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Algumas legislações tiveram rebatimento nas decisões projetuais de aproveitamento da ventilação natural e sombreamento das aberturas. Primeiro porque definiu a opção de demolir uma construção já consolidados do HUOL, como forma de possibilitar uma maior permeabilidade da ventilação natural no interior de alguns espaços. Em segundo lugar por implantar elementos de proteção que além do sombreamento das aberturas, constribuem para um maior isolamento destas quanto a questão da estanqueidade do fogo em situações de combate a incêndios.

6.5.1 Código de Segurança e Proteção contra incêndio do Estado do Rio Grande do Norte.

Conforme a reformulação feita nesta legislação, baseada na Instrução Técnica Nº 11/2014 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, nas ocupações institucionais incluídas na categoria H-2 e H-3 (hospitais e assemelhados), com alturas superiores à 12m e 6m respectivamente, devem existir áreas de refúgio que consiste em um espaço separado por paredes e portas corta-fogo, com acesso direto a pelo menos uma escada/rampa de emergência ou saída para área externa, se nestes houver internação (Figura 6-34).

Figura 6-34: Desenho esquemático de uma área de refúgio

Apesar de neste projeto não haver a obrigatoriedade das citadas áreas, pois não há internação de pacientes, para garantir a correta evacuação daqueles que se encontram nas salas de observação pós-cirúrgicas dos ambulatórios de Oftalmologia e Dermatologia, há uma área de refúgio em cada pavimento (ver prancha 07 e 08).

Ainda conforme esta mesma legislação, as escadas devem ser à prova de fumaça e a estrutura de portas e paredes resistentes ao fogo. Quanto aos elevadores de emergência, o projeto contempla esses equipamentos em apenas uma de suas duas caixas de escadas, pois segundo a norma quando houver áreas de refúgio é obrigatório a existência elevadores de emergência.

Aliando a questão da compartimentação horizontal das aberturas externas com o sombreamento destas, a maioria das aberturas na fachada noroeste são dotadas de abas verticais perpendiculares ao plano das aberturas que se projetam 2,50 metros (Figura 6-35). Dessa forma, minimiza-se os riscos de propagação do fogo entre uma janela e outra de um mesmo pavimento, pois a legislação determina um mínimo de 0,50m metros de saliência.

Figura 6-35: Abas verticais sombreando as aberturas da fachada noroeste.

Fonte: Elaboração do autor.

A compartimentação vertical também se faz presente em todas as fachadas através da existência de abas horizontais que na verdade são balcões projetando-se 1,70m além dos 0,80m definidos na legislação (Figura 6-36). Somando-se a altura destas saliências mais o peitoril de cada janela, a distância entre as janelas de dois

pavimentos contíguos se torna igual a dimensão mínima definida na legislação que é igual 1,40m (Figura 6-37).

Figura 6-36: Balcões sombreando as aberturas da Fachada NE.

Fonte: Elaboração do autor.

Figura 6-37: Balcões sombreando as aberturas da Fachada SE.

Fonte: Elaboração do autor.

6.5.2 Código de Obras

O artigo 116 desta lei estabelece que deve ser prevista área de embarque e desembarque de ambulâncias dentro do lote do empreendimento. Hoje no H.U.O.L. existe a referida área, no entanto, o espaço físico é pequeno para efetuação das manobras, de forma que apenas um carro estaciona por vez (Figura 6-38). No projeto, um novo hall de desembarque, com capacidade para três ambulâncias estacionarem ao mesmo tempo, dará lugar a atual área com objetivo de permitir um maior fluxo de atendimentos (Figura 6-39).

Figura 6-38: Área de embarque e desembarque de ambulâncias do HUOL

Fonte: Acervo do autor (2017).

Figura 6-39: Maquete eletrônica da nova área de desembarque.

Fonte: Elaboração do autor (2017).

