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LEVANTAMENTO DE POÇOS TUBULARES

No documento PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO (páginas 38-45)

Meio Socioeconômico Meio Físico

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

2.2. MEIO FÍSICO

2.2.3.2. LEVANTAMENTO DE POÇOS TUBULARES

Um dos principais bancos de dados de poços do Brasil é do sistema SIAGAS (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas), disponível pelo endereço http://siagasweb.cprm.gov.br.

Foi efetuada uma busca em junho de 2012, apurando-se a existência de três poços no município de Senador Cortes.

Foram obtidas as seguintes variáveis:

Dados gerais:

• Identificação;

• Localização (coordenadas UTM);

Dados construtivos:

• Data de construção.

• Profundidade (m).

• Perfurador (nome).

• Método de perfuração.

• Revestimento interno (intervalos, em m).

• Revestimento interno (material).

Dados geológico-hidrogeológicos:

• Geologia (formação).

• Aquífero (tipo).

• Aquífero (condição).

• Existência de teste de bombeamento (sim/não).

• Profundidade do Nível Estático – NE (m).

• Profundidade do Nível Dinâmico – ND (m).

• Vazão específica (Q/s, em m³/h.m).

• Vazão (Q, em m³/h).

Plano Municipal de Saneamento Básico – Senador Cortes/MG 39

Dados de análises químicas:

• Existência de análises químicas (sim/não);

• Condutividade elétrica (µS/cm);

• pH;

• Turbidez (NTU).

Como este capítulo se trata de uma avaliação hidrogeológica geral, foram obtidas informações de poços utilizados tanto para abastecimento público, quanto para outros usos.

Dada a realidade de qualidade de informação, a qual apresenta certas deficiências (p. e. há disponibilidade de dados sobre o tipo de uso da água de apenas um poço, entre todos os 24 municípios analisados para os planos de saneamento, incluindo Senador Cortes), supõe-se que os poços instalados e/ou de propriedade da COPASA são, na realidade, utilizados para abastecimento público desta concessionária estadual, ou pelo município (sistema autônomo ou outro ator público local), como é o caso de Senador Cortes.

Em relação aos dados hidrogeológicos de nível d’água e vazão recente medida (não aquela do teste de bombeamento), observou-se que todos os poços dos 24 municípios os quais foram efetuados os planos de saneamento não apresentam qualquer informação, portanto estas variáveis tiveram de ser desconsideradas em termos de análise. Esta realidade indica provável deficiência de fiscalização e monitoramento potenciométrico, requerendo medidas de gestão.

É apresentado a seguir Quadro com dados de poços situados no município de Senador Cortes.

A partir das informações obtidas, foram confeccionados gráficos comparando dados absolutos individuais, mínimos, médios e máximos, além de dados regionais entre os 24 municípios de execução dos planos de saneamento (Figura 7 a 13).

Quadro 3 – Dados de identificação, localização, construtivos, hidrogeológicos, de operação e análises químicas de poço situado no município de Senador

Cortes.

Dados Poço 1 Poço 2 Poço 3

UTM (NS, m) 7.588.100 7.588.070 7.588.100

UTM (EW, m) 712.538 712.537 712.510

Data de construção 30/10/1994 14/08/1996 16/08/1996

Profundidade (m) 100,00 126,00 -

Perfurador SONDACO FUAD RASSI FUAD RASSI

Método de perfuração - - -

Revestimento interno (intervalo, em m) - - -

Revestimento interno (material) - - -

Geologia (formação) Proterozóico

superior Proterozóico

superior Proterozóico superior

Aquífero (tipo) Fissural Fissural Fissural

Aquífero (condição) Parcial Livre Livre

Teste de bombeamento (sim/não) Sim Sim Sim

Profundidade do Nível Estático - NE (m) 1,30 0,61 3,25

Profundidade do Nível Dinâmico – ND (m) 40,36 42,59 43,82

Q (m³/h) 4,78 11,33 9,90

Rebaixamento – s (m) 39,06 41,98 40,57

Q/s (m³/h.m) 0,122 0,269 0,244

Análises químicas (sim/não) Não Não Não

Condutividade elétrica (µS/cm) - - -

pH - - -

Turbidez (NTU) - - -

Figura 7 – Data de instalação dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com os dados regionais.

Plano Municipal de Saneamento Básico – Senador Cortes/MG 41

Figura 8 – Profundidade individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o valor médio regional.

Figura 9 – Profundidade do nível estático (NE) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o

valor médio regional.

