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Localização da rede hidrográfica em relação à hipsometria do relevo:

Microrregião da Nova Alta Paulista/SP.

Em virtude da rápida ocupação ocorrida a partir de meados da década de 1920 e o consequente desmatamento da área para plantio das lavouras de café, algodão, amendoim, milho e cana-de-açúcar, seguido pela formação de grandes áreas de pastagem para a pecuária bovina extensiva após o esgotamento dos solos, consolidou-se uma ocupação desordenada em que foram priorizados os ganhos imediatos, resultando em processos de erosão acelerada e assoreamento da rede de drenagem84.

4.1.4- Solos

Considerados a partir dos levantamentos executados na área das Bacias Hidrográficas dos Rios Aguapeí e Peixe pelo Projeto Radam-Brasil, os principais tipos de solo da região são representados abaixo (Quadro 02).

Quadro 02. Principais tipos de solos encontrados no interflúvio Aguapeí/Peixe. Latossolo

Vermelho Escuro

Compreende solos minerais não hidromórficos com horizonte B latossólico e coloração vermelha escura. A textura varia de argilosa a média, sendo sempre acentuadamente drenados. Observa-se na região estudada a ocorrência de Latossolo Vermelho Escuro associado aos arenitos do Grupo Bauru e sistemas de relevo predominantemente de colinas amplas.

Podzólico Vermelho Amarelo

São solos moderadamente drenados, variando de rasos a profundos e textura variando de arenosa/média a argilosa/muito argilosa. Distribuem-se em relevos com encostas declivosas, predominando relevos de colinas médias e morrotes alongados.

Litólico Compreende solos minerais pouco desenvolvidos, com aproximadamente 20 a 40 cm de profundidade, sobrepostos a rochas consolidadas, com pequena ou nenhuma meteorização(alteração). A designação é estendida também a solos que não estão assentes diretamente sobre rochas consolidadas próximas à superfície, porém a quantidade de cascalhos e fragmentos de rocha pouco alterada é maior que a de material decomposto.

Planossolo São solos com B Textural, mudança textural abrúptica e horizontal superficial de textura arenosa ou média. A coloração dos horizontes subsuperficiais é variegada, com predomínio de cores brunadas e acinzentadas, que refletem a condição da drenagem imperfeita do perfil, decorrente da situação topográfica baixa, com excesso de umidade durante as chuvas.

Glei Pouco

Húmico Compreende solos hidromórficos, mal drenados, e portanto caracterizados pela presença de horizonte glei. Ocorrem na região estudada em planícies aluviais, limitados a áreas de agradação.

Areias

Quartzosas São solos arenosos pouco desenvolvidos constituídos essencialmente por minerais de quartzo, excessivamente drenados, profundos e de baixa fertilidade natural.

Fonte: SIGRH/SP, 1997, p. 31-34.

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4.2- A fome com a vontade de comer: da aptidão edafoclimática ao modus

operandi da agroindústria canavieira

Cultivada em uma extensa faixa latitudinal compreendida entre a latitude 36.7° N e 31.0° S, desde o nível do mar até pouco mais de 1000 metros de altitude, a cana-de-açúcar (Saccharum spp.) se caracteriza como uma planta essencialmente tropical. Pelo fato de corresponder a um cultivo de longa duração, o desenvolvimento da cana perpassa por todas as estações durante seu ciclo produtivo. O crescimento, a produção e a qualidade da cana resultam da existência de componentes climáticos que controlam seu desenvolvimento, sendo requisitos principais as condições de temperatura, luz e umidade disponível (SUGARCANECROPS).

As condições climáticas ideais para a produção ótima do açúcar da cana compreendem uma estação longa, quente e com alta incidência de radiação solar e umidade adequada (chuva); uma estação razoavelmente seca, ensolarada e fresca, mas sem geada para amadurecimento e livre de tufões e furacões (SUGARCANECROPS).

A cultura da cana-de-açúcar se adapta muito bem às regiões de clima tropical, quente e úmido, cuja temperatura predominante seja entre 19 e 32º C e onde as chuvas sejam bem distribuídas, com precipitação acumulada acima de 1000 milímetros por ano. A cultura conta com duas fases principais de desenvolvimento:

crescimento vegetativo: fase em que a planta é favorecida pelo clima úmido e quente;

maturação: quando temperaturas mais amenas e a baixa disponibilidade de água favorecem o acúmulo de sacarose (Agência CNPTIA – EMBRAPA).

O clima predominante no Estado de São Paulo apresenta excelentes condições para a produção ótima da cana-de-açúcar, “permitindo o crescimento vigoroso da planta durante a primavera e o verão, e oferecendo condições adequadas para a maturação e a colheita, durante o outono e o inverno” (Agência CNPTIA – EMBRAPA).

No Estado de São Paulo a cana-de-açúcar é cultivada principalmente em solos do tipo latossolo vermelho, vermelho-amarelo e vermelho escuro, podendo ser produzida em diversos tipos de solo, no entanto,

É evidente que para obter produtividade satisfatória é necessário recuperar a fertilidade dos solos, tanto nas camadas superficiais como nas mais profundas, quando estes não apresentarem condições ideais para o cultivo da cana. Para isso, quantidades adequadas de corretivos (calcário e gesso) devem ser utilizadas de maneira a atingir tais objetivos e, consequentemente, aumentar a produtividade (Agência CNPTIA – EMBRAPA).

Em busca de uma caracterização edafoclimática visando à constituição de um zoneamento agroambiental para a cultura da cana-de-açúcar, o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO) apontou para as principais características de viabilidade da cultura canavieira no Estado de São Paulo (Mapa 05).

Mapa 05: Aptidão edafoclimática para a cana-de-açúcar no

Estado de São Paulo.

Fonte: CIIAGRO/SP.

Amparada no arcabouço técnico-científico oferecido por instituições públicas, universidades e empresas privadas, as pesquisas para desenvolvimento de novas variedades resultam em tipos adaptados às diferentes condições de clima e solo, bem como à produção de cana em áreas afetadas por pragas e doenças, com destaque para a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor

variedades plantadas em mais da metade da área canavieira total do território nacional (Agência CNPTIA – EMBRAPA).

Conforme constatou o estudo acima, tendo em vista os atributos de clima e solo, a maior parte do território paulista oferece condições favoráveis para o cultivo da cana-de-açúcar, com destaque para a porção Oeste do Estado, no qual o município de Flórida Paulista apresenta-se como agroclimaticamente apto à expansão agroindustrial canavieira, além de oferecer condições de relevo adequadas à demanda pela mecanização da colheita, em substituição à queimada da palha prevista desde 2002 com a aprovação da Lei Nº 11.241, de 19 de Setembro de 2002, regulamentada pelo Decreto Nº 47.700, de 11 de Março de 2003, na qual o Governo do Estado de São Paulo passa a disciplinar a prática da queima da palha nos canaviais, dispondo sobre a eliminação gradativa da queima da palha85 (Tabelas 09 e 10).

Tabela 09. Cronograma do percentual

da área mecanizável86 onde

não se pode efetuar a queima.

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