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Jekuaa: Conhecerem-se , serem conhecidos (um do outro) Visto Visivelmente.

No documento DICIONÁRIO TUPI-GUARANI (páginas 31-65)

Jemoúba: Acomodar-se.

Jenipapo: Árvore muito grande e alta, da qual, disse Cardim, os índios colhem um fruto e mastigam para retirar o suco que é claro e bonito; no entanto, se esfregar no rosto, ou na mão, ou qualquer outra parte do corpo com ele, em menos de quatro horas ou cinco horas ela se torna tão preta como se fosse pretejada com tinta. E não sai se não ao fim de oito ou nove dias, quando desaparece por si. De "yanipab", frutos das extremidades, da ponta.

Jepe: Inclusive, apesar de, mas. Jepe’e: Consolar-se, confortar-se.

Jepi: Freqüentemente. Várias vezes.

Jepiara: Atitude de defesa.

Jepohéi: Lavar as mãos. Jepoka: Torcido.

Jepokuaa: Acostumar-se.

Jeporu: Utilizar.

Jepy’apy: Preocupar-se, sofrer. Jere: Contorno; volta.

Jerere: Ao redor de.

Jericoacoara: Local das tartarugas.

Jeroky: Dançar. Jerokyha: Baile.

Jerovia: Confiar, ter fé.

Jeroviaha: Documento.

Jeru: Árvore de madeira dura com frutos de polpa comestível.

Jeruxi: Pomba.

Jeruxi pytã: Pomba vermelha. Jetapa: Tesoura.

Jetavy’o: Aprender. Jety: Batata-doce.

Jety andai: Certa batata-doce amarela por dentro e vermelha por fora, com sabor de abóbora. Jety ava: Certa batata-doce branca por dentro e vermelha por fora, não muito doce, se não deixá-la ao sol por vários dias.

Jety aypi: Certa batata-doce cuja casca contém manchas escuras, e que é branca por dentro. Jety ju: Certa batata-doce amarela por dentro e vermelha por fora.

Jevy (jey): Voltar a, outra vez, novamente, de novo. Jey’u (rã): Bebida.

Jibóia: Pode ser a tradução literal de cobra d'água. Cobra é mbóia ou mboy, e "y", água em uma pronúncia gutural difícil de ser grafada, que os europeus simbolizaram de diferentes formas: i, y, ig, etc.

Jiçara (juçara): Palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito.

Jiqui: Um instrumento de pesca, feito de taquara, afunilado, onde o peixe entra, mas não consegue voltar. De "y-iké-i", aquele em que se entra.

Jirau: Armação em madeira, suporte, tablado. Até pouco tempo, era muito comum nas casas do interior do Brasil. Um tablado no lado externo da janela da cozinha, onde as mulheres lavavam os pratos para facilitar que a água escorresse para a rua.

Jirimum: Abóbora.

Joa (ju): Juntamente, juntos.

Joaussuba: Amaram-se.

Joaci (juaci, juacir, juacira): Sedento.

Jogapo: Construir.

Jogua: Comprar. Parecer-se. Johéi: Lavar. Jojai: Zombar. Jojohu: Encontrar-se. Joka: Romper. Jokoha: Obstáculo. Jokuaa: Conhecer-se.

Jopara: Mistura. Mistura de Guarani e Espanhol.

Jope: Acalmar, confortar.

Jope jope pe’ã: Vocês estão de pé lado a lado. Jopi: Picar.

Jopói: Presente (lembrancinha). Jovái: Enfrentar-se.

Joykexo: Três - Marias (constelação). Ju: Vir.

Juá: Fruta amarela.

Juacema: Época dos Juás.

Juarana: Se parece com Jucá (matar). Juatama: Lugar dos Juás.

Juavy: Diferenciar-se. Juayhu: Amor mútuo.

Juazeiros: Cidade do nordeste do Brasil, que expressa uma mesclagem lingüística, de juá, fruta. Aliás, há muitas outras palavras brasileiras resultado de mesclagem. Por exemplo, raspioca, a raspa da tapioca, etc.

