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CAPÍTULO 4. COOPERAÇÃO CONFLITUAL NA ELABORAÇÃO DOS PRSP

3. Limites e futuras investigações

Os dados e a análise empreendida nesta dissertação sugerem que a ajuda externa do Banco Mundial, enquanto agente, tem sido usada predominantemente para promover interesses geoestratégicos dos EUA e seus aliados, no sentido de fortalecer alianças, ou para manter regimes amigáveis no poder. A assistência, tal como tem sido feita, deixa o destinatário obrigado ao doador. Isso não é ajuda ao desenvolvimento imparcial exercida por um Agente. Essa estratégia mostra-se decadente perante o surgimento de crescente concorrência no “mercado” de desenvolvimento sem fazer recurso a essa forma de condicionalismos e, particularmente, da China (Chávez, 2019).

A nossa investigação não pode incluir a análise das implicações em meta-governança na relação Banco Mundial-Estado da Bolívia com a interferência da China, que tem uma crescente presençano país. A China não trabalha de acordo com os estândares do Banco Mundial e, ao não pertencer ao Clube de Paris, também não tem obrigação de informar das suas intervenções. A esse respeito alguns críticos argumentam que a China quer construir um sistema paralelo à atual ordem dominante das instituições de Bretton Woods (como o Banco Mundial e o FMI), utilizando para isso seus próprios bancos tais como o China Development Bank ou o China Exim Bank.

No contexto internacional, onde parece ter surgido um surto de populismo e um ressurgimento do nacionalismo, a incerteza se viu incrementada. Tanto os representantes dos Estados quanto os das Instituições Financeiras Internacionais, como Principais e Agentes, precisam lidar com essa incerteza. Ou seja, que para cooperar é preciso contar com informações sobre as intenções reais e capacidades de seus possíveis parceiros. Nesse sentido, consideramos que maior empatia por parte dos países ricos e poderosos com os que estão em vias de desenvolvimento será necessária. A empatia dos mais favorecidos poderá ser mais provável de se desenvolver no contexto de instituições internacionais que funcionem mais próximas da moralidade cosmopolita do que da "guerra de todos contra todos" de Hobbes. Uma aproximação aos ideais da moralidade cosmopolita é mais provável de ser promovida pela modificação dos regimes atuais do que pelo abandono e tentativa de iniciar outros (Veja-se Gilpin 2001).

Os acordos entre Principais-Agentes e também entre governos, num ambiente de maior empatia e confiança, surgirão somente se for possível reunir evidências convincentes de que as intenções são benignas, e terão de contar com capacidades suficientes para realizá-las. A forma como alcançar esse

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objetivo, no contexto global multipolar, parece-nos ser uma outra via de pesquisa com elevado potencial para conseguir possíveis acordos “harmónicos”.

Investigações futuras sobre a utilização da Teoria U (Veja-se Scharmer 2009) neste contexto, poderão ser alentadoras. Especialmente quando se está à procura de uma alteração sistémica internacional que vise o desenvolvimento de uma economia sustentável (Corbett, 2019).

Também, futuras investigações são necessárias em busca de uma “teoria da justiça mais atenta à

injustiça real que à justiça ideal” (86) (Sen 2010, citado em Lucena Cid 2011), que respeite tanto o

princípio de autonomia nacional como os direitos derivados duma democracia cosmopolita internacional.

Para concluir, neste mundo onde restam poucos “não vizinhos”, e onde a maior parte dos problemas deixaram de ser uma questão puramente nacional, como investigadores devemos propor princípios básicos a partir dos quais possam ser criadas condições favoráveis para a ajuda ao desenvolvimento para toda a humanidade, sem condicionalismos e restrições à soberania política e económica dos países.

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Apêndice 1

Economia política internacional e o Banco Mundial

Tabela 7 Economias mais poderosas no fim do Séc. XVII e na atualidade.

Finais Séc. XVIII (1) 2017 (2)

