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2. REVISÃO DE LITERATURA

3.3. Comparação das embalagens no parasitismo em campo

3.3.1. Liberação de Cotesia flavipes distribuindo os parasitoides na área

O experimento foi realizado em área de cana-de-açúcar cedida pela Usina São Martinho, localizada na cidade de Pradópolis, SP. Nesse experimento foi avaliada a distribuição na área e parasitismo de C. flavipes liberada com as embalagens testadas (copo plástico não biodegradável, copo biodegradável e caixa biodegradável).

O local onde foi conduzido o experimento foi selecionado por ser uma área onde não houve liberação do parasitoide anteriormente, sendo também amostrada previamente para conhecimento sobre o índice de infestação da broca da cana-de-açúcar. Devido à necessidade de infestação artificial da praga para a condução do experimento e como poucas lagartas foram amostradas neste local, decidiu-se que seria uma boa área para o teste da liberação dos parasitoides utilizando as diferentes embalagens.

O experimento foi montado seguindo a metodologia utilizada por Volpe et al. (2014), com duas modificações. O corte em bizel no colmo para inserção no solo foi realizado na metodologia citada com auxílio de uma serra circular, enquanto neste experimento foi feito com um facão; e os pontos com lagartas

infestadas, que seguindo a metodologia de Volpe e colaboradores foram distribuídos a cada 10 m, neste trabalho foram distribuídos a cada 25 m.

Quando o experimento foi instalado as plantas apresentavam idade de nove meses e a variedade utilizada foi uma suscetível à broca-da-cana (CTC 14). A área do experimento foi dividida em quatro parcelas, cada parcela com 300 m × 150 m, e utilizadas para avaliação das embalagens, sendo que em uma delas não foi realizada liberação do parasitoide, ficando essa área como tratamento controle.

Os toletes foram preparados em local arejado, localizado perto da área onde foi conduzido o experimento. Na preparação dos toletes foram selecionados os colmos mais semelhantes, a fim de manter um padrão de comprimento e expessura; depois foram feitos os cortes com auxílio de facão e, posteriormente, construídos os orifícios, com a utilização de furadeira manual, onde as lagartas foram introduzidas, uma a uma. Os toletes cortados apresentavam 30 cm de comprimento, sendo mantidos três entre-nós em cada um deles. O orifício para inserção da lagarta foi realizado sempre no terço superior do tolete. Logo após esse processo, os toletes infestados com as lagartas foram levados para o campo e distribuídos em 27 pontos, com 10 toletes por ponto, o que correspondeu a 10 lagartas de D. sacharallis em cada ponto. As lagartas utilizadas foram de terceiro ínstar.

Para distribuição dos toletes na área foi seguida a linha do plantio da cana e, a cada 25 metros a partir de 50 metros da borda, 10 toletes foram fixados em cada ponto (Figura 1). O total de lagartas inseridas na área foi de 270, distribuídas em 27 pontos.

Figura 1. Ilustração da distribuição dos toletes infestados com lagartas de

Diatrea saccharalis na área. Cada ponto em azul indica onde foram fixados 10 toletes (10 lagartas/ponto).

Primeiramente foi avaliada a parcela da área controle, sendo que nela não foi realizado nenhum tipo de liberação do parasitoide. Após dois dias da infestação, os toletes foram recolhidos e abertos para retirada das lagartas recuperadas. As lagartas foram colocadas em placas descartáveis contendo dieta artificial e avaliadas diariamente em laboratório para constatação ou não do parasitismo natural.

Após a avaliação da área controle, os toletes foram inseridos nas três demais parcelas para avaliação das áreas com liberação dos parasitoides com as três embalagens em teste. A liberação seguiu a metodologia utilizada pelo Grupo São Martinho, sendo liberados os parasitoides de uma embalagem a cada 25 metros (Figura 2). As liberações de C. flavipes foram realizadas entre os pontos infestados artificialmente, sendo que elas não foram realizadas próximo das bordas. Cada embalagem continha 15 massas de pupas do parasitoide, totalizando, em média, 750 indivíduos. Após dois dias da liberação, os toletes foram recolhidos e abertos para retirada das lagartas recuperadas. As lagartas foram colocadas em placas descartáveis contendo dieta artificial e avaliadas diariamente em laboratório para constatação ou não do parasitismo.

