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4 BREVE COMPARATIVO ENTRE A POLÌCIA FEDERAL E A CIVIL DO RJ NO

4.1 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS

O estudo em questão optou por fazer um breve comparativo entre as forças policiais do Estado do Rio de janeiro mais precisamente na esfera das ações periciais onde são enquadradas as Policias Federal e Civil. Sendo a primeira como delegacia no estado do Rio de Janeiro e a segunda como força de investigação criminal.

A Policia Federal já acumula mais de 200(duzentos) anos de atuação no Brasil implantada por D. João VI, em 1808, com o primeiro nome de Intendência-geral de Polícia da Corte do Estado do Brasil, cujo primeiro Intendente-geral foi Paulo Fernandes Viana.

Ao longo de sua história, sofreu transformações e mudanças de nome sendo hoje conhecida como Policia Federal. Entre suas atribuições estão: Combate ao terrorismo, à pedofilia e o tráfico de drogas; Garantias da segurança dos chefes de Estado em visita ao Brasil; Representar a Interpol no Brasil; Regular as atividades de segurança particular; Combater crimes interestaduais e cibernéticos e investigar crimes politicos e de lavagem de dinheiro.

Os dados coletados nas esferas implicam em relatos feitos por parte de seu corpo técnico como forma de opinar, mostrar as demandas e por quê não dizer, as “mazelas” que vivem esta parte vital da investigação forense que é a documentoscopia.

Situada na Av. Venezuela no centro do Rio em um prédio com características de uma Organização Militar (OM), esta instituição federal abrange vários segmentos dentro de sua jurisprudência desde segurança em fronteiras do estado como aeroportos até investigações no âmbito federal no que diz respeito as instituições desta parte da federação como : Casa da moeda, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outras instituições.

A investigação forense mais precisamente falando da documentoscopia se dá quando neste ambiente de crimes, nos quais venham a ocorrer algumas ilicitudes, o procedimento ocorre instaurando-se o inquérito, fazendo-se as investigações cabíveis e apreensões,. O delegado encaminha para a promotoria que faz a denúncia e consequentemente encaminha para o excelentíssimo senhor juiz.

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Se por determinação do magistrado alguma documentação levantar suspeita de ser fraudulenta, este encaminha para o corpo de peritos para as devidas investigações periciais dando seu parecer técnico sobre o documento. Este documento pode ser em qualquer base impressa, digital ou em qualquer formato, pois tem material humano e tecnológico para serem efetuados os exames periciais como grafotécnicos, mecanográficos.

Com máquinas tecnologicamente avançadas e apropriadas para a investigação documentoscópica, a PF não deixa a desejar em quase nada às outras policias no mundo e esta parte da instituição está sempre em contato trocando conhecimentos e aperfeiçoando seus conhecimentos à nivel nacional e internacional.

A Secretaria de Polícia – o embrião do que seria a Polícia Civil – foi criada em 1833. O seu titular, o Chefe de Polícia, segundo instituído no código do processo penal de 1832,

tinha como objetivo servir de elo entre o governo e os juízes de paz, responsáveis em primeira instância pelas tarefas judiciais, que ficavam subordinados hierarquicamente a esse chefe de polícia. O código do processo criminal de 1832 atribuiu aos juízes de paz ampla responsabilidade pela vigilância em seus distritos, com a assistência dos inspetores de quarteirão, para prevenir crimes e investigar os que não fossem possíveis de evitar.

A Polícia Civil tornou-se cada vez mais importante no exercício do policiamento carioca, era incumbida de coordenar o policiamento da cidade, manter a ordem e instruir os processos criminais. O cargo de Chefe de polícia era um passo importante a uma carreira mais alta do judiciário. O primeiro chefe de polícia foi João Baptista Ferraz, que havia sido promotor público na cidade. Utilizou-se de seu poder a frente da chefia para promover seu nome, tornando-se o candidato mais votado para a Assembléia Constituinte em 1890, cuja fama como perseguidor de capoeiras garantiu-lhe muita popularidade na capital.