Ranking Pais (Milhões) GDP 3 Ranking Pais (Milhões) GDP

1 British Empire 677 885 1 United States 19 390 604

2 United States 408 200 2 China 12 237 700

3 Qing dynasty 395 918 3 Japan 4 872 137

4 German Empire (4) 243 310 4 Germany 3 677 439 5 French Empire (5) 209 756 5 United Kingdom 2 622 439

6 Russian Empire 204 987 6 India 2 597 491

7 Austro-Hungarian Empire 121 489 7 France 2 582 501

8 Italy 95 814 8 Brazil 2 055 506

9 Netherlands (5) 77 880 9 Italy 1 934 798

10 Empire of Japan 71 382 10 Canada 1 653 043

11 Spanish Empire (5) 68 263 11 Russia 1 577 524

12 Belgium 39 422 12 South Korea 1 530 751

13 Ottoman Empire 36 156 13 Australia 1 323 421

14 Sweden-Norway 22 429 14 Spain 1 311 320

15 Empire of Brazil 21 214 15 Mexico 1 149 919

16 Mexico 20 942 16 Indonesia 1 015 539

17 Switzerland 16 904 17 Turkey 851 100

18 Persia 14 943 18 Netherlands 826 200

19 Argentina 14 010 19 Saudi Arabia 683 830

20 Portuguese Empire 13 499 20 Switzerland 678 890

Economias que permanecem poderosas (70%).

____________________

1 Fonte: Maddison (2009). 2 Fonte: World Bank (2018d).

3 Dólares estadunidenses de 1990, com nossa atualização em função dos dados do U.S. Bureau of Labor Statistic (2018). 4 Exclui colonias.

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Fonte: Economist Intelligence Unit 2018.

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Apêndice 2

Política económica na Bolívia

A presente pretende mostrar o desempenho económico na materialização de um sistema político democrático na Bolívia. O intuito é analisar se poderá existir uma assimetria entre os níveis de

desempenho económicoe de implementação de um sistema político democrático basado no conceito

“Vivir bien” (87) divergente dos interesses dos EUA, e até que ponto esse afastamento ideológico poderá

afetar as ações do Banco Mundial.

CRISE INICIAL: As prioridades iniciais na estratégia da Bolívia perante a crise financeira, climática,

energética, alimentícia e de políticas macroeconómicas que a assolavam, foram: Produção de alimentos; Produção de energia; Industrialização; Produção de substitutos de importação; Aumento da produtividade da terra; e por último, Água para consumo e regadio.

NOVO MODELO ECONÓMICO (88):As bases do novo modelo económico social comunitário produtivo, assentes

na economia plural, foram:

1. Crescimento e desenvolvimento com base no aproveitamento dos recursos naturais. 2. Modelo redistribuidor do ingresso.

3. Apropriação do excedente económico. 4. Redução da desigualdade social.

Função do ESTADO: Promover a integração das diferentes formas económicas de produção, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento económico e social comum.

87 A noção de "vivir bien" (viver bem) é uma conceição do mundo social, espiritual e natural indígena, postulada nos países andinos, baseado no modo de

vida ancestral que foi preservado por algumas comunidades rurais indígenas originárias da região. Esta conceição é apresentada como o eixo ideológico que rege a mudança política e social empreendida em 2006 (Guendel 2012).

88 Fonte: Arce Catacora 2012.

Esfera estatal Esfera privada Cooperativas Comunidades Viver bem coletivo

143 Setores estratégicos Setores produtivos Programas sociais Gerar excedentes

Gerar receitas e empregos

Redistribuir receitas Hidrocarbonetos Indústria Mineira Eletricidade Recursos ambientais Indústria, manufatura e artesanato Turismo Agropecuárias Vivenda Comercio, transporte e outros.

Bono Juancito Pinto (Educação) Renta Dignidad (Velhice)

Bono Juana Azurduy (maternidade) Redução da pobreza

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Tabela 8 Comparação do modelo económico neoliberal com o social comunitário produtivo

Neoliberal Social Comunitário Produtivo

Mercado livre. O mercado é o mecanismo de alocação de recursos e corretor de desequilíbrios. Hipótese de mercado eficiente.

O Estado intervém para corrigir falhas de mercado (inexistência de redistribuição de riqueza e monopólio transnacional de empresas estratégicas).

Estado de gendarme, observador. O mercado é o

mecanismo de autorregulação do processo económico Participação ativa do Estado na economia. O Estado deve intervir na economia através das suas sete facetas: planificador, empresário, investidor, regulador, benfeitor, promotor e banqueiro.

Estado privatizante, que transfere excedentes ao exterior e

não cuida os recursos naturais. Nacionalização e controle de recursos naturais estratégicos. Padrão de Desenvolvimento Primário Exportador. Padrão industrializador e desenvolvimento produtivo. Concentração de renda, setores excluídos da sociedade.

Inverte o sentido de distribuição, ao favorecer o aumento dos lucros empresariais e de certos grupos sociais em detrimento dos salários.

Estado Redistribuidor das rendas. Descolonizador, incorpora a demanda de setores sociais na tomada de decisões.

Economia centralizada na iniciativa privada, reduzindo ao mínimo a intervenção do setor público e ampliando o benefício privado.