Juba: Amarelo.

Jubaia: Lugar agradável.

Jucá (juka): Matar.

Juçana: Armadilha para pegar aves.

Juçara (Jussara): Que tem espinhos. Jucassaba: Matador, ação de matar. Juhu: Encontrar.

Juína (zuí-uiná): Rio do gavião. (Pareci).

Juku’a piru (juku’a puku, juku’a rai): Tuberculose. Juky: Sal. Simpático.

Jukyry: Salmoura.

Jukysy: Caldo.

Jumana (Ximana, Xumana, Xumane): Tribo do grupo Aruaque. Jumbeba: Espécie de cacto.

Jumirim: Salto pequeno.

Jundiá: O peixe Bagre. Município do estado de Alagoas. Jundiaí: Rio dos bagres.

Jupi: Subir. Planta com espinhos. Roçado.

Jupiara: Mitologia indígena.

Jupira: Qualquer planta que alimenta. Roçado. Juquiá (jiquiá): De boca larga.

Juraci (Yuracy): Mãe das ostras. Aquele que fala o bem. Jurandi (Jurandir): O que foi trazido pela luz do céu. Jurandira: Que tem sabor de mel nos lábios.

Jurecê: Boca doce. Aquele que fala o bem. Jurema (Iurema, jerema): Espinheiro suculento. Juriti: De pescoço branco.

Juru (ajeru, jeru, ajuru, aîuru): Árvore de madeira dura, com frutos de polpa comestível.

Papagaio. Abertura, boca.

Jurubatiba: Lugar cheio de plantas espinhosas.

Jurubeba (jurumbeba): Planta espinhosa e fruta tida como medicinal. Planta da família das solanáceas, muito usada como chá caseiro para facilitar a digestão.

Juruena (ajuru-ena): Rio do papagaio. (Aruaque).

Jurujái: Admirar-se. Juruna: Boca negra.

Jurupari: Uma espécie de gênio da floresta, para alguns, um ser maligno. Os religiosos usaram jurupari também como sinônimo de "diabo". Couto de Magalhães disse que a palavra jurupari é corruptela de jurupoari, que, ao pé da letra, traduziríamos como "boca", "mão" e "sobre", com o significado de "tirar da boca". Enquanto Batista Caetano traduziu por o "ser que vem à nossa rede, isto é, ao lugar em que dormimos", de y-ur-up-a-ri, porque incluiu a idéia de pesadelo, que o índio não sabia explicar e atribuía a causas sobrenaturais. Escreveu Couto de Magalhães, que qualquer dessas traduções exprime, no fundo, um ser sobrenatural que visita os homens em seus sonhos e causa aflições tanto maiores quanto, "trazendo-lhes imagens de perigos horríveis, os impede de gritar, isto é, tira-lhes a faculdade da voz". Jurupari foi o nome de um famoso Cacique indígena que não aceitou a submissão dos brancos e fugiu com sua gente para a Serra de Ibiapaba, onde resistiu bravamente e morreu numa batalha com os portugueses. Jururu: Usado na expressão "ele está jururu", triste, acabrunhado, e é isso mesmo que quer dizer. É a repetição da palavra boca, juru, como quem está com os cantos da boca caídos, está com dupla boca e, portanto, está triste, acabrunhado, como bem simboliza aquele bonequinho cujo rosto tem o desenho da boca torcido para baixo, que representa o tristonho.

Juruvy: Meio aberto.

Jyryvipy: Abafar. Jyva: Braço.

K

Kã: Seco.

Ka’a: Erva mate, planta, erva. Ka’aguy: Monte, bosque.

Ka’aru: Tarde.

Ka’avo: Erva, verdura. Ka’ay: Erva mate.

Ka’ê: Assado.

Kachiãi: Indisciplinado, informal.

Kaguara: Ser da floresta, espírito maligno. Ao pé da letra, apenas "um ser do mato", de kaá, mato, e uara, animal. Ser vivente.

Kái: Queimar-se.

Kaíke (Caíque, Kaíque, Kaíky): Ave aquática.

Kakuaa: Adulto, crescer.

