados mais ou menos três ou quatro meses após chegar à Suécia. Os grupos são importantes para a entrevistada, pois a ajudaram a criar uma rede de amigos que puderam auxiliá-la no momento de chegada ao país, em que pode aprender muita coisa com os grupos.

Marcelo tem 38 anos ou 40 anos67, morava no Rio de Janeiro (RJ) e não terminou a graduação de Tecnologia em Processamento de Dados; todavia, trabalhava como analista de sistemas - desenhava sistemas de computador para empresas - no Brasil. Já

67 Ao entrar em contato com o entrevistado por Skype informou que havia 38 anos; já pelo bate papo do

Facebook, disse que tinha 40 anos. Ainda questionei-o sobre as idades e ele disse que eu havia me confundido e que não havia falado comigo por Skype. Entretanto, conferi os nomes nas duas redes sociais e ambas têm o mesmo nome. Percebemos que os sujeitos também negociam não só suas identidades, como também seus discursos e suas linguagens perante o pesquisador, e isto mostra a diversidade e a riqueza das pesquisas e a importância de estar sempre em contato com os objetos de pesquisa.

na Suécia, mora em Uppsala e possui sua própria empresa de alimentos brasileiros, em sociedade com a sua mulher, que é brasileira, mas também mora na Suécia desde criança. Eles se conheceram por meio de sites de relacionamentos, como a maioria dos entrevistados da pesquisa. Está há um ano e meio no país, tem a cidadania portuguesa e por isso, segundo ele, não precisa de visto para estar na Suécia. Está nos grupos pesquisados há, aproximadamente, dois anos, e considera os grupos extremamente importantes, pelo acesso à informação e pela experiência colaborativa. Ele próprio diz que “o Facebook, de forma geral, é um espaço de gigantesca experiência colaborativa”. Foi o único entrevistado que relatou que teve um problema com a obtenção da sua legalização de sua situação na Suécia, devido a uma falta de informação; pois, quando foi à Suécia, não tinha nada em vista para fazer e, normalmente, a migração concede vistos para quem vai a trabalho, estudos, para quem pretende abrir uma empresa, ou seja, para quem têm planos a serem realizados no país. Diante disso, ele percebeu que precisava dar vasão ao projeto de abrir a empresa de produtos brasileiros, a Portbrasil.

Matheus tem 30 anos, morava em Natal (RN) e é formado em Biologia no Brasil. Na Suécia, faz doutorado sanduíche, tendo respondido no formulário que faz PhD

Student. Mora em Estocolmo em uma residência universitária, com pessoas de vários

lugares do mundo, no Instituto de Karolinska. Está no país há seis meses com visto temporário – visto de estudante. Participa dos grupos do Facebook há um ano, os quais foram fundamentais para o entrevistado, pois ele pôde ter informações mais detalhadas sobre a vida na Suécia.

Roberta tem 40 anos, morava em Belo Horizonte (MG) e era professora universitária no Brasil. Na Suécia está fazendo pós-doutorado. Está há 11 messes na Suécia, com visto de estudante, e mora em um apartamento alugado que não tem vínculo com a universidade. Está nos grupos há, aproximadamente, um ano. Considera que os grupos não são importantes, não são significativos, pois afirma que não tem tempo de ficar interagindo neles. A entrevista foi sempre muito objetiva em suas falas.

Tiane tem 27 anos, morava em Linhares (ES) e era estudante de Relações Internacionais no Brasil. Na Suécia, continua na situação de estudante, mas com os estudos voltados para a área de Linguística68 e mora em Skellefteå. Está no país há, aproximadamente, três anos e meio, morando com o companheiro que é sueco. Sua situação no país é de visto permanente. Está nos grupos há muito tempo; entretanto, no

grupo “Brasileiros na Suécia/Svenskar i Brasilien” ela não está mais, avalia a importância dos grupos para o contato com outros brasileiros e na troca de informações.

Viviane tem 34 anos, morava em Florianópolis (SC) e é formada em Direito no Brasil. Na Suécia mora em Estocolmo e é dona de casa, mora com o marido, brasileiro, que foi pra Suécia devido a uma proposta de emprego. Está há três anos no país com o visto provisório, renovável a cada dois anos. No próximo pedido a ser feito, poderá conseguir o visto permanente, pois após quatro anos residindo no país, pode-se pedir o visto permanente. Participa dos grupos pesquisados há um ano ou dois, e considera os grupos como importantes na sua experiência como migrante, pois ali pôde encontrar informações com pessoas que passaram ou que sabiam lhe informar sobre determinadas situações.

