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Apesar dos seus méritos, essa pesquisa apresenta também algumas limitações. Primeira- mente, não foram examinadas todas as empresas da indústria siderúrgica brasileira e sabe-se que, mesmo para aquelas que foram examinadas pela pesquisa, existem diferenças entre as suas diferentes unidades fabris. Dessa maneira, os resultados estatísticos devem ser sempre analisa- dos com cautela, com a necessidade de sempre observar a correlação e não a causalidade das variáveis.

Além disso, a pesquisa focou nos últimos 12 anos, enquanto uma melhor observação da trajetória ou de um padrão de acumulação de capacidades tecnológicas requer um período maior, já que se trata de um processo longo e histórico, como mencionado no background da indústria siderúrgica na subseção 4.3. O pequeno tempo de análise dessa indústria foi um dos motivos pelos quais a maioria dos padrões de acumulação de capacidades tecnológicas para as empresas brasileiras de siderurgia se manteve estável. Com um período de análise maior, mui- to provavelmente as trajetórias encontradas teriam sido distintas. Por fim, embora tenham sido realizadas entrevistas como forma de ampliar os resultados estatísticos obtidos, não se pode afirmar que essas empresas foram profundamente estudadas, visto que foi realizada apenas uma entrevista com cada uma delas.

Sugere-se para pesquisas futuras um acompanhamento das trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas das empresas de siderurgia do Brasil por um período maior, de manei- ra a incorporar maiores alterações em suas trajetórias de aprendizagem. Além disso, a mesma estratégia empírica pode ser utilizada para analisar outras indústrias que não a siderúrgica, de forma a encontrar quais seriam as relações existentes entre processos de aprendizagem, capaci- dade inovadora e desempenho competitivo.

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