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2.5 RESÍDUOS SÓLIDOS

2.5.2 Legislação e normatização aplicável

Para que a gestão de resíduos sólidos ocorra de forma eficiente e eficaz, é necessário que se considerem alguns dispositivos legais e normatizações concernentes a esse assunto.

Segundo Ventura (2012), há alguns regulamentos e normas em vigor, que dispõem acerca da gestão e do gerenciamento de resíduos sólidos aeroportuários no Brasil. Quanto às resoluções, destacam-se as do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A

56 Infraero possui algumas diretrizes aplicáveis aos aeroportos sob seu comando. (VENTURA, 2012). Apresentam-se sistematizados no quadro 1 o rol de leis e regulamentos aplicável e no quadro 2 o rol de normas, segundo Ventura (2012).

Quadro 1 – Arcabouço legal associado a resíduos de serviços (adaptado para o transporte aéreo)

Regulamentações Descrição

Resolução Conama 5, de 5/8/1993

Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.

Resolução RDC Anvisa 345, de 16/12/2002

Aprova o Regulamento Técnico para a Autorização de Funcionamento de empresas interessadas em prestar serviços de interesse da saúde pública em veículos terrestres, que operem transportes coletivos internacionais de passageiros, embarcações, aeronaves, terminais aquaviários, portos organizados, aeroportos, postos de fronteira e recintos alfandegados. Lei Federal 12.305, de

02/8/2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Fonte: Adaptado de Ventura (2012).

Cabe explicar que o Conama criou, em 1993, a Resolução 005/1993, que dispunha sobre o gerenciamento de resíduos sólidos, aglutinando as categorias de serviços de saúde e de transportes. (BRASIL, 1993). Em 2005, todavia, o Conama altera essa disposição, criando a categoria “serviços de saúde” em separado. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, vem a consolidar a especificidade de cada uma das tipologias em questão: serviços de saúde e serviços de transporte.

Ventura (2012) menciona, ainda, a Resolução 56/2008, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2008), que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos nas áreas de Portos, Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Recintos Alfandegados. Quanto às normas atinentes ao assunto, que podem orientar o gerenciamento de resíduos sólidos em aeroportos, apresentam-se as elencadas por Ventura (2012) por meio do quadro 2.

Quadro 2 – Normas pertinentes a resíduos sólidos gerados em serviços de transporte (adaptado para o transporte aéreo)

Norma Descrição

ABNT NBR 10.004, de 30/11/2004

Classificação de resíduos. Esta norma permite classificar os resíduos sólidos gerados em terminais de transporte aéreo.

Instrução Normativa 26, de 12/6/2001

Aprova o Manual de Procedimentos Operacionais da Vigilância Agropecuária Internacional, a ser utilizado na fiscalização e inspeção do trânsito internacional de produtos agropecuários.

ABNT NBR 8.843 de 30/7/1996

Aeroportos – Gerenciamento de resíduos sólidos. Estabelece os procedimentos adequados ao gerenciamento dos resíduos sólidos e as alternativas que podem ser usadas em casos de emergência, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

57 Além disso, destaca-se o que dispõe a Norma Aeronáutica 58-146, de 2002, que trata sobre Planos Diretores Aeroportuários, tendo sido elaborada pela Anac:

Como subsídio para uma possível elaboração posterior do Estudo de Impacto Ambiental, deverão ser quantificadas a emissão de poluentes gerados pelas aeronaves, resíduos sólidos gerados pelo aeroporto, lixo a ser incinerado e a ser transportado, efluentes sanitários e resíduos industriais. (BRASIL, 1994, p. 42).

Weber e Mattioda (2012), por seu turno, realizaram um levantamento da legislação aplicável ao Aeroporto Internacional Afonso Pena (PR), apontando leis, resoluções e normas adicionais às elencadas por Ventura (2012). Citam-se:

• Lei Federal 6.938, de 31 de agosto de 1981: “Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.” (BRASIL, 1981).

• Lei Federal 9.782, de 26 de janeiro de 1999: “Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.” (BRASIL, 1999).

• Lei Federal 1.025, de 10 de julho de 2001: “Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.” (BRASIL, 2001).

• Resolução Conama 06, de 19 de setembro de 1991: “Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.” (BRASIL, 1991).

• Resolução Conama 237, de 22 de dezembro de 1997: “Regulamenta aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente.” (BRASIL, 1997).

• Resolução Conama 275, de 25 de abril de 2001: “Estabelece códigos de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.” (BRASIL, 2001).

• Resolução Anvisa RDC 351, de 20 de dezembro de 2002. (ANVISA, 2002). • Resolução Anvisa RDC 002, de 8 de janeiro de 2003. (ANVISA, 2003).

Uma das nuanças mais discutidas, no que se refere aos resíduos sólidos e sua gestão integrada, diz respeito às (co) responsabilidades e, em assim sendo, apresentam-se algumas disposições da Resolução Anvisa RDC – 2 / 2003, sobre esse tema:

58 Art. 22. Será de responsabilidade da empresa aérea, do proprietário de aeronave e do prestador de serviços, submeter os resíduos sólidos produzidos a bordo de aeronave, quando em escala de vôo ou destino final, a procedimentos de coleta, identificação, acondicionamento, armazenamento e transporte, de acordo com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), aprovado para o aeroporto.

§ 1º. As especificações dos recipientes destinados ao acondicionamento dos resíduos deverão atender o padrão definido quanto à classe, à matéria-prima, às dimensões e aos dispositivos de fechamento de acordo com as especificações estabelecidas pelas Normas Técnicas Regulamentares pertinentes.

§ 2º. Os resíduos alimentares de bordo deverão ser submetidos, na comissaria ou em centro de triagem no aeroporto, ao acondicionamento em recipientes adequados e, quando em processo de compactação, em equipamento destinado a essa finalidade, para posterior disposição final.

§ 3º. A segregação, acondicionamento e encaminhamento à disposição final de copos plásticos, latas de alumínio, vidros e demais embalagens, deverão atender ao disposto no PGRS do aeroporto. (ANVISA, 2003).

Os resíduos dos voos, de acordo com o veiculado, nos Estados Unidos, por Atkin, Hershkowit e Hoover (2006), deveriam ser segregados a bordo e pela própria companhia que opera o voo, a menos que o aeroporto disponha de instalações adequadas para a segregação em solo.

Além disso, parte-se do pressuposto de que as companhias aéreas têm enviado resíduos para destinos de seus voos, que devem estabelecer, diante disso, determinadas metas de reciclagem (ATKIN; HERSHKOWIT; HOOVER, 2006), entre outras disposições serem seguidas pelas companhias aéreas.

Por fim, há que se mencionar, também, a Lei Estadual 9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos. Essa lei estadual antecipa-se à lei federal que regulamentaria, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010). Contudo, a lei estadual em questão não dispõe especificamente sobre resíduos de serviço de transporte (aéreo ou não), ao contrário da Política Nacional.

59 3 METODOLOGIA

Esta sessão destina-se a caracterizar o objeto empírico de estudo e explicitar os procedimentos metodológicos utilizados, mediante os quais se buscou atingir os objetivos inicialmente propostos.

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