Kaloré: Campo das árvores pintadas. (Caingangue).

Kaluanã: Lutador de uma lenda da tribo Kamaiurá. Grande guerreiro. Káma: Peito, busto.

Kamaitiorê: Mitologia indígena, da tribo Pareci, significa filho do Deus Enorê.

Kamayurá: Tribo indígena tupi que vive na região dos formadores do Xingu, entre a lagoa Ipavu e o rio Culuene (MT).

Kamby: Leite, líquido do seio.

Kamísa: Camisa.

Kamurypukú: Robalo comprido.

Kanauã: Dançarino. Kane’õ: Cansaço, cansado. Kangy: Deprimido, débil.

Kañy: Esconder-se, perder-se.

Kaolin: Bela jovem. Kapilla: Cidade.

Karai: Senhor. Karai ñe’ê: Espanhol.

Karajá: Uma das tribos – Carajá.

Karape: Baixo.

Karayawa: O homem branco. Karo: Xícara.

Karu: Comer, comilão.

Káso: História, conto.

Katu: Sim, pois.

Katú: Bem, bom, boa.

Katupirí: Melhor. Inteligente, hábil.

Kauitatá: ̃ Bebida. Kavaju: Cavalo. Kavara: Cabra.

Kavure’i: Pássaro da boa sorte, atrativo.

Kãwéra: Ser pertencente a raça dos “morcegos – gente”, segundo a crença de muitos povos da região de Parintins.

Kay’u: Tomar mate. Ke: Dormir, entrar.

Kê: Aqui.

Keha: Hotel.

Keiroga (kiroga): Planta pequena. (Nome indígena Inca).

Kéra: Dormir. Sonho.

Kerana: Dorminhoco.

Kerexu: Lua crescente. (Pronuncia-se “cretchu”). Kesu: Queijo.

Kéyguara: Morador daqui. Kiary: Rio da sujeira.

Kibaana: Tribo da região norte.

Kilombola: Essa é uma palavra que, apesar da sua aparência africana, porque se refere mesmo aos negros que habitam um quilombo, tem origem indígena. Pelo menos, foi mesclada com quilombo, africana, e a palavra indígena canhambora, o lugar dos fujões.

Kirera: Os pequenos grãos que sobram na peneira, o milho quebrado ou resíduo de farinha de mandioca.

Kisé (quicé, quisé, quecé): Faca velha e/ou enferrujada e/ou cheia de dentes e/ou sem cabo. Ko: Andar, viver, estar.

Kó aikó: Aqui estou eu. Ko’ápe: Aqui.

Ko’árupi: Por aqui. Ko árape: Hoje.

Ko’ê: Amanhecer, manhã.

Ko'êmbuéramo: Depois de amanhã. Ko’êro: Amanhã.

Koarapukui: Ao longo do dia.

Kóche: Carro, automóvel.

Kóga: Horta. Kõia: O dobro.

Kóicha: Assim.

Koína he: Pegue, toma. Kokajá: Plantação queimada.

Kokue: Chacra.

Kokuehe: Faz alguns dias. Komandá: Fava.

Konory: Título de chefe entre as Ikamiabas.

Kororõ: Rugir. Kotevê: Necessitar. Koty: Habitação. Kotyo: Fazia.

Kóvante jepe: Ao menos, pelo menos. Kove: Viver, morar.

Kó oikó kó: Ei, ele está aqui! Ko rei: Estar ocioso, entediado.

Ku: Aquele.

Kûá: Enseada.

Kuaa: Conhecer, saber.

Ku’ã: Dedo.

Kuab: Saber.

Kuairû: Anel.

Kuana (kuanna): Doce perfume.

Kuará: Sol. Kuarahy: Sol. Kuarahy’ã: Sombra.

Kuatá: Andar, porém resume-se que a palavra Quatá seja uma alteração fonética de “Caraguatá”, planta cujos espinhos e fibras eram muito utilizados pelos indígenas.

Ku’asã: Cinturão; faixa. Ku’e: Mover-se.