Estado promotor da economia plural (Setor Estatal, setor privado, economia social cooperativa e economia comunitária).

Crescimento de acordo com a demanda externa

exclusivamente. Crescimento baseado em demanda externa e demanda interna.

Dependência da poupança externa para investimento,

maior endividamento e déficit fiscal. Geração de poupança interna para o investimento, menor endividamento e superavit fiscal. Estagnação, pobreza, desigualdade de riqueza e

oportunidades. Maior desenvolvimento, redistribuição e geração de emprego e oportunidades. Estabilidade macroeconómica como um fim em si mesmo.

A luta contra a inflação é o centro de política económica, em oposição ao crescimento e emprego.

Preservar a estabilidade macroeconómica como património social e impulsionar o desenvolvimento

económico e social, crescimento económico com redistribuição de rendimentos.

DESEMPENHO

Entre 1982 e 2006 as tensões políticas, económicas e sociais continuaram, cenário que parece ter mudado após 2006.

145 Gráfico 2 Bolívia: Produto bruto interno nominal e per capita, 1986-2011

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Gráfico 4 . Bolívia: Exportações segundo atividade económica, 1985-2011

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Gráfico 6 . Bolívia: Reservas internacionais líquidas do Banco Central da Bolívia, 1976-2012

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Gráfico 9 Bolívia: Superavit (défice) do Setor Público Não Financeiro, 1970-2012

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Gráfico 10 Bolívia: Empresas ativas e criação líquida de empresas, 2002-2011

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Apêndice 3

Síntese das reformas estruturais na Bolívia, 1985 -2000

Tabela 9 Síntese das reformas estruturais na Bolívia, 1985 -2000

Ano Política Objetivo Resultado

1985 DS 21060 - Estabilização da

economia. Estabilidade macroeconómica e crescimento. Descida da taxa de inflação, crescimento moderado. 1986 Tarifa uniforme para as

importações: apertura da economia.

Melhorar a competitividade. Adquisição de novos ativos fixos e novos insumos para exportação. Acordos do Clube de Paris I:

reestruturação da dívida externa bilateral.

Alívio da divida externa. Mais recursos para a área social.

Reforma tributaria: incremento

de receitas fiscais. Adequado funcionamento das finanças públicas. Aumento de receitas tributários. 1987 Reforma financeira:

regulamentação, supervisão e apoio à Banca.

Melhor funcionamento do sistema

financeiro. Aumento dos depósitos públicos. Liberalização do mercado de

trabalho. Melhor funcionamento do mercado de trabalho. Redução de índices de desemprego aberto. 1990 Lei SAFCO - Administração e

controlo dos recursos do Estado. Eficiência no uso dos recursos públicos. Maior grau de fiscalização. Lei de investimentos - Regras

para o investimento privado, nacional e estrangeiro.

Incrementar o investimento. Incremento das taxas de investimento.

Lei de hidrocarbonatos - marco legal para o desenvolvimento e exploração de campos de hidrocarbonatos.

Melhor aproveitamento dos recursos, ampliação da base energética do país.

Maiores investimentos, ampliação de reservas de hidrocarbonatos, potenciamento dum setor estratégico para o desenvolvimento nacional. 1991 Atualização do código mineiro -

marco legal para investimentos no setor.

Incrementar o investimento. Investimento em expansão. Se descobriu um dos maiores depósitos de prata do mundo.

Lei do Código Tributário Melhorar a eficiência tributaria,

elevar os receitas tributários. Aumento da pressão tributaria. Regime de zonas francas -

promoção de atividades de manufatura.

Desenvolvimento da indústria

manufatureira. Incremento do ritmo de crescimento do setor industrial. 1992 Lei de privatizações - venda de

empresas públicas. Melhorar e distribuir os recursos fiscais. Melhores recursos para o setor social. 1993 Lei de exportações - abertura da

economia. Incremento das exportações. Incremento e diversificação das exportações. Lei Geral de Bancos - regulação

do sistema financeiro. Fortalecer o sistema financeiro. Sistema financeiro mais confiável. 1994 Lei de capitalização - venda de

ações de empresas públicas. Melhor distribuição dos recursos fiscais, gerar maior poupança interna.

Maior investimento direto estrangeiro.

Lei de participação popular -

redistribuição das receitas. Maior participação social na definição de políticas públicas. Melhor assinação dos recursos. Lei de reforma educativa - elevar

a qualidade e cobertura educativa.

Maior cobertura e qualidade da

151 1995 Lei de descentralização

administrativa - assignar novas funções aos níveis de

administração.

Melhor administração do setor

público. Aumento do investimento a nível municipal.

