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Pressuposto 1: O Ensino Religioso como parte integrante da formação básica do cidadão (artigo 33 LDBEN n° 9.394/96)

O Ensino Religioso alicerça-se nos princípios da cidadania, do entendimento do outro enquanto outro. Mesmo que muitas pessoas neguem ser religiosas, é um dado histórico que toda pessoa esteja preparada biologicamente para falar determinada língua, gostar disto ou daquilo, comer de uma forma, pois o ser religioso é um dado antropológico, cultural, presente no substrato de cada cultura. E no Brasil constitui a Base Comum Nacional.

Pressuposto 2: O Ensino Religioso é um conhecimento que subsidia o educando para que ele se desenvolva sabendo de si (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso (PCNER)

Como área do conhecimento, trata do conhecimento religioso. E esse conhecimento, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER), não é uma mera informação de conteúdos religiosos, um saber pelo saber. É um conhecimento que, numa visão pedagógica progressista, oportuniza o saber de si: o educando conhecerá, ao longo do Ensino Fundamental, os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso para que possa entender melhor a sua busca do Transcendente.

Pressuposto 3: O Ensino Religioso faz parte da Base Nacional Comum (Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso – (DCNEF)

“Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para alunos a uma Base Nacional Comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional” (DCNEF artigo 3° inciso IV).

Pressuposto 4: O Ensino Religioso é área do conhecimento (DCNEF)

A Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que vise estabelecer a relação entre a Educação Fundamental e:

A Vida cidadã através de sua articulação entre vários dos seus aspectos, como a Saúde, a Sexualidade, a Vida Familiar e Social, o Meio Ambiente, o Trabalho, a Ciência e a Tecnologia, a Cultura, as Linguagens.

As Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Língua Materna (para população indígenas e migrantes), Matemática, Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira, Educação Artística, Educação Física, Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB).

Pressuposto 5: O Ensino Religioso é disciplina dos horários normais, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa e vedadas quaisquer formas de proselitismo (artigo 33 da LDBEN 9394/96).

O Ensino Religioso parte sempre do convívio social dos educandos para que se respeite a tradição religiosa trazida de suas famílias e assim se salvaguarde a liberdade de expressão religiosa de cada um. Só assim o educando se desenvolverá no desarmamento pessoal e no empenho pelo entendimento mútuo, na paz e na fraternidade. Desse modo, fica claro que o Ensino Religioso não quer fazer prosélitos (seguidores) de qualquer tradição.

Pressuposto 6: O Ensino Religioso com conteúdos que subsidiam o entendimento do fenômeno religioso a partir da relação: culturas-tradições religiosas.

O Ensino Religioso, através dos seus conteúdos, proporciona o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso. Esses conteúdos, numa seqüência cognitiva e

respeitando as características próprias dos educandos em cada série, fazem parte dos eixos organizadores do Ensino Religioso: culturas e tradições religiosas, teologias, textos sagrados, ritos e ethos que se sustentam na diversidade cultural-religiosa do Brasil.

Pressuposto 7: O Ensino Religioso é uma aprendizagem processual, progressiva e permanente.

O Ensino Religioso necessita sempre ter presente na aprendizagem os conhecimentos anteriores do educando e possibilitar uma continuidade progressiva do entendimento do fenômeno religioso, sem comparações, confrontos ou preconceitos de qualquer espécie. Também é necessário acreditar que na alteridade (com o diferente, alter) acontece o processo de conscientização, reconhecimento e superação das diferenças de modo gradual e progressivo. Pressuposto 8: O Ensino Religioso sensibiliza para o mistério na alteridade.

O Ensino Religioso trata do conhecimento religioso, que é ao mesmo tempo historicamente construído e revelado. Logo, os assuntos religiosos são complexos em si e muito mais em seu tratamento na diversidade da sala de aula. Isso requer do educador um aprofundamento mais apurado, pois é nas relações do conhecimento religioso próprio com o do outro que o educando vai-se sensibilizando para o mistério e compreendendo o sentido da vida pelo sentido da vida além-morte elaborado pelas Tradições Religiosas.

Pressuposto 9: O Ensino Religioso é conhecimento que constrói significados.

O Ensino Religioso é área de conhecimento da Base Nacional Comum, cujo conhecimento constrói significados a partir das relações que o educando estabelece no entendimento do fenômeno religioso. E essa construção vai-se arquitetando pela observação do que se constata, pela reflexão do que se observa e pela informação sobre o que se reflete. É ao longo do Ensino Fundamental que o educando atualiza seu conhecimento, através da reflexão sobre as experiências religiosas percebidas; compreende, numa análise, o significado delas para a vida, e entende as atitudes morais diferenciadas como conseqüência do fenômeno religioso que o instiga às indagações existenciais: Quem sou? De onde vim? Para onde vou?

Pressuposto 10: O Ensino Religioso é uma disciplina com prática didática contextualizada e organizada (PCNER e DCNEF).

O Ensino Religioso tem sua prática didática que se desenrola na relação ensino-aprendizagem pela preparação e compreensão: Quem é esse educando? Para que ensinar isso? O que se quer que o educando aprenda? O que é necessário saber para ser mediador na reflexão? Como apresentar o Ensino Religioso no cotidiano da sala de aula? Isso se dá, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso:

 Pela organização do que se quer desenvolver: preparação da aula;

 Através do tempo e do espaço: horário estabelecido para analisar, retomar as observações feitas ao longo da semana;

 Pela organização da seleção feita e dos critérios para uso de materiais e recursos para

os temas de aula, com a colaboração dos educandos. A prática didática é sempre um ato

intencional numa atitude dialogal e cooperativa.

Pressuposto 11: O Ensino Religioso com avaliação processual que permeia objetivos, conteúdos e prática didática (PCNER).

O Ensino Religioso utiliza-se da avaliação como elemento integrador entre a aprendizagem do educando e a atuação do educador na construção do conhecimento. Essa avaliação tem pressupostos e se desenvolve em etapas para cada tema desenvolvido:

 Inicial: reconhecimento no convívio social dos educandos: grupos culturais/religiosos diferentes, crenças e expressões diferentes, crenças e expressões religiosas presentes na turma.

 Formativo: alargamento do conhecimento do fenômeno religioso do educando pela percepção, análise e reflexão do mesmo dado sócio-religioso da turma.

 Final: aferimento dos resultados e do que se quer alcançar.

Os instrumentos para acompanhar a aprendizagem são comuns do processo de ensino, desde que correspondam à forma de fazer Ensino Religioso: observação, reflexão e informação no respeito à diversidade cultural-religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo. Pressuposto 12: O Ensino Religioso e o sujeito-como-sujeito.

O Ensino Religioso desenvolve o conhecimento na tríplice relação educando-conhecimento- educador, o que torna necessário admitir:

 Que o educador é o profissional mediador do processo, disponível para o diálogo e capaz de articulá-lo a partir do convívio dos educandos;

 Que o conhecimento do fenômeno religioso é percepção, análise e informação do que aparece e como aparece na relação com o Transcendente;

 Que o educando é a pessoa, sujeito-como-sujeito, manifestações da realidade e da alteridade. É na sala de aula, onde cada um pode se exprimir como é ele mesmo, sem máscaras e sem disfarces, que todos se tornam sujeitos na construção de si.

Fonte Disponível em:

ANEXO II: Componente Curricular: Ensino Religioso – Conteúdos Bimestrais