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Kant e o Romantismo: Prelúdios Geográficos

2.2. KANT E O ROMANTISMO

Até agora percorremos o país do entendimento puro, examinando cuidadosamente não apenas as partes de se compõe, como também medindo- o e fixando a cada coisa o seu lugar próprio. No entanto, este país é uma ilha, a que a própria natureza impõe leis imutáveis. É a terra da verdade – um nome aliciante – rodeada de um largo e proceloso oceano, verdadeiro domínio da aparência, em que muitas lufadas de neblina e muitos blocos de gelo a ponto de se derreterem dão a ilusão de novas terras e constantemente ludibriam, com falazes esperanças, o navegante que sonha com descobertas, enredando-o em aventuras, de que nunca consegue desistir nem jamais levar a cabo. (KANT 2003, p. 235).

Em Kant o juízo reflexionante busca o belo na natureza sem conceito, então existe um sentido na natureza. Sentido que somente pode ser compreendido mediante o conhecimento, ao mesmo tempo em que esse conhecimento o aprisiona também o liberta, visto que direciona o homem para a imaginação. Essa imaginação é o sobressalto para o romantismo.

Em Kant o belo tem a imaginação e no sublime a razão, neste sentido, o que ocorre é uma disputa entre a razão e a imaginação Logo a fonte da razão é uma e a da imaginação é outra, isto é, o homem e a natureza respectivamente, os quais Kant tenta unifica- los.

Já na Crítica da Razão Pura (1781 – primeira edição – e 1787 – segunda edição) Kant anuncia a estética como fundamento balizador para o conhecimento; assim, a

dados sensíveis no espaço e no tempo e sua metamorfose quanto aos dados abstratos, ou seja, a estética transcendental é moldável em conformidade aos princípios judicativos e as condições aprioristicas.

A estética transcendental kantiana inaugura criticamente um novo olhar quanto a formação e assimilação do conhecimento por meio da intuição, da sensibilidade e da sensação.

Denomino por estética transcendental uma ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori. Tem de haver, pois, uma tal ciência constitutiva da primeira parte da teoria transcendental dos elementos, em contraposição à que contém os princípios do pensamento puro e que se denominará lógica transcendental. (KANT, 2003, p. 66-67).

Transcendental é o apriori na nossa percepção; assim, permite-nos adquirir, quanto aos objetos, informações que são trabalhadas aprioristicamente Ao buscar analisar um objeto partiremos de duas possibilidades: pela intuição ou pelo pensamento.

Quanto à intuição Kant (2003) entendeu que a mesma é imediata, direta e sem intermediários, deste modo, a intuição é o projetar do eu para com os objetos sem mediações entre nosso conhecer e os objetos. Já o pensamento necessita de intermediários, de conhecimentos prévios empiricamente. Resumidamente: a intuição é imediata, enquanto o pensamento é mediato.

A intuição chamada por Kant de pura é a forma do fenômeno a priori; assim, a estética transcendental anunciada na CRP é uma espécie de ciência que busca entender todos os princípios da sensibilidade da mente humana constituídos a priori. Essa constituição dos princípios puros a priori encontrados na sensibilidade através da forma pura ou intuição pura são o espaço e o tempo.

Kant na CRP entendeu que a intuição se realiza mediante a afetação do objeto para com nossa alma ou ânimo. Neste sentido, somente poderemos compreender a

totalidade do mundo por meio da intuição, já que intuir é sensibilizar-se. Deste modo, o objeto para afetar nosso animo precisa nos motivar, conseqüentemente, intuímos.

A intuição nada mais é que a sensibilidade comovida. Sendo a sensibilidade responsável em direcionar o ânimo para acolher as representações do objeto. Representar o objeto por meio de nossa mente somente é possível se formos realmente afetados pelo objeto.

A representação do que vemos e do entendemos somente será possível mediante a correlação do empírico com a comoção da alma. A afetação do objeto permite-nos intuir, ou seja, compreendemos o objeto sem pensar categoricamente ou conceitualmente no mesmo. O belo é intuído. A sensibilidade de um objeto leva-nos a intuir o belo, sem conceitualizá-lo. Oposto o pensamento é conceitualizado, necessita do empírico, da correlação do que é e do que deve realmente nos parecer.

