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A preocupação ambiental tem estimulado o estabelecimento de diretrizes para a gestão adequada dos resíduos da construção. Conforme sintetizado no Quadro 6, que explana as principais normas que direcionam órgãos públicos e empresas privadas para o bom funcionamento do gerenciamento do RCC, o Decreto nº 7.404/10 (BRASIL, 2010b) e a Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010a) tratam, a nível federal, da implantação do sistema de logística reversa dos resíduos sólidos, dentre os quais se inclui o RCC. Além disso, a Resolução do CONAMA nº 307/2002 (BRASIL, 2002) trata especificamente sobre o Plano Integrado de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), que preza pela ação prioritária de não geração de resíduos, seguida secundariamente da redução, reutilização, reciclagem e destinação final do RCC, além de conter a classificação dos resíduos e diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos RCC.

Quadro 6 – Principais normas ambientais federais, estaduais e municipais.

Legislação Federal Decreto nº 7.404 de

23 de dezembro de 2010

Regulamenta a Lei nº 12.305/2010, cria o Comitê Interministerial da PNRS e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Dentre outros aspectos, aborda a necessidade de o gerenciamento de resíduos sólidos observar a tentativa de não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010b).

Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010

Institui a PNRS, apresentando seus princípios, objetivos e instrumentos, além de diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Aborda o processo de logística reversa e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, por meio de atribuições individualizadas e encadeadas dos stakeholders para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos (BRASIL, 2010a).

Resolução CONAMA nº 307 de

5 de julho de 2002

Estabelece a criação do PGRCC, que deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental por meio da incorporação de ações como, por exemplo, a proibição da disposição dos resíduos em locais não licenciados e a ação prioritária de não geração de resíduos, seguida secundariamente da redução, reutilização, reciclagem e destinação final, entre outras. Contém classificação dos resíduos de acordo com sua natureza e capacidade de serem reciclados. Instaura diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos RCC. Por exemplo, atribui aos geradores a responsabilidade pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos (BRASIL, 2002).

Legislação Estadual

Decreto nº 26.604 de 16 de maio de 2002

Regulamenta a Lei nº 13.103. Atribui a responsabilidade de destinação e gerenciamento do RCC ao proprietário do imóvel; ao construtor; àqueles que prestem serviços de coleta e/ou disposição de RCC. Segundo o Decreto, geradores de RCC deverão elaborar e implementar, por ocasião do licenciamento ambiental ou renovação, PGRCC com, no mínimo, segregação dos resíduos na fonte geradora; coleta seletiva; transporte; destinação final. Isenta da apresentação desse plano os geradores de resíduos que executarem obras pequenas e/ou reparos gerais (CEARÁ, 2002).

Lei nº 13.103 de 24 de janeiro de 2001

Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e define diretrizes e normas de prevenção e controle da poluição, para a proteção e recuperação da qualidade do meio ambiente e a proteção da saúde pública. Com relação ao RCC, atribui aos geradores a responsabilidade de elaboração e a implementação de plano de gerenciamento de resíduos da construção civil, que deve conter detalhes sobre transporte, tratamento e destinação final dos resíduos às Centrais de Tratamento de Resíduos devidamente autorizadas e licenciadas pelos órgãos ambientais competentes. Também exige que o

gerenciamento do RCC, desde a geração até a disposição final, seja feito de forma a atender os requisitos de proteção, preservação e economia dos recursos naturais, segurança do trabalhador e da saúde pública (CEARÁ, 2001).

Legislação Municipal

Decreto nº 10.696 de 2 de fevereiro de

2000

Regulamenta a obrigatoriedade de apresentação de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que consiste em documento integrante dos processos de credenciamento, por meio do qual se indicam e descrevem as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos no âmbito de cada credenciado, abrangendo aos aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, para proteção à saúde pública e ao meio ambiente (FORTALEZA, 2000).

Lei nº 10.304 de 28 de abril de 2015

Estabelece conceitos, infrações e penalidades relativas à gestão de RCC (FORTALEZA, 2015a). Por exemplo, determina grandes geradores, em que se incluem as construtoras, aqueles que produzem volume de resíduo igual ou superior a 50 litros por dia. Estes se tornam responsáveis pelo custeio da segregação prévia, acondicionamento, transporte interno, armazenamento, coleta, transporte externo, tratamento e destinação final do RCC. Também atribui a empresas ou geradores cadastrados e credenciados pelo Município de Fortaleza ou agente por ele delegado a coleta, o armazenamento, o transporte, o tratamento e a destinação final dos resíduos.

Lei nº 8.408 de 24 de dezembro de 1999

Estabelece normas de responsabilidade sobre a manipulação de resíduos produzidos em grande quantidade, dentre os quais se inclui o RCC. Associa coleta, armazenamento, tratamento e destinação final de resíduos a empresas devidamente cadastradas e credenciadas. Instrui acerca da classificação dos resíduos, MTR, fiscalização e penalidades (FORTALEZA, 1999).

Fonte: Elaborado pela autora.

O Decreto nº 26.604/2002 (CEARÁ, 2002) e a Lei nº 13.103/2001 (CEARÁ, 2001), no âmbito estadual, regulamentam a Política Estadual de Resíduos Sólidos. A nível municipal, o Decreto nº 10.696/2000 (FORTALEZA, 2000) e as Lei nº 10.304/2015 (FORTALEZA, 2015a) e nº 8.408/1999 (FORTALEZA, 1999) são os regulamentos que mais se destacam com relação ao assunto. A Lei nº 10.304/2015 (FORTALEZA, 2015a), por exemplo, estabelece a necessidade de elaboração de um PGRS, que consiste em documento que estabelece ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos gerados, tais como geração, segregação prévia, acondicionamento, transporte interno, armazenamento, coleta, transporte externo, tratamento, destinação final ambientalmente adequada de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos (NAGALLI, 2014).

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