• Nenhum resultado encontrado

3.2 ANÁLISE MERCADOLÓGICA

3.2.1 Livrarias Cultura Shopping Curitiba

A Livraria Cultura, localizada no Shopping Curitiba no centro da cidade foi o segundo local onde foi realizada pesquisa. Diferente da Livraria Curitiba, a sessão de livros de gastronomia é ambientada tendo uma cozinha completa como decoração, com fogão, pia e micro-ondas, ver Figura 25.

Figura 25 - Sessão de livros de gastronomia Livrarias Cultura. Fonte: Da Autora, 2017.

Apesar da organização da Livraria Cultura ser melhor que a da Curitiba, não havia uma sessão específica para dietas restritivas também e os livros estavam espalhados. No entanto os livros de culinária estão dispostos em seções diferentes dos livros de bebidas por exemplo, ver Figura 26.

Figura 26 - Livros de receitas sem glúten encontrados na Livrarias Cultura. Fonte: Da Autora, 2017.

Dentre os livros encontrados na cultura, apenas um deles difere dos encontrados na Curitiba. O livro se chama Cozinhando em Família, escrito pela Natália Werutsky, direcionado a iniciantes na cozinha, publicado em setembro de 2016. Reforçando a falta de opções para os compradores de livros sem glúten.

4 PROJETO GRÁFICO

4.1 BRIEFING

Com finalidade de criar o projeto gráfico, algumas diretrizes precisavam ser estabelecidas para que o objetivo do livro pudesse ser cumprido. Essas considerações são de extrema importância para o projeto uma vez que podem ser consideradas a base dele. Entre as diretrizes estão as seguintes:

a) Projeto gráfico para um livro com receitas livres de glúten.

b) O projeto não faz parte de nenhuma coleção de livros, trata-se de um volume único que contém receitas variadas.

c) Seu público alvo são pessoas que não podem ingerir glúten por questões de saúde, mas também por aquelas que buscam um novo estilo de vida excluindo o glúten do seu cardápio. Uma vez que no dia a dia é difícil encontrar alimentos prontos e é necessário preparar previamente para sempre ter um lanchinho no bolso.

d) O perfil do público são pessoas que já saíram da primeira idade e são capazes de preparar uma refeição sozinho, não há distinção de sexo ou idade, sua faixa etária incluiria de adolescentes a idosos.

e) Todas as receitas inseridas no livro têm que ser testadas, preparadas e fotografadas.

f) O livro deve ser mais atrativo, apresentando um bom projeto gráfico que os disponíveis no comércio, podendo assim no futuro destacar-se mais que os outros através do design.

Utilizando, repertório, análise de similares e conceitos do design abordados na fundamentação, foi possível criar um projeto gráfico que tinha em sua composição todos os itens citados acima. Sempre levando em consideração qual linguagem combina mais para abordar temas gastronômicos e como o design possibilita isso. O projeto começou através da experimentação com as diferentes áreas do livro, e aos poucos foi sendo modelado, porém sempre com diversas coisas acontecendo em paralelo. Trabalhar em áreas diferentes ao mesmo tempo, possibilitou que a cada momento fosse possível questionar a qualidade em separado e também e conjunto.

4.2 DEFINIÇÕES

No início do projeto tudo era apenas um conjunto de ideias, uma das primeiras definições foram o número de receitas a serem trabalhadas, que no caso seriam 15, um número possível de trabalhar dentro do cronograma estipulado, uma vez que todas as receitas deveriam estar acompanhadas de foto e trabalhar com um número maior talvez impossibilitasse de seguir o prazo.

Essas receitas seriam trabalhadas em cinco temas que não estavam definidos e dentro deles teriam 3 pratos: 1 aperitivo, 1 prato principal e 1 sobremesa, por exemplo, “Noite Italiana”, e dentro desse tema as três receitas seriam inspiradas na Itália. Porém, pensando na experiência do usuário, seria melhor apresentá-las apenas dentro de três categorias (aperitivos, prato principal, sobremesa) e não em temas fechados estimulando assim mais combinações das receitas entre si.