É válido ressaltar que as diferentes situações de migração, como no caso dos que estão a estudo, no qual ficarão um tempo pré-determinado no país, em relação àqueles que estão em outra condição, vão possuir uma experiência e uma visão em relação à Suécia, aos grupos e a migração em si de maneiras diferente, muitas vezes. Outra questão está associada aos administradores dos grupos que nos apresentarão sua relação com os grupos e a sua importância de maneira diferenciada em relação aos demais membros, uma vez que ao ser administrador criar-se um vínculo maior.

A partir desse breve traçamento dos perfis, podemos explorar alguns dos relatos, a partir da entrevista e do formulário, sobre usos da internet e das mídias em geral, relacionados às experiências de migração. Em relação ao conhecimento dos respondentes do formulário acerca de outros grupos, sites, blogs e portais sobre migração de brasileiros na Suécia, destacaram o grupo “Brasileiros em Estocolmo”, a página “Aqui na Suécia”69

, o canal o YouTube também intitulado “Aqui na Suécia70”, o grupo “Quero morar na Suécia71”, a página da Embaixada do Brasil em Estocolmo72

e o

blog “um caipira na Suécia”73. Percebemos que o uso da internet nesses casos gira em torno de páginas, sites e blogs que trazem informações e compartilhamento de experiências acerca da Suécia e de ser um migrante nesse país escandinavo.

Quanto ao uso das mídias antes da migração, percebemos que os migrantes não acessavam nenhum meio de comunicação sueco e se comunicavam, majoritariamente,

69 https://www.facebook.com/aquinasuecia 70https://www.youtube.com/user/aquinasuecia 71https://www.facebook.com/groups/morarnasuecia/ 72 https://www.facebook.com/brasemb.estocolmo/ 73http://umacaipiranasuecia.com/

apenas com o(a) companheiro(a) sueco(a), ou com o professor orientador do pós- doutorado (Renata) ou do doutorado sanduiche (Matheus). Essas eram únicas pessoas residentes na Suécia com quem os migrantes mantinham contato antes de lá morar.

Os usos da internet por parte desses migrantes se dá muito para a busca de informações especificas sobre a Suécia e, principalmente, sobre o Brasil. Assim, a internet é fundamental para os sujeitos que a usam para “tudo”, pois ela se configura como a principal fonte de informação e busca de conhecimento, além de ser uma forma de manter contato com a família e com os amigos que ficaram no Brasil.

Pra tudo (risos), pra muita coisa... mas ao mesmo tempo com restrições né, principalmente com minha filha né [...] então é essa misto de ser uma forte usuário pelo trabalho e pra vida social e pro meu coração pra tá perto da família e dos amigos do Brasil, mas é... com muitas regras em casa, principalmente, como mãe (Ilza).

Uso a internet pra conversar com as pessoas no Brasil, pra resolver minhas questões no Brasil, pra estudar e pra informação (Jussara).

pra quase tudo (risos), na verdade, no geral, aqui em casa né, a gente usa a internet pra paga conta... Pra fazer download (risos)... pra conversar, claro, com a família e tudo mais. Eu uso a internet pra comprar coisas também, a gente usa bastante pra isso, pra comprar livro, peça de computador essas coisas, roupa... Quando eu cheguei aqui eu usava bastante a internet pra conhecer outros brasileiros, a questão da comunidade né, do grupo que a gente tem, conheci muita gente legal ali no grupo... (Luiza).

Quanto aos principais sites, blogs, fóruns, etc. em língua sueca ou em língua inglesa acessados sobre a Suécia, os principais são sites de notícia, como The Local74 e DN Sweden75, o site do canal televisivo estatal sueco SVT76 e a rede social online

