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Trabalho final da disciplina. Foi feita a socialização dos textos via leitura e

comentários da professora e dos colegas e distribuição de uma cópia para cada um.

P- Queria falar para vocês do trabalho final, que é uma produção escrita [...] já me perguntaram se é para fazer sobre subjetividade. Não é. É sobre qualquer tema que tratamos. Se der para aliar seu texto ao seu trabalho de monografia, melhor. Pediria que, se possível, vocês fizessem essa junção. Isso já é um treino para o Trabalho de Conclusão de Curso. [...] Não fiquem temerosos, não se preocupem tanto com o aspecto de formatação [...] A forma é uma roupagem [...] mas nesse momento não vamos nos preocupar muito com isso. É lógico que é importante, mas não é o principal.

P- Vocês vão trazer, ler e distribuir para os colegas. E- É mais uma reflexão do que foi falado.

P- Mas você vai escolher um tema. Pronto? E- Professora, para quando é o texto?

P- A colega que está com o cronograma pode dizer. E- 6, 11 e 13. (Excerto, Diário de Campo, 20/11/2007) E- Professora, quando é para entregar o texto?

P-É para entregar no último dia de aula. São textos pequenos. Cada um vai ler o seu aqui. A gente vai apreciar, criticar, aplaudir. Depois, você me entrega. Qual é a temática? Qualquer uma relacionada com Educação, com a sala de aula. Se der, faça dentro de sua monografia.

E- E pode casar com o tema da mono?

P-É isso R. Pode e deve, se for possível. É lógico que há trabalhos que não dá. (Excerto, Diário de Campo, 29/11/2007)

[A professora lembrou que na próxima aula começariam as leituras dos ensaios. Disse que todos deveriam trazer porque seria feito o sorteio.]

E- O texto está baseado em tudo o que se estudou aqui?

[A professora explicou de novo que não. Que era para tratar de um dos conceitos trabalhados na disciplina e se possível ligá-lo ao texto do TCC.]

E- Quantas linhas?

P- Você vai entregar uma cópia para todo mundo.

E- Para quinta agora? Pensei que era para a semana que vem.

P- Eu entreguei o cronograma no começo do semestre.(Excerto, Diário de Campo, 05/12/2007)

Cada estudante escreveu uma espécie de ensaio a partir de algum conceito

estudado na disciplina. Não houve sorteio para a apresentação, como a professora

anunciou. A cada dia, os próprios estudantes organizavam uma lista de apresentação no

quadro, iam à frente, de pé, liam seu ensaio e ouviam os colegas e a professora. No

primeiro dia, 06/12/2008, foram feitas sete leituras; no segundo dia, 11/12/2007, foram feitas

quinze leituras; no terceiro e último dia, houve dez leituras. A professora pediu desculpas

aos demais estudantes que não puderam ler seus ensaios e os recolheu.

Um ensaio é texto argumentativo, menos formal, em que um tema pode ser tratado

sem a necessidade de um estudo profundo ou de dados científicos. Por isso, a escrita de

um ensaio permite que o autor expresse sua subjetividade por intermédio de suas

impressões e opiniões sobre o tema escolhido. Esse é um exercício reflexivo importante

para o futuro pedagogo que poderá expressar sua compreensão, seu estilo, praticando a

escrita mais livre. Além disso, o exercício de ler seu texto em voz alta e ser acompanhado

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pelos colegas e professores é uma atividade que poderia estar inserida na concepção de

avaliação formativa que almeja a aprendizagem dos estudantes “em todos os sentidos,

inclusive na formação do cidadão para ter inserção social crítica” (VILLAS BOAS, 2004, p.

33). Porém, o momento, aspecto importantíssimo do processo comunicacional da avaliação,

não foi considerado, assim não houve espaço para a expressividade de todos os estudantes

e, no decorrer das apresentações, os comentários dos colegas foram escasseando e, de

início como diálogo colaborativo, o diálogo foi se aproximando do bifásico.

Ao final do semestre, dezenove estudantes (42%) expressaram suas opiniões a

respeito dos instrumentos/procedimentos de avaliação propostos pela professora:

1 Achei-os muito interessante, mas o que mais gostei foi o texto individual, pois permitiu desenvolver aspectos criativos. (R.C.)