A capacidade de receber representações – receptividade – graças à maneira como somos afetados pelos objetos, denomina-se sensibilidade. Portanto, nos são dados objetos por intermédio da sensibilidade e só ela nos fornece intuições. Todavia, é o entendimento que “pensa” esses objetos e é do entendimento que provêm os conceitos. No entanto, o pensamento tem sempre que se referir, no final, a intuições, quer diretamente (directe), quer por rodeios (indirecte), mediante certos caracteres, e, por conseguinte, naquilo que diz respeito a nós, por via da sensibilidade, porque de outro modo nenhum objeto nos pode ser dado. (KANT, 2003, p. 65).

A sensibilidade imprime sobre os sujeitos a representação revelada mediante a intuição, neste sentido, a sensação é o conteúdo da sensibilidade cuja foi representada mediante a afetação do objeto revelando a forma e a matéria do mesmo.

Na CRP Kant busca elementos constitutivos da razão, do pensamento enquanto verdade que pode e dever ser revelada através da superação das aparências enganosas.

Na CJ Kant não abandona a lógica ele busca entender “as neblinas” da razão por meio da estética e é exatamente neste ponto que Kant proporcionou o avanço dos ideais

de liberdade, criação e autonomia por meio da imaginação. Kant liberta o homem das amarras do cartesianismo e os lança no caminho da crítica que parte inicialmente de si para somente depois alcançar o mundo. Kant liberta o homem e permite que o mesmo avance, consideravelmente, pelos caminhos da imaginação sem descuidar da compreensão da natureza e suas leis permanentes e constantes.

A relação entre o eu kantiano e seu posicionamento estético promulgou “leis” detentoras da multiplicação da liberdade, ou seja, o eu em Kant existe, mas não é subordinado aos ditames cartesianos, apesar da religiosidade de Kant, ele proporciona o avanço significativo para o fundamento da individualidade enquanto crítica.

Conforme Allison (2001, p. 161):

[...] Kant nos alerta que os objetos naturais julgados sublimes ao ser apresentados esteticamente por meio da forma e intencionalidade, a sublimidade propriamente dita, não são predicados dos objetos da natureza, mas de nós mesmos, isto é, do nosso "modo de pensar" [Denkungsart], ou seja, do fundamento próprio da natureza humana (KU 5: 280, 142). Em outras palavras, o objeto considerado sublime é, na verdade, apenas a relação teleológica das faculdades (imaginação e razão) envolvidas na opinião do sujeito, e isso é que é a sublimidade apresentada no seu real lugar. Como Kant já havia colocado-o na Analítica do Sublime, a sublimidade só é atribuída ao objeto por uma “ocultação dos fatos” (KU 5:257, 114)..57

Assim, o encantamento da sublimidade proporciona judicativamente o endereçamento do eu para a beleza livre, que é, antes de tudo, liberdade conceitual e categorial plena, isto é, a beleza é em si e por si bela. O sublime somente nos “assusta” mediante nossa ignorância em constatar sua grandeza em oposição a nossa pequenez. Também somente teremos capacidade em avaliar o sublime se esquecermos o seu tamanho e partirmos de nossa própria relação, ou seja, o eu precisa SER, para ser precisa ESTAR e é isso

57 No original: […] we are told that since natural objects judged sublime present themselves aesthetically as

formless and unpurposive, sublimity, properly speaking, is predicated not of objects of nature but of ourselves, that is, of our "way of thinking" [Denkungsart] or its foundation in human nature (KU 5: 280; 142). In other words, the object deemed sublime is, in effect, merely the occasion for the purposive relation of the faculties (imagination and reason) involved in its estimation, and it is that is the true locus sublimity. As Kant had already put it in the "analytic of the sublime", sublimity is only attributed to the object by a "certain subreption" (KU 5:257; 114).

que Kant faz em todas as suas obras: posiciona o ser humano em si, para si e adiante. A relação espaço-tempo em Kant nunca é bifurcada, pelo contrário, é unificada no ser.