Além das receitas divididas nas categorias entrada, prato principal e sobremesa o livro também traz uma seção de dicas para o dia a dia.

A decisão de trabalhar com fotos de autoria própria e não usar banco de imagens, veio da necessidade de passar veracidade no livro. E principalmente oferecer fotos de pratos que os leitores acreditassem serem capazes de reproduzir. Após essas definições foi possível trabalhar com maior profundidade as áreas citadas a seguir nas próximas páginas.

A escolha do nome do livro se deu a partir da frase obrigatória em todos os rótulos de embalagens “Não Contém Glúten”. No entanto, como o livro apresenta uma proposta diferenciada dos outros disponíveis no mercado, que trazem receitas de baixa caloria, veganas ou sem carboidrato, esse traz receitas de dia a dia e saborosas, para pessoas que não podem consumir glúten, mas não querem abrir mão do prazer de consumir comidas gostosas. Por isso foi adicionada a frase, “mas é gostoso”, ficando assim o nome completo: “Não contém glúten mas é gostoso”.

(2010). O livro trata-se de um guia, como o próprio nome já diz, para celíacos. Ele traz todas as informações da doença, como surge, causas e consequências, e também qual deve ser o posicionamento de uma pessoa que sofre de intolerância ao glúten. Outra parte das informações foram obtidas através do convívio com pessoas que sofrem da doença e como elas lidam com ela.

As receitas foram escolhidas a partir de alimentos consumidos no dia a dia e que poderiam ter seus ingredientes substituídos por ingredientes sem glúten, então essas receitas foram listadas, o ingrediente que continha glúten excluído e através de experimentações culinárias de teste e acerto ou relatos de outras receitas, usando ingredientes sem glúten, foi criada uma nova receita.

Uma das escolhas do livro foi escrever as receitas em primeira pessoa, explicando assim com riqueza de detalhes como prepará-la. E também trazer uma dica junto a cada uma delas.

4.4 FORMATO

O formato escolhido foi o de 20 centímetros de altura por 44 centímetros de largura, para a página aberta. Para a página fechada, ficou 20 centímetros de altura para 22 de largura. Um formato médio o que possibilita a sua produção em pequena e grande escala com facilidade.

Figura 27 - Formato escolhido para o livro. Fonte: Da Autora, 2017.

O formato foi escolhido por três fatores, facilidade de manipulação (mesmo a página aberta sendo de um formato grande, foi possível fazer testes de impressão em gráficas digitais), análise de similares (durante a análise, verificou-se que o livro Aperitivos tinha o formato que mais chamou atenção, editado para poucas receitas,

seu formato além de valorizar as fotografias também fez um bom uso do espaço disponível) e o aproveitamento de papel (levando em consideração a página aberta, sangria e cruz de corte, seria possível imprimir 6 páginas em cada folha de papel 66x96). Como é possível de observar na figura 28, onde a parte impressa está representada por amarelo e a sangria e cruz de corte por vermelho. A folha 96x66 está usada quase em sua totalidade.

Figura 28 - Aproveitamento de papel. Fonte: Da Autora, 2017.

4.5 FOTOGRAFIA

Uma das principais diretrizes do projeto era que, todas as fotos disponíveis no livro seriam de autoria própria, ou seja, não seriam fotos de terceiros nem retiradas de bancos de imagem. Porém a falta de experiência com a câmera e nunca ter trabalhado com fotos gastronômicas, fez o projeto todo ser mais trabalhoso que o esperado. As fotos demoraram o triplo do tempo que estavam programadas no cronograma.

uma luz auxiliar. Foram tiradas aproximadamente 250 fotos, entre elas várias tentativas de fundos diferentes e até mesmo composição com outros elementos, como xícara, pires e pedaços isolados do bolo. Apesar do resultado das fotos ter sido bom, a partir desse primeiro teste foi possível retratar uma série de itens que poderiam ser melhorados. O bolo, por se tratar de uma peça inteira grande e achatada, não dava muitas opções de ângulos e variedade de fotos, e o seu preparo havia sido realizado em um multiprocessador deixando a mandioca uniforme e pouco convidativa. Como é possível ver na figura 29, vários ângulos foram testados. As últimas três fotos já apresentavam tratamento para uma melhor visualização do resultado.