Facebook. Além de outros sites de notícias como The News77, Expressen78, Metro79 e Aftonbladet80, e de um site de culinária HKR81. Uma das entrevistadas, Ilza, além de usar a internet para obter informações sobre o país e ter contato com a língua sueca, também assina jornais impressos. Além disso, o canal estatal sueco que tem um site (SVT) é uma das fontes principais, pela credibilidade da informação, pois como afirmam as entrevistadas Luiza e Ilza: “tem uma parte que é só ‘nyheter’, que quer dizer

notícias, eles colocam notícias, mas são notícias neutras porque eles não tomam lado 74http://www.thelocal.se/ 75http://www.dnsweden.se/ 76 http://www.svt.se/ 77 http://www.thenews.com.pk/; http://thenews.mx/ 78www.expressen.se 79 http://www.readmetro.com/en/sweden/ 80 www.aftonbladet.se 81http://www.hkr.se/sv/

partidário nada, então é aquele tipo de fonte de informação que você confia” (Luiza) e,

também, pela qualidade da programação infantil, principalmente: “tanto para parte

infantil que é MARAVILHOOOSA, TV pública para criança, aqui você chora, sem comercial, coisa de qualidade” (Ilza).

Em relação a terem visto algo específico sobre a Suécia nos meios de comunicação brasileiros, percebemos que a imagem de um lugar com uma cultura voltado ao respeito, à igualdade e aos melhores níveis de educação era presente:

[...] alguma coisa assim, que eu li era alguma coisa relativa às políticas públicas mesmo, né, e dos níveis, sempre aparecia ali no... que pra mim eram consideradas como positivas, como educação, posição no mercado de trabalho, parte ecológica, eu lembro. Mas eu tinha uma ideia que era muito mais homogêneo do que eu realmente encontrei, né, eu tinha aquela ideia da Suécia como lá no fundo um polo norte funcionando, e como eu falei eu não imaginava encontrar esses conflitos que tem né, nos subúrbios e a, principalmente, sobre essa força da religião muçulmana que era a última coisa que eu esperava (Ilza).

Olha... [...] acho que eu vi no Discovery travel in living é... um festival Viking aqui na Suécia e depois eu vi a questão do Garrincha que ele veio pra copa na Suécia e aí ele teve um filho aqui na Suécia, com uma moça sueca. Acho que foi no Globo Esporte, não sei, Esporte TV, alguma coisa assim (Luiza).

Imaginavam que a Suécia era um lugar homogêneo, onde não havia diferenças e conflitos, apesar de os suecos terem uma cultura de evitar conflitos: “Sabe, é uma outra

coisa que ele evitam ao máximo, não gostam de conflito” (Ilza). Percebemos que antes

de migrar, ou antes de conhecer os(as) seus(suas) companheiros(as), a Suécia não despertava interesse nesses entrevistados, que passaram a procurar saber mais sobre o país em função do relacionamento amoroso.

Os entrevistados usam as redes sociais online para manter contato e para estar mais próximos da família e dos amigos que ficaram no Brasil. Esse estar aqui e lá ao mesmo tempo, em que os vínculos com o Brasil não se perdem, se (re)alimentam por meio da internet. As principais redes sociais online que esses migrantes usam são: o

FaceTime82, o WhatsApp, o Skype, o Instagran, o Facebook, o Viber83, o Twitter, o Linkedin e o ICQ84.

82O FaceTime é uma aplicativo da Apple que permite a comunicação com outros usuários através da rede

Wi-Fi ou 3G, 4G fazendo chamadas de vídeo ou áudio. Os usuários podem entrar em contato através do número do telefone ou e-mail. Disponível em: http://www.lol.etc.br/2015/02/o-que-e-e-como-usar-o- facetime.html. Acessado em: 20/01/2016.

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O Viber é um dos aplicativos mais conhecidos entre os usuários de iOS, Android e Windows Phone, que permite aos usuários fazer trocas de mensagens, ligações e mensagens de vídeos gratuitamente,

Diante dessas primeiras percepções sobre os usos sociais que esses sujeitos fazem, principalmente, das mídias, em geral, e do Facebook, entendemos que as entrevistas por Skype foram um momento em que os entrevistados abriram a sua casa e compartilharam com a pesquisadora as suas percepções da vivência da migração. Em um primeiro momento, houve um estranhamento ao “entrar” na casa de alguém em que não se conhecia, conversar com uma pessoa que só se via por meio dos grupos. Foi um estranhamento, pois se entrava na intimidade, na casa, assim como a pesquisadora estava abrindo a sua casa para uma outra pessoa desconhecida. Após essa primeira impressão, foi se tornando confortável e agradável realizar as entrevistas, pois os entrevistados se mostravam sempre muito receptivos e dispostos a responder às questões que fossem além das planejadas no roteiro inicial. Em alguns momentos, a perplexidade tomou conta da pesquisadora, por se deparar com preconceitos a respeito dos fluxos migratórios dos refugiados e dos pedidos de asilo85