2 O exercício avaliativo em dupla foi interessante e até inovador. Com relação ao seminário, apesar de não gostar desse método, foi válido. (L.C.)

3 O trabalho desenvolvido em duplas foi muito importante pois juntos aprendemos a perceber o olhar do outro sobre determinados assuntos.O seminário foi importante, pois teve como principal objetivo a interação do aprendizado. O texto individual mostra o que se pode relacionar o que aprendemos com algo que possamos aplicar para algo futuramente, como por exemplo, monografia. (M.S.)

4 Penso que foram instrumentos imprescindíveis para a minha aprendizagem. Somente no seminário que tive um pouco de dificuldade para entender o texto e o tempo foi escasso para a apresentação do mesmo. (C.N.S.)

5 1- Exercício aplicado foi bem completo abordando todos os textos discutidos em sala. 2- O seminário foi construtivo. Eram temas novos, porém, interligados. 3- O texto é uma resposta de tudo que foi construído no semestre. (A.C.G.)

6 O exercício avaliativo foi feito após uma série de estudos dirigidos, então acredito que tivemos tempo e qualidade de preparo para o exercício. O seminário não foi interessante pela falta de exigência dos alunos e por parte da professora. Faltou orientação e os alunos não se dedicaram produzindo seminários medíocres. A produção individual também não foi aproveitada por completo pela falta de participação dos alunos na leitura dos textos. (V.J.G.)

7 O exercício avaliativo em dupla propõe uma interação com o colega, onde podem trocar informações o que é muito interessante. O seminário propõe a interação em grupo, porém percebo como uma prática interessante e “perigosa” ao mesmo tempo, pois é preciso tempo para se reunir e pessoas responsáveis no grupo. Já a produção individual considero como uma prática que mais gosto, pois eu tenho uma melhor produção individualmente. (E.R.F.)

8 Exercício avaliativo: por termos uma variedade extensa de textos alguns deles muito densos, eu achei que deveria ter sido individual, mas com consulta ou ter abordado pelo menos metade do texto. Seminário: tivemos pouco tempo para apresentar. Os textos, em sua maioria, eram extensos e muito difíceis. Produção individual: uma boa forma de avaliar o que os alunos aprenderam no semestre. Entretanto, entregar cópias para toda a turma e ler tudo como forma de apresentação da produção foi inviável. Temos a tecnologia e o e-mail. Seria um melhor recurso. (A.L.K.H.M)

9 1)Exercício avaliativo em dupla: um importante momento de troca entre os discentes já que em muitos outros espaços esta aproximação com o (a) colega não foi possível a fim de buscar trocas de experiências e de aprendizado. 2) Seminário: espaço muito rico de repasse do que foi desenvolvido na disciplina. Ótima experiência. 3) Texto individual: Resumo e contextualização individual das compreensões dos conteúdos abordados. (D.G.)

10 O seminário foi uma prática valiosa, pois foi realizado um trabalho em grupo que teve a participação de todos os componentes deste. A produção individual de um texto foi um exercício bom, mas a imposição deste modelo não levou em consideração os alunos tímidos, pois a pessoa teve que apresentar o texto individualmente na frente da sala. (L.L.R.)

11 No exercício em dupla tivemos a oportunidade de trocar idéias e amadurecer conceitos. No seminário não tive grande crescimento, a exposição atrapalha meu aprendizado e não há integração entre os membros. Na produção individual tive a oportunidade de refletir com maior intensidade sobre o conteúdo. (J.D.S.)

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adequado, mas acredito que nós alunos não estamos preparados para um texto de produção individual. (A.G.)

13 A partir do exercício avaliativo em dupla acredito foi importante, pois percebi o quanto a gente cresce e o quanto percebo que a minha concepção pode estar não coerente com uma disciplina. (sic) O seminário válido por aprender com o outro e a produção individual o que você aprendeu, ou seja, a sua concepção construída em conjunto. (P.C.S.S.)

