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De acordo com a Portaria DNAEE no 760, de julho de 1976, a projeção de consumo da classe comercial agrega o consumo de atividades voltadas ao comércio ou à prestação de serviços em geral, como por exemplo, lazer, educação, saúde, entre outras. Para fins de projeção, esta classe tem sido desagregada em dois segmentos: comercial especial (grandes consumidores) e comercial tradicional, conforme mostra a Figura A.2.

Figura A.2 Projeção de consumo da classe comercial: metodologia tradicional.

Fonte: retirada de Castelo Branco (2003).

O critério adotado para a desagregação do consumo comercial é o mesmo adotado para a classe industrial.

A crescente utilização de eletrodomésticos, a difusão da climatização de ambientes, a disseminação do uso de computadores pessoais para uso doméstico ou profissional, associada à descentralização dos ambientes de trabalho, entre outros fatores, faz com que o consumo comercial tradicional (consumo tradicional) apresente alto grau de correlação com o consumo da classe residencial. Isto explica porque o consumo comercial é projetado por correlação com o consumo residencial, levando em conta, também, a tendência histórica do segmento.

O incremento de demanda associado a programas especiais de incentivos, seja de origem governamental (universalização, p. ex.), seja estimulado por setores comerciais e industriais (implantação de shopping centers, p. ex.) em geral não se enquadram no consumo tradicional e devem ser estimados de forma individualizada. Deste modo, esta demanda é projetada por analogia com outros estabelecimentos (centros comerciais, p. ex.) do mesmo ramo de atividade e posteriormente agregado à projeção global do segmento tradicional.

Projeção de Consumo da Classe Comercial Consumo Global Desagregação por Segmento Consumo Tradicional Consumo dos Grandes Consumidores

A demanda de grandes consumidores (consumo especial) é projetada a partir de resultados de pesquisas junto aos clientes. Alternativamente, podem ser utilizados os valores de contrato de suprimento destes consumidores junto à concessionária local, para o horizonte destes contratos; para os anos seguintes, esta demanda é projetada por correlação com o consumo residencial.

Define-se abaixo o fator de correlação do consumo tradicional.

i i i CRH CCtH Corel = N Corel FCorel N i i

= = 1 Onde:

FCorel= Fator de correlação do consumo comercial tradicional com o residencial;

i

Corel = Correlação correspondente ao ano i ; =

i

CCtH Histórico do consumo da classe comercial tradicional ano i [MWh];

i

CRH = Histórico do consumo da classe residencial no ano i [MWh];

N = Número de anos da série histórica [anos]; e i = índice do ano.

A projeção da classe comercial tradicional é, então, definida a partir da projeção residencial e de sua respectiva correlação:

FCorel CR Et CCti = i+ i. Onde: i

CCt = Consumo industrial tradicional projetado para o ano i [MWh];

i

Et = Externalidades do consumo tradicional no ano i [MWh];

(32)

(33)

i

CR = Consumo global da classe residencial [MWh]; e

FCorel= Fator de correlação do consumo comercial tradicional com o residencial.

Para a elaboração do cenário da classe comercial especial, são necessários cenários de demanda e fator de carga. Calcula-se a projeção do fator de carga utilizando sua taxa de crescimento. A taxa de crescimento é definida em (35), e é calculada para o consumo na ponta e fora dela. Tem-se, portanto, taxas distintas de crescimento para o consumo de ponta e fora de ponta, já que, apesar do cálculo ser efetuado da mesma maneira, os valores das séries são distintos. O cenário da demanda da classe especial até o sexto ano é fornecido pelos próprios consumidores, e nos anos subseqüentes é considerada nula. Também se faz distinção entre demanda na ponta e fora dela.

1 = i i i FC FC TaxaFC Onde: i

TaxaFC = Taxa de crescimento do fator de carga no ano i ;

i

FC = Fator de carga do ano i ; e

1

i

FC = Fator de carga do ano i−1.