Figura 29 - Primeira sessão de fotos realizada para o livro. Fonte: Da Autora, 2017.

Porém nenhuma delas estava boa o suficiente para ser utilizada no livro e a partir das pontuações dessa sessão foi possível criar um uma nova sessão da mesma receita com um novo conceito. Pensado na unidade do livro, as fotos foram refeitas apenas com a composição do próprio alimento, sem adicionais, pois seria difícil criar um cenário novo para cada receita. O bolo ao invés de ser apenas uma unidade

grande foi reduzido à várias pequenas unidades usando formas menores, para trazer mais dinâmica para as fotografias. Ao invés da mesa, foi usado um balcão de cor branca e um papel de cor rosa para o fundo. Os resultados foram melhores que os anteriores, no entanto a iluminação continuou sendo um dos maiores problemas.

Figura 30 - Segunda sessão de fotos realizada para o livro. Fonte: Da Autora, 2017.

A partir da segunda sessão e de mais pesquisas sobre fotografias gastronômicas, viu-se a necessidade de usar um tripé para a produção das fotos, uma vez que traz mais nitidez. Com a ajuda do tripé foi possível explorar mais os ângulos, e após assistir inúmeros vídeos onde a câmera era utilizada com o ângulo superior à pessoa que estava preparando, verificou-se que tal vista permite uma maior riqueza de detalhes. Sendo assim, ficou pré-estabelecido que para a linguagem fotográfica do livro seriam imagens fotografadas com o ângulo superior e também que as fotos deveriam ser tiradas apenas com luz natural. O fundo que pode ser encontrado em todas as fotos trata-se de uma tampa de caixa de madeira compensada.

 Uma Câmera Canon DSLR, com lente 18-55 mm  Um tripé

 Luz natural do dia

 Um fundo específico, no caso a tampa de madeira compensada.

Depois da linguagem fotográfica ter sido definida foi possível preparar o número total de receitas com muito mais facilidade de documentação. Um exemplo é a figura 31 que está seguindo todas as diretrizes estabelecidas ao longo do projeto, a foto foi tirada a partir do ângulo superior, com luz natural e no fundo escolhido para ser característico de todas as fotos, a madeira compensada. Essa mesma foto encontra- se no livro, ela já está enquadrada no formato final e passou por tratamento no

Photoshop.

Figura 31 - Fotos escolhida antes x depois. Fonte: Da Autora, 2017.

Foi necessário muito afinco na produção das imagens para que elas precisassem o mínimo de edição, sendo mais fiéis possíveis às suas cores. Porém apesar de todos os esforços para conseguir fotos com qualidade, foram necessários retoques no programa de edição de imagens Photoshop e lightroom2. Além das cores,

foram corrigidas as diferenças de iluminação, uma vez que usando a luz natural, sua mudança acontece de um segundo para o outro. No mesmo programa foi possível trabalhar o recorte, utilizando assim o melhor ângulo da foto.

No total, foram utilizadas 15 fotografias, uma para cada receita do livro:

Figura 32 - Fotos escolhidas. Fonte: Da Autora, 2017.

Todas as receitas e fotografias foram preparadas e tiradas pela aluna que desenvolveu esse trabalho. Como é possível ver na imagem 33 um pouco dos bastidores.

Figura 33 - Bastidores fotografia. Fonte: Da Autora, 2017.

