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2.4 ESTÁGIO

2.4.2 Legislação

O estágio curricular é regulamentado pela Lei Federal nº 6.494 de 07 de dezembro de 1977 e pelo decreto nº 87.497 de 18 de agosto de 1982, nessa lei os estágios são considerados como uma forma de complementar o ensino e aprendizagem acadêmica e devem ser planejados, executados, acompanhados e avaliados em conformidade com os currículos, programas e calendários das instituições ROESCH (2012, p. 04). Acredita-se, pois que o estágio curricular é uma chance para aprofundar conhecimentos e habilidades em áreas de interesse do aluno.

Por mais de 30 anos essa lei não passou por alterações e foi regulamentado pelo Decreto nº 87.497/1982. No entanto, a economia e o mercado de trabalho no Brasil evoluíram, fazendo com que o estágio não obrigatório tivesse uma regulamentação ultrapassada e fosse utilizado como mão de obra barata por diversas empresas.

Com isso, em 25 de setembro de 2008, foi sancionada a Lei nº 11.788, conhecida como Nova Lei de Estágios, que trouxe avanços e proteção ao estudante. De acordo com o IEL (2010), uma das importantes razões para essa mudança foi a necessidade de transformar o estágio em ferramenta capaz de, verdadeiramente, contribuir para a complementação do ensino do estudante.

A Lei nº 11.788/2008 foi uma evolução no que abrange o estágio, especialmente no que se trata de direitos, pois até então o estágio não se caracterizava como vínculo empregatício, após o advento da lei em vigência, o descumprimento de algum dos incisos quanto a qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracterizava vinculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio, dando direito ao estagiário o direito de recorrer na justiça os seus direitos.

De modo a admitir o estágio como:

[...] uma ferramenta complementar do processo de ensino e aprendizagem, os órgãos reguladores da educação superior no Brasil, encabeçados pelo Ministério da Educação, buscam integrar o estágio aos processos de formação do egresso, por meio de objetivos convergentes entre a prática e a teoria, consolidando planos de ensino e projetos pedagógicos alinhados às necessidades do mercado (MICHELS ET AL, 2014, p.14).

Também definiu as modalidades de estágio, podendo este ser obrigatório, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma, ou não obrigatório, quando o estágio se trata de atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória do curso.

Além dessas alterações, também se tornou necessário o acompanhamento do aluno por professor da Instituição de Ensino e por profissional do quadro de empregados da empresa concedente, com formação ou experiência profissional em área de conhecimento do curso do estagiário, o que reforça o caráter pedagógico dessa atividade. Roesch (2012) afirma que a supervisão por parte da instituição de ensino é necessária para acompanhar se o estágio de fato está sendo feito dentro dos padrões acadêmicos, e se está trazendo benefícios para o acadêmico envolvido, complementa dizendo, para que o estágio tenha uma adequação didático-pedagógica, necessariamente deve haver uma orientação acadêmica realizada pela instituição de ensino.

A supervisão desse docente pode beneficiar também para o professor, pois este pode “aprimorar seus conhecimentos e competências, fazendo a ligação direta do mundo acadêmico com o mundo empresarial, criando assim, condições efetivas de crescimento e desenvolvimento” (TRACZ e DIAS, 2008, p. 12).

Teixeira et al. (2010, p.2), o estágio, para o aluno, é

[...] um ensaio, um momento de ascensão na preparação do aluno para sua vida profissional. É por meio do estágio que o aluno, enfrentando os

desafios do mundo moderno, tem a possibilidade de aprender fazendo, transformar o saber ao aliar a teoria aprendida na academia com prática utilizada nas organizações. Desta forma, o estágio pode ser considerado um campo de treinamento, um espaço prático de aprendizagem onde (sic) o estudante terá contato com situações e atividades de aprendizagem que visam à formação profissional do mesmo (sic).

Com a Resolução n° 02, de 04/10/93 do Conselho Federal de Educação, todo aluno matriculado num curso de administração nas instituições de Ensino Superior no país, deverá realizar um estágio supervisionado de 300h/aula sem remuneração por parte da empresa, e ao final do estágio que pode durar de 06 meses prorrogado até 02 anos o estagiário tem que apresentar junto ao setor responsável e seu orientador um relatório. Muitos estudantes, no entanto, vão além desta exigência e realizam os chamados estágios extracurriculares.

É previsto no PPC do curso de Administração da UFFS alguns requisitos para a concessão do estágio, são eles:

• matrícula e frequência regular do estudante nos cursos que admitem estágio e atestados pela instituição de ensino;

• celebração de Termo de compromisso entre o estudante, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; e

• compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo do compromisso, além desses requisitos, a instituição de ensino e a parte concedente deverão indicar um professor orientador e um supervisor, respectivamente, que deverão realizar o acompanhamento efetivo do estágio.

O Projeto Pedagógico do Curso de graduação em Administração da UFFS deve contemplar objetivamente a realização de estágios curriculares supervisionados, tão importantes para a dinâmica do currículo com vistas à implementação do perfil desejado para o formando, não os confundindo com determinadas práticas realizadas em instituições e empresas, a título de “estágio profissional”, que mais se assemelha a uma prestação de serviço, distanciando-se das características e finalidades específicas dos estágios curriculares supervisionados (PPC, 2017).

Portanto, o Estágio Curricular Supervisionado deve ser concebido como conteúdo curricular agregado ao perfil do formando, consistindo numa atividade opcional da instituição, no momento da definição do projeto pedagógico do curso, tendo em vista a consolidação prévia dos desempenhos profissionais desejados.

O Art 17 da Lei de estágios 11.788/08 impõe as empresas um número de estagiários de acordo com a tabela de funcionários a seguir:

Tabela 1 - Número de funcionários x número de estagiários

Nº de funcionários Nº de estagiários De 1 a 5 empregados 1 estagiário

De 6 a 10 empregados Até 2 estagiários

De 11 a 5 empregados Até 5 estagiários

Acima de 25 empregados Até 20% de estagiários

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Os Art 11,12 e 13 da Lei 11.788/08 que regulamenta o estágio estabelecem alguns direitos aos estagiários são eles:

 Art 11 que o contrato máximo de estágio não pode ultrapassar dois anos;  Art 12 o valor da bolsa e auxílios devem ser acordado entre as partes e previsto em contrato, não reincidindo sobre o valor recebido 6% de encargos;

 Art 13 da direito ao estagiário que permanecer o tempo de um ano ou mais o gozo de 30 dias de recesso preferencialmente no seu período de férias escolares.

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