, quando se referiam a esses migrantes de forma diferenciada dos demais, avaliando-os e não se colocando no lugar também de migrante. Também se falava sobre os discursos sobre a política brasileira de modo geral. Um dos entrevistados (Diego) afirma que “ainda bem” que saiu do Brasil na situação política atual. Por fim, as entrevistas ajudaram a entender melhor o contexto desses migrantes e, além disso, foi enriquecedor conversar e ouvir suas realidades e experiências.

4.2 Usos sociais dos grupos do Facebook por migrantes brasileiros na Suécia

A partir do entendimento do universo dos grupos do Facebook de brasileiros migrantes na Suécia, das leituras que esses migrantes fazem do contexto em que estão

usando Wi-Fi ou 3G/4G. Disponível em: http://www.tudocelular.com/android/noticias/n33345/app-viber- ligacoes-gratuitas-para-fixo.html. Acessado em: 22/01/2016.

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ICQ é uma redução da pronúncia em Inglês das letras I (ai), C (si), Q (kiu), formando a frase “I seek you”, que em Português, significa: “Eu procuro você”. Ele é um programa de comunicação instantânea, o pioneiro dos programas do gênero na internet. A sua utilização se da a partir da instalação do software, em que o usuário obtém um Número de Identificação Único que o identifica na rede, no qual é possível adicionar outros usuários através desse número ou, ainda, procurar por características específicas. Disponível em: http://www.significados.com.br/icq/. Acessado em: 22/01/2016.

85 Um requerente de asilo é alguém que procura o estatuto de refugiado. Aqueles que não são

considerados nem refugiados, nem necessitados de qualquer outra forma de proteção internacional --como uma autorização de residência-- podem ser enviados de volta para seus países de origem. Até que a decisão seja tomada, os requerentes só podem viver em alojamentos, sem permissão para trabalhar. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/20/saiba- mais-qual-a-diferenca-entre-ser-refugiado-requerente-de-asilo-e-imigrante.htm. Acessado em: 03/12/15; Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/internacional/entenda-a-diferenca-entre-migrante- refugiado-e-requerente-de-asilo-2601.html. Acessado em: 03/12/15.

inseridos e das postagens em seus perfis no Facebook acerca da Suécia, construímos a nossa análise. Esta análise se baseia nos diversos procedimentos metodológicos, já apresentados anteriormente, que nos ajudaram a identificar os usos sociais que migrantes brasileiros na Suécia fazem de grupos do Facebook que estejam relacionados a questões de identidade e diferença. Além disso, nos ajudaram a responder as questões centrais dessa pesquisa, a saber: Quais são e como se dão os usos sociais do Facebook, especialmente nos ambientes dos grupos, por migrantes brasileiros na Suécia? Como essas interações dão visibilidade a questões de identidade e diferença experimentadas pelos sujeitos migrantes? De que forma as fomentam?

Assim, as postagens nos grupos se referem a diversas questões, que vão desde o compartilhamento da sua experiência com a culinária e com a alimentação, até informações sobre onde encontrá-los na Suécia e em sites que vendam esses produtos. Também há postagens que têm como finalidade marcar encontros ou eventos presenciais, funcionando como mecanismos de estarem próximos para conversar, assistir aos jogos de futebol do Brasil na copa de 2014 ou até mesmo passarem o Natal e o Ano Novo juntos. Além de diversas outras questões de importância e relevância para esses migrantes que são discutidas nos grupos e que, muitas vezes, refletem no seu próprio perfil do Facebook ou até mesmo na fala dos sujeitos entrevistados.

Em relação à fala desses entrevistados, percebemos similaridades no que diz respeito às postagens nos grupos. Isso ajuda a compreender os usos que são feitos por esses migrantes nesses ambientes comunicacionais, em que comentam sobre a culinária brasileira, a política, tanto sueca quanto brasileira, e os problemas relacionados às migrações atuais. Além da cultura e da adaptação a ela, trata-se de questões ligadas a emprego e ao domínio do idioma sueco, fatores mencionados como meio de integração,