Nasce, portanto, o homem romântico fruto da unificação espaço-tempo, resultado das destruições das barreias dogmáticas. O romântico nasce das críticas kantianas.

A destruição do espaço-tempo é a verificação do homem enquanto sujeito, enquanto ser capaz de criar e desenvolver uma realidade que vai além da que estamos condenados, todavia alguns românticos preferiram uma dosagem excessiva do eu, limitaram, portanto, o eu ao eu, isto é, o mundo é somente o que me parece, tal como, por exemplo, declarou Werther:

Às vezes digo para mim mesmo: “O teu destino é único, podes considerar todos os outros felizes...nenhum mortal foi tão martirizado quanto tu...” E depois disso leio qualquer poeta antigo, e é como se lesse no meu próprio coração. Tenho de suportar tanto! Ah, terá havido antes de mim homem tão miserável? (GOETHE, 2008, p. 135).

O personagem de Goethe, neste caso Werther, é um sofredor, pois negligência todo o mundo e o que conta são apenas seus sentimos. Os sentimentos são, neste caso, a única razão de equilíbrio ou de desequilibro para o homem. A exacerbação dos sentimentos é típica condição romântica inaugurada esteticamente em Kant, já que o mesmo ao diferenciar o belo e o sublime preenche uma lacuna na condição do homem em ser, definitivamente, humano. Essa lacuna foi preenchida pela liberdade constituída, acima de tudo, pela faculdade da imaginação.

Segundo Kant (2008, p. 199- 200):

A propedêutica de toda arte bela, na medida em que está disposta para o mais alto grau de sua perfeição, não aparece encontrar-se em preceitos mas na cultura das faculdades do ânimo através daqueles conhecimentos prévios que se chamam humaniora, presumivelmente porque a humanidade <Humanität> significa de um lado o universal sentimento de participação e, de outro, a faculdade de poder comunicar-se íntima e universalmente; estas propriedades coligadas constituem a sociabilidade conveniente a

Aliás, a imaginação foi condição primária e substancial para que o romantismo, enquanto movimento (inicialmente) e depois escola artística se diferenciasse das demais escolas, ou seja, no barroco e no arcadismo a condição para arte era vinculada a imitação, a sujeição de um padrão.

Para Kearney (1988, p. 156-157):

“Depois de Kant não se nega mais a imaginação e a mesma passa a ter um lugar central nas teorias modernas do conhecimento (epistemologia), da arte (estética) ou da existência (ontologia)”.58

Surpreendente a postura estética que permeou discretamente a Crítica da Razão Pura e na Crítica do Juízo a leitura e a interpretação de mundo são levadas conjuntamente a satisfação dos projetos desenvolvidos a partir do sentido de humanidade por Kant. Surge o romantismo como resultado da humanização do conhecimento e da expressão artística formadas por Kant e derivados em Fichte e Schelling.

Segundo Kant (2009, p. 66):

A imaginação (facultas imaginandi), como faculdade de intuições mesmo sem a presença do objeto, é ou produtiva, isto é, uma faculdade de exposição original do objeto (exhibitio originaria), que, por conseguinte, antecede a experiência, ou reprodutiva, uma faculdade de exposição derivada (exhibitio derivativa) que traz de volta ao espírito uma intuição empírica que já se possuía anteriormente.

[...]

A imaginação é (noutras palavras) ou poética (produtiva), ou meramente evocativa (reprodutiva). No entanto, precisamente por isso a imaginação produtiva não é criadora, pois não é capaz de produzir uma representação sensível que nunca foi dada a nossa faculdade de sentir, mas sempre se pode mostrar qual é sua matéria.

58 Texto original: “After Kant, imagination could not be denied a central place in the modern theories of

knowledge (epistemology), art (aesthetics) or existence (ontology) “Desde Kant não se nega mais a imaginação e a mesma passa a ter um lugar central nas teorias modernas do conhecimento (epistemologia), da arte (estética) ou da existência (ontologia)”.

