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piro é para o crente vivo: um parasita; um monstro que se alimenta, e corrompe e imita. Mas ao fazê-lo, os Santificados fazem a vontade de Deus. Produzem as provas e perseguições que refinam os fiéis e eliminam os descrentes. Enviando os fiéis à direita de Jesus, um lugar negado aos condenados. Um teólogo da Lancea et Sanctum, uma vez chamou a organiza- ção “da terceira versão de Judas”, os verdadeiros traidores que são piedosos demais para permitir-se o consolo de Deus.

A relação ambivalente dos Santificados com seus reba- nhos é um exemplo disso. Enquanto mantem uma regra secular de não adorarem junto com os vivos, os pastores vam- píricos fazem tudo o possível para garantir a sobrevivência destas igrejas, caçando aqueles que perseguem ou ferem de alguma forma a igreja dos vivos com uma terrível malicia. Mas também acreditam que devem manter o rebanho forte. Usando o medo, um monstro Santificado mante os filhos da Mãe Igreja de saírem do caminho correto: adolescentes estão aterrorizados em manter sua virgindade pelos monstros que caçam amantes; um sacerdote abusivo é alimentado, e em seguida o levam ao suicídio; uma família se assusta por pesadelos e portentos sobrenaturais, para manter-se na igre- ja. Com as tentações, os monstros eliminam os fracos: um vampiro brinca com as dúvidas de uma freira, a dirigindo há experimentação e adição, a seguir a prostituição e finalmente a viver nas ruas e morte; é dada a oportunidade de um evan- gelista de televisão desviar fundos de um orfanato; o líder de um grupo de estudo da bíblia é tentado a perdição por uma bela mulher sombria. Com uma frequência alta, aqueles que são pegos nas tentações dos Santificados se tornam a próxima geração de Santificados, erguendo-se da tumba para satisfazer o imperdoável.

Os devotos da Lancea se consideram como o centro moral da Família. São membros do clero que ministram aos leigos das outras coalizões, que se limitam a assistir seus serviços.

Esse é o meu sangue.Fazeis isto em minha memória

ou eu não permitirei que você esqueça disto.

A Lancea et Sanctum

Os monstros divinos da Lancea são arquivistas e bibliote- cários da Família. Da mesma forma que os monges medievais eram guardiões do conhecimento, os Santificados são os que mantem os registros mais antigos da Família e as cidades com uma importante presença Santificada possuem uma Coleção Negra de histórias, diários e textos sagrados. Uma pequena prensa da Lancea et Sanctum existe - A Sociedade para Pro- mulgação da Doutrina Longina - produz a impressão de tex- tos sob demanda para difusão entre mortos (e somente entre os mortos). O mais significativo desses textos é o Testamento

de Longinus, a bíblia dos vampiros. Por suposto, ao igual que

seus correspondentes medievais, os bibliotecários da Lancea et Sanctum suprimem ou destroem a maioria de livros que mantem, além de manterem artefatos e textos fora de bisbi- lhoteiros, tantos vivos como mortos.

De onde viemos: Longinus, o centurião que perfurou as

costelas de Cristo, foi (diz nossa tradição) transformado pelo sangue derramado do Salvador, e se tornou único entre os mortos, um vampiro diferente dos outros. Compilando o

Testamento de Longinus, um testamento para os mortos um

reflexo do Novo Testamento dos Vivos, os discípulos de Lon- ginus fundaram uma igreja vampírica que muitos mortos ain- da seguem, a lancea et sanctum, a capela e a lança.

A “Capela” representa a igreja fundada pelos seguidores de Longinus; a “Lança” é a lança que perfurou Cristo, que agora é vista como uma metáfora para o papel da igreja como uma espinha no lado da igreja dos vivos, e da consciência

moral da igreja dos mortos.

Foi a Lancea que presidiu a queda da Camarilla, o len- dário governo vampírico da antiga Roma, e junto com o Invictus construíram em cima das decadentes fundações da Camarilla, foram a força primária do movimento do gover- no da Família. Foi um Bispo Santificado de Constantinopla que criou as Tradições, e foi a Lancea que aplicou a prática da Máscara. São seus os textos mais antigos da Família. O Iluminismo trouxe a ascensão de novas coalizões – os Car- tianos, a Ordo Dracul – e suas novas formas; e retidão da Lancea na mente dos mortos diminuiu, ao igual que a Igreja começou a fraquejar. Quando o Círculo da Anciã se unifi- cou e se converteu em uma coalizão em si própria, a Lancea se transformou mais uma vez, em apenas mais uma coalizão entre tantas outras. No entanto, não subestime a força da igreja dos mortos. A fé continua sendo uma poderosa força de movimento de milhões de vidas, e onde existem expressi- vos números Cristãos, os Santificados estão.

Nossas práticas: a Lancea trata, em quase tudo que faze-

mos, de manter as velhas formas, para manter as coisas como são, ou como os Santificados crêem que deveriam ser. Mes- mo que um Santificado leve o caos e a tragédia a uma comu- nidade de vivos, sua intenção é evitar as grandes mudanças.