Kuarahyreike: Leste. Kuarahyresê: Oeste. Kuaray’ã: Sombra solar. Kuatia: Papel.

Kuatia ñe’ê: Livro. Kuave’ê: Oferecer. Kuehe: Ontem.

Kuehe ambue: Anteontem.

Kuimba’e: Homem.

Kukuî: Ficar caindo, ficar-se desprendendo (o fruto, o cabelo, etc.).

Kumari: Comadre.

Kumby: Provar. Kuñakarai: Senhora. Kuñataî: Senhorita, moça.

Kundury: Antigo povo da região do rio Nhamundá.

Kunhãaoba: Roupa de mulher. Kunu’û: Mimos, carícias. Kupépe: Atrás de. Kure: Cedo.

Kuri’a: Pinhão.

Kuriete: Tarde (muito). Kuru: Lepra, sarna.

Kurú: Caroço, semente, migalha. Kurumi (kunumi): Menino.

Kurumiguaçú (kunumiguasú): Jovem. Kururu: Sapo.

Kurusu veve: Avião.

Kutukapukú: Espeto. Kyá (ky’a): Sujeira. Sujo. Ky’a’o: Limpar.

Kyhyje: Temer. Kyju: Grilo.

Kypy’y: Irmã menor.

Kyra: Gordo.

Kyre’ÿ: Vontade, desejo.

Kyrÿi: Frágil.

Kysepukú: Faca comprida.

Kytî: Cortar.

Kyvy: Irmão da mulher.

L

Lacirandy: Luar.

Laja: Costume, classe, caráter.

Lambari: Interessante, porque a letra "l" não era utilizada no tupi-guarani. O nome do peixe, na verdade, era arambari, que foi adulterado.

Lauana: Coração de ouro. (Não é tupi). Laurare (Karajá): Marimbondo.

Lauré (Pauetê – Nambiquara): Arara vermelha.

Layane: Aquela que busca mansamente o destino certo. (Não é tupi). Leri: Molusco acéfalo.

Liga: Conseguir.

M

-Mboje’a vyky: Pentear os cabelos de outra pessoa.

-Moã: Desvendar (aquilo que cobre; como um pano cobre o rosto).

-Moã: Fazer ficar de pé. Ixy omemby'i omo'ã ratã - a mãe fez seu nenê ficar firmemente de pé. -Mokuaray’ã: Sombrear (algo, da luz).

M (mýi): Mover-se. Ma: Já.

Ma’ê: Olhar, observar. Macá: Fruta silvestre. Macaba: Fruto da macaúba. Macatuba: Abundância de Macás. Macaubal: Ajuntamento de Macás. Maceió: Aquele que possui asas.

Macunaíma: Ser da mitologia indígena, que trabalha durante a noite e criou a terra e as plantas, e se tornou conhecido por ter sido utilizado na literatura por Mário de Andrade (que o

coletou de uma tribo amazônica, talvez dos Maués) como um "herói sem nenhum caráter", no seu livro "Macunaíma".

Maenduar: Lembrar. Maerãpa: Para que. Magé: Feiticeiro.

Maguari: Uma ave. Decorreria de mbaguari, lerdo, pesado. Mahy: Se, como, porque, quando.

Maiara: A sábia.

Mainumby: Beija-flor.

Mair: Pessoa de pele clara.

Maíra: Nome de entidade mitológica dos antigos índios da costa que serviu para designar os franceses, que os índios supunham ser criaturas sobrenaturais. Significa assim, também, francês.

Mairá: Uma das espécies de mandioca, típica da região Norte. Mairi: Reduto dos franceses (cidade).

Mairú: Espécie de mandioca, mandiocaçú.

Mairarê: Amanhã.

Mairiporã: Cidade em SP. Cidade bonita. Maiteipa: Saúdo; saudação.

Majuí: Andorinha.

Makakarekuia: Espécie de árvore de várzea. Ao pé da letra, quer dizer castanha de macaco. Malisia: Pensar, supor.

Mamó: De fora, de algum lugar.

Mamóguipa (mamoyguápa): De onde. Mamópa: Onde, aonde.