A imaginação em Kant é uma faculdade capaz de unir o belo e o sublime sem conceituá-los e sem medi-los. A imaginação é o processo fluídico do homem que culmina na ascensão do Eu, ou seja, este processo criativo é, sem dúvida, um dos pontos notórios da centralidade do homem (como indivíduo, como unidade).

Kant (2009) classificou a faculdade imaginativa em três espécies: 1 – plástica; 2 – associativa e 3 – afinidade, tais distinções, posteriormente, influenciaram Goethe nos seus “Escritos sobre a Arte” e, conseqüentemente, alcançaram Humboldt.

Quanto à classificação das faculdades imaginativas Kant (2009, § 31) as diferenciam; assim, a faculdade imaginativa sensível plástica relaciona-se à intuição espacial que poderia ter origem natural (observando o mundo) ou antinatural (criando novos elementos no mundo).

Referente à faculdade imaginativa sensível associativa relaciona-se a intuição temporal (a capacidade de nos “deslocarmos” imaginativamente de um tempo a outro); quanto à faculdade imaginativa sensível de afinidade relaciona-se à homogeneidade originada da heterogeneidade, ou seja, dialeticamente as diferenças quanto ao pensar se convertem em unidade, o que posteriormente Hegel entenderia como a tríade dialética. Nas palavras de Kant (2009, p. 76):

Em sua heterogeneidade, entendimento e sensibilidade, se irmanam por si mesmos para a realização de nosso conhecimento, como se um tivesse sua origem no outro, ou ambos em um tronco comum, embora isso não possa ser assim, ao menos é para nós inconcebível como o heterogêneo pode nascer de uma e mesma raiz.

Em nota de rodapé (na mesma página) Kant explica:

“[...] O jogo das forças, tanto na natureza inerte quanto na viva, tanto na alma como quanto no corpo, repousa em decomposições e combinações de heterogêneos”.

Se o entendimento é o sublime e a sensibilidade é a beleza ambos partem de um lugar comum: o homem; assim, Kant que na Crítica da Razão Pura procura elementos que os isolem, na Crítica do Juízo revela-nos os elementos que os unem, sem que um seja comprometido com o outro.

A sensibilidade desperta os desejos, fomenta nos indivíduos situações inexplicáveis, enquanto que o entendimento é verificável. Em Kant a sensibilidade é por si a anuência do belo, trata-se de algo extremamente ESTIMULANTE.

Em sua obra “Antropologia de um Ponto de Vista Pragmático” Kant (2009, § 33, p. 78 - 79) escreveu:

Porque a imaginação é mais rica e fecunda em representações que os sentidos, ela se vivificará mais pela ausência que pela presença do objeto, se sobreviver alguma paixão, se algo ocorrer que reevoque na mente sua representação, a qual durante algum tempo parecia anulada por distorções. – Assim, um príncipe alemão, aliás um guerreiro rude mas homem nobre, para esquecer sua paixão por uma pessoa burguesa que habitava na residência de seu governo, empreendeu uma viagem a Itália, mas em seu regresso, ao ver pela primeira vez a casa dela, sua imaginação foi mais fortemente despertada que se tivesse mantido contato constante, tanto que cedeu sem hesitar à decisão, a qual também correspondeu felizmente a expectativa. – Essa doença, como efeito de uma imaginação poética é incurável: salvo por meio do casamento. [...]

A imaginação poética funda uma espécie de convivência com nós mesmos, embora meramente como fenômenos do sentido interno, mas segundo uma analogia com o externo.

Assim, os sentidos, enquanto parte da corporeidade, são inferiores quanto à capacidade representativa dos sentimentos, aliás, tais sentimentos são profundamente enraizados na condição não conceitual do belo, ou seja, quando esse príncipe alemão pensa na amada está sendo estimulado integralmente pelo belo, o qual é responsável direto pelas paixões, uma vez que as paixões são não conceituais.