A projeção da classe especial subdivide-se em projeção na ponta e projeção fora da ponta. Sendo assim, calculam-se dois fatores de correlação com o residencial, um para consumo na ponta, definido em (36), e outro, fora, definido em (37).

i i i CRH CCeHp Corelp = i i i CRH CCeHf Corelf = Onde: (36) (35) (37)

i

Corelp = Correlação para consumo na ponta correspondente ao ano i ;

i

Corelf = Correlação para consumo fora da ponta correspondente ao ano i ;

i

CCeHp = Histórico do consumo de ponta da classe comercial especial no ano i [MWh];

i

CCeHf = Histórico do consumo fora de ponta da classe comercial especial no ano i [MWh]; e

i

CRH = Histórico do consumo da classe residencial no ano i [MWh].

Calcula-se, de forma análoga ao consumo tradicional da classe, os fatores de correlação, definidos em (38) e (39). N Corelp FCorelp i i

= = 1 N Corelf FCorelf N i i

= = 1 Onde:

FCorelp= Fator de correlação do consumo comercial especial com o residencial na ponta; FCorelf = Fator de correlação do consumo comercial especial com o residencial fora da ponta;

i

Corelp = Correlação para consumo na ponta correspondente ao ano i ;

i

Corelf = Correlação para consumo fora da ponta correspondente ao ano i ; e

A = Número de anos da série histórica [anos].

Definidas as varáveis necessárias, segue-se para a projeção do consumo comercial especial na ponta e fora dela. Para os seis primeiros anos da projeção, as equações (40) e (41) definem, respectivamente, o consumo na ponta e fora dela.

(38)

i i i i i Exp FCp Dp Hp CCepA = + . . i i i i i Exf FCf Df Hf CCefA = + . . Onde: i

CCepA = Consumo comercial especial na ponta para os seis primeiros anos correspondente ao ano i [MWh];

i

CCefA = Consumo comercial especial fora da ponta para os seis primeiros anos correspondente ao ano i [MWh];

i

FCp = Fator de carga na ponta no ano i;

i

FCf = Fator de carga fora da ponta no ano i;

i

Hp = Número de horas na ponta no ano i [horas/ano];

i

Hf = Número de horas fora da ponta no ano i [horas/ano];

i

Dp = Demanda na ponta contratada para o ano i [MW];

i

Df = Demanda fora da ponta contratada para o ano i [MW];

i

Exp = Expansão na ponta no ano i [MWh]; e

i

Exf = Expansão fora da ponta no ano i [MWh].

Para os anos consecutivos, utilizam-se as fórmulas (42) e (43). FCorelp CR CCepBi= i. FCorelf CR CCefBi= i. Onde: i

CCepB = Consumo comercial especial na ponta para os anos subseqüentes aos seis primeiros de projeção correspondente ao ano i [MWh];

(40) (41)

(42) (43)

i

CCefB = Consumo comercial especial na ponta para os anos subseqüentes aos seis primeiros de projeção correspondente ao ano i [MWh] ;

FCorelp= Fator de correlação do consumo comercial especial com o residencial na ponta; e FCorelf = Fator de correlação do consumo comercial especial com o residencial fora da ponta.

Somam-se todos os consumos para se ter o consumo da classe comercial, conforme a equação (44). i i i i i i

i CCt CCepA CCefA CCepB CCefB Ee

CCet = + + + + +

Onde:

i

CCet = Consumo da classe comercial sem a eficientização no ano i [MWh];

i

CCt = Consumo industrial tradicional projetado para o ano i [MWh];

i

CCepA = Consumo comercial especial na ponta para os seis primeiros anos correspondente ao ano i [MWh];

i

CCefA = Consumo comercial especial fora da ponta para os seis primeiros anos correspondente ao ano i [MWh];

i

CCepB = Consumo comercial especial na ponta para os anos subseqüentes aos seis primeiros de projeção correspondente ao ano i [MWh];

i

CCefB = Consumo comercial especial na ponta para os anos subseqüentes aos seis primeiros de projeção correspondente ao ano i [MWh]; e

i

Ee = Externalidades dos grandes consumidores no ano i [MWh].

Para finalizar a projeção, adiciona-se ao modelo a eficientização, chegando ao consumo global final da classe, definido na expressão (45).

i i i i CCet CCet Ef CC = + . (45) (44)

Onde:

i

CC = Consumo global final da classe comercial referente ao ano i [MWh];

i

CCet = Consumo da classe comercial sem a eficientização no ano i [MWh]; e

i

Ef = Eficientização da classe comercial no ano [%].

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