A pregação Santificada. Cremos que todos os membros da Família existem no contexto da Eterna Igreja de Longinus: os sacerdotes e teólogos (Lancea et Sanctum), os leigos (todos

de fora da coalizão que respeitam e seguem os sacramentos), e os duplamente amaldiçoados os hereges (o resto, principal- mente o Círculo da Anciã). Por isso nos comportamos como uma igreja, organizando serviços, e o porquê de interferi- mos na política temporal dos Amaldiçoados – pois facilitam nossos fins, e alguns consideram a mais conservadora das coalizões. Este conservadorismo nos leva a conflitos com o Círculo da Anciã, cuja sínteses neo-pagã é tudo aquilo que os Santificados vêm como heresia e apostasias amargas deixam um sabor amargo.

O estudo santificado, e este estudo oferece perigo, pois é o momento em que buscamos e adquirimos documentos histó- ricos e artefatos – ou os destruídos e todas suas evidencias. As verdades que a Lancea procura são perigosas, e muitos neófi- tos já receberam pedidos para protegerem, roubarem ou des- truírem todo tipo de verdade sem descobrirem que verdades são. Um livro. Um fêmur. Um canino petrificado, alongado e taladas em pequenas letras latinas com a Malediction 19:6 – “eu me empanturro na sua hipocrisia”. Um recipiente de pó. Uma maça incorruptível de dois milênios de antiguida- de. Uma pena de coruja em um relicário de ouro. Uma praga selada, por séculos, mais ainda com um enxame de moscas vivas. Um caixão que contem algo antigo e dormindo, cujo conhecimento oferece uma terrível ameaça para os líderes da coalizão, mas seu poder demanda que não seja perturbado.

Um aspecto importante do estudo é a feitiçaria tebana, os milagres sombrios são ensinados desde os antigos cenobitas egípcios. Os maiores segredos de nossa feitiçaria são conhe- cidos pelos sacerdotes da Lancea – segredos passados com moderação.

Os Santificados também manipulam os líderes de igrejas e congregações para seus próprios fins. Poderíamos enviar um neófito tentar a um ministro da fé com sexo ou drogas, ou coisas mais escuras. Ou sussurrar ao ouvido de um evan- gelista na noite, para melhor controlar a política da cidade. Um local de alimentação benéfica da igreja é um bom lugar para se esconder e fácil fonte de sangue; um protesto na fren- te de uma clínica de abortos cria uma ótima distração para roubar sangue e drogas; umas poucas gotas de Vitae no jarro de vinho consagrado, e a comunhão privada celebrada com o chefe do crime organizado se torna um meio de controla-lo.

Laços com humanos são uteis, pois são importantes para nós, talvez mais importantes que em outras coalizões, exceto pelos Cartianos. Não há outra maneira de encontrarmos o conhecimento que buscamos, suprimimos e usamos.

Alcunhas: O Segundo Estado (pelo Invictus); os Santifi-

cados (dentro da coalizão); a Eterna Igreja (antiquado); os Juízes (geralmente depreciativa).

Conceitos: freira assustadora, pregador apocalíptico das

ruas, estudante do evangelho, abandonado desiludido, con- selheiro da igreja, gerente noturno de orfanato, profissional da classe média da Pentecostal, enfermeira, solteiro de meia-i- dade rígido ou solteira da paróquia, serial killer “reformado”, entusiasta antigo de BDSM, bibliotecário.

Quando estamos no poder: em alguns lugares do mundo

– Roma e o Vaticano, Seul e algumas partes da América do Sul, por exemplo – os Santificados tem um enorme poder. Nestas cidades, a luva de seda em nossos punhos se faz do mais forte aço. Eucaristia longuinas são usadas para criar la- ços de sangue, e algumas cidades Santificadas, quase todos os vampiros são escravos do Bispo. Mesmo nesses lugares temos que usar um príncipe que pertença ao Invictus ou (mais ra- ramente) aos Cartianos, que são em todos os aspectos uma marionete Santificada, que põe seu nome as ordens e coman- dos. A Lancea et Sanctum não, diz o Bispo, manda: ela pede. Cabe aos poderes temporários comandar, e os Santificados recomendam.

Quando estamos em problemas: na aurora do cristianis-

mo eram tempos de perseguições. Nas cidades onde somos fracos, são onde o rebanho cristão é perseguido (por exem- plo, Pyongyang ou Abu Dhabi) ou são uma minoria numa cidade secular (como no caso das cidades de Estocolmo ou Tallinn). Porém, nestes lugares é onde os Santificados são mais ferozes. Somos secretamente ciumentos e abertamente depreciativos das outras coalizões, travando guerras silen- ciosas contra os poderosos vampiros. Cuidamos e protege- mos nossos rebanhos daqueles que os matariam, e trazendo vinganças terríveis contra as autoridades que os perseguem. Quando contra a parede, os Santificados encontram seu ver- dadeiro significado. Quando ameaçados, realmente cremos que fazemos a vontade sombria de Deus.