14 Quanto ao exercício avaliativo e ao seminário não tenho muitas reclamações, apenas que o texto do seminário era um pouco complicado e não tivemos o auxílio da professora. Eu fiquei incomodada com a forma de avaliação de ter que ler a minha produção para toda a turma. (M.C.)

15 1. Achei interessante, mas muito preso ao que os autores propõem. 2. Foi motivador para o aprofundamento do tema e propiciar uma visão sobre os demais autores trabalhados. 3. Por meio desse texto foi possível contextualizar os autores com temas de livre escolha. (R.N.)

16 O exercício em duplas foi proveitoso mais que os seminários, que por ter muitos integrantes no grupo, não foram tão proveitosos. O texto individual foi o melhor, pena o pouco tempo. Penso que os seminários deviam ter sido apresentados por parte do grupo, o restante devia trabalhar no texto escrito, apenas. (J.D.S.F.)

17 1ª Avaliação: foi muito produtivo fazer uma prova discutindo com um amigo, já que um complementava o outro. 2ª Avaliação: a forma como foi escrito o texto, dificultou nossa apresentação comprometendo o aprendizado da turma. (S.F.B. A.)

18 Tanto a produção individual como a dupla são válidas, porém os seminários se têm tornado inadequados como forma de parelhar os conhecimentos (devem ser mais caros e apresentados se formas diferenciadas, negociadas com o professor e não devem ser todos juntos no final do semestre). (E.C.R.) 19 Fiz quase todo individualmente o exercício em dupla, porém, gostei da forma como foi elaborado. O seminário é uma forma excepcional de avaliação, além de o aluno estudar, ele perde a timidez. A produção individual é muito interessante, mas é inevitável não fazermos comparações. (K.A.M.)

Ao expressar sua opinião sobre o processo avaliativo desenvolvido pela professora,

os estudantes expressam também a subjetividade do vivido. Aqueles que, por exemplo,

possivelmente vivenciaram uma organização de estudo grupal para o seminário ou

vivenciaram as benesses de alguém organizar e este somente se encarregar de apresentar

sua parte, fizeram elogios a essa prática. Outros, a consideraram como “prática perigosa” ou

“inadequados”. Os estudantes também ressaltaram a importância do diálogo na avaliação

para a promoção e expressão de suas aprendizagens.

Cabe ressaltar que a avaliação formativa, como aprendizagem, que se constitui em

diálogo colaborativo, envolve e respeita os aspectos da historicidade, das diferenças

culturais, sociais e de desenvolvimento de cada um porque a produção de sentidos vem à

tona na avaliação como diálogo colaborativo. Esse aspecto foi evidenciado efetivamente na

prática/instrumentos/procedimentos de avaliação da professora, quando propôs o ensaio.

Professora Amália Avaliação no plano de ensino

3. Processo de avaliação:

Será considerado: participação ativa, envolvimento e argumentação oral: 0 até 2 pontos

Participação através de Seminários e da leitura e apresentação de um livro – 0 até 2 pontos. (cada) Avaliação escrita em sala de aula 0 até 2 pontos

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A professora implementou cinco procedimentos/instrumentos de avaliação: prova,

seminário, leitura e apresentação de um livro, artigo, participação ativa, coerente com o

processo avaliativo que anunciou na entrevista narrativa, na 2ª Fase da pesquisa.

Instrumento Momento Forma

Prova Pontual Diálogo bifásico

Seminário Pontual Diálogo bifásico

Leitura e apresentação de

um livro (Círculo do livro) Pontual Diálogo bifásico

Artigo Pontual Diálogo bifásico

Participação ativa Pontual (Seminários) Não perceptível a forma de registro

Quando a professora tratou da avaliação, utilizou quase todo o tempo da primeira

aula. A professora deu ênfase ao seu processo avaliativo durante todo o semestre, embora

a avaliação tenha acontecido em momentos previamente determinados. Essa chamada à

lembrança do acordo pedagógico é fundamental porque “um ato de fala só pode ser

considerado bem sucedido, no sentido pleno, quando o ouvinte o aceita como válido”

(BANNELL, 2006, p.78).

