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O Lócus da Prática: A Escola Estadual de Ensino Médio Gabriel de Almeida Café

2. O CONTEXTO DA PRÁTICA DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR NO AMAPÁ: análise do processo de “interpretação e reinterpretação” da política

2.2. O Lócus da Prática: A Escola Estadual de Ensino Médio Gabriel de Almeida Café

A história31 da Escola Gabriel de Almeida Café se confunde com a história da educação profissional do Estado do Amapá. Criada em 12 de setembro de 1949 pela Associação Comercial do Amapá, recebeu o nome de Escola Técnica de Comércio do Amapá e iniciou suas atividades no prédio da antiga Escola Industrial

31As informações sobre a história da Escola Gabriel de Almeida café foram extraídas de seu Projeto Político Pedagógico de 2010. De acordo com a gestora da escola o PPP da instituição encontra-se em fase de reformulação sobretudo para atender às ações que vem sendo implementandas por meio do Programa Ensino Médio Inovador.

de Macapá tendo como objetivo, formar técnicos em contabilidade para suprir as necessidades do Estado, carente de mão-de-obra qualificada nesta área.

Em 1956 mudou-se para as instalações da antiga Escola Normal de Macapá, onde permaneceu até 1960. Porém, o dilema da ausência de um prédio próprio levou ainda a escola a funcionar de 1961 a 1964 no prédio do então Palácio do Governo , na Praça Veiga Cabral, e de 1965 a 1969 no prédio da prelazia de Macapá, ainda como instituição particular, tendo já trocado o nome para Escola Técnica de Comércio do Amapá e funcionando com dois níveis de ensino: o Curso Ginasial (1ª a 4ª séries) e o curso técnico em contabilidade.

Em 19 de novembro de 1966 integrou-se à rede territorial de ensino por meio de convênio entre o extinto território do Amapá e a Associação Comercial do Estado, se instalando em 1969 no prédio da escola Barão do Rio Branco, na condição de Instituição Pública, quando mudou sua denominação para Colégio Comercial do Amapá. Em julho deste mesmo ano passou a funcionar definitivamente em prédio próprio, na Av. FAB no 91, bairro central, onde permanece até os dias de hoje. Em 28 de dezembro de 1982, o Colégio Comercial do Amapá passa a chamar-se Escola Comercial Gabriel de Almeida Café, em homenagem a seu idealizador32.

No início de 1993, a Lei Estadual no 0138 autorizou o poder executivo do Amapá a efetuar mudanças na denominação das escolas da rede pública Estadual de Ensino e esta instituição passou a se chamar Escola Estadual Professor Gabriel de Almeida Café. No ano seguinte iniciou a extinção gradativa do ensino fundamental para atender, exclusivamente, as demandas de nível médio, tendo concluído a extinção em 1998.

Esta escola nasceu para atender às demandas por ensino profissionalizante do setor comercial do Estado do Amapá e, chegou a ofertar curso de Técnico em Secretariado, Técnico em contabilidade e Técnico administrativo (este, posteriormente denominado de Técnico em administração). Em 1996 foi implantado o Ensino Médio Regular na Escola que se tornou o principal alvo das matrículas nesta etapa de ensino desde então.

Deste momento em diante os cursos técnicos foram sendo extintos cedendo lugar para o ensino propedêutico, predominantemente. Em 2003 e 2004 a escola

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passou por ampla reforma e ganhou espaço para a modalidade Profissional Integrada ao ensino Médio onde passou a funcionar o curso Técnico em Administração, que permanece até os dias atuais e tem grande procura pela comunidade. Anualmente os alunos deste curso realizam uma “Feira de Negócios”, evento bastante conhecido entre estudantes de ensino médio de Macapá, momento em que expõe os resultados das atividades realizadas ao longo do ano letivo, simulando propostas de empreendimento local.

O Censo Escolar de 2013 registrou 2.127 alunos matriculados na modalidade regular, sendo estes os que estão cursando esta etapa de ensino experimentando a organização curricular orientada pelo Programa Ensino Médio Inovador, a maioria deles reside em bairros periféricos33 próximos ao centro da cidade de Macapá, onde está localizada a instituição.

São 212 os funcionários registrados no Censo. Com relação à infraestrutura, a unidade escolar apresenta salas de aula amplas; biblioteca; laboratório de informática; laboratório de ciências; sala de leitura; sala de atendimento especial; sala de acolhimento para professores; salas para a direção e coordenação pedagógica; secretaria escolar; banheiros; quadra poliesportiva; refeitório. Um prédio grande com áreas de circulação entre as salas de aula, localizado em uma das principais avenidas da cidade de Macapá, nas proximidades da Secretaria Estadual de Educação.

Seu Projeto Político-pedagógico encontra-se em fase de reformulação. Em 2010 houve a última alteração no documento para possibilitar a adesão ao ProEMI, porém, as demandas do contexto escolar nos últimos quatro anos, sobretudo em relação aos desdobramentos deste Programa na escola fez com que a comunidade escolar precisasse promover essas mudanças34.

Como resultado de algumas ações curriculares de inclusão digital e uso de mídias escolares a partir de 2010, alunos criaram canais virtuais35 de comunicação

33 Perpétuo Socorro, Santa Inês, Pacoval, Muca, entre outros. (PPP- Escola Gabriel de Almeida Café, 2010).

34 Esta informação nos foi dada pelo Coordenador do ProEMI nesta escola, professor Armando Sergio, em um dos momentos em que fomos à instituição solicitar cópia de documentos para nossa pesquisa.

35https://www.facebook.com/escolaestadualgabrielalmeidacafe

;http://gabrielalmeidacafe.blogspot.com.br/ ; https://www.facebook.com/pages/Quarta-Cultural-na- Escola-Estadual-Prof-Gabriel-Almeida-Caf%C3%A9/718035878242671?fref=ts ;

para socialização das atividades desenvolvidas na escola36. Fotografias, relatos de experiências, vídeos produzidos pelos próprios estudantes podem ser visualizados nesses endereços eletrônicos.

Fig. 1 - Fachada da Escola Gabriel de Almeida Café

Fonte: Página da Escola Gabriel de Almeida Café no Facebook37.

2.3 A Integração curricular enquanto pressuposto para um currículo inovador