“A parte mais emocionante de um Ninho de Dragão é que nunca se sabe o que vais conseguir”, digo-lhe.

Richard Poderia-ser-Rei me olha, com uma sobrancelha erguida. Seu sorriso – sua expressão habitual – treme. De certo modo eu gosto de Richard, mas sei que é uma má no- tícia. É novo, veja. Um pouco irregular. Todo, oh posso ter um

nome místico agora? E quando vou aprender as coisas boas?

Entusiasta demais. E um pouco disposto demais para falar com as pessoas sobre isso. Assim, o Sr. Kogaion disse que era hora de levá-lo a um ninho de dragão. Ver do que está feito.

“Você está mal, Frances? ”, ele diz.

“Você não está impressionado. Posso dizer. ” “Se trata de um centro de lazer”.

Rich, Rich, você está muito molhado atrás das suas ore- lhas. Sim isto é um centro de lazer. De fato, é um centro de lazer fechado pela Câmara Municipal, devido a um abalo estrutural e a uma mulher de 55 anos, que foi assassinada quando parte do teto espontaneamente caiu sobre sua cabe- ça no momento em que ia deixar o remo seco.

Se tivesse sabido quando parar.

Assim que não há luz aqui, e faz apenas três meses que foi fechado – não com poucas controvérsias e com as eleições próximas – ninguém moveu o equipamento do centro. Está parado aqui, apodrecendo. Algum metal está oxidado nas bordas. Está coberto de camadas de pó que ficam mais es- pessas como o tempo. Parece que foi fechado por anos. Rich parece não perceber o importante que isto é. Suponho que não tenha visto nada além do estúpido disco periférico. Mas, não há aranhas. Não há insetos. Nada vivo.

Tenho meus dedos sobre o corrimão de uma esteira de caminhada, deixando um rastro na poeira, que se fixa no meu dedo. Como eu retiro ele, uma fagulha de eletricidade estática golpeia minha mão. Eu uivo, e espero que Rich não me tenha ouvido. Provavelmente não. Ventrue. Praticamente surdo. Olho o entorno, tentado parecer que não foi um aci- dente e sim que eu descobri algo.

“Ah”, digo, ainda chupando o dedo. “Vê aquilo? ”. “Não”.

Esqueci. Ele não pode enxergar no escuro como eu. Eu acendo minha tocha e mostro a parede. Grafite. Quatro li- nhas inclinadas para baixo em uma espécie de U ao contrá-

rio. Nos aproximamos dele lentamente. “Sabe o que é isso? ”, diz Rich.

“É um sinal na parede”, digo. “É um sinal” “Bom, sim”, está impaciente. “Mas, para quem? ”. “Não sei”, digo. “Mas não pode sentir? Não sente o poder no ar? A eletricidade? As energias? Os cabelos do pescoço arrepiados. Logo a forma em que seus pés se movem como... como... travado”.

“Travados”.

Eu estava passando bem. Ele só me olhava, em pé em meio de equipamentos de ginástica em decomposição com estas assombrosas energias e ele não faz a mínima ideia.

“Eu nem sei o que estamos fazendo aqui”, diz.

“Bem, é tipo, você sabe, é saudável saber o que exatamente está esperando aqui. Quero dizer, não tenho a menor ideia, mas, bem temos que descarregar a pequena fissura. Que faça suas coisas. Então poderemos saber se podemos usar o lu- gar”.

Posso escutar os passos. Acima de nos. No andar superior. Posso cheirar o ozônio e a podridão seca. Quase posso ver, ou posso ver os indícios dele, o caminho de meses, das teias se desfazendo em seu caminho, o crepitar de algo letal e velho. Eles não me chamam da Rainha dos olhos por nada. Na rea- lidade, não me chamam disso.

Mas é o que sou.

“Espere um minuto. Ao que te refere com descarregarrrr?” Rich não termina a frase. Eu já parti, ocultando-me nas som- bras, da vista e do teto pouco confiável, que cai nele e alguém enorme e largo e lampejos de eletricidade e enormes punhos de tijolo, com pedaços de metal. A carne morta que não está morta. Gritos incoerentes. O som de rasgamento.

Não é agradável de ver, mas eu continuo aqui. Rich dá seu melhor golpe, abençoado. E temos a resposta para a pergunta se poderia ser rei... bem, poderia ser.

Má sorte Rich.

Porque unir-se a Ordo Dracul: você quer enganar a mor-

te corretamente. Crês que pode melhorar. Quando estavas vivo, desejavas ser um vampiro. Você acreditava que ser um vampiro seria maravilhoso, e de certa forma o é. Desejas vol- tar à vida, mas melhor que um humano. Você está aterrori- zado do mundo oculto. Temes o poderoso que poderias ser.

Eu irei cuspir no olho de Deus. E ele irá permitir isto.

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