Com isso, o espaço de convivências localizado nos fundos da atual área de desembarque (Figura 6-40) terá sua área transformada em um jardim interno aberto à Avenida Nilo Peçanha, pois não existirá mais a barreira construída da atual área de

desembarque. Desta forma, ambientes próximos, tais como a sala de marcação de consultas do S.A.M.E e circulações do H.U.O.L. podem se beneficiar da ventilação natural advinda dessa avenida (Figura 6-41).

Figura 6-40: Atual espaço de convivências do hospital

Fonte: Acervo do autor (2017).

Figura 6-41: Jardim interno e Vidraças da sala de marcação de consultas.

Fonte: Elaboração do autor.

Um fato observado no Campus Biomédico é a insuficiência de vagas de estacionamento para automóveis. O Setor de Infraestrutura Física estima um déficit em torno de 400 vagas, problema este que causa uma ocupação desordenada de carros, engarrafamentos e colisões.

O projeto do novo ambulatório contempla uma área de estacionamento formada por três pavimentos de pilotis semienterrados e um ao nível do térreo, aproveitando o desnível topográfico no terreno objeto da intervenção (Figura 6-35). Dessa forma, consegue-se suprir a quantidade de vagas de estacionamento necessárias ao projeto que deve se basear pelo parâmetro de uma vaga para cada 35m² de área construída.

6.5.3 Plano Diretor Municipal

No que se referem às prescrições urbanísticas determinadas por esta lei, a área 01 apresenta cerca de 17.300 m² de área construída, o que representa uma taxa de ocupação em torno de 44 % levando-se em conta a sua área de lote igual a 39.058,57m² (CARVALHO, 2008).

Considerando ainda o coeficiente máximo de aproveitamento de 3,5 para o Bairro de Petrópolis concedido pelo poder público através de outorga onerosa, instrumento jurídico cujos critérios e definições encontram-se expressos no Plano Diretor, significa que existe ainda uma margem de espaço disponível para a construção deste edifício, pois a taxa de ocupação máxima é de 80% e serão

demolidos os prédios da antiga faculdade de medicina, com 5.584,61m² de área construída e o Centro cirúrgico e U.T.I. de aproximadamente 1.900m² (Figura 6-42)

Figura 6-42: Quadro de áreas construídas das edificações do Campus de Ciências da Saúde

Fonte: Carvalho (2008).

Quanto ao gabarito e recuos obrigatórios dentro do lote, o projeto segue os mesmos definidos pelo Plano Diretor Municipal. Em relação a distância entre as edificações já construídas do Campus Biomédico, apesar de não existir ainda um plano diretor específico que oriente a forma de ocupação, por uma questão de bom senso e qualidade do projeto, foram adotados os recuos mínimos definidos no Plano Diretor do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que é de 6,0m.

6.5.4 Resolução da Diretoria do Colegiado Nº50 (RDC 50).

No ambulatório projetado, todos os dimensionamentos mínimos de cada ambiente se basearam pela Resolução de Diretoria do Colegiado Nº50, documento que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS).

Para o projeto, são consideradas três tipos de unidades funcionais básicas elencadas na norma que são o Atendimento Ambulatorial, Ensino e Pesquisa e Apoio Administrativo. Os leiautes e mobiliários, tiveram como parâmetro os padrões estabelecidos no Sistema de Organização para Modelos Assistenciais do Sistema Único de Saúde (SOMASUS), manual elaborado pelo Ministério da Saúde com a finalidade de facilitar o trabalho de projetistas na área de arquitetura hospitalar.

7 RESULTADOS DAS ESTRATÉGIAS DE VENTILAÇÃO

NATURAL

Neste capítulo, são mostrados os resultados de fluxo e número de trocas de ar por hora das estratégias de ventilação natural das salas de esperas 01 e demais ambientes do ambulatório, que foram calculados com base nas fórmulas e procedimento metodológico apresentados no segundo capítulo.

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