Foram recorrentes no trabalho pedagógico da professora lembretes sobre o acordo

pedagógico instituído com a turma.

P- Vamos andando.

E- Aquele livro é para fazer fichamento?

P- Não, vai lendo e marcando cinco pontos. Você vai lendo para você. Depois, vamos fazer a roda

viva. Aí você vai dialogar com a gente. (Excerto, Diário de Campo, 13/09/20087)

P- Nossa disciplina já começou. Já estamos na 6ª aula. O calendário já está ajustado. Cada um só pode ter 7 faltas. (Excerto Diário de Campo, 18/09/2007)

P- Sobre o seminário. A primeira coisa do seminário: todo mundo tem que ter lido o texto todo. Nada

de fatiar o texto. Tem que demonstrar que sabe todo o texto. Todos têm que fazer uso da palavra. O

grupo tem que pensar na metodologia. Uma nota de cá e de lá. [referindo-se a dar nota para os

estudantes assistentes e os expositores]. Quem está assistindo só pode colaborar: acréscimo ou

explicação. O que tem que entregar? Uma folha com o nome de todo mundo. Se não faz o seminário,

perdeu 2 pontos. Depois, “não fiz o seminário”. E eu com isso? (Excerto, Diário de Campo,

02/10/2007)

Esse lembrete sistemático do acordo pedagógico se caracterizou como um ato de

processualidade na avaliação promovida pela professora que deu significado à forma, ao

momento e ao teor da avaliação proposta.

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Prova

Momento pontual e individual de avaliação. (Anexo 5)

A prova dissertativa consistiu em escolher um tema entre dois para ser desenvolvido

e uma questão, com duas perguntas também para os estudantes escolherem uma e

responder.

A professora entregou uma folha de papel almaço para cada estudante desenvolver

as respostas. O tempo de resolução foi praticamente o de uma aula e as carteiras foram

organizadas em fila.

P- Leiam devagarzinho, com bastante atenção, sem pressa, pode rabiscar essa folha. E- Escolhe um tema?

P- Leia aí, leia o cabeçalho. Você tem dois temas. Você vai escolher um dos temas e na questão 3 também. Não podem conversar.

E- Professora, pode consultar o caderno? P- Não pode.

E-Tudo isso?

P- Aqui é um curso superior.

P- O conteúdo da prova são dois: Tema 1 Jesuíta e tema 2 Marquês de Pombal em diante. Vocês podem escolher um dos temas. Eu gosto muito de detalhes, boa linguagem. Vocês vão sempre se reportar aos textos, não precisa página.

[A turma riu]

E- Nem você conseguiria. P- Não precisam citar os textos. [A turma riu outra vez]

E- E o tema 3?

P- É a mesma regrinha, mas você pode me contar além. E- Não pode fazer um pouquinho de cada?

P- Não. Quero uma construção.

E- Escolho um de cada e faço um texto só? P-Não. A 3 não é texto. É uma resposta.

[Alguém perguntou se poderia fazer a lápis] “Eu prefiro a caneta”. E- Construir um texto a caneta é difícil. Posso fazer rascunho? P- Pode, mas façam um esforço para fazer a caneta.

[Um estudante que chegou atrasado perguntou a uma colega. A professora interveio] P-Já chega! Dia da prova não é brincadeira. Chegou atrasado, beleza!

[A turma silenciou] (Excerto, Diário de Campo, 23/10/2007)

Embora a prova tenha sido aplicada de maneira individual, com os estudantes

enfileirados e isolados, a professora ia até os estudantes, quando era chamada para

proceder alguma explicação.

Esse primeiro instrumento/procedimento de avaliação proposto pela professora

pareceu ser sua forma de conhecer a produção de cada estudante porque todas as

questões foram descritivas e exigiram a leitura do material de estudo disponibilizado pela

professora, além da habilidade de análise.

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Seminário

Momento pontual de avaliação, mas com organização e apresentação coletivas.

Os seminários foram organizados a partir das escolhas dos textos a serem

apresentados pelos grupos. No primeiro dia de aula (04/08/2007), os estudantes souberam

dos seminários, mas os temas só foram distribuídos no dia 02/10/2008 e a primeira

apresentação foi dia 30/10/2007.