Mamõyguara: Estrangeiro, o que veio de fora. Maña: Olhar.

Manacá: Flor nas cores azul e branco.

Manau: Tribo do ramo Aruaque (aruake) que habitava a região do rio Negro.

Manauara: Natural de, residente em, ou relativo a Manaus (capital do estado do Amazonas). Mandaguari: Um tipo de abelha. Também nome de uma cidade no Paraná.

Mandi: Pois, só, apenas.

Mandi’o rapo: Raiz da mandioca. Mandi’o: Mandioca.

Mandioca: Aipim, macaxeira. A culinária brasileira típica é profundamente indígena. Nem poderia ser de outro modo. O que alimentou os primeiros imigrantes europeus e alimenta, ainda hoje, grande parte dos brasileiros ficou conhecido como "o pão da terra", a mandioca. Foi essa raiz nativa que surpreendeu o invasor português pelo seu grande valor alimentício e pela sua fácil produção. Era a rainha da agricultura indígena. A descrição dessa planta foi feita, com entusiasmo, por muitos dos primeiros escritores da fartura do Brasil. Gabriel Soares de Souza, por exemplo, a descreveu como uma raiz da feição dos inhames e batatas, que é o principal mantimento e de mais substância. E descreve o modo de preparo: "rapam-na muito bem até ficarem alvíssimas, o que fazem com cascas de ostras e, depois de lavadas, ralam-nas em uma pedra, ou ralo... e, depois de raladas, espremem esta massa em um engenho de palma, a que chamam tapeti". O nome correto é tipiti. Esse modo de preparo indígena foi absorvido pelo invasor e ainda continua sendo utilizado por essa grande e importante indústria que nutriu e ainda nutre a nação brasileira: a produção de farinha e de outros derivados da mandioca. Já o Padre Fernão Cardim disse que o mantimento ordinário (comum) desta terra que serve de pão se chama mandioca, e são umas raízes como de cenouras, ainda que mais grossas e compridas. Simão Estácio da Silveira aplicou o nome mandioca não à planta, mas uma farinha de umas raízes muito férteis, muito sadias, e muito substanciais. Enfim, esse que foi, e ainda é o pão da terra, enriqueceu a nomenclatura dos nossos alimentos nativos. Tão importante a mandioca que, a respeito dela, ficou uma lenda indígena, que vamos resumir: Uma jovem índia ficou grávida e o cacique quis saber quem era o pai, mas ela afirmou que nunca tivera relações sexuais com nenhum homem. A criança nasceu e, embora tenha andado e falado precocemente, morreu um ano depois. Foi enterrado, como é costume indígena, dentro da própria oca (a casa indígena). De sobre a sua sepultura brotou uma planta, que recebeu o

nome mani-oca, a transformação de Mani, cujas raízes se tornaram o principal alimento da tribo. Herbert Baldus, referindo-se aos Karajá, disse que segundo "uma lenda destes índios, foi a estrela vésper que, tendo vindo a terra em figura de homem e se casado com uma moça da tribo, lhes ensinou o cultivo do milho e da mandioca".

Mandu’a: Recordar-se, lembrar-se.

Manduca: É tido como hipocorístico brasileiro de Manuel. Segundo Teodoro Sampaio, decorre de Mandu, que era o "modo incorreto de pronunciar Manuel entre os índios". Era também o nome de uma espécie fantasma que, nas mascaradas das aldeias, se apresentava envolvido em palha, como um feixe de folhas secas.

Mandyju: Algodão.

Manhaná: Aquele que vigia.

Manhuaçu: Cidade em MG. Chuva forte, de pingos grossos e grandes. Manhumirim: Cidade em MG. Rio da chuva miúda.

Maní: Deusa da mandioca. Amendoim.

Maniçoba: Cozido, com carne, ou peixe, à semelhança de uma feijoada em que, em vez do feijão, usa-se a folha da mandioca, muito usado no norte do Brasil. Para a maniçoba, a folha da mandioca já é vendida triturada nas feiras, em sacos plásticos, principalmente no mercado "Ver o Peso", em Belém. De mani, mandioca, e çoba, folha.