Poços do município de Senador Cortes

Poços do município de Senador Cortes

Figura 10 – Profundidade do nível dinâmico (ND) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o

valor médio regional.

Figura 11 – Vazão individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o valor médio regional.

Poços do município de Senador Cortes

Poços do município de Senador Cortes

Plano Municipal de Saneamento Básico – Senador Cortes/MG 43

Figura 12 – Rebaixamento individual, mínimo, máximo e médio dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o valor médio regional.

Figura 13 – Vazão específica (Q/s) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Senador Cortes, em comparação com o valor médio

regional.

Poços do município de Senador Cortes

Poços do município de Senador Cortes

No município de Senador Cortes, há aquíferos do tipo fissural, a partir de unidades geológicas principais (principalmente granitoides, mas também pequena extensão aflorante de rochas predominantemente metamórficas do Complexo Paraíba do Sul), consideradas, em sua maioria, de baixa favorabilidade hidrogeológica. Para se conhecer variações litológico-estruturais e hidrogeológicas locais entre as unidades observadas anteriormente, bem como eventuais zoneamentos hidrogeológico-hidrogeoquímicos, seria necessário efetuar estudos de detalhamento.

Do ponto de vista quantitativo, deve-se observar que baixa favorabilidade não significa que não haja água subterrânea disponível ou a mesma não possa ser explotada a contento; apenas indica que as vazões típicas são mais modestas em comparação aos melhores aquíferos existentes. Neste caso, respeitando-se vazão ótima determinada em testes criteriosamente executados, perímetros de proteção e não incorrendo em superexplotação (quer pelo uso de vazões individuais maiores que aquelas determinadas em testes, quer pela interferência entre poços muito próximos entre si), é possível ter a água subterrânea um recurso hídrico disponível para o município.

Dados disponíveis de três poços situados em Senador Cortes, obtidos através do sistema SIAGAS, indicam vazão média de 8,67m3/h (aproximadamente metade do valor médio dos 24 municípios de execução dos planos de saneamento, que é de 16 m3/h), profundidade média de 113m, profundidade média do nível estático de 1,72m (baixa), profundidade média do nível dinâmico de 42,25m e vazão específica média de 0,212(m3/h)/m.

Do ponto de vista de qualitativo, recomenda-se o inventário, monitoramento e controle das fontes potenciais de poluição municipal (como: cemitérios; postos e sistemas de armazenamento de combustível; indústrias; locais que eventualmente sofreram acidentes; minerações; aterros, lixões e demais locais com disposição de resíduos sólidos, atuais ou antigos; locais com existência de fossas sépticas e demais sistemas de saneamento in situ etc.), com vistas a preservar os aquíferos locais, bem como o monitoramento da qualidade das águas subterrâneas com base em resoluções CONAMA e nos padrões de potabilidade.

Para a instalação de poços, recomenda-se a observação das normas técnicas vigentes (como: NBR 12212 – “Projeto de poço tubular profundo para captação de água subterrânea”; NBR 12244 – “Construção de poço tubular profundo para

Plano Municipal de Saneamento Básico – Senador Cortes/MG 45

captação de água subterrânea” e NBR 13604/13605/13606/13607/13608 - “Dispõe sobre tubos de PVC para poços tubulares profundos”), além de eventuais atualizações (ou novas normas que surjam), e que os serviços sejam efetuados por empresas e profissionais habilitados e devidamente registrados no sistema CONFEA/CREA, com registro de ART - Anotação de Responsabilidade Técnica.

Também se requer outorga pelo uso das águas, instrumento legal que assegura ao usuário o direito de utilizar os recursos hídricos. Cabe ressaltar que a outorga não dá a este usuário a propriedade da água, mas o direito de seu uso.

Em Minas Gerais, os usuários de recursos hídricos de qualquer setor devem solicitar ao IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas a outorga de direito de uso das águas de domínio do estado, como é o caso das águas subterrâneas, exceto os usos considerados insignificantes, definidos segundo Deliberação Normativa CERH nº 34, de 16 de agosto de 2010.

De forma geral, as águas subterrâneas, além de seu caráter interligado e indissociável dos demais compartimentos do ciclo hidrológico (águas superficiais, intersticiais e atmosféricas, além da água presente na biota), constituem recurso hídrico que pode ser utilizado para abastecimento público do município, desde que observados certos procedimentos e premissas de preservação dos aquíferos e de instalação, outorga, monitoramento e manutenção de poços. Ademais, para se conhecer melhor os aquíferos locais, há necessidade de detalhamento dos estudos geológicos e hidrogeológicos disponíveis.

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