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Segundo Christopher (1998), “sob o ponto de vista do cliente existe apenas um tempo: o tempo decorrido desde a colocação do pedido pelo cliente até a entrega do produto”. Para o autor, esta é, certamente, uma variável competitiva, à medida que um número cada vez maior de mercados está se tornando mais competitivo em relação ao tempo. Assim, o lead time sob a perspectiva do cliente ocorre quando se pretende medir o tempo desde a solicitação do produto pelo cliente até sua entrega ao mesmo. Algumas vezes é chamado de tempo de ciclo do pedido. O tempo do ciclo de pedido tem como input a declaração das necessidades do cliente, mais conhecida como pedido (informação), e como output a entrega de um pacote de valor ao cliente, composto de produtos e serviços associados.

Gaither e Frazier (2004) afirmam que “durante muitos anos as empresas manufatureiras procuraram oferecer produtos com maior valor pelo menor custo. Agora, as empresas de ponta oferecem produtos com maior valor pelo menor custo com um menor tempo de resposta.”

De fato, o tempo tem se destacado como a dimensão predominante no ambiente competitivo atual, onde para muitas empresas o nome do jogo é competição baseada no tempo. Por isso, uma resposta rápida às demandas de mercado se constitui uma vantagem competitiva poderosa e sustentável. Assim, para competir nesse novo ambiente, o ciclo do pedido do cliente deve ser drasticamente reduzido.

Segundo Gaither e Frazier (2004),

“A melhor forma de se fazer isso é através da manufatura JIT. Esta filosofia de produção é um sistema que agiliza de tal

forma a produtos que nenhuma outra forma de produção é capaz de competir. Na manufatura JIT, a cultura fundamental da organização deve modificar-se de uma cultura que enfatiza a utilização da mão-de-obra e máquinas para uma que se concentre na velocidade. A velocidade de produção é obtida reduzindo-se drasticamente o lead times de manufatura. A aplicação de seus princípios universais aos sistemas produtivos permite a obtenção de fluxos de materiais contínuos, o que resulta em níveis menores de inventário em processo e tempos de entrega mais rápido, com alta flexibilidade, baixo custo e alta qualidade.”

Já Stalk (1988), considera “o tempo como uma importante fonte de vantagem competitiva para as empresas em seus processos produtivos, na introdução e desenvolvimento de novos produtos e na distribuição e venda dos mesmos.” Dessa forma ele coloca o tempo como uma variável fundamental do desempenho dos negócios, ou seja, assim como o custo, o tempo também é quantificável e por isto administrável.

Segundo Stalk (1988),

“As empresas devem estar estruturadas para produzirem respostas rápidas aos seus clientes, concentrando-se na eliminação de atrasos e conseguindo com isto atrair novos clientes. Aumentar a velocidade com que o fluxo de materiais e informações passa através de uma empresa, a torna mais enxuta e produtiva, além de aproximar as necessidades do cliente e a resposta da empresa dando maior satisfação ao consumidor e menor complexidade para a empresa.

Slack (2001), divide as vantagens baseadas em tempo em dois grupos: as vantagens externas e as vantagens internas.

A vantagem externa é que “os principais benefícios da rapidez de entrega é que ela enriquece a oferta, ou seja, quanto mais rápido os produtos e serviços estiverem disponíveis para os consumidores, mais provável é que eles venham a comprá-los.”

Já os benefícios internos são vários, como podemos observar abaixo:

 ·Redução das atividades em base especulativa com a

redução de tempo no fluxo das operações;

 Obtenção de melhores previsões, pois os eventos futuros

mais próximos são mais fáceis de serem previstos;

 Redução de estoques tanto de processo, como de

matérias primas e de produto acabado, proporcionando ainda economia de espaço;

 Redução de custos com a diminuição das despesas

indiretas e dos estoques;

 Exposição de problemas, pois os gargalos e elos fracos

da cadeia são expostos e devem ser melhorados;

 Confiabilidade com relação aos prazos de entrega e à

qualidade fornecida;

 Disponibilidade de tempo, uma vez que a empresa pode

utilizar o tempo ganho de outra forma, por exemplo, em planejamento;

 Aumento da competitividade da empresa no seu

mercado de atuação e;

 Aumento da flexibilidade de suas operações (produtivas,

compras, distribuição e vendas).”

Um modelo proposto por Fine (1998) em seu livro Clockspeed mostra como as empresas podem acelerar suas operações focando um dos grandes desafios para as empresas hoje: melhorar a coordenação e integração das atividades, ou seja, a busca da integração total de todo o processo produtivo numa cadeia de valor. Ele apresenta o modelo de projeto em 3 dimensões (3-D) integrando

os projetos de produto, processo e cadeia de suprimentos. Através deste modelo, derivado da engenharia simultânea, busca-se simultaneamente trabalhar além do projeto do produto e do processo, a cadeia de valor de um determinado produto. Desta forma as empresas podem acelerar suas operações atuando principalmente no aumento do grau de integração com seus fornecedores; na redução do ciclo de produção, não só através da integração dos vários departamentos, mas também com a identificação e atuação nos gargalos, redução de setups, eliminação de retrabalho e redução do estoque em processo; acelerar vendas e distribuição, eliminando atrasos e utilizando sistemas eletrônicos para troca de dados e informações com clientes e, por fim, acelerar o tempo de introdução de novos produtos atuando fortemente no desenvolvimento do produto, no gerenciamento destes novos projetos e na tomada de decisões.