O experimento foi repetido três vezes, sendo avaliadas três parcelas para cada tratamento (controle, copo plástico, copo biodegradável e caixa biodegradável).

As liberações dos parasitoides acondicionados nas embalagens foram realizadas no período da manhã, entre 7h30min e 8h30min, evitando que o parasitoide ficasse exposto a temperaturas mais elevadas.

Figura 2. Ilustração da metodologia utilizada para a liberação de Cotesia

flavipes, onde pontos em vermelho indicam o local aonde foi feita a liberação. Em cada ponto vermelho foram liberados os parasitoides de uma embalagem.

3.3.1.1. Análises dos dados

As análises foram conduzidas com os dados de número de lagartas recuperadas e também parasitadas. Para isso foram utilizadas as informações de cada amostra e o valor que a variável assume em cada ponto. Desse modo, cada amostra deve ter o valor da variável e as coordenadas de cada ponto aonde as lagartas foram coletadas. Mapas de densidade foram extraídos desses valores fornecidos utilizando o software SigmaPlot v.10.0 (SYSTAT SOFTWARE, 2010), sendo estimado o número de insetos por todo o espaço amostral.

3.3.2. Liberação de Cotesia flavipes em um ponto central na área

O segundo experimento também foi realizado em área cedida pela Usina do Grupo São Martinho, no município de Pradópolis - SP. Essa área também foi previamente amostrada e foi considerada ideal para a instalação do segundo experimento de teste das embalagens em campo.

Nesse experimento foi utilizada uma metodologia diferente da empregada anteriormente, sendo avaliada a dispersão e o parasitismo de C. flavipes liberado com as diferentes embalagens testadas. Foram selecionados 48 colmos, o mais homogêneos possível, sendo cada um com 1,50 metros de comprimento; nesses colmos foram feitos 10 orifícios com o auxílio de furadeira manual, sendo realizados dois furos a cada 0,30 centímetros de altura; os furos foram realizados de cima para baixo. Foi utilizada a variedade CTC 14.

Para a fixação dos colmos no solo foram utilizadas estacas de madeira que serviram de suporte para o colmo, amarrado firmemente; as estacas foram fixadas no solo com auxílio de uma marreta.

A preparação dos colmos ocorreu um dia antes da montagem do experimento no campo, assim os toletes foram cortados e levados para o laboratório, onde também foram feitos os orifícios. No dia seguinte as lagartas foram inseridas nos orifícios e posteriormente levados para o campo.

A distribuição dos colmos no campo foi feita em 6 distâncias a partir de um ponto central, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 metros, e em 8 direções, norte, sul, leste, oeste, nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste. Então, cada direção com seis pontos (com 10 lagartas cada ponto), um ponto a cada 5 metros até a distância máxima de 30 metros. O total de lagartas utilizadas para essa metodologia foi de 480. A idade do canavial escolhido para a realização do experimento era de 7 meses, não havendo relato de infestação de broca na área. Assim, não foi realizado área de teste, sendo comparadas apenas as liberações entre as embalagens.

A liberação do parasitoide foi feita em um ponto central e a partir desse ponto foram fixadas as estacas no solo. Um dia após a fixação dos colmos infestados foi realizada a liberação dos parasitoides. Foram liberadas seis unidades (embalagens), com 750 adultos do parasitoide em cada unidade, totalizando 4.500 parasitoides por ponto central de liberação (Figura 3). A mesma metodologia foi repetida para cada uma das embalagens em teste.

Figura 3. Ilustração da metodologia utilizada para avaliar a dispersão e o

parasitismo de Cotesia flavipes acondicionados em diferentes embalagens. O ponto verde no centro representa o ponto de liberação dos parasitoides e os pontos em vermelho representam os pontos de infestação com lagartas.

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