P- No seminário eu avalio a metodologia da apresentação. Vocês lêem e apresentam. (Excerto, Diário de Campo, 04/09/2007)

E- No seminário, posso ficar no texto ou tenho que buscar em outros?

P- Boa pergunta. Pode ficar no texto. Coloquem o nome de todo mundo e a síntese do texto. Principais pontos. Síntese em tópicos. Essa mesma folhinha vocês vão distribuir para a turma. Quero avaliar a capacidade de compreender a categoria, a capacidade de inovação, a capacidade de destacar o conceito e fazer a discussão. Todo grupo precisa situar o cenário histórico [...] Autonomia, criação, inovação. O primeiro seminário é 25 de outubro. São dois textos por aula. Pronto, já chega de arrumação. (Excerto Diário de Campo, 02/10/2007)

P- Agora, estamos iniciando a 2ª parte da disciplina. O grande tema da segunda parte é a educação das mulheres e a periodização. As aulas que virão e os seminários serão sobre a educação das mulheres e a República. Prestem atenção! Esta é a regra: Primeiro, trazer a apostila. Os grupos do seminário vão trabalhar de tal maneira que vocês precisarão da apostila.

[...]

E- A gente pode fazer teatro?

P- Pode. Passem rapidamente o conteúdo e façam a peça de teatro. (Excerto Diário de Campo, 25/10/2008)

Como consideram Carlini e Scarpato (2004, p. 70) o seminário pode reunir as

qualidades de dois outros procedimentos de avaliação: o ensino com pesquisa e o debate

para a construção e socialização do conhecimento.

Veiga (2006, p.110) considera também que uma das características importantes do

seminário é a oportunidade de os estudantes desenvolverem habilidades de investigação,

de crítica, de independência intelectual de o estudante ser sujeito no processo de aprender.

A professora Amália organizou a apresentação dos seminários com os estudantes,

tendo como referência situar os textos no contexto histórico e relacioná-los ao tempo atual.

Teve o cuidado de explicitar os critérios de avaliação tanto para os apresentadores quanto

para os estudantes-público.

Os estudantes puderam exercer o direito à expressão da singularidade na

organização e apresentação dos mesmos e tiveram, no mínimo, vinte e oito dias para

organizá-los. Todos os assuntos giravam sobre o tema educação das mulheres na

República.

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Embora fossem organizadas duas apresentações por aula, esse fato não diminuiu a

qualidade das apresentações que foram condizentes com o que Veiga

afirmou sobre o

desenvolvimento de habilidades de pesquisa e desenvolvimento da criticidade.

Também evidenciei nos seminários apresentados na aula da professora Amália a

reunião das qualidades de dois outros procedimentos de avaliação: o ensino com pesquisa

e o debate para a construção e socialização do conhecimento (CARLINI e SCARPATO,

2004, p. 70) porque os estudantes, de modo geral, buscaram outras informações, além dos

textos propostos, mesmo a professora dizendo não ser necessário.

Por mais interatividade e socialização de conhecimento que houve nos seminários,

chamou-me a atenção que os estudantes não fizeram nenhuma anotação ou registro em

seus cadernos, quando se tratou de apresentações dos colegas. Pareceu-me que só

mereceu registro o que a professora falava ou anotava no quadro.

Esse aspecto merece atenção na formação de professores porque se trata do não-

reconhecimento da importância do próprio estudante como sujeito partícipe na organização

do trabalho pedagógico.

E- E as notas dos seminários?

P- Eu tenho tudo anotado, meus marcadores [passou mostrando a folha de anotações], mas não atribuí notas. (Excerto, Diário de Campo, 29/11/2007)

Houve a interconexão entre o uso pedagógico da avaliação e o uso institucional. Os

critérios foram anunciados. Porém, o que foi anotado sobre cada estudante nas

apresentações do seminário ficou para a professora que fez uma rápida socialização de seu

registro devido a cobrança de uma estudante. O diálogo bifásico foi a base da avaliação.

Leitura e apresentação de um livro

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