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As principais leis pertinentes às compras públicas estão relacionadas no quadro abaixo.

Quadro 9 – Legislação de Compras Públicas no Brasil

Instituto Legal

Finalidade Contribuição principal em relação

às compras públicas

Constituição Federal 1988

Determina, no inciso XXII, no artigo 37, que obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.

Lei nº 8.666/1993 (Lei das Licitações)

Institui as normas para licitações e contratos da Administração Pública, normatizando as compras públicas.

Institui em seu artigo 22, as modalidades de licitação: a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. Decreto nº

3.555/2000

Aprova o regulamento para a

modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.

O pregão promove a celeridade da execução dos procedimentos de aquisição de bens e serviços comuns, comparado com as demais modalidades.

Decreto nº 3.931/2001

Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências.

O Sistema de Registro de Preços (SRP) é um procedimento que permite que os preços licitados nas modalidades pregão e concorrência possam ser

registrados em ata, por um prazo máximo de um ano, possibilitando a contratação pela administração quando for mais conveniente para ela.

Lei n° 10.520/2002

Institui, no âmbito da União, estados, Distrito Federal e municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências.

Instituiu o pregão como modalidade licitatória para aquisição de bens e serviços comuns. No parágrafo único do artigo 1º, a lei define como bens e serviços comuns: ―aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser

objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado‖.

Decreto nº 5.450/2005

Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras

providências.

É regulamentado o pregão em sua forma eletrônica, no intuito de promover mais celeridade e principalmente transparência à gestão das compras públicas. Decreto nº

5.504/2005

Estabelece a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e

A forma eletrônica torna-se modalidade preferencial para entes públicos ou privados nas contratações.

serviços comuns realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres ou

consórcios públicos. Fonte: Autoria própria (2015).

Nessa perspectiva, Rosilho (2011) destaca a frequência com que novos diplomas normativos são editados, seja para fazer profundas reformas seja para alterar pontualmente algum procedimento vigor36. Porém, a Lei nº 8.666, de 21.06.93 continua sendo o principal diploma legal aplicado às licitações públicas. O artigo 3º da lei nº 8.666/93 sintetiza os objetivos da licitação:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da

isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (BRASIL, 1993).

Conforme os princípios específicos do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, o julgamento da proposta deve ser realizado de forma objetiva de acordo com o edital previamente elaborado. Para isso, é necessário que a administração estabeleça previamente qual será o critério de julgamento da proposta que será apresentada, ou seja, a administração deve definir qual o tipo de licitação. Nesse sentido, Meirelles (2007) explica que o tipo de licitação é que define o critério que será utilizado para o julgamento da proposta. O §1º do art. 45 da lei nº 8.666/93 fixa os seguintes tipos de licitação:

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade

concurso:

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço;

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (BRASIL, 1993).

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O autor de refere aos seguintes diplomas normativos: Lei nº 11.107/05; Lei nº 11.196/05; Lei nº 11.445/07; Lei nº 11.481/07; Lei nº 11.484/07; Lei nº 11.763/08; Lei nº 11.783/08; Lei nº 11.952/09; Lei nº 12.188/10; Medida Provisória nº 255/05 (convertida na Lei nº 11.196/05); Medida Provisória nº 292/06 (sem eficácia); Medida Provisória nº 335/06 (convertida na Lei nº 11.481/07); Medida Provisória nº 352/07 (convertida na Lei nº 11.484/07); Medida Provisória nº 422/08 (convertida na Lei nº 11.763/08); Medida Provisória nº 458/09 (convertida na Lei nº 11.952/09); Medida Provisória nº 495/10 (convertida na Lei nº 12.349/10); Decreto nº.7.892/13; IN SLTI/MPOG nº2/2010; Lei nº 123/2006; Lei nº 11.488/2007; Decreto nº 6.204/2007.

A esmagadora maioria dos processos licitatórios é do tipo menor preço (SIASG, 2015). Nesse caso, esse critério está longe de ser um ponto pacífico entre os estudiosos na área de licitações e contratos, visto que nem sempre a proposta mais vantajosa será a proposta de menor preço.

Esse critério, se empregado sozinho é falho, porque poderá causar danos à administração, que escolheria a proposta mais barata e como ―o barato poderá sair caro‖ as obras poderão ser feitas com material de qualidade inferior ou o serviço ser prestado com mão-de-obra de péssima qualidade (CRETELLA JÚNIOR, 1995, p. 241).

Embora seja o tipo de licitação mais utilizado, a questão da qualidade dos bens e serviços adquiridos pela administração pública ao utilizar o critério de menor preço é uma das críticas mais enérgicas à lei de licitações (TORRES, 2012; ARAÚJO; DE JESUS, 2013). A esse respeito, Torres (2012) apresentou como resultado de sua obra alternativas para a questão de diminuir a influência do menor preço como critério de aceitação de proposta, já que nem sempre adquirir bens e serviços por esse critério é mais vantajoso para a administração. Assim, o autor sugeriu a utilização de um cadastro de fornecedores no qual conste um histórico da participação das empresas nas compras realizadas pela Administração Pública, de forma a se criar um critério de diferenciação na prestação do serviço ou entrega do bem, que seria levado em consideração no momento de uma nova contratação.

Quanto às modalidades licitatórias, o artigo 22 da lei nº 8.666/93 lista as seguintes: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.