Manioca: Mandioca (a deusa Maní, enterrada na sua própria oca, gerou a raiz alimentícia). Maniua (maniva): Folha da planta da mandioca. Usa-se na alimentação da região Norte, especialmente no Pará.

Manterei: Continuamente, sempre. Manti: Somente.

Mantiqueira: Gotas de chuva. Marã: Ato ou efeito de resolver.

Maracajá: Cidade do Estado de Santa Catarina. Nome de um tipo de macaco, o bugio, talvez por sua característica de berrador, do barulho que faz. Maracá é guizo, chocalho.

Maracanã: Espécie de papagaio. Pode decorrer simplesmente de paracau-anã, papagaios juntos, ou de mbaracá-ná, parecido com maracá, dado ao barulho dessa ave.

Maragogi: Município do estado de Alagoas. Seu nome significa “rio das Maraubas” (Marahu- by), ou rio amplo.

Maraguá: Povo indígena habitante do baixo-amazonas.

Maraíra: Aquele que aprecia mel.

Marajó: Barreira do mar; procedente do mar. Máramo: Nunca.

Marana: Combate entre duas partes.

Marandu: Notícia, mensagem.

Maranduvá (mandruvá): Espécie de lagarta, taturana, que, quando bate num mandiocal, o destrói completamente, comendo as folhas. É verde como as folhas da mandioca.

Maraneíma: Donzela virgem.

Marangatu: Santo (a), bendito (a), estimado (a). Maranhão: Mar grande, mar que corre.

Marani: O que provoca rixas. Maratekó: Trabalho.

Marave: Nada.

Marave ndoikói: Não importa. Marcha: Funcionar.

Mari: Árvore com muitos espinhos.

Maricy (maricí): Índia Tupã.

Marié: Rio do fruto mari. Mariú: Rio do fruto umari.

Maruim: Cidade do Estado de Sergipe. Pode ser Rio dos Mosquitos. De mberu-í, mberu, mosca, mosquito, e i, rio. Em Santa Catarina, próxima às cidades de Laguna e Imbituba, região de cultura açoriana, há uma cidade e uma lagoa com o nome de Imarui, que é apropriado, pois pode ser traduzido como "águas (lagoa, rio, etc.) de muitos mosquitos".

Massau (sagüi): Espécie de macaco de rabo comprido. Máva mba’épa: De quem.

Mauá: Aquele que é elevado. Parte elevada de um local. Cidade em SP.

Mauarí: Personagem da lenda indígena.

Mayma (va): Todos. Maymáva: Todo.

M’boy mirim: Cobra pequena.

Mba’apo: Trabalhar.

Mba’e: Coisa, algo, propriedade. Rico, com posses.

Mba’e rovi: Verdura.

Mba’éguipa (mba’éhapa): Por que.

Mba’éichapa: Como.

Mba’embyasy: Triste, melancólico. Mba’épa: Que.

Mba’ére (he): Por que. Mba’eve: Nada.

Mba’evete chéve: Não importa. Mbaê: Nada.

Mbaraka: Guitarra, violão. Mbarakaja: Gato.

Mbarete: Forte. Mbayru: Recipiente.

Mbeb (mbeba): Chato, achatado.

Mberu: Mosca. Mbichy: Tostado. Mbiú: Comida. Mbó: Mão. Mbo’e: Ensinar. Mbo’ehao: Escola. Mbo’ehára: Professor (a). Mboayvu: Voto.

Mboguataha: Aquele que faz caminhar; guia. Mbohapy: Três.

Mbohe: Condimentar, temperar. Mboheha: Condimentos, temperos. Mbohory: Alegrar, encantar. Mbohovái: Desobedecer, contestar.

Mbohupa: Hóspede. Hospedar.

Mboia (mboja/m’bói): Cobra.

Mboicininga: Cascavel. Mboja’o: Compartilhar, dividir. Mbojaru: Xingar.

Mbojere: Traduzir, transladar. Mbojevy: Vomitar.

Mbojoja: Igualar. Mboka: Arma de fogo.