Na última década do século XIX, a polícia civil sofreu duas alterações, em 1892 e em 1900. No Rio de Janeiro, como em nenhuma outra parte do Brasil, o chefe era nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Ministro da Justiça. A Reforma de 1892 rompeu com as tradições imperiais, que rezavam conduzir magistrados ao comando, optando por oficias do exército na chefia. A partir de 1894, os bacharéis em direito voltaram a ocupar o posto, o que veio a tornar-se requisito para o cargo no ano de 1900. O chefe de polícia, então, teria que contar com a experiência mínima de 6 anos como advogado ou méritos reconhecidos como juiz ou promotor como relata Bretas (1997, p. 46).

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A Brigada Policial dependia diretamente do ministro da justiça, a quem devia responder seu comandante, que, pelo regulamento do Império, poderia ser escolhido no exército ou no próprio corpo, mas a partir do primeiro regulamento republicano seria obrigatoriamente um coronel ou general do exército. A total independência da Brigada Policial em relação ao chefe de polícia – ambos respondem diretamente ao ministro – era uma das principais críticas dos chefes de polícia.

A cadeira de chefia de polícia foi de muitos, a maioria por pouco tempo, em média por menos de dois anos, e não havia treinamento formal ou regulamento que os fiscalizasse. Como o cargo era obtido por indicação, a escolha dos nomes era quase sempre determinada pelas filiações políticas dos pretendentes. Segundo Bretas (1997, P. 48)

A nomeação para o cargo de polícia da capital proporcionava a oportunidade de trabalhar em contato íntimo com a elite política, oferecendo grandes oportunidades para obter vantagens e benefícios profissionais. O objetivo maior era a nomeação para o Supremo Tribunal Federal. Nove dos 14 chefes do período foram nomeados para o Supremo, incluindo todos os seis que administraram a polícia entre 1900 e 1910.

Com o passar dos anos a policia civil do Estado do Rio de janeiro agregou a suas funções o lado da pericia forense e mais precisamente a documental como a PF . P,orém não menos importante pois , a PC fica direcionada somente aos crimes ocorridos no estado e quanto a Policia Federal com os crimes a níveis nacionais.

Teoricamente as duas instituições tem os mesmos conhecimentos, tecnologia e profissionais que se assemelham em relação aos crimes cometidos em documentos, porém não são em nada parecidos quanto as instalações que nelas exercem suas e profissões. A PF dispõe de uma hierarquia onde estão nivelados os delegados e os peritos forenses e abaixo se encontram os agentes de polícia, motoristas, escrivães, que quando precisam sair em diligência onde cada um ocupa seu lugar dentro das suas funções. Isto não ocorre com a Policia Civil, pois em governos passados houve uma equiparação de funções dentro das hierarquias onde somente fica no topo o delegado e abaixo todos os níveis estão diretamente nivelados.Esta é uma das reclamações dos peritos forenses pois quando há uma diligência na qual há a falta de um profissional como motorista, policiais de combate e até mesmo

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fotógrafos, o perito tem que desempenhar estas funções, além de ter que manter sua integridade física onde quer que seja a ocorrência dentro de uma comunidade ou não através de uma arma de grosso calibre.

Os equipamentos de pericia documental são em sua parte o coração de uma instituição, mas sabe-se que sem os profissionais por trás para operá-las, elas serão somente uma máquina e as da Polícia Federal do Rio de Janeiro são uma das mais modernas o que não é o caso da Policia Civil onde seus equipamentos muitos deles são ultrapassados como lunetas antigas, scanners quebrados onde se foi para reparo sem previsão de retorno. Esta falta de equipamento e o aumento de suas demandas, fez com que houvesse uma aproximação das policias onde se trocam experiências e muitas vezes intercâmbio de profissionais para usarem suas máquinas muito raramente mas acontece.

Para os peritos da PC, esta falta de estrutura pode vir a interferir no trabalho pericial pois a pericia começa fora da instituição e dá-se prosseguimento dentro dela com os equipamentos que os auxiliarão no laudo pericial.