4.6 TIPOGRAFIA E LEGIBILIDADE

Para os primeiros testes foram separadas fontes que se destacavam entre outras, seja pelo seu desenho, traçado, qualidade, entre outros motivos e reunidas em um papel que foi impresso oferecendo uma melhor visualização (figura 34):

Figura 34 - Teste de tipografia para títulos. Fonte: Da Autora, 2017.

Os testes foram realizados tanto para títulos, ver Figura 34, como para textos corridos (figura 35). Com ambas impressas foi possível categorizar e classificar quais seriam boas para o projeto e quais não seriam.

Figura 35 - Testes de tipografia para textos. Fonte: Da Autora, 2017.

No entanto, durante a geração de alternativas para a capa foi construída uma composição tipográfica sem levar em consideração os estudos e sim, a junção das tipografias que tiveram mais harmonia naquele momento em que foi criada a composição devido ao contraste entre os seus traços e estilos:

Imagem 36 - Tipografias usadas durante a geração de alternativas. Fonte: Da Autora, 2017.

A tipografia Back to Black, utilizada durante a geração de alternativa na composição tipográfica da capa, para títulos e aberturas de capítulo. Seu estilo é caligráfico e sua forma é arredondada o que traz uma sensação de conforto. Seus caracteres trazem o perfeito equilíbrio de espessuras, sem causar problemas na leitura. A segunda tipografia em potencial era a Cabin, utilizada para alguns títulos e textos de maior extensão, como o preparo das receitas. Trata-se de uma fonte sem serifa utilizada em sua versão regular em todas as suas aplicações. Uma fonte uniforme, sem contraste entre os traços e moderna.

No entanto, como o livro ainda estava em fase de geração de alternativas foi feito um novo estudo e o critério utilizado para ele foi reunir fontes que combinariam com a direção que o trabalho estava tomando:

Back to black

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V X W Y Z a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v x y z

Cabin

A B C D E F G H I J K L M

N O P Q R S T U V X W Y Z

a b c d e f g h i j k l m

n o p q r s t u v x y z

Figura 37 - Novo levantamento de tipografias. Fonte: Da Autora, 2017.

Por fim foram escolhidas as tipografias e:

Figura 38 - Tipografias escolhidas. Fonte: Da Autora, 2017.

Para os títulos foi utilizou-se a Jack Story (tamanho 105), uma tipografia manuscrita e irregular, que apresenta acabamentos arredondados e maiúsculas alongadas, com uma textura que lembra uma canetinha e que foi escrito a mão. Enquanto para os textos descritivos utilizou-se a Merriwather Sans (tamanho 10) devido a sua família ser completa e permitir variações como negrito e itálico com facilidade.

4.7 LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO

Antes do formato ter sido decidido foram realizados testes com formatos, diagramações e fotos da primeira sessão do bolo de mandioca, como um exercício de experimentação. As escolhas apresentadas na figura 39 foram experimentações criativas.

Figura 39 - Teste em fase inicial de diagramação. Fonte: Da Autora, 2017.

A primeira opção foi feita no mesmo formato do livro analisado Aperitivos e a segunda em um formato mais vertical. A partir deles foi possível estabelecer pontos negativos, como a cor escolhida: azul, por ser uma cor não indicada para alimentos, os traços das ilustrações: estavam muito finos e sem personalidade. Assim possibilitou-se buscar uma nova solução para a diagramação final.

Uma vez que ambos os testes foram impressos em tamanho original, também foi possível verificar se o tamanho das fontes estava confortável à leitura e como as cores trabalhavam em conjunto com a foto. O tamanho da fonte precisaria ser aumentado e ficou definido que a cor azul escuro não estava combinando com o resto do projeto uma vez que não é uma cor comumente relacionada a alimentos.

Dentro do livro houveram algumas diferenciações entre as páginas por isso elas serão abordadas de formas individuais:

Documentos relacionados