1996 Lei de pensões - poupança e capitalização individual de aportes.

Fortalecer o sistema previsional. Incremento do sistema de poupança para a previsão de longo prazo. Lei INRA - saneamento da

propriedade agraria. Melhorar as condições de vida da população rural. Garantir direitos de propriedade rural

Avances no saneamento de terras comunitárias de origem.

1997 Reformas no setor da saúde,

implementação do SNMN. Melhorar a prestação de serviços ao binómio mãe-filho. Maior cobertura de prestações. Reforma judicial: Defensor do

povo; Concelho da judicatura; Tribunal Constitucional e Corte Suprema.

Melhor acesso à Justiça. Participação ativa na sociedade civil.

Maior equidade no acesso ao sistema de justiça.

1998 Inicio reforma em saúde, implementação do SBS e Escudo Ep.

Gratuidade em novas prestações; Continuidade no melhoramento da atenção mãe-filho; Controlo de endemias (chagas, tuberculoses, malária)

Incremento das prestações mãe-filho. Aumento das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das endemias.

Lei do mercado de valores - apoio ao mercado de valores

mobiliários.

Fortalecer o sistema financeiro. Maior participação das grandes empresas na Bolsa.

1999 Lei de propriedade e crédito

popular - ampliar o microcrédito. Melhorar as condições do setor microempresarial. Democratizar o crédito.

Crescimento da participação de carteira de microcrédito. 2000 Lei de alfandegas - reforma

alfandegaria. Melhorar as arrecadações e institucionalização da alfândega nacional.

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Apêndice 4

Análise SWOT do Banco Mundial e o Estado da Bolívia e a Relação de Cooperação Conflitual como Atores Sociais. (89)

Em sociologia, a ação social refere-se a um ato que leva em conta as ações e reações dos atores do sistema em que se encontram. De acordo com Max Weber (1991), uma ação é “social” se o ator leva em conta o comportamento dos outros e é, portanto, orientado por este em seu curso de ação. A teoria da ação social, assume que os seres humanos variam suas ações de acordo com os contextos e em função de como isso afetará as outras pessoas do sistema. Assim, quando uma reação em potencial não é desejável, a ação é modificada de acordo.

Para Weber (1991) a ação difere do comportamento porque nela está contida um sentido que é dado a ela pelo próprio agente. Cabe a nós compreender ou captar este significado e refletir sobre as consequências da ação. Nesse sentido, explorando as conexões entre moralidade cultural, apoio ao desenvolvimento sustentável e iconoclastia, começamos com uma análise simples da estratégia de atuação do Grupo Banco Mundial e do Estado Boliviano no sistema em que estavam inseridos. A seguir analisaremos o poder comparativo de negociação e, por último, as componentes da relação conflitual resultante.

ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é uma ferramenta estrutural da administração, que possui como principal finalidade avaliar os ambientes internos e externos, na formulação de estratégias de negócios com a finalidade de otimizar o desempenho no mercado, que consideramos de plausível aplicação neste contexto.

Em formato analítico, discriminado para cada ator, a matriz SWOT aborda: Pontos fortes: Atributos internos que são úteis para atingir o objetivo da cooperação, que é nosso foco analítico; Pontos fracos:

89 Para a elaboração deste apêndice, os aportes teóricos relacionados com a área de sociologia foram elaborados em base a León (2019) e na sua

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Atributos internos que são prejudiciais; Oportunidades: Condições externas que são úteis para alcançar o objetivo; e Ameaças: Condições externas que são prejudiciais.

Figura 6. Análise SWOT Banco Mundial

1. Influência política e financeira: O acesso a vastas quantidades de fundos estatais e privados e influência de estruturas políticas globais, através de uma combinação de capital, instituições globalizadas e propaganda.

2. Prestígio: Como uma instituição financeira forte e com classificação AAA. (90) Também, pela ampla

experiência operacional; especialização em diálogo sobre políticas, implementação e capacitação; conhecimento do setor privado; capacidade de combinar financiamento público e privado; e capacidade de agrupar conhecimento, finanças e serviços de emprazamento.

3. Apalancamento financeiro: A capacidade para utilizar diversos mecanismos (como dívida) para aumentar a quantidade de fundos que pode destinar a investimentos.

90 Entre as principais agências globais de avaliação de risco, estão a Moody´s, Standard & Poor’s e a Fitch Ratings. Seus ratings são esperados, e muitas

vezes temidos, pelo mundo inteiro. Embora cada uma tem o seu próprio método de notas e classificação de risco, a qualificação AAA determina a mais alta qualidade, que é unanime para a entidade em questão.