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5 COSIDERAÇÔES FINAIS

Com as mudanças ocorridas e sofridas pelo homem desde sua gênese, ele tem mostrado sua capacidade de adaptação e sua vocação para o novo. Desde suas inscrições feitas em grutas como forma de defesa, de caçar, e de proteger, este indivíduo bípede descobre outras formas de se comunicar que é através da fala e posteriormente decide registrar não somente o que diz, mas, seus atos e ações.

Os povos antigos consideravam a escrita uma dádiva dos deuses e há quatro possíveis e prováveis hipóteses para o surgimento da escrita a primeira foi por motivo religioso, a segunda por motivo político, a terceira por motivo literário e a quarta e última por motivo administrativo. Com seu surgimento a escrita passa a ter extrema importância na vida social, cultural e religiosa do homem e com ela seus registros. Tais registros muitos deles em parte de animais como pergaminhos (que eram feitos a partir do couro), tábuas de argila, rochas talhadas como por exemplo a pedra de Roseta e tempos mais tarde descobre-se o papel.

Este novo suporte dá ao homem um dinamismo muito grande em quantidade e qualidade de seus registros e chega ao ponto de não saber como armazená-los, organizá-los e preservá-los da melhor maneira. Vendo que seus documentos se perderiam com a fragilidade desta nova plataforma de registros, começa então com a igreja em seus monastérios algumas experiências para dar durabilidade através e organização a seus documentos, mas não para difundi-los mas para guarda pois neles continham atos paroquiais, documentos de Reis e algumas monarquias, títulos de terras e etc....

Surge então uma nova forma de armazenar tais documentos e é através dos moldes arquivísticos. Esta nova forma de ver os documentos com um modo organizado e tratado, ganha força mais tarde precisamente no século XX com o fim da Segunda Guerra Mundial na década de 50 e é aí que surge o CIA (Conselho Internacional de Arquivo) e dá a arquivística leis que a enfatizam como ciência e a garanta perante a comunidade científica como ciência da informação. Atrelada à arquivística e caminhando lado a lado durante séculos está a Diplomática que desde sua origem com Jeam de Mabillon no século XVI. Ela tem demonstrado sua preocupação com a falsificação documental desde então esta vertente da arquivística é de suma importância no que diz respeito a organização, manutenção e recuperação da informação.

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Seguindo os preceitos da Diplomática e com mesma preocupação que tinha os Beneditinos em relação às fraudes documentais, na contemporaneidade surge a documentoscopia uma forma mais sofisticada de analisar os documentos com suspeitas de serem fraudados ou até mesmos falsificados, com materiais humanos capazes de analisar e com máquinas modernas. Desta forma, pretende-se buscar a verdade através de exames documentoscópio, dando um passo mais adiante para que os detentores desta nefasta forma de ludibriar o cidadão, sejam punidos. Para isso, utilizou-se um breve estudo de caso comparativo entre as condições de atuação das Polícias Federal e Civil visando enriquecer o presente trabalho.

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REFERÊNCIAS:

BELLOTTO, Liberalli Heloisa. Arquivos permanentes: tratamento documental . 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

Berwanger, Ana Regina, João Eurípedes Franklin Leal. Noções de Paleografia e

Diplomática. 5. ed. Santa Maria: UFSM, 2012.

BRETAS, Marcos Luiz. A Guerra das ruas. Povo e polícia na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997.

Ordem na cidade: o exercício cotidiano da autoridade policial no Rio de Janeiro, 1907-1930. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil, comentado por Oscar de Macedo Soares, advogado. 5. ed., Rio de Janeiro: H Garnier, 1910.

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DURANTI, Luciana, Registros contemporâneos como prova de ação. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v 7, n. 13, p. 49-64, jan/jun. 1994

GICO JUNIOR, Ivo Teixeira. O arquivo eletrônico como prova. Repertório IOB de Jurisprudência, caderno 3, 1ªquinzena, n. 15, ago. 2000, p.321-329.

MENDES, Lamartine Bizarro. Documentoscopia. Tratado de Perícias Técnicas.- 1, ed. Porto Alegre – RS- Editora Sagra Luzzatto, 1999.

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