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1.

CESPE – PRF – 2019

Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.

A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho “que se infiltra no ambiente no qual dormimos” fosse isolado por vírgulas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2.

CESPE – PRF – 2019

Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e materiais se dá plenamente.

Caso o advérbio “praticamente” fosse isolado por vírgulas, a correção gramatical do trecho seria alterada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3.

CESPE – SEFAZ/RS – 2019

O ICMS, adotado no país, é o único caso no mundo de imposto que, embora se pareça com o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar e gastar os recursos dele originados.

O emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país” e “embora se pareça com o IVA” é a) facultativo em ambas as expressões.

b) obrigatório apenas na primeira expressão.

c) apenas uma escolha estilística do autor.

d) justificado por regras distintas de pontuação.

e) necessário devido ao deslocamento dessas expressões dentro do período.

4.

CESPE - ACP (TCE-PB)/TCE-PB/2018 Texto

A história é uma disciplina definida por sua capacidade de lembrar. Poucos se lembram, porém, de como ela é capaz de esquecer. Há também(b) quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém aponta sua genuína capacidade de reiteração.

A história brasileira não escapa dessas ambiguidades fundamentais: ela é feita do encadeamento de eventos que se acumulam e evocam alterações substanciais, mas também anda repleta de lacunas, invisibilidades e esquecimentos. Além disso, se ao longo do tempo(c) se destacam as alterações cumulativas de fatos e

ocorrências, não é difícil notar, também, a presença de problemas estruturais que permanecem como que inalterados e assim se repetem, vergonhosamente, na nossa história nacional.

Nessa lista(d) seria possível mencionar os racismos, o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o patrimonialismo. Mas destaco aqui um tema que, de alguma maneira, dá conta de todos os demais: a nossa tremenda e contínua desigualdade social.

Desigualdade não é uma contingência nem um acidente qualquer, tampouco uma decorrência natural e mutável de um processo(e) que não nos diz respeito. Ela é consequência de nossas escolhas — sociais, educacionais, políticas, culturais e institucionais —, que têm resultado em uma clara e crescente concentração dos benefícios públicos nas mãos de poucos. (...) Quando se trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil ou receita de bolo. Prefiro apostar nos alertas(a) que nós mesmos somos capazes de identificar.

Lilia Moritz Schwarcz. Desigualdade é teimosia. Internet: <www.nexojornal .com.br> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso se inserisse uma vírgula logo após a) “alertas”.

b) “também”.

c) “tempo”.

d) “lista”.

e) “processo”.

5.

CESPE - Ag (TCE-PB)/TCE-PB/2018 Texto

O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e todos os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel forneceram os suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.

No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais simples, a escrita teve como missão(d) conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de um discurso sem ordem nem limites.

O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis(e) e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi considerado um perigo tão grande(a) quanto seu contrário.

Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como(b) o esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se tornar arquivos(c) cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e depois escrever de novo.

Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo: UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações).

Seria mantida a correção gramatical do texto, embora com alteração do sentido original, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra

a) “grande”.

b) “como”.

c) “arquivos”.

d) “missão”.

e) “inúteis”.

6.

CESPE - 1º Ten (PM MA)/PM MA/Cirurgião-Dentista/2018

Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado, porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado do leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que reconforta nervos abalados. É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam os gregos.

Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras histórias da medicina. Porto Alegre:

Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações).

No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1BBB, julgue o item.

As aspas foram empregadas em ‘barato’ e em ‘As carnes se dissolvem na urina’ por motivos distintos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7.

CESPE - SM (PM MA)/PM MA/Combatente/2018

A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1BBB, julgue o item.

A vírgula logo após Prezado(a) Senhor(a) foi empregada para isolar um vocativo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8.

CESPE - Esc Pol (PC MA)/PC MA/2018 Texto 1A1AAA

O ano de 2017 foi o mais seguro da história da aviação comercial, de acordo com a organização holandesa Aviation Safety Network (ASN). Foram dez acidentes — nenhum deles envolvendo linhas comerciais regulares

—, com 79 mortos, 44 entre passageiros e tripulantes e outras 35 pessoas que estavam em terra.

Em 2016, foram registrados 16 acidentes, com 303 vítimas fatais, e o último episódio, com um avião de passageiros de maiores proporções: a queda do Avro RJ85, operado pela empresa LaMia, próximo de Medellín, na Colômbia. O desastre, que completou um ano no último dia 28 de novembro, matou 71 pessoas, em sua maior parte atletas do time brasileiro da Chapecoense.

“Desde 1997 a média de acidentes tem caído de forma contínua e persistente”, disse o presidente da ASN, destacando os esforços da Organização Internacional da Aviação Civil e da Fundação de Segurança no Voo para melhorar os padrões de segurança da indústria de aviação.

BBC. 2017, o ano mais seguro da história da aviação .Internet: <www.bbc.com> (com adaptações).

A pontuação empregada no texto 1A1AAA permaneceria correta se, I. no primeiro parágrafo, o segundo travessão fosse eliminado.

II. fosse inserida vírgula logo após “2017”.

III. fosse inserida vírgula logo após ‘1997’.

IV. a vírgula logo após ‘persistente’ fosse eliminada.

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.

b) Apenas o item III está certo.

c) Apenas o item IV está certo.

d) Apenas os itens I e II estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

9.

CESPE - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Texto 6A2BBB

A obra de Maquiavel causou bastante polêmica por romper com a visão usual da atividade política. Na tradição cristã, a política era vista como uma forma de preparar a Cidade de Deus na terra. Na Antiguidade, era uma maneira de “promover o bem comum”. Havia sempre a referência a um objetivo transcendente, a um padrão implícito ou explícito de justiça. Para Maquiavel, o que importa, na política, é o poder real. Não é uma questão de justiça ou de princípios, mas de capacidade de impor-se aos outros.

N’O Príncipe, Maquiavel ensina que a meta de toda ação política é ampliar o próprio poder em relação aos outros.É necessário reduzir o poder dos adversários: semear a discórdia nos territórios conquistados, enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos; em suma, dividir para reinar.

Os Discorsi são uma longa glosa dos dez primeiros livros da História de Roma, de Tito Lívio, vistos como um documento histórico incontestável, embora hoje se saiba que o autor não se furtava a alterar os fatos para robustecer seu caráter alegórico ou exemplar — procedimento, aliás, que Maquiavel também adotaria em suas Histórias Florentinas. Na obra, ele procura, nos costumes dos antigos, elementos que possam ser utilizados na superação dos problemas de sua época.

Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como “tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Até hoje, a busca do

“consenso” e o sonho de uma sociedade harmônica, sem disputa de interesses, estão presentes no discurso político e, mais ainda, alimentam a desconfiança com que são vistas as lutas políticas.

Para Maquiavel, porém, o conflito é sempre um sintoma de equilíbrio de poder. Na sociedade, uma parte sempre quer oprimir a outra — nobres e plebeus, ricos e pobres ou, na linguagem que ele prefere usar,o povo e os “grandes”. Se o conflito persiste, é porque nenhuma parte conseguiu atingir sua meta de dominar a outra.

Portanto, permanece um espaço de liberdade para todos.

L. F. Miguel. A moral e a política. In: L. F. Miguel.O nascimento da política moderna. De Maquiavel a Hobbes.

Brasília: Editora da UnB, 2015, p. 21, 23-4 (com adaptações).

Julgue o item, relativo às estruturas linguísticas do texto 6A2BBB.

A retirada das vírgulas que isolam a expressão “mais ainda” não prejudicaria a correção gramatical do texto, mas alteraria os seus sentidos originais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10.

CESPE - TJ (STM)/STM/Administrativa/"Sem Especialidade"/2018 Texto CB4A1BBB

O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores do bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando conseguiu, em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.

Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente, para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade de sua espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida.

Pode abrir as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar na segunda-feira feliz para o batente.

Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também sem volta.

Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as selvas úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região metropolitana, são trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores que comem carne de cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado não do que foi, mas do que poderia ter sido.

Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.

A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso o período “Ele pode então (...) sua vida” fosse assim reescrito: Para o apartamento financiado em quinze anos, pode ele voltar então, contente com sua vida.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11.

CESPE - OI (ABIN)/ABIN/Área 1/2018

No começo dos anos 40, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros dos aliados no Atlântico Norte. O jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a Bomba, um aparelho capaz de desvendar os segredos da máquina de criptografia nazista chamada de Enigma. A complexidade da Enigma — uma máquina eletromagnética que substituía letras por palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores — estava no fato de que seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo impossível decodificar o texto sem saber as configurações originais. Após espiões poloneses terem roubado uma cópia da máquina, Turing e o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base militar de Bletchey Park. A máquina replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes combinações de posições dos rotores para testar possíveis soluções. Após quatro anos de trabalho, Turing conseguiu quebrar a Enigma, ao perceber que as mensagens alemãs criptografadas continham

palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing usava esses termos como ponto de partida, procurando outras mensagens em que a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equivalente criptografado.

Gabriel Garcia. 5 descobertas de Alan Turing que mudaram o rumo da história. In: Exame, 2/fev./2015.

Internet: <https://exame.abril.com.br> (com adaptações).

Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsequente.

A vírgula logo após o termo “máquina” poderia ser eliminada sem prejuízo para a correção gramatical do período no qual ela aparece.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12.

CESPE - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018 Texto CG2A1AAA

A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois — e convocou-me para servi-lo.

Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais.

Coisa que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de saneamento.

Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto.

É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence —, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse treinamento.

Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis.

Grande e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco deve importar que sejam estranhas.

Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item.

A inserção de uma vírgula logo após o termo “Hospitalizados” manteria a correção gramatical do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13.

CESPE - Aud Est (TCM-BA)/TCM-BA/Controle Externo/2018

Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,

“escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade

“natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.

Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).

Sem prejuízo para a correção gramatical e para as informações veiculadas no texto, poderia ser suprimida a vírgula empregada imediatamente após

a) ‘revoltante’.

b) “Carlos X”.

c) “sim”.

d) “fundada”.

e) “acontecimentos”.

14.

CESPE - AJ STJ/STJ/Judiciária/"Sem Especialidade"/2018 Texto CB1A1BBB

O conceito de direitos humanos assenta em um bem conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses pressupostos são claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão da universalidade dos direitos humanos se tornou tão acesamente debatida.

Boaventura de Sousa Santos. Por uma concepção multicultural dos direitos humanos. Internet:

<www.dhnet.org.br> (com adaptações).

Acerca do texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se segue.

Os dois pontos empregados logo após “ocidentais” introduzem uma explicação sobre o porquê de os pressupostos serem considerados tipicamente ocidentais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15.

CESPE - Ana Port I (EMAP)/EMAP/Administrativa/2018 Serviço de tráfego de embarcações

(vessel traffic service – VTS)

O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.

Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime Organization, sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, definir as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.

Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic identification system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais (meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e monitorar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação de embarcações e divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer informações que contribuam para o

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