Pontos fortes Pontos fracos

1. Influência política e financeira 2. Prestígio 3. Apalancamento financeiro 4. Economia de escala 5. Cultura inovativa 6. Enviesamento técnico 7. Qualidade da informação 8. Rigidez organizacional Oportunidades Ameaças 9. Apropriação 10. Desenvolvimento sustentável 11. Novas tecnologias e metodologias

12. Riscos políticos

13. Evolução dos países clientes 14. Intensa concorrência 15. Maturidade dos mercados

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4. Economia de escala: Mobiliza e administra grandes quantidades de recursos para o desenvolvimento global e oferece uma ampla gama de produtos e serviços financeiros.

5. Cultura inovativa: Desde a sua incepção, o Banco tem adotado uma mudança permanente na abordagem aos seus desafios conduzindo a um reposicionamento constante.

6. Enviesamento técnico: Nas caraterísticas dos programas de estabilização, de cariz liberal e capitalista, e demais efeitos sociais negativos que eles têm.

7. Qualidade da informação: Tem exigências pesadas de informação, mas os sistemas que a

fornecem carecem de qualidade especialmente nas áreas de due diligence ambiental, social e de

integridade.

8. Rigidez organizacional: Adota um modelo altamente hierarquizado da indústria bancaria, com praticamente margem nula de liberdade.

9. Apropriação: A genuína apropriação de políticas de desenvolvimento por parte dos países beneficiários e basada na economia política local. Alteração do foco de seus programas nacionais, desenvolvendo um modelo de envolvimento de país mais seletivo e baseado em evidências, no contexto da apropriação do país e das prioridades nacionais, e em coordenação com outros parceiros de desenvolvimento.

10. Desenvolvimento sustentável: O BM está empenhado em ajudar os seus clientes a atingir os objetivos de redução da pobreza por meio do crescimento económico, inclusão e sustentabilidade, aumentando significativamente a colaboração.

11. Novas tecnologias e metodologias: Com sua estrutura global de participação e membros multilaterais, o BM pode sintetizar perspetivas sobre questões de desenvolvimento de todo o mundo.

12. Riscos políticos: Atingir as metas dependerá de cada governo membro e da comunidade internacional como um todo, demonstrando a vontade política de se concentrar nos pobres e desfavorecidos e de atuar em parceria com o setor privado e a sociedade civil. Uma ação global eficaz exigirá que todos os países e instituições multilaterais demonstrem uma capacidade renovada de colaboração.

13. Evolução dos países clientes: Na medida em que os países de baixa renda, tipicamente os clientes do Banco, progressivamente passam a terem media renda.

14. Intensa concorrência: Organismos multilaterais, bem como bilaterais, e de Bancos comerciais que oferecem cada vez maiores alternativas, mais flexíveis e baratas.

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15. Maturidade dos mercados: A análise dos Mercados Financeiros, que pode ser segmentado com base em vários critérios, fornece aos países em busca de financiamento excelentes perceções sobre o que o futuro trará em termos internacionais.

Figura 7. Análise SWOT Estado da Bolívia

1. Reservas de gás e petróleo: Bolívia tem uma reserva provada de 10,7 bilhões de pies cúbicos de gás natural, a segunda maior de América Latina.

2. 80% do território sem explorar: alcançar novas descobertas de depósitos de petróleo e/ou gás, bem como exploração de mineração ou diversos recursos florestais e agrícolas.

3. Integração e coordenação com os mercados: Tem conseguido a integração energética e coordenação com o mercado em projetos e negócios de gás. Além disso, conta com muita experiência no setor de hidrocarbonetos.

4. Economia aberta e liberalizada: Graças ao processo neoliberal desde os anos 1980.

5. Corrupção endémica: Carece programas de prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação, bem como criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos. 6. Clientelismo: A relação assimétrica entre grupos de atores políticos e a “democracia pactuada”.

Pontos fortes Pontos fracos

1. Reservas de gás e petróleo 2. 80% do território sem explorar

3. Integração e coordenação com os mercados

4. Economia aberta e liberalizada

5. Corrupção endémica 6. Clientelismo 7. Fragilidade institucional e administração de justiça Oportunidades Ameaças

8. Diversificação matriz industrial 9. Desenvolvimento industrial e social 10. Desenvolvimento acelerado de

infraestruturas urbanas modernas

11. Riscos políticos e volubilidade social 12. Evolução dos preços dos

hidrocarbonetos

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7. Fragilidade institucional e administração de justiça: Deve-se aprofundar descrições e análises sobre iniciativas institucionais voltadas ao acesso à justiça e aplicação efetiva da mesma.

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