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Qualquer que seja o tipo de negócio em que esteja envolvida a empresa considerada, mas principalmente se ela for uma indústria, as decisões sobre localização são estratégicas e fazem parte integral do processo de planejamento, afirma MOREIRA (1993).

Para empreendimentos de serviço, que utilizam os meios de comunicação e transporte eletrônico de informação, o estudo de viabilidade de localização deve ser visto muito mais pela disponibilidade de tecnologia e pessoal para desenvolvimento do produto.

Os estudos de localização industrial, constituem (OLIVERIO 1985) uma das etapas mais importantes do “plant design”, exigindo análise bastante detalhada por parte do projetista, pois uma indústria mal localizada será continuamente afetada pela má localização.

Existe uma ligeira tendência de se desconsiderar este aspecto no “plant design”. Comodidade do dono, atração por isenções fiscais passageiras e baixo custo de instalação, normalmente, posicionam uma indústria. Deve-se considerar que todos os fatores que intervêm em uma indústria necessitam ser estudados, em busca de uma otimização global. A análise de aspectos, tão somente parciais, nunca garante essa otimização.

Em estudos de viabilidade de instalação de indústrias novas, bem como possibilidades de mudança de local para ampliar sua competição, alguns fatores são considerados relevantes. O custo de transporte é geralmente a variável mais importante no estudo de localização para empreendimentos. O sistema de transporte de cargas brasileiro é extremamente dependente da malha rodoviária, hoje com sua capacidade limitada e estado de conservação prejudicados, elevando o custo final dos produtos.

Os dirigentes empresariais tem-se concentrado na busca da redução de cargas tributárias periódicas, esquecendo do resultado esperado do investimento.

MONKS (1987) afirma que a decisão quanto ao local de instalação de uma empresa é tarefa difícil, visto que essa decisão obriga a empresa a seguir critérios de longo prazo no que se refere a marketing, mão de obra e custo.

Alguns fatores que se incluem no estudo de localização são as disponibilidades de matérias primas, recursos humanos qualificados, capital disponível, impacto do investimento na sociedade, as atividades sociais, ambientais e culturais, distribuição de renda através de pagamento de salários, impostos e o aspecto mercadológico e logístico exigidos no projeto.

Algumas atividades econômicas são extremamente dependentes da disponibilidade de recursos energéticos. O Brasil, neste final de século, inicia um período crítico de abastecimento de energia elétrica.

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Figura 10 - Fatores de afetam as decisões de escolha de local Fonte: MONKS (1987), p. 57

A produção é limitada e a demanda tende a crescer, e as possibilidades de ampliar a produção não são muito animadoras para a próxima década. É relevante considerar, no desenvolvimento de novos processos, a possibilidade de baixa utilização de recursos

energéticos, evitando dependência excessiva e, em momentos críticos de abastecimento, pode- se obter vantagem competitiva no mercado.

O estudo do projeto deverá definir claramente qual será a melhor localização possível para a unidade de produção. Evidentemente, a melhor localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo reduzir os custos necessários a essa produção, elevando assim ao máximo os benefícios líquidos do projeto, conclui BUARQUE (1995).

2.9 Engenharia do empreendimento

A fase do estudo técnico de avaliação econômica de projetos é importante na definição da tecnologia de processos e equipamentos apropriados para cumprir a função que o produto ou serviço exigem, viabilizando retorno dentro dos limites especificados pelos empreendedores. MELNICK (1972) já afirmava que a engenharia do projeto refere-se à parte do estudo relacionada com a fase de instalação, execução e funcionamento do projeto.

Os investidores sempre procuram possibilidades de resultados imediatos, sem tomar conhecimento de procedimentos técnicos, disponíveis para avaliar riscos. Antes de realizar investimentos, deverão conhecer o nível tecnológico e seu comportamento ao longo da vida útil do projeto.

BUARQUE (1995) apresenta dois objetivos do estudo da engenharia em projetos e demonstra como contribuem para sua definição:

1. determinar o processo de produção, os equipamentos e as instalações; 2. tomar possível o cálculo dos custos de investimento e de operação.

Estas funções proporcionam ainda informações para outras etapas, como por exemplo: • reorientar o estudo de mercado;

• orientar as decisões sobre tamanho e localização; • orientar o esquema de financiamento;

• definir o tipo de mão de obra requerida; • orientar quanto a problemas legais.

Cada setor produtivo e cada projeto apresentam características próprias de engenharia. Quatro etapas básicas devem ser seguidas no estudo técnico de projetos:

1. ensaios e investigações preliminares;

3. projeto de construção civil e infra-estrutura; 4. análise de rendimentos.

A tomada de decisão sempre deverá ocorrer após análises de dados de custos. Estas informações, raramente, estão disponíveis nas condições e tempo ideais para assegurar a qualidade dos resultados esperados.

O estudo de viabilidade deve definir a tecnologia requerida no projeto, avaliar alternativas e selecionar a mais apropriada. As várias implicações da aquisição dessa tecnologia devem ser consideradas, incluindo-se aspectos contratuais de licenciamento.

A avaliação de múltiplas possibilidades tecnológicas toma-se ainda mais importante, observando a competição acirrada em que as organizações brasileiras se encontram, enfrentando concorrências poderosas, que utilizam técnicas em seus processos que na maioria das vezes são por eles desconhecidas.

A busca ininterrupta de novas possibilidades é o desafio maior dos empreendedores, necessitando de instrumentos que agilizem suas decisões, com informações seguras, comparáveis com dados históricos e que avaliem o comportamento do projeto ao longo de seu ciclo de vida.

2.10 Investimentos do empreendimento

A definição dos investimentos necessários para a implantação de um novo projeto industrial, desenvolvimento de novos produtos ou serviços a serem colocados à disposição do mercado consumidor, toma-se um desafio importante e complexo.

Os recursos necessários para a instalação constituem o capital fixo ou imobilizado do projeto e os necessários ao funcionamento, o capital de trabalho ou de giro. A redução a termos monetários do valor destes vários recursos suscita o problema de determinar os preços a serem empregados no cálculo.

O volume de recursos a investir em novos projetos de produtos ou serviços determina o tempo de seu retomo. O compromisso da administração da organização está em descobrir juntamente com a equipe de planejamento, alternativas de investimentos tecnológicos que

sejam economicamente viáveis.

BUARQUE (1995) afirma que a determinação do nível dos investimentos necessários para o projeto é um aspecto fundamental, pois ela será básica na definição da viabilidade ou

não da unidade de produção. Essa determinação consiste na realização de cálculos com base na etapa de engenharia.

A lista básica de investimentos necessários de um projeto, depende das habilidades criativas dos projetistas de produtos e processos. A participação da equipe de marketing de uma organização não pode ser dispensada, dado que todas as informações mercadológicas são determinantes para a definição de investimentos e suas características predominantes.

As habilidades gerenciais, associadas às mais avançadas tecnologias de gestão, também contribuirão para definir o limite operacional de um novo projeto e tomá-lo lucrativo.

O desenvolvimento tecnológico de processos com o auxílio de Centros de Pesquisa em novas alternativas de redução de custos operacionais, contribuirão para estabelecer investimentos em instalações e recursos para operacionalizar o projeto a níveis compatíveis com as necessidades requeridas pela competição globalizada.