Mbokapu: Atirar, disparar. Mbopu: Tocar. Mborayhu: Amor. Mborayhuhápe: Carinhosamente. Mboraihu: Pobre. Mbota: Golpear. Mbotavy: Enganar. Mbou: Enviar. Mbovýpa: Quantos. Mbovy: Poucos.

Mbovyetéramo: Menos; ao menos. Mbovyve: Grátis.

Mboy’u: Dar de beber.

Mboyve: Antes. Mboymiri:̃ Cobrinha.

Mboyusú: Serpente bem grande. Mburacuyá: Maracujá.

Mburika: Mula.

Mburukuja: Árvore de maracujá.

Mburuvicha: Grande chefe, presidente.

Mburuvicha róga: Casa presidencial.

Mbyaty: Reunir. Mbyja: Estrela.

Mbyky: Curto.

Mbyry’ái: Tenho calor.

Mbytépe: Entre, entrar, dentro de. Me: Por, ao. Estar.

Me’ê: Dar, permitir. Memby: Filho (a). Meegara: ̃ Garçonete. Membira: Filho ou filha.

Memby’anga: Afilhado (a).

Membykuña: Filha.

Meme (te): Continuamente.

Mena (ména): Marido. Menama: Futuro marido.

Menda: Casar-se. Mendare: Casado.

Mi: Um pouco. Michî: Pequeno. Mikro: Micro, coletivo.

Mima: Esconder.

Mimbi: Brilhar.

Mimboé: Ensinado. Mimby: Flauta.

Mingau: Papa, mingau, com o significado original indígena de "a comida que gruda". Mira: Pessoa.

Miracema: O nascer de uma criança. Miri (mirim; mirí): Pequeno.

Mirity: Variação de Buriti, a palmeira. Mitã: Moço, jovem.

Mitã’i: Menino.

Mitã’i (okambúva): Bebê, lactante. Mitãkuña: Menina.

Mo: Por, pelo, pela, fazer. Mo’ã: Pensar.

Moabaré: Tornar padre. Moacir: Aquele que faz sofrer.

Moacuba (moakub): Aquecer.

Moakãrasy: Dar dor de cabeça. Moama: Arrumar a armadilha. Moambue: Mudar.

Moara: Aquele que auxilia no parto. Moasy: Arrepender-se.

Mocõia: Segundo.

Mocõi mocoin: Fazer um par.

Mocotó: Tipo de comida tipicamente brasileira. De mbocotog, de tradução difícil. Para Teodoro Sampaio, de "mô-cotog", com a estranha tradução de "faz que jogue; a desarticulação".

Moendy: Acender, iluminar.

Moeté: Honrar, legitimar, louvar. Mohesakã: Explicar, esclarecer. Moî: Pôr, colocar.

Moîebyr: Fazer voltar. Moinge: Meter.

Moirû: Acompanhar.

Moji – guaçu: Cidade em São Paulo. Rio da cobra grande. Moji – mirim: Cidade em São Paulo. Rio da cobra pequena. Mokã: Secar.

Mokaba: Arma de fogo.

Mokambu: Amamentar.

Mokõi: Dois.

Mokõi pó: 10, par de mãos. Mokunu’û: Acariciar, mimar. Momaitei: Saudar.

Momaran: Fazer brigar.

Momba: Acabar.

Momba’apo: Fazer trabalhar. Mombak: Fazer acordar. Mombáy: Despertar, acordar. Mombe’u: Narrar.

Momorã: Admirar.

Momorang: Embelezar-se.

Monâ (Monã): Responsável pela criação do Céu e da Terra. Deus do bem para os Maraguás.

Mondýi: Assustar.

Monda: Roubar. Mondaha: Ladrão. Monde: Vestir.

Mondó: Mandar, enviar, fazer ir. Mondykyr: Fazer gotejar, destilar.

Moñenoña: Criar. Mongaru: Alimentar.

Monger: Fazer dormir. Mongetá: Discursar.

Monguera: Curar.

Monhang: Fazer.

Monhangara: O que faz.

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