Em Kant entendemos que o belo é uma força vivificadora, estimuladora e engenhosa que faz com que os que admiram o belo “prostem-se” diante do mesmo. Essa força “sobrenatural” estimulou os pensadores posteriores e os artistas a compreenderem o mundo a

partir do entendimento do sublime e do encantamento do belo. Humboldt desenvolveu muito bem isso ao descrever o sublime ancorado pela beleza.

Essa combinação do estímulo e da comoção frutificou na Alemanha com o movimento Sturm und Drang, muito bem delimitado e exemplificado na obra de Goethe “Os sofrimentos do jovem Werther” (1774).

Kant proporcionou aos artistas (pintores, escultores, poetas...) a liberdade como fundamento da arte, isto é, a arte fez-se autônoma, criada por seres únicos, por indivíduos capazes de irem além das imposições da natureza; assim, Kant fundamenta o papel do gênio, do homem que vai além do homem comum e cria coisas incomuns sem abandonar a universalidade do prazer e o entendimento do sublime. Kant faz o homem (neste caso o burguês e europeu) compreender sua essência: ser criador, ser gênio.

O gênio romântico é o herói clássico armado com tinta, cinzel, pena e pincel, trata-se do retorno do herói grego. A grande diferença é que esse heroísmo pode e deve ser copiado, não é exclusivo de seres fantásticos. Schopenhauer, segundo Lebrun (1993), teceu críticas severas a esse modelo de artista, pois havia o perigo da mediocridade, ser considerada genialidade.

A partir do momento em que o gênio não é mais sinônimo de limitação, ele se torna, por essência, o apanágio de alguns; se existem ideias às quais ele é o único a ter acesso, os contemporâneos [...] permanecerão fechados a elas. (LEBRUN, 1993, p. 455)

O gênio, conforme Kant, não era um líder que ditava regras, tratava-se de um ser que se reconheceu enquanto capaz de ir além da natureza, ao mesmo tempo em que camuflava sua genialidade na natureza e permitia que a mesma fosse externalizada.

Nestes ímpetos de liberdade a partir do individuo genial, Kant (2008) proporciona aos artistas e aos pensadores uma correlação significativa entre o gênio criador da

correlação motivou artistas e pensadores a compreenderem o mundo por meio da orgânica estética, ou seja, a beleza (criada) revela o que já se encontra por muito tempo revelado pela natureza na própria natureza.

A natureza é simultaneamente, para nós em conformidade a Kant, sublime e bela. A mesma somente pode ser revelada mediante a contemplação corporal através dos sentidos que estimulam e sublinham a ênfase em toda faculdade sensível imaginativa.

A relação kantiana da natureza e sua representação estética da conformidade a fins são compreendidas como natureza estética quando o sujeito representa um objeto, ao contrário quando o objeto é “maior” que o sujeito, ou seja, quando o objeto tem utilidade essa relação é entendida por Kant como validade lógica. (KANT, 2008, XLIII).

A natureza, nesta compreensão, é a constante intermediada por si e pelos outros, mesmo ela sendo a totalidade. Kant ao evidenciar o Eu não parte de um idealismo puro, já que o Eu é na verdade a manifestação da natureza (dialeticamente matéria e não matéria) e; assim, podemos nos reconhecer enquanto sujeitos por meio da natureza estética e pela validação lógica do mundo.

O grande mérito de Kant, para o pensamento futuro pensamento geográfico, foi harmonizar a subjetividade e a objetividade no homem por meio da compreensão do prazer, do desprazer, do belo, do feio, do funcional e do não funcional. Mapeou Kant, o pensamento e o comportamento humano que poderia (pode) ser demonstrado através do olhar, no nosso caso, entendemos que a paisagem é a unificadora das antinomias kantianas. Sabemos que isso não resume o pensamento romântico, mas indica-nos o caminho.

Se por um lado as obras de Kant anteriores a Crítica do Juízo proporcionavam relativa dicotomia (sujeito e natureza), nesta obra Kant apresenta o homem enquanto natureza e enquanto espírito.

Essa visão proporcionará aos literatos, pintores, escultores e compositores germânicos uma revolução estética apoiada na liberdade, na vontade e no sentimento.