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INORGÂNICOS Metais pesados

4.2. Levantamento e tratamento dos dados

Os dados secundários para a realização desta pesquisa foram levantados a partir de compilação dos registros da Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e dos Sedimentos realizado pela CETESB em todo o Estado.

A avaliação da qualidade foi realizada por meio de análises espaciais e temporais, para verificar a evolução das condições da qualidade dos dois compartimentos, ao longo do período e trecho estudados, a fim de se identificar alterações da qualidade ambiental de todo percurso do Rio Tietê, desde o início dos registros de dados históricos da rede até os dias atuais.

No caso do compartimento água foram adotados dados disponíveis nos relatórios dos pontos de monitoramento, do período de 1978 a 2010, totalizando 33 anos.

Com o intuito de compilar as informações, identificar a tendência de comportamento de cada elemento e a evolução anual da qualidade da coluna líquida no período estudado, adotou-se a estatística básica, utilizando-se de cálculo das médias simples anuais, no geral, de seis resultados bimestrais das concentrações de cada variável analisada, mesmo considerando que os valores podem acarretar distorções nas médias. Vale ressaltar que, em alguns casos, não havia todos os dados bimestrais, e em outros casos, havia mais de seis dados, mas ainda assim foram utilizados todos os que estavam disponíveis para o cálculo.

Foram também considerados no cálculo das médias, os valores registrados nos relatórios e codificados com o símbolo “menor que” (<). Esta simbologia representa os limites de quantificação disponíveis nas metodologias adotadas pelo laboratório à época da realização das análises, limites esses que são reavaliados periodicamente, em busca de diminuí-los e padronizá-los cada vez mais, e podem mudar de um ano para outro, visando resultados mais representativos.

Com base nos dados existentes para os pontos de amostragem localizados em toda extensão do Rio Tietê no compartimento água, foi realizada análise temporal a partir de histórico recente, que consistiu na comparação das médias das concentrações das variáveis do ano de 2010 com a média das concentrações dos últimos cinco anos (2005 a 2009), a partir da relação localização x concentração da variável química, para os elementos que tinham essas informações disponíveis. Essa comparação foi demonstrada por meio de gráfico de colunas agrupadas e valores exibidos em retângulos para as concentrações das variáveis, e linhas horizontais demonstrando o limite estabelecido pela legislação para cada classe do rio.

No caso do compartimento sedimento, é realizada uma coleta anual para cada ponto de amostragem, por isso foram adotados os valores disponibilizados nos relatórios, do período de 2002, ano em que se iniciou a

operação da Rede de Sedimento na CETESB, até 2010, totalizando 9 anos de monitoramento. Os valores registrados como limites de quantificação dos metais e compostos orgânicos, codificados com o símbolo “menor que” (<), também foram considerados, desprezando-se o símbolo e utilizados os valores absolutos.

Os resultados das concentrações de cada variável estudada estão apresentados sob a forma de demonstrações em tabelas, contendo a localização dos pontos, de acordo com a sua precedência, e a evolução anual de cada uma. Ano a ano foram destacados, por meio de símbolos indicadores, quais valores atenderam e quais não atenderam aos limites estabelecidos pela legislação, tanto para o compartimento água, quanto para o compartimento sedimento, para que se pudesse realizar análise comparativa, somente para os elementos que estão regulamentados.

Devido à significativa quantidade de valores calculados nas planilhas, optou-se pela demonstração ilustrativa dos resultados em gráficos de superfície tridimensional, similares a um mapa topográfico, nos quais cores e padrões indicam áreas que estão no mesmo intervalo de valores, e em gráficos de contorno delineado, que são os gráficos de superfície exibidos de cima, os quais mostram somente as linhas, que conectam pontos interpolados de igual valor. Os gráficos foram obtidos a partir da relação localização x tempo x concentração da variável química, especificamente para os metais pesados do compartimento água e para todos os elementos químicos orgânicos e inorgânicos do compartimento sedimento.

Dada a escassez de dados relativos a pesticidas organoclorados e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos – HPA em pontos de amostragem do compartimento água, em toda série histórica do monitoramento da qualidade das águas superficiais operado pela CETESB, optou-se pela demonstração em gráficos de colunas agrupadas e valores exibidos em retângulos, para comparar os dados das variáveis dos compostos de um ano para outro (2007 e 2008), do único ponto de amostragem monitorado no Rio Pinheiros, provavelmente por suspeita de contaminação, pois é somente neste caso

que a Companhia monitora HPA em água. Os gráficos foram obtidos a partir da relação tipo de composto químico orgânico x concentração da variável.

Para facilitar a interpretação dos resultados, os dados dos pontos de amostragem, localizados desde a nascente até a foz do Rio Tietê, foram agrupados e divididos em trechos, considerando-se o uso e ocupação do solo e dos recursos hídricos, e levando-se em conta que o Tietê já não é mais considerado como rio, e passou a ser considerado como uma sequência de grandes lagos.

Adotou-se a nomenclatura “Alto Tietê (Região Metropolitana de São Paulo)” para os pontos de amostragem localizados na UGRHI 6 – Alto Tietê, de vocação predominante para a atividade industrial e adensamento populacional nos 34 municípios que a compõem, desde o primeiro ponto, próximo à nascente, até o ponto do Reservatório de Pirapora.

Para o trecho onde estão localizados os pontos de amostragem da UGRHI 5 – Piracicaba/Capivari/Jundiaí e da UGRHI 10 – Sorocaba/Médio Tietê, desde o Reservatório Rasgão até o Reservatório Barra Bonita, foi

adotada a nomenclatura “Médio Tietê”, região de vocação

predominantemente industrial, onde está concentrada a Região

Metropolitana de Campinas, na qual o Rio Tietê recebe aporte de vazão e poluentes dos afluentes Rios Jundiaí, Capivari, Sorocaba e Piracicaba.

E, por último, o trecho com nomenclatura “Baixo Tietê”, que engloba a UGRHI 13 – Tietê/Jacaré, caracterizada como área de vocação em processo de industrialização, e as UGRHI 16 – Tietê/Batalha e 19 – Baixo Tietê, caracterizadas como área de vocação agropecuária, cujos pontos de amostragem vão desde o Rio Tietê em Barra Bonita, após o Reservatório, até o Reservatório Três Irmãos.

O detalhamento do agrupamento dos pontos e a divisão dos trechos para o compartimento água pode ser verificado no Quadro 3.

Quadro 3 – Pontos de amostragem do compartimento água, agrupados por trechos

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