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2 ENSAIO PRÁTICO E TEÓRICO ACERCA DA IMPLEMENTAÇÃO DA

2.2 Literatura: aplicação prática da teoria

Inicialmente, esta dissertação discute conceitos e abordagens para melhor compreender os aspectos e traços relacionados ao processo de implementação da DIPE na SRE/Ubá. Desse modo, o estudo em voga tratou refletir sobre as diferentes contribuições teóricas da área de pessoal, enfocando temas pesquisados por vários especialistas no assunto, buscando, com isso, entrelaçar suas abordagens com as experiências profissionais vivenciadas pelos colaboradores da SRE/Ubá ao longo do biênio de janeiro de 2011 a janeiro de 2013.

As múltiplas interpretações que visam levantar aspectos da Gestão de Pessoas enfocam muitos detalhes, de acordo com o referencial teórico de seus pesquisadores, a saber: Will Durant (2008) – enfatizou as relações humanas no trabalho; Drucker (1994) – priorizou o conhecimento como forma de desenvolvimento do país; Chiavenato (1999; 2004), Tachizawa, Paradela e Mello (2010), Bergue (2007; 2010) – ambos priorizaram aspectos relacionados à Gestão de Pessoas e o novo papel dos recursos humanos na administração

pública contemporânea; Mintzberg (2006; 2009; 2010) – enfatizou questões pertinentes às estruturas em cinco configurações, bem como o dia a dia da gestão, e Silva (2009) - ratificou as contribuições dos autores citados anteriormente, dando maior enfoque à valorização dos profissionais na organização.

Cabe ressaltar que o mundo do trabalho passa por inúmeras transformações, sendo assim, temas como cultura organizacional, estrutura orgânica, globalização e novas maneiras de organização do trabalho são relevantes nas análises daqueles que atuam ou estudam as instituições públicas.

Ao longo deste capítulo, o leitor observará que as instituições governamentais deparam-se com a necessidade do novo, isso vale tanto para os aspectos administrativos quanto políticos. Logo, nota-se que nenhuma organização será bem sucedida por cumprir somente normas. Torna-se necessário uma liderança em condições de educar, orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca de melhores resultados num ambiente de desafios, riscos e incertezas como foi o caso da criação desta nova diretoria.

Logo, os resultados apresentados no decorrer deste estudo, conjugados com os conceitos teóricos desses autores, buscaram ratificar o entendimento de que uma boa instituição pública é aquela que utiliza tudo isso, visando a bons resultados para a coletividade, tendo em vista que a administração pública pertence à sociedade. Compartilha do mesmo pensamento, o que preconiza Durant:

No meio das nossas máquinas per- demos de vista o fato de que a reali-

dade básica da vida não está na po- lítica, nem na indústria, mas nas re- lações humanas. Will Durant

Durant (2008) destaca que pessoas jamais podem equiparar-se a insumos ou peças, uma vez que possuem condições de transformar o seu meio e de realizar incríveis façanhas. O filósofo chama-nos a atenção para a importância de se trabalhar em um ambiente onde a tolerância, o respeito e a

confiança nos colaboradores contribuem para introjetar valores na cultura organizacional, por meio de bons exemplos, ou seja, valorizando as relações humanas através de acordos de reciprocidade. Cabe ressaltar que a gestão por intermédio das pessoas inicia-se através da satisfação de suas necessidades primárias. Portanto, é possível dizer que funcionários satisfeitos trabalham melhor e, com isso, transferem energia construtiva aos que estão à sua volta, refletindo, desse modo, positivamente nos ambientes: interno e externo à instituição.

Ao observar a figura 6 vale lembrar o que diz o texto – A teoria das estruturas organizacionais de Mintzberg e a gestão estratégica de custos: um estudo nas ONGs (Organizações Não-Governamentais) paulistas:

[...] a estrutura organizacional de uma entidade decorre da consistência entre parâmetros de design e fatores situacionais. De outra forma, ou seja, quando não existe consistência entre as referidas características, Mintzberg (1981) afirma que a entidade não funciona eficazmente, não obtém harmonia natural (MINTZBERG, 2006, p. 55).

meio para

fundamental para

Figura 6: Relação de mútua dependência entre pessoas e instituições públicas Fonte: Adaptado pelo autor, a partir dos dados retirados da apostila “Gestão Estratégica de Pessoas no Setor Público” (BRASÍLIA, 2010, p.17)

PESSOAS INSTITUIÇÕES

PÚBLICAS

Funcionamento; manutenção do sucesso; cooperação; objetivos estratégicos atingidos.

Subsistência:

sucesso pessoal e profissional; objetivos pessoais e individuais atingidos.

Conforme observado na figura 6, prevalece nas organizações públicas modernas, uma forte relação de reciprocidade entre funcionários e instituição, dinamizando seus trabalhos por meio da cooperação e manutenção do sucesso, com objetivos estratégicos atingidos, e buscando também alcançar não somente os objetivos pessoais, como também os profissionais, através da motivação e valorização. Logo, é possível prever que as pessoas podem melhorar ou piorar os resultados da instituição, a partir do modo em que forem tratadas. Isso será melhor discutido no item a seguir, ao aplicar a teoria na prática.

2.2.1 Referencial teórico – teoria e prática fundamentando a nova estrutura orgânica da DIPE na SRE/Ubá

Com o intuito de entrelaçar teoria e prática, procurando, desse modo, explicar - O Processo de Implementação da DIPE na Regional de Ensino de Ubá, o presente capítulo estuda os dados coletados, analisar-se-á, bem como refletirá sobre eles e também o que explicitam os documentos oficiais, além de estudar o que pensam alguns teóricos da área de pessoal, conforme abordado no capítulo 1.

Para oferecer serviços de qualidade é notável a valorização das pessoas que compõem a equipe da instituição, conforme enfatizado por Tachizawa, Paradela e Mello:

É preciso fazer com que as pessoas se identifiquem com a marca escolhida, e para isso é fundamental que os colabora-

dores gostem de trabalhar na organização, pois, assim como a marca, eles constituem um ativo muito valioso. Deles emanam a criatividade e o talento. É neles que se concentra o principal recurso para a criação de riquezas: o conhecimento. Assim, to- dos os setores devem estar integrados em função dos objetivos organizacionais. Mas essa coesão interna só será possível se todo funcionário for valorizado como profissional e como pes- soa. Só assim ele realmente se comprometerá com os objeti- vos traçados (TACHIZAWA, PARADELA E MELLO, 2010, p. 243).

Considerando o que fora enfatizado no capítulo 1, para fornecer maiores contribuições na fundamentação da análise dos resultados apresentados, conforme abordado nos próximos tópicos, outras fontes teóricas também foram

investigadas em revistas especializadas em Administração, tais como: A RAP (Revista de Administração Pública), da FGV - Fundação Getúlio Vargas; a RCA (Revista de Ciências da Administração) e a RAC (Revista de Administração Contemporânea), uma vez que trazem regularmente matérias cujo tema principal são as mudanças relacionadas com a cultura interna das empresas e órgãos públicos, envolvendo as crenças e seus valores, a missão, bem como sua estrutura organizacional.

Tudo isso terá o propósito de contribuir para o entendimento do questionamento feito no capítulo anterior: A nova estrutura organizacional implementada na SRE/Ubá proporciona qualidade na prestação de serviço ao público em geral?