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6. DADOS UTILIZADOS

6.1. Lenha e derivados

6.1.1 Lenha

a) Setor Residencial

Até o ano de 2009, o número de domicílios que possuem somente fogão a gás ou

fogão a lenha e aqueles que possuem ambos foi estimado com base nos censos do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e no consumo de GLP.

A partir de 2010, adotou-se uma nova metodologia para mensurar o consumo de lenha

do setor residencial baseada em dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas

Gerais – PAD-MG, realizada pela Fundação João Pinheiro, do Censo Demográfico e da

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizadas pelo IBGE.

b) Setor Industrial

O consumo industrial de lenha foi obtido por meio de consulta às empresas. Para tal,

foram definidas amostras representativas de cada setor industrial pesquisado e cujos

resultados foram extrapolados via proporcionalidade relativa. As bases de dados utilizadas

são provenientes da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais – SEF/MG e do

Ministério do Trabalho e do Emprego (por meio da Relação Anual de Informações Sociais –

RAIS).

c) Setor Comercial

Os consumos da série histórica foram obtidos aplicando índices econômicos de

evolução setorial sobre os dados levantados em pesquisas feitas no 2º e no 5º BEEMG..

Hotéis, restaurantes, hospitais e lavanderias foram entrevistados nestas pesquisas.

d) Setor Agropecuário

O consumo de lenha na atividade agropecuária foi determinado a partir de índices de

consumo para a secagem de grãos, baseados no Censo Agropecuário de 1980 do IBGE.

Neste Balanço Energético, o consumo de lenha para fins domésticos na zona rural foi

contabilizado no setor Residencial.

e) Características Físicas e Poder Calorífico

A unidade de medida dos dados de consumo de lenha é usualmente fornecida em

metros cúbicos empilhados, também chamados de estéreos, sendo necessário adotar um

coeficiente de transformação de estéreo para tonelada. Este valor varia com a densidade da

madeira, a umidade, a forma, as dimensões e a perícia com que é empilhada. Os valores de

relação peso/volume de lenha a seguir foram adotados no 5º BEEMG e são utilizados desde

então:

• 330 kg/estéreo para lenha de origem nativa;

• 500 kg/estéreo para lenha de reflorestamento.

Adotou-se o valor de 3.100 kcal/kg como poder calorífico inferior da lenha, tanto a de

origem nativa quanto a de reflorestamento. Este valor provém de ensaios realizados pela

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC.

6.1.2 Carvão Vegetal Granulado e Finos de Carvão Vegetal

a) Setores Residencial, Comercial e Industrial

O carvão vegetal vendido no varejo foi estimado através das informações de emissão

de Selo de Origem Florestal – SOF, instituído pelo Instituto estadual de Florestas – IEF

através da Portaria nº 074/2004. O percentual referente ao setor comercial foi estimado e

subtraído baseando-se em informações obtidas em pesquisa exploratória e dados do

Balanço Energético Nacional (BEN).

Os consumos desses setores foram determinados pelos mesmos métodos adotados

para a lenha, descritos no item 6.1.1.

b) Produção, Importação, Exportação e Perdas

Os dados foram calculados a partir de informações fornecidas pelas siderúrgicas, pelo

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, pelo

Instituto Estadual de Florestas – IEF, e pelo Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de

Minas Gerais – SINDIFER. O material perdido nos pátios das carvoarias e no transporte é

estimado em 4% do volume do carvão produzido.

c) Finos de Carvão Vegetal

Os choques sofridos pelo carvão durante o seu manuseio originam uma fração final,

conhecida como moinha, que passa a ocupar os interstícios dos grãos remanescentes.

Como estes finos não são apropriados ao carregamento dos fornos de redução de minérios,

pois prejudicam o fluxo dos gases, eles são separados do carvão bruto nas usinas

siderúrgicas, na operação de peneiramento.

Com o advento da tecnologia de injeção de finos pelas ventaneiras dos altos-fornos,

algumas empresas passaram a aproveitar parte dos finos gerados. Para evidenciar a parcela

de finos que não é aproveitada, os dados relativos ao carvão vegetal granulado e aos finos

de carvão são mostrados em tabelas separadas.

d) Características Físicas

Com base nas informações dos produtores, foram adotados, desde o 5º BEEMG, os

seguintes índices para a produção de carvão:

• 3,1 estéreos de lenha/m3 de carvão de origem nativa;

• 1,9 estéreos de lenha/m3 de carvão de reflorestamento.

A comercialização do carvão é feita usualmente em base volumétrica, o que traz sérios

problemas de contabilização, em consequência da fragmentação e acamação do produto

desde a saída das carvoarias até a sua utilização final. Neste Balanço, o carvão vegetal foi

contabilizado por meio de medida da massa, considerando-se as relações:

• 250 kg/m3 para o carvão bruto de origem nativa;

• 230 kg/m3 para o carvão bruto de reflorestamento;

• 340 kg/m3 para os finos de carvão.

Adotou-se o valor de 6.460 kcal/kg como poder calorífico inferior do carvão vegetal,

tanto o de origem nativa quanto o de reflorestamento.

A contabilização do carvão granulado e dos finos em termos de energia considera as

informações dos consumidores relativas à origem do carvão. Assim, o poder calorífico médio

varia de ano para ano, em função da proporção entre o carvão de origem nativa e o de

reflorestamento, resultando nos fatores de conversão para tep apresentados no Anexo B.

6.1.3 Gás de Alto-Forno a Carvão Vegetal e Gás de Forno Elétrico de Redução

Por se tratar de energéticos terciários, resultantes de uma segunda transformação da

energia primária, a contabilização destes gases não é feita nos balanços energéticos

consolidados. No entanto, seus fluxos são analisados no capítulo 5.

6.1.4 Alcatrão de Madeira

Este energético é recuperado dos gases condensáveis gerados no processo de

produção do carvão vegetal. Foi produzido e consumido em escala industrial em Minas

Gerais